I'm forever yours escrita por ColorwoodGirl


Capítulo 11
Capítulo 10




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Dois meses depois

Karina se revirou na cama, desconfortável. Estava cada vez mais chato encontrar uma posição para dormir, e o fato de não pode fazer muito mais do que ficar na cama só piorava tudo.

"Manezinha, colabora com a mamãe. Eu quero dormir." Pediu, acariciando a barriga protuberante. "Filha, fica quietinha, por favor."

"Problemas para dormir?" Bete apareceu no quarto, sonolenta.

"Eu te acordei?"

"Você não para de se revirar na cama e fica batendo ela na parede. Meu quarto é o do lado." Riu a mulher, sentando na beirada da cama. "Ela não para quieta?"

"Nem por decreto. É agitada que nem o pai, não sossega durante a noite." Reclamou a lutadora, fazendo bico. "E eu to morrendo de sono, Bete, quero dormir."

"Não tem muito que eu possa fazer para te ajudar, minha criança." Desculpou-se a mais velha. "Eu posso fazer uma massagem no seu pé, que é bem relaxante. Quem sabe não ajude em algo?"

"Eu agradeceria muito." Suspirou Karina, enquanto Bete pegava seu pé e começava a massagear. "Meu Deus, isso é ótimo."

"Sua mãe vivia com dor nos pés quando estava grávida de você." Lembrou a governanta. "E como seu pai passava o dia todo na academia, eu fazia massagem para ela. Acabei aprendendo a fazer bem."

"Você acha que vai acontecer comigo o mesmo que aconteceu com ela?" Karina tentou disfarçar, mas seu medo e preocupação eram evidentes.

"Não pense nisso, K. Você está tomando os remédios, cuidando da alimentação, fazendo tudo corretamente. Tenho certeza que nada de ruim vai acontecer, com você ou com a manezinha."

"Acho que preciso escolher logo o nome dela, ?" A lutadora perguntou, acariciando a barriga.

"Bom, você tem até o momento que ela nascer, mas seria legal se você decidisse antes." Comentou Bete. "Agora para de pensar nessas coisas e tenta dormir. Amanhã a Tomtom e a Bianca chegam, e você precisa estar bem descansada."

"Só me pilhou mais." Riu Karina, fechando os olhos e começando a respirar lentamente, sentindo a massagem gostosa que recebia no pé. Antes que percebesse, estava adormecida.

~P&K~

Pedro estava sentado na sacada do quarto de hotel onde estavam hospedados, observando a lua. Dedilhava o violão, tentando a custo concluir a composição que tomava seu tempo e pensamento durante todas as madrugadas nos últimos dois meses.

O patrocínio, apesar de marcado pela dor, viera em ótimo momento. A van já estava ficando pequena para seis adultos dormirem e guardarem tantos equipamentos, e ter dinheiro para pagar um hotel, por mais simples que fosse, era um grande alívio.

"Ainda tentando compor essa música?" Observou a cara de Sol aparecendo pela parede e sorriu, envergonhado.

"Ela não sai da minha cabeça." Explicou. "Acordei você e o Wallace?"

" sabe que o negão tem sono de pedra, tá lá apagado. Eu tava falando com a minha mãe, deu saudades dela." Pedro assentiu em silêncio. "Ela falou que a Karina tá bem."

"Valeu." O guitarrista agradeceu com um sorriso, voltando a atenção para a guitarra. Sol pulou de sua sacada para a dele, sentando ao seu lado. "Não consegui escrever muito mais."

"É para a Karina?" Ele negou.

"Pra minha filha." Ele sorriu de lado, enquanto a amiga retribuía de forma compreensiva. "A Karina jurava que ia ser menina, nossa manezinha. Eu to compondo a música para a ela."

"Eu acho que vai ser sucesso absoluto, ainda mais na minha voz. Vai vender os tubos." Ele riu do jeito da garota, que começou a testar as palavras já escritas. Ele ia a acompanhando, os dois criando a primeira harmonia daquela música. "Cara, você precisa terminar antes de irmos para o estúdio gravar o segundo álbum. Essa faixa vai ficar um arraso."

"Tá sendo bem mais difícil do que eu pensava. É que... Parece que, se eu terminar ela, tudo termina, entende? Minha ligação com a Karina, com a minha filha... É como se a tentativa de terminar essa música nos últimos meses fosse o que me mantém ligado à elas."

"Pedro, tá ligado a elas pelo amor que sente pela Karina e vai sentir para sempre pela filha de vocês. Você escreveu várias músicas para a Karina, isso acabou com o amor?"

"Claro que não. Só fez ele aumentar."

