(Não) Leia meus pensamentos escrita por Strife


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal *------------*
Dessa vez é uma one-shot, a princípio planejei fazer uma short fic, depois desisti e deixei uma one shot mesmo.
Comentem pessoinhas.



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- Agnes, poderia levar esses papéis até a sala de professores? -perguntou a professora de artes, Ana.

- Claro. -me levantei e peguei a montanha de papéis.

Eu sou uma garota baixinha, magra, que usa óculos fundos de garrafa, com cabelos na altura do ombro, muito lisos e castanhos e que estão sempre lambidos, olhos castanhos que todo mundo acha que é preto, uniforme largo e desajustado, fraca, tímida e... a nerd.

Já tinha me acostumado com a minha não presença na vida das pessoas, parecia até que eu era a garota invisível do colégio.

- São... Pesados... -sussurrei descendo as escadas.

Deviam ter toneladas de papéis em minhas mãos, pois estava muito pesado, e somando com a minha falta de força resultaria em um belo encontro com o chão. Escadas + papéis + Agnes = problemas.

- GYAHHHH! –uma garota gritou e eu me assustei.

Escorreguei na escada e em vez de descer de bunda ou de barriga, voei até lá embaixo. Estranho... nunca senti um chão tão macio como esse.

- Aiii... –massageei minha cabeça e tateei o chão em busca de meus óculos.

- Quem você pensa que é, sua desmiolada? –alguém me puxou pelo cotovelo e me levantou.

- D-Desculpa... –ajeitei meus óculos.

- Matheus, você está bem? –um garoto o ajudou a levantar.

- Estou... –forçou um sorriso.

Mentiroso. Eu quase te matei.

- Huh? –ele me encarou, confuso- Disse algo?

Mentira. Será se ele me ouviu? Não. Isso não é possível.

- Estou te ouvindo sim. –falou uma voz na minha cabeça.

Que coisa é essa???

- Não grite te escuto em alto e bom som. –fez uma cara de dor.

- Desculpa. –gritei e sai correndo dali.

E agora? O que faço? Ele consegue escutar tudo o que eu penso. Ai meu deus. Quer dizer que ele está me ouvindo agora, não vou poder mais pensar em nada. Nãããããooooo...

- Eu já disse que estou te ouvindo.

Não escute os pensamentos dos outros!

- Não é como se eu quisesse ouvir, sabe...

AHHH! Tarado de pensamentos!

- Qual seu nome? –ele me barrou no corredor.

- Não se aproxime. –comecei a recuar alguns passos.

- Que rude. E eu ainda tive todo o trabalho de recolher seus papéis e traze-los aqui... –fingiu estar chateado.

- Está brincando. –peguei os papéis e quase caio de bunda no chão.

- Que força hein. –debochou

- Não ria. –senti minhas bochechas quentes.

- Oh. Você está vermelhinha. –apontou para o meu rosto e tentou segurar o riso.

- Você que é. –pensou (?) de volta.

- Argh. Não invada meus pensamentos! –gritei.

- Você... Está gritando...? –gargalhou.

Fiquei morrendo de raiva dele por causa daquele comentário.

- Está com raiva? Está vermelha de novo. –colocou as mãos nos bolsos da calça.

-Estou. –andei lentamente em direção a sala de professores, já que o peso dos papéis estava me matando aos poucos.

- Fala sério... Deixe-me levar isso. –pegou os papéis com apenas uma das mãos.

- Até que você é forte... – o encarei.

- Não sou. Você que é fraca... E baixinha também. – riu.

Não vi graça nenhuma, você só ri porque não é com você. Idiota.

- Desculpe. – coçou a cabeça - Foi sem intenção.

- Hum?

Meu nome. Agnes.

- Matheus.

- Bom... obrigada. Até mais. –me despedi.

- Até... Agnes.

Isso foi muito constrangedor, você sabe.

- Aposto que você está vermelha.

N-Não estou.

- Está sim.

- Não estou! –gritei no meio da aula.

