–River Song.

–Doutor. –Ela sorria.

–Então saiu da prisão de vez.

–Pois é. –ela deu uma pausa. –Eu havia esquecido o quanto eu gosto desse seu novo rosto. Tão charmoso. Talvez ainda não se lembre de tudo, mas aqui estou eu.

–Eu me lembro da biblioteca. River Song. Melody Pond.

–Ao menos se lembra disso.

–Como poderia me esquecer?

River riu. Sentira saudades. Olhou para Rose, Jack e uma moça no canto.

–Oh, olá! Acredito que não nos conhecemos! Você deve ser Clara Oswald, certo?

–Ah...certo. River, o Doutor nunca me falou sobre você.

–Ah, ele é tão ocupado que nem dá para falar da sua mulher. –Ela piscou para Rose.

–Mulher? –Clara parecia espantada.

Como alguém como o Doutor tinha tempo para se casar?

–Oh, sim. Somos casados, seremos casados.Ok, eu já tentei matá-lo algumas vezes, mas quem já não tentou?

Clara sorriu. Ela gostava de River, tão animada.

–River, porque sua nave caiu aqui?

–Eu estava fugindo, novamente. E decidi fazer uma visitinha. Você não explorou a dimensão de Rose, não é? Meu Deus, será tão difícil seguir o roteiro?

–O que?

–Eu havia deixado um recado.

–Eu vi. Estava em uma das rochas ao lado de algumas cachoeiras. Dizia “Olá querido”.

–Pichou outra parede?

–Você nunca atende o telefone!

–Argh! –O Doutor reclamava.

–River...nos explique, de quem estava fugindo? Missy?

–Oh, essa aí está dando o que falar. Não sei quem é realmente, mas não, não era dela. Aparentemente eu fui viajar e consegui irritar algumas pessoas.

–River... quem dessa vez?

–Loki.

x-x-x-x

–Loki, deus da travessura e trapaça? –Clara falou enquanto pegava seu suco. Tinham acabado de se sentar no bar.

–Ele não gosta de quando você é fã do Thor.

–Não brinque. Você não sabe o que está fazendo. –Disse o Doutor.

–Também tinha me esquecido o quão chato você é. –River comentou.

–Então, o que aconteceu? –Perguntou Jack.

–Eu tinha acabado de pousar em um novo planeta. Eu não sabia qual era, minha nave tinha simplesmente me levado para lá. Descobri que nesse tal planeta havia pessoas morrendo. Pessoas comuns, e que alguém estava as chamando para um exército, e as que dissessem não eram mortas. Simples. Investiguei mais um pouco disso, procurei saber mais sobre esse tal exército. Acabei em um interrogatório com próprio deus. Ele perguntou-me porque raios eu estava ali e eu queria parar com as mortes. Fui bem sincera. Pensando bem esse foi meu erro. Eles me prenderam, confiscaram minha nave e quando estava fugindo, vi seu exército. São tantos! Mortos vivos andando por aí, matando todos os que ainda vivem. Ele quer uma guerra.

Todos pararam para absorver as informações que River trouxera. Ninguém acreditava.

x-x-x-x

–Nos leve para o tal planeta, River. –Rose pediu.

–Deixe sua nave aqui, ela ficará bem escondida. Vamos na Tardis todos. –falou o Doutor.

–Doutor...eu não posso. Tenho assuntos por aqui, eu... Me desculpe. Se precisar de algo, sabe meu telefone, me contate. Mas eu sinto muito, não posso ir. –Disse Jack.

–Entendo. Bom, fique bem e até mais.

Se despediram de Jack e todos entraram na Tardis. Clara estava preocupada. De todas as coisas que ela já havia enfrentado com o Doutor, essa parecia ser a pior. River falava com Rose. Ela queria saber mais sobre toda essa história de Bad Wolf e como ela sempre salvava o Doutor. As duas discutiam milhares de coisas, e o Doutor sorriu ao ver as duas. Ele estava com quase toda sua memória, mas ainda faltava alguns detalhes. Ele viu Clara e a chamou.

–O que acha?

–Eu acho que vamos nos ferrar muito desta vez. Sabe, depois de entrar dentro de um Dalek, robôs, e tantas coisas mais, eu nunca pensei que iríamos enfrentar um exército de mortos vivos comandados por um deus nórdico.

–Sempre achamos que já vimos de tudo, mas nunca percebemos o tanto de coisas que falta... Você conheceu Robin Hood e acha que não podemos conhecer Loki? –ela riu.

–Eu sei, mas ainda não acredito. Quero dizer, tantas coisas aconteceram...

