-Clara, vamos!

-Acalme-se homem! Você tem todo o tempo do mundo, pra que tanta pressa?

-Pois não quero perder nada.

O Doutor mexeu uns botões aqui e ali, puxou algumas alavancas e eles aterrissaram. No momento que saíram da Tardis perceberam que estavam em Londres novamente e uma frase chamou a atenção do Doutor. “O lobo mau está voltando” era o que dizia. E ele não conseguia se lembrar do que isso significava.

Algumas de suas lembranças tinham começado a voltar. Ele se lembrava dos Ponds, de River, e de todas suas aventuras com Clara. Ele tinha flashs com uma moça morena, uma moça ruiva e uma loira, a qual ele queimava um sol, mas não conseguia se lembrar de onde eram ou o que fizeram. Eles andaram por ali, verificando que não havia nada de diferente. Ele havia deixado a Tardis num beco escondido, e voltando para lá após ter comprado um chá para Clara, viu que o telefone da Tardis tocava, o que era completamente estranho.

Ele não se lembrava de ter dado seu telefone para ninguém, mesmo assim atendeu.

-Olá.

-Doutor? Aqui é a Martha, venha logo pra cá. É Donna. Ela se lembra.

-Me desculpe, quem é você?

-Martha! Doutor, não faça isso. Eu sei que você mudou, mas venha logo!

-Ok. Ah, espere. Fale com Clara.

-Olá. –disse Clara, perdida.

-Clara, seja lá quem for você, traga o Doutor para a casa de Donna. Ele sabe onde é.

-Argh! Tudo bem! –e desligou o telefone.

-Doutor, temos que ir. Vou procurar o endereço, e você nos leve lá. –Disse e entrou na Tardis antes de o Doutor falar algo.

Após vasculhar alguns lugares, achou o tal endereço de Donna Noble. Quando pousaram a Tardis no quintal dos fundos, quem saiu foi um velho que sorria para os dois mas parecia preocupado. Ele abraçou o Doutor e sorriu ainda mais.

-Oh, meu velho Doutor! Você mudou tanto! Me lembro de quando você tinha um rosto diferente!

-Wilfred! –Chamava uma moça morena.

-Oh vamos. Martha não tem muita paciência. Você deve ser Clara. Muito bonita você. Cuide bem desse homem, ele não bate muito bem da cabeça. –ele disse enquanto entravam em casa.

-Obrigada senhor.

-Doutor! –Martha gritou e o abraçou.

-Você deve ser a mulher do telefone.

-Sim! Oh meu Deus, como você mudou! Regenerou quantas vezes desde a ultima vez que nos vimos?

-Ah, posso falar com você? –Clara disse, e Martha a olhou bem. Puxou-a para um canto da cozinha enquanto Wilfred conversava com o Doutor.

-Você deve ser Martha. Muito bom te conhecer. Bom a coisa é que o Doutor regenerou duas vezes. Nessa ultima vez, esse foi ele. Eu achei registros de suas regenerações quando fui achar o endereço para cá. E nessa ultima regeneração, ele não se lembra de nada. Ele começou a se lembrar, mas a maior parte são flashs rápidos que não dizem muita coisa.

-Entendo. –Disse ela após um tempo. –Então quer dizer que ele não se lembra de mim, Mickey, Wilfred, Donna, Jack ou... –ela deu uma pausa. –Rose?

Ela não parecia gostar muito da tal Rose. E Clara se lembrava de ele ter mencionado ela algumas vezes. Ela era a tal salvadora do Universo, a Bad Wolf.

-Ele não se lembra de nada. Nem ninguém. E eu não sei dessa história. Seria muito se você contasse para ele tudo?

-Contasse o que? –O Doutor apareceu na porta.

-É melhor você se sentar. –Disse Martha.

Após uma longa explicação, o Doutor parecia estar digerindo tudo. Donna Noble estava se lembrando de tudo o que viveu com o Doutor e isso iria matá-la rápido.

-Se ela vai morrer e há algo que eu possa fazer...Deixe-me vê-la.

Então todos entraram no quarto para ver uma mulher deitada numa cama. Ela olhou pra porta, para todos ali e sorriu.

-Você mudou. E muito. Sinto muito que ainda não seja ruivo.

-Eu também. Então, você se lembra de tudo... eu também gostaria de me lembrar. Me desculpe Donna.

-Doutor, eu não quero esquecer. Tantas coisas maravilhosas, eu não quero me esquecer. Eu sei que morrerei em breve, mas quero que você leve eu e meu avô para uma viagem. A última. Depois disso sei que não sobreviverei mas vai valer a pena.

-Se é o que deseja...Venha Donna Noble...Você escolhe pra onde quer ir.

O Doutor sorriu e a ajudou a levantar. Ela sorriu e foi se vestir.

E assim, a última viagem de Donna Noble começaria.