- Algum problema Agnes? Está se sentindo bem? –o professor perguntou.

- Ah... sim, claro. –dei um sorriso amarelo pra ele e me sentei, morrendo de vergonha.

Seu idiota. Paguei o maior mico por sua causa.

- Então você está vermelha...

Pare com isso e me deixe me concentrar na prova, ok?

- Nerd...

Hum?

- Me passe às respostas.

Nunca. E pare de pensar um pouco, por favor.

- Entendido, senhorita.

(...)

Uma semana havia se passado depois disso, já havíamos tentado de tudo para voltar ao normal. Inclusive quase nos matamos batendo nossas cabeças uma contra a outra diversas vezes, já que concluímos que foi na queda da escada –onde batemos nossas cabeças com muita força- que começamos a “compartilhar” pensamentos. Isso até que não está sendo tão ruim depois de tudo. Afinal, nem me lembro de quando foi à última vez que conversei tanto com alguém.

- Agnes.

O que?

- Me deve um encontro amanhã.

Não estou não. Você roubou naquele ultimo jogo.

- No sábado então. Vemo-nos amanha no colégio, boa noite.

Boa noite.

(...)

- Agnes.

- Oi?

- Por que você está matando aula?

- Porque você pediu. –o encarei.

- Não foi bem assim.

- Sério? Tenho certeza que não fui eu quem disse “Agnes querida, por favor, fique comigo. Não gosto de ficar sozinho, oh Agnes, por favor” –tentei imitar a voz dele.

- Ah é? Eu lembro bem que foi você quem ficou “Matheus, meu amor. Por favor me leve daqui. Com você posso ir a qualquer lugar”.

- Claro que não! –dei um soco nele.

- Tão fofa... Vermelha assim.

- Não pense coisas embaraçosas assim. –abaixei a cabeça, com o rosto parecendo um pimentão.

- Então está tudo bem se eu falar? –segurou meu pulso e me puxou de forma que eu ficasse de joelhos entre suas pernas e com o meu braço livre apoiado em seu ombro direito.

- Claro que não. –fiquei mais vermelha ainda.

- Agnes. Olhe-me nos olhos. –pediu.

- Estou olhando.

- Não consegue ser sincera nem comigo? Céus, que amiga má. –riu.

- O que? –juntou as sobrancelhas.

- Ah... Nada não. –me levantei.

- Agnes...?

- Já vou. Vemo-nos amanhã então, afinal estou te devendo um encontro não é? –forcei um sorriso e sai dali.

Droga. Por que isso está acontecendo? –lágrimas teimosas escorriam pelo meu rosto.

- Agnes. Volte aqui, onde você está?

Deixe-me sozinha, por favor.

- Mas... Ok.

Não sei porque motivo ou causa, mas eu passei a tarde chorando. Meu peito estava apertado e isso era estranho... eu não entendo. Não entendo...

(...)

- Sábado. Está pronta? –ele me ligou às 17:00

- Aham. –respondi.

- Aconteceu alguma coisa? Sabe que pode me contar qualquer coisa, não é? Somos amigos.

- Não foi nada. Tchau.

- Chego já aí.

Vesti um vestido azul claro tomara que caia. Por ser velho, ele ficava um pouco apertado no busto –quase inexistente- e na cintura, a saia era um pouco rodada e ficava no meio de minha coxa. Uma sapatilha preta, meus óculos e cabelo lambido de sempre.

- Olá. –ele entrou sem bater.

- Oi... –o encarei.

- Arrume esse cabelo. –apontou para minhas madeixas.

- O que? Não está bom? –passei as mãos apressada e desleixadamente pelo cabelo.

Ele se aproximou de mim e começou a arrepiar meus cabelos, sorte que eles eram super lisos, então ficaram no máximo um pouco arrepiados.

- Melhor agora. –riu.

- Você assanhou minhas madeixas. –fiz bico.

- Tire esses óculos. –ele se aproximou novamente e puxou meus óculos.

- Agora eu não vejo nada. –me aproximei dele o bastante para sentir sua respiração descompassada.

- Ok. Melhor colocar. –me entregou os óculos e ficou de costas para mim.

- O que foi? –perguntei.

- N-Nada...

- Está envergonhado? Porque isso agora? –ri.

- Agnes... –se virou e segurou meu rosto com as mãos, me forçando a encará-lo- Eu...

Olhei minunciosamente para ele. Cabelos loiros –muito loiros-, olhos verdes, pele branca, rosto fino, nariz perfeito, sobrancelhas perfeitas...

- O que? –ele corou.

- Oh. É a primeira vez que presencio isso. –ri.

- Isso... Não ria. –colocou a mão no rosto, tentando esconder a vermelhidão.

- Pra você ver o que eu sofro. Vamos?

- Ok. –segurou minha mão direita.

Fomos ao parque, brincamos em diversos brinquedos, comemos muitas besteiras diferentes e jogamos muita conversa fora. Quando estávamos indo para a sorveteria eu resolvi andar pela calçada, em certo momento me desequilibrei e cai –literalmente- de cabeça. No Matheus.

De novo não.

- Você está bem? –ele massageou a cabeça enquanto se levantava e depois me ajudava a levantar.

Estou sim.

- Está ou não? –perguntou preocupado.

- Você não me ouviu? –perguntei espantada.

- Não... –arregalou os olhos.

- Estamos... curados. –ri involuntariamente.

- Isso é algo para se comemorar? –fez bico.

- Claro que...

- Matt? –nos viramos para encarar a pessoa que chamava o loiro.

- Lizzie? –ele riu abertamente e abraçou a garota.

- Que saudades. –eles passaram alguns poucos minutos se abraçando e me ignorando.

- Matt? –perguntei.

- Agnes, esta é Elizabeth. Elizabeth está é Agnes. –nos apresentou.

- Pode me chamar de Lizzie. –a garota riu.

- Olá. –me limitei a falar.

Ela era fofa. Cabelos negros ondulados que caiam nas costas, olhos cor de mel, corpo com curvas no lugar, feminina e normal. E... parecia ficar bem perto do loiro.

- O que é isso? –levei minha mão ao peito, do lado do coração.

- Agnes? Não está se sentindo bem? –levantou meu queixo e me fez encará-lo.

- Não chegue perto. Preciso ficar sozinha. –afastei sua mão e saí correndo dali, sem rumo.

- Ei! Agnes! –ele corria atrás de mim.

Eu queria que ele pudesse me ouvir agora.

- Eu... falei... pra... esperar... –ele falou ofegante.

- Como conseguiu me alcançar? –o encarei, mas as lentes de meus óculos estavam embaçadas.

- Você é lenta. –riu.

- Me deixe ir, idiota. –funguei.

- Ei... porque está assim?

- Eu... não sei. –comecei a chorar mais e a soluçar.

- Shh. Pode chorar, ficarei aqui o tempo necessário para que você possa se acalmar. –me abraçou e eu afundei meu rosto na curva de seu pescoço.

- Eu... acho que... gosto de você... –o encarei.

Ele estava com os olhos arregalados. Depois de algum tempo ele tirou meus óculos e os colocou no minúsculo decote de minha blusa, posteriormente foi se aproximando cada vez mais de mim até colar seus lábios aos meus.

- Eu também. –me abraçou forte.

- E a Lizzie?

- Não acredito que isso tudo foi apenas ciúmes. –falou e eu corei.

- Não precisa ficar envergonhada. Afinal, sou seu namorado. –enlaçou seus dedos nos meus.

- Sério? Até quando? –funguei novamente.

- Hmm... Sempre é muito clichê?

- Sabe de uma coisa... adoro clichês. –e o beijei novamente.


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Notas finais do capítulo

O que acharam?
Me digam, rápidoooo '-'
Beijão e até a proxima one-shot
P.S: Sim, postarei muitas outras u.u