–Eu sei...

E assim um silêncio se instalou ali. E nos solavancos e mexidas da Tardis, eles foram até o tal planeta.

X-X-X-X

Assim que pousaram criaram coragem para sair e ver o planeta. Quando todos saíram, ficaram assustados. Olharam para os lados e o planeta estava um caos. Pessoas correndo e gritando, crianças tentando se esconder e sendo levadas para longe de seus pais. E também um exército de mortos, todos negros e encapuzados os esperando.

–Nosso senhor gostaria de falar com vocês. –Disse um homem que saiu do meio dos mortos. Ele era alto, magro e tinha uma aparência de cansado.

–E como ele sabia que estaríamos chegando?

O homem riu e fez um sinal para que eles o seguissem. Todos começaram a andar devagar, e o exército ao seu lado os acompanhava.

Eles chegaram a o que seria o palácio. Era feito de pedras antigas, e não era muito grande. Entraram pelo portão maior e viram o antigo rei, Peter, amarrado a uma das pilastras dali. Quando os viu, tentou gritar por ajuda, sem sucesso. Olharam para frente para ver um homem alto, sentado na cadeira do rei os olhando como se estivesse se divertindo.

–Ora ora...River Song... Sabia que iria vê-la novamente.

–Olá. Eu poderia dizer que estou feliz em te ver novamente, mas isso seria mentir. –Loki riu.

–Vamos, se apresentem. Eu sou Loki.

–Eu sou o Doutor, essa é Clara e essa é Rose. –O Doutor tentou ser amigável.

–Rose Tyler não é? Você é bem falada por aí.

–Acontece.

–Geralmente não...Mas esse Doutor deve ser alguém bem especial.

–Eu sou. Mas não foi pra isso que viemos aqui. Queremos saber porque está matando tantas pessoas e por que está criando um exército.

–Ah... tantas razões. Como sabem, eu meio que fui expulso. E eu nasci para reinar.

–Sobre esse planeta? Se não tem o seu, não tem o direito de tirar o dos outros. –Disse Clara.

–Quieta! Eu sou um rei e estou fazendo meu exército. Eu não quero destruir nada, como acham. –Ele sorriu. –Ah é, eu sei de tudo. Vocês não sabem quando não estão sendo espionados.

–E porque nos espionava?

–Doutor...Doutor...Você é uma lenda. Todos comentam sobre o último dos Time-Lords, Senhor de Gallifrey.

–Espero que coisas boas.

–Tanto coisas boas como ruins. As opiniões sobre você são bem divididas sabia?

–É claro que são. –O Doutor estava impaciente.

–O que quer com seu exército? –Rose trouxe a conversa de volta para o assunto principal.

–Eu quero a Terra. Todos sabem que é um bom planeta. Não tem um só governante, nem um só deus a qual louvar nem nada disso. É perfeito, vocês não vêem?

–E seu irmão? Ele está lá, não acha que ficará um pouco desconfortável em seu irmão matar a todos? –River comentou.

–Cuidarei dele. Na verdade, ele sendo o preferido está para assumir o seu cargo como rei de Asgard. E nesse dia, todos os exércitos, todos estarão de olhos fixados em Asgard. Quando perceberem o que eu fiz será tarde demais. E vocês sabem demais. Levem todos para as masmorras! –Ele gritou e alguns mortos apareceram e os puxaram para uma escadaria escura e os jogaram em qualquer cela.

X-X-X-X

–O que faremos agora? Tiraram sua chave sônica. –Disse Clara.

–Por que sempre deixa sua chave de fenda num lugar fácil de pegarem? –River reclamou.

–Oh me desculpe. Talvez eu não precisasse de fácil acesso a ela se alguém não tivesse irritado o deus da trapaça.

–Pelo amor! Eu deveria ter te matado quando pude!

–Do que adianta? Iremos morrer agora.

–Chega vocês dois! Só brigam! Parecem um casal de velhos!

–E qual sua ideia genial?

–Eu sou Bad Wolf. Tirarei nós daqui.

–Eu não teria tanta certeza.

–Fiquem todos quietos! Pela milésima vez alguém quer a Terra e nós temos que salvá-la certo? Então parem de reclamar e tentem desamarrar esses nós que estão terrivelmente fáceis de se libertar. –Clara falou e se soltou.

Quando todos se soltaram, procuraram outras pessoas. Não havia ninguém ali além dos quatro, que correram até um quarto escondido onde a Tardis se encontrava. Entrando lá, foram direto para a Terra. Lá, encontraram o caos.