"Então, é a mesma coisa. Essa música é o presente mais lindo que você pode dar para a K e para o anjinho de vocês dois."

"Você só tá dizendo isso porque quer a música no álbum."

"Por isso também. Mas eu me preocupo com você, Pedro, com vocês dois. Eu sei que a Karina deve estar sofrendo, mesmo que minha mãe não diga. Essa música pode ser o pedido de perdão que você tanto quer fazer, e que talvez traga paz para o coração dela. E quem sabe, para o seu também.”

~P&K~

“But if you close your eyes, does it almost feel like nothing changed at all?” Pedro cantava em voz alta, enquanto tirava a melodia na guitarra.

“Ai, moleque, se gosta da música não estraga, né?” Karina entrou no quarto, secando os cabelos.

“Qual é, esquentadinha, eu sei que você gosta.” Ele deu aquele sorrisinho que fechava seus olhos, fazendo Karina sorrir. “E eu aproveito isso, né... Porque a Tomtom odeia me ouvir cantando.”

“E sobra pra mim?” Ela deitou na cama, apoiando os pés nas pernas cruzadas dele.

“Ué, você é minha musa, tem que aguentar.” A loira riu. “E como sua irmã não mora mais aqui, não tem ninguém pra ficar enchendo nosso saco.”

“Então tá, meu guitarrista... Eu quero uma música para mim.” Pediu Karina, fazendo o namorado sorrir.

“Mais uma? Já te compus umas dez músicas. O álbum da Believe fala só de você.” Ele começou a brincar com os pés dela. “Daqui a pouco o Wallace vai ficar com ciúmes de tanto que a Sol se declara pra você, minha esquentadinha.”

“Para de fazer cosquinha no meu pé.” Ela gritou, se contorcendo na cama. Pedro colocou a guitarra no chão, subindo as cócegas por todo o corpo da namorada, que ria e se contorcia cada vez mais.

Quando afinal estava por cima dela, tirou as mãos da cintura, onde aplicava as últimas cócegas, e apoiou ao lado do rosto dela. A face estava vermelha, enquanto ela tentava normalizar a respiração e parar de rir. Pedro sorriu, lhe dando um selinho.

“Você fica linda assim, quando tá gargalhando.”

“E você está parecendo um bobo apaixonado.”

“Olha, bobo eu sempre fui.” Ele deu de ombros. “Apaixonado, só por você, esquentadinha.”

“Vem cá.” Ela chamou, fazendo-o se aproximar e dar um selinho. “Também te amo, babaca.”

Foi a deixa para ele beijá-la com mais vontade. Logo os beijos começaram a se tornar mais e mais intensos, e antes que percebessem a camiseta dele havia voado longe.

Ele se afastou, arfando.

“Chega, esquentadinha, ou eu não respondo mais por mim.” Ele disse, mas ela puxou seu rosto.

“Você disse que ia esperar quando eu estivesse pronta. Eu estou.”

“Karina...” O guitarrista engoliu em seco, vendo que ela tirava a camiseta que colocara ao sair do banho, ainda deitada embaixo dele. “Ai meu Paizinho.”

“Vai amarelar agora, hein, desafinado?” Ela provocou, fazendo-o franzir o cenho.

“Jamais, esquentadinha.”

~P&K~

Karina acordou arfando, trêmula pela lembrança da primeira noite que passara ao lado de Pedro, pouco antes de ele sair em turnê. Bianca e Duca haviam resolvido morar juntos, uma atitude impulsiva e maLuka para dois jovens daquela idade, e então Karina havia ficado com o quarto só para ela.

E em mais uma das noites que Gael ficara com Dandara, Pedro pernoitou em sua casa pela primeira vez de muitas, e consumaram o amor que havia entre eles, afinal.

“Calma aí, mocinha. Nada de se agitar com esse tipo de lembrança.” Karina riu, acariciando a barriga. “Você é muito novinha para isso, ouviu?”

Mas sabia que dificilmente conseguiria dormir novamente. Quando a manezinha se agitava, não havia jeito ou maneira de fazê-la se acalmar. Até que teve uma ideia.

Pegou os fones de ouvido na cabeceira, os encaixando um de cada lado da barriga. Caçou a pasta oculta do celular, onde estavam as gravações que fazia de Pedro cantando pela primeira vez uma música que compunha. Escolheu sua favorita, que ele havia composto um dia após àquela primeira vez.

E foi instantâneo. Assim que a voz estridente e desafinada de Pedro começou a cantar, o bebê em sua barriga foi se acalmando. Gradativamente, Karina pegou no sono, da mesma maneira que havia se apaixonado pelo guitarrista.


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Notas finais do capítulo

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