I Came Back For You escrita por Dave


Capítulo 2
Refúgio


Notas iniciais do capítulo

Capítulo Reformulado



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LUKE POV

Quando me dissolvi do mundo inferior, estava crente que iria direto para o acampamento. Mas estava errado. Apareci diante da sala dos tronos, doze tronos perfeitamente organizados, totalmente diferentes do que eu me lembro da ultima vez que estive no Olimpo.

Todos os deuses estavam presentes; Me olhavam meio tristonhos, menos Afrodite, que transbordava de alegria com seus olhos violetas brilhando. 

— Luke Castellan, seus atos foram controlados e planejados por um titã. Você era a peça principal naquele tabuleiro. Ele tomou posse de você, de seu livre arbítrio – Falou Atena, com seus olhos cinza em um tom de opaco, como se ela estivesse mais pensativa que o normal

— Por esse motivo, sabemos agora, que não foi realmente escolha sua comandar um exercito contra o Olimpo. Cronos controlou seus sonhos, seus passos, sua mente, ele fez tudo perfeitamente planejado, para que você, herói, caísse na armadilha e o levantasse para ele se vingar dos deuses. A escolha não foi sua realmente – Falou Poseidon

— E pelo mesmo motivo, resolvemos dar-lhe uma segunda chance. Uma nova chance para viver sua vida, como bem deseja. – Disse Afrodite com o mesmo brilho nos olhos

— Fique atento filho de Hermes, sabe que Cronos não vai desistir de destruir os heróis e deuses, então... Se você tiver algum pesadelo, voz ou qualquer outro sinal de Cronos, você tem seus amigos, seu pai, tem Quíron e seus familiares... Nós – Disse Zeus com uma voz forte, da qual eu conhecia bem;

— Tenha uma boa nova vida, jovem herói, não gaste seu precioso tempo pensando. As esperanças são as ultimas que morrem e você é jovem, forte e destemido. Espero que se saia bem desta vez, Luke – Admitiu Héstia

Por fim, todos os deuses e deusas se dissolveram em névoa. Menos Afrodite e Hermes

A deusa levantou-se de seu trono e diminui seu tamanho, andando até mim e abraçando-me em seguida.

— A chance que tem em mãos é exclusiva, Luke. Foi a primeira e última. Admito que nunca vi os deuses perdoaram um herói com ações tão destrutivas ao Olimpo. Então aproveite isso, querido. Tenha em mente que não tem mais 17 anos, não é mais um adolescente. É um herói agora, faça suas escolhas com sensatez, pensando no acampamento e principalmente nos deuses. - Sorriu

— Sim, Afrodite. Tenho a mais plena consciência do sacrifício que está sendo retomar a confiança dos deuses. E não poderia deixa-lá de agradecer. Depois de meu pai, você vem sendo a deusa que mais esta me dando apoio.

Ela sorriu, e sua expressão mudou, como se tivesse se lembrado de algo importante.

— Bem, é isso mesmo. Mas, mudando de assunto. Acho que ainda temos assuntos pendentes, sobre uma certa morena de olhos azuis.

Meu coração se esquentou ao lembrar-me de Thalia. Sorri e cocei a nuca, tentando não ficar mais vermelho do que estava.

— Estou tão ansioso para vê-la... - Admiti

— Oh, mas deveria estar. Zeus fez com que Ártemis a liberasse de seu juramento. Foi a primeira garota a sair da caçada sem algum dano

Meu cérebro demorou um pouco para processar

— Zeus fez o que? - Sorri ainda mais

— Isso mesmo. Zeus sabe que Thalia é uma garota forte, mas se tratando de coisas do coração... você sabe como ela é - Sorriu - Bem acho que já vou indo, espero que se saia bem, Luke

Sorri e ao virar-me de costas, escutei seu chamado

— Luke! Certamente esqueci de entrega-lo algo - Em seus dedos balançava um delicada corrente de prata e um pingente em forma de raio

— Afrodite...?

— Entregue isto a Thalia. Será útil em batalhas físicas e emocionais. - Sorriu - Além de ser uma gracinha

Ri e logo depois do colar repousar em minha mão, seu corpo explodiu em névoa cor de rosa e onde deveria estar o corpo da deusa, meu pai apareceu logo em seguida, com seu típico traje de corrida e seu caduceu que parecia antiquado demais para seu rosto jovem.

— Antes de qualquer coisa, quero que aceite um fato, Luke

— Qual seria esse tal fato, pai?

— Você continua sendo meu filho favorito - Sorriu e veio até mim, e eu o abracei, como deveria ter feito a muito tempo atrás - Eu pedi uma nova chance para você mas acho que isso também vale para mim, não é mesmo? A chance de ser um pai melhor, mais atencioso.

Seu olhar parecia ter um brilho astuto, decidido.

— Bem, não acho que irá falhar nessa tarefa.

— Trouxe um presente para você – Ele falou e eu me separei, nós dois damos um sorriso cúmplice. Ele bateu o caduceu mágico no chão e nas minhas costas apareceu uma mochila preta.

Tirei a mochila das costas e abri, ela estava com roupas, e algumas fotos, mas tinha um celular no meio. Era um celular caro, estava na caixa lacrada.

— Celulares não...

— Sim, atraem monstros, mas duvido muito que isso seja um perigo para você. Ah, qual é! Você é filho de Hermes com a benção de Láquesis, perdoado por aprontar com os doze deuses do Olimpo, acho que você não corre perigo com esse aparelhinho de nada – Ele falou um tanto orgulhoso e num tom cômico

Ri e o abracei

— Obrigado pai, por tudo, por convencer a todos de uma nova chance, pelos presentes e... Por se esforçar para ser um bom pai – Disse

Ele sorriu. Um silencio se instalou em nós, e antes de começar a falar, ele hesitou um pouco.

— Quando você nasceu, todos os deuses sabiam do seu destino. Mas nenhum deus se atreveu a fazer alguma coisa. E isso doeu em mim. Mas ai, você conheceu Thalia, a menina mais incrível que qualquer um podia conhecer. Vocês se tornaram amigos, melhores amigos, algumas coisas a mais... – Ele riu e eu sorri, lembrando da época. – Ela era a chance de você se distanciar do titã. Mas Hades tinha raiva, por Zeus ter quebrado o juramento. Ele matou Thalia – Aquelas palavras foram como facas. Depois de tanto tempo eu ainda sentia a dor de sua morte – E você, mais do que nunca, foi para o caminho errado. Sabe que os deuses o perdoaram, pois temos a certeza que você foi usado por Cronos. Mas duvido muito que Thalia vá te perdoar apenas com palavras e juras de amor. Prove-a que a ama. Prove-a que mudou, Luke.

— Eu nem acredito que vou encontrá-la em algumas horas... Parece uma espécie de sonho. Passei tanto tempo imaginando como seria quando a revisse e agora isso está prestes a acontecer. Sei que abandonei os Elísios, e isso parece burrice para muitos. Mas Thalia Grace é meu verdadeiro paraíso, pai. 

— Tenho tanto orgulho de você, pivete – Abraçou-me –Tenho um tempo livre no sábado, estava pensando em passar no acampamento, que tal treinarmos? pai e filho

— Você vai perder, coroa - Ele riu

[...]

POV Thalia Grace

Eram tempos de paz no acampamento. Sem Cronos, Gaia ou qualquer outro titã. Tudo estava calmo e sereno. Era só mais uma tarde de setembro. Acho que seria só mais uma tarde de setembro se não fosse a noticia atormentadora que Luke voltaria.

Não me leve a mal, mas a ideia de Luke voltar a ser quem foi era agonizante. Lembro-me de seu estado durante a luta que tivemos no Monte Otris. Da maneira desesperada com que ele tentou puxar minha lança e da maneira que eu o chutei montanha abaixo. Das minhas lágrimas que vieram em seguida.

Saí do meu chalé e fui em direção a floresta. Talvez Rachel pudesse me ajudar. Cheguei em sua "caverna" e bati calmamente em uma das extremidades.

— Rachel? É a Thalia... Estou precisando de sua ajuda – Falei meio receosa

— Thalia Grace? Filha do todo poderoso Zeus, ex-caçadora e tenente de Ártemis? Está precisando da minha humilde ajuda? – Ela apareceu com os cabelos ruivos volumosos e um sorriso de deboche. Um sorriso que eu não gostei nem um pouco.

— Bem, estou. Mas se não quiser eu entendo, até porque o oráculo do acampamento tem muito ao que fazer... 

— Não, pode falar – Ela disse e me deu passagem para entrar. A gruta de Rachel era totalmente decorada. Bem na entrada tinha um grande véu vermelho que cobria toda a extremidade e dentro era um chalé comum. Só que com vários cavaletes para quadros e suas grandes obras de artes espalhadas pelas paredes e algumas esquecidas encostadas no canto. Mas um de seus quadros me chamou a atenção.

Era um quadro meu e de Luke. Isso mesmo, o que leram, nem eu mesma acreditei. Eu estava sentada, vestida com o que parecia algum tipo de vestido preto. Havia dormido no ombro de Luke, que me olhava sorrindo. 

Sabia que Rachel expressa o futuro em suas obras, do mesmo jeito que fez com Luke no sonho de Percy.

Mas, essa pintura parecia tão fora da realidade. Quer dizer... Ele estava lá, vivo, do meu lado. E isso era uma coisa que acontecia nos meus sonhos mais insanos.

— Ah, esse eu pintei alguns dias atrás, depois que acordei de um sonho. Este aqui é o herói da profecia, não é mesmo? – Ela perguntou enquanto eu tinha os olhos vidrados no quadro

— S-sim – Respondi, ainda olhando o mesmo quadro – Este é Luke, Filho de Hermes e... O herói da profecia

— Você parece conhecer muito sobre ele. Annabeth me disse que vocês dois eram amigos quando crianças. – Ela afirmou e aquela conversa estava acabando comigo

Voltar ao passado. Uma parte do passado que nunca iria realmente "voltar" era Luke, bem, era o que eu achava.

— Sim, eu e Luke nos conhecemos quando fugimos de casa, e pouco tempo depois descobrimos que éramos semideuses, encontramos Annie, e quando Grover veio para nos levar ao acampamento eu...

— Você se sacrificou. Pelas pessoas que amava. – Ela completou – Fiz um quadro sobre isso também

Ela foi em direção a uma pilha de quadros encostados na parede e tirou de lá um quadro que me deixou ficar quase tão chocada quanto o primeiro.

No quadro, estava acontecendo um pôr do sol. Mas não estava totalmente focada no sol. Estava focada em um rapaz... E um pinheiro. Luke estava de pé ao lado da grande árvore, com uma das mãos apoiadas no tronco e com a outra no bolso. Ele estava com a cabeça baixa uma lágrima caía quase que não notada.

— Você... Você poderia me dar alguns de seus quadros? – Perguntei ainda olhando a obra com um nó se formando na garganta.

— Claro! Com qual você quer ficar? – Ela falou alegre por achar que eu apreciava sua pintura. Mas esse não era o real motivo pelo meu interesse

Apontei para o exposto na parede e ela foi até lá e o entregou a mim, com um lindo sorriso

— Obrigada Rachel, agora preciso ir. Foi bom te visitar – Disse com o resto de ar, antes da minha garganta se fechar. Eu precisava sair da li o mais rápido possível.

— Mas espere, não me disse do motivo que veio aqui - Falou

— Nada demais, Rachel. Não se preocupe. E obrigada mais uma vez

— De nada querida, estou á suas ordens Tenente! – Ela brincou e eu saí

Corri por toda a extremidade da floresta onde jogamos caça a bandeira e finalmente cheguei ao meu destino, o punho de Zeus

Me sentei e tentei por meus pensamentos em ordem

Pintura. Rachel. Luke voltando. Futuro. Deuses.

Isso estava acabando comigo.

Estava cansada, exausta. Pensar em tudo isso