Fragmented escrita por Sachie


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

E se Doctor Who só existisse na mente de Amelia Pond?



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Querido Papai Noel... Obrigada pelas bonecas, canetinhas e pelo peixinho. Ainda estamos na Páscoa e espero não tê-lo acordado. Mas é uma emergência. Tem uma rachadura na minha parede. A tia Sharon disse que é uma rachadura comum, mas... Eu sei que não é... Porque à noite eu escuto umas vozes. Então, por favor, pode mandar alguém para consertar? Ou um Policial, Ou um...

– Amelia?- Uma voz serena chamou por seu nome. – Amelia?

– Sim? – Amelia Pond disse, despertando de seu transe.

– E então, o que aconteceu? – Perguntou o psiquiatra ainda centrado na pequena caderneta em suas mãos.

– Então ele veio... E, ele consertou a rachadura. – Proferiu Amelia, observando entediada o teto demasiadamente claro do consultório do psiquiatra.

– O doutor?

– Sim. – A ruiva confirmou.

Amelia levantou-se preguiçosamente do divã perolado para encarar o psiquiatra, este que, de minuto em minuto, decidia pausar a conversa para conferir e corrigir suas anotações, deixando a perturbada garota exposta ao silêncio e a tranquilidade incômodos que pairavam naquele lugar.

– Bem Amelia, está na hora de encarar os fatos. – O homem disse após a longa pausa. – Você sabe que, a rachadura em seu quarto e o seu Doutor maltrapilho, eles nunca existiram.

Amelia franziu o cenho. “Nunca existiram?” Isso era certamente uma coisa muito estúpida de se dizer e Amelia lutou contra todos os seus impulsos de morder o psiquiatra acrescentando-o em sua lista pessoal de “psiquiatras mordidos”.

– Eu pensei que tivéssemos passado dessa fase Srta. Pond. – Continuou o psiquiatra sob o olhar de fúria de Amelia. – Lembra-se da primeira vez em que esteve aqui?

– Claro. – Amy sussurrou com pesar revivendo as memórias. – Eu tinha sete anos.

– Isso mesmo. E seus pais vieram me procurar por causa de certo amigo imaginário que você havia criado e queria de todo o jeito, que ele fosse real.

“Ele é real” Pensou Amelia Pond, mas preferiu manter seus lábios em inércia.

– O que eu não entendo Srta. Pond, é o porquê de estar de volta. Então eu pergunto, porque voltou a este lugar?

– Ontem à noite, foi a noite em que meu amigo imaginário voltou. – Amelia disse tornando a deitar no divã. – Ontem foi a noite em que o Doutor retornou.

E o doutor a sua frente tornou a rabiscar pela sexta ou sétima vez a caderneta em suas mãos.

– Entendo Srta. Pond. Bem, por hora nós acabamos. Tenho que falar com seus pais agora.

[...]

Amelia sentou-se no velho sofá presente na sala de espera, ela havia perdido a conta de quantas vezes caminhou pelos corredores frios e excessivamente claros do hospital psiquiátrico St. Melody. A palavra “Hospital” era apenas uma fachada, um nome pomposo para “Hospício” ou “Casa de loucos”, mas Amy deveria admitir que “Melody” era um belo nome, se algum dia tivesse uma filha, este definitivamente seria seu nome. Melody Pond.

– Vocês têm de entender o que está acontecendo com sua filha. – A voz do psiquiatra invadiu sua mente e por uma fração de segundos, Amy pensou que outra crise estava para começar, mas suspirou aliviada quando se deu conta que a voz que ela ouvia era realmente de seu psiquiatra. Doutor John Smith. – Ela possui um tipo muito diferente de esquizofrenia.

Amelia cerrou os dentes. Esquizofrenia? Esse homem é quem deveria ser esquizofrênico. Seu maltrapilho era real e é só nisso que Amy deveria acreditar.

A escocesa fechou os olhos e cobriu os ouvidos de modo a não ouvir mais a baboseira que estava sendo dita na outra sala. Por alguns instantes tudo voltou a ficar silencioso e o mesmo incomodo súbito tomou conta da garota.

– Vamos, vamos. –Amy sussurrou irritada para o nada.

Então, aquele som curiosamente familiar penetrou em sua mente. Aquele som incomum e indecifrável.

– Bem vinda novamente a bordo Pond. - Uma voz nostálgica ecoou em sua mente e Amelia abriu lentamente os olhos.

– Maltrapilho. – Ela sussurrou sorridente observando seu Doutor remexer nos controles da TARDIS.

– E então? Para onde quer ir? Talvez um lugar quente e chuvoso? – Ele disse enquanto gesticulava. Uma velha mania de seu querido maltrapilho.

– Da última vez você disse que iríamos a um lugar frio. – Amy comentou cruzando os braços. – O que mudou?

– É, sim, mas eu não posso mais ir lá. – Disse o doutor. – Um pequeno mal entendido com a terceira regente de Callir. Eles me colocaram para fora com armas pontudas, foi algo assustador.

– Porque eu tenho a leve impressão de que aonde você vá, sempre acaba causando problemas. - A Pond falou apoiando-se nos controles da nave.

– Ei, eu não causo problemas, apenas persigo-os. – O senhor do tempo disse indignado. –Além disso, qual é a graça de ir a um lugar pacato e tranquilo?

Amy riu. Fazia tempo que não ria daquele jeito e por alguns momentos, desejou que aqueles dias nunca acabassem.

– E então, para onde vamos? –Ele novamente indagou empolgado como uma criança.

– Me surpreenda. – Desafiou-o Amelia Pond.


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Notas finais do capítulo

Ainda não decidi se irei continuar ou será apenas uma one-shot, então...Enfim, espero que tenham gostado, se não houverem imprevistos eu postarei outro capítulo em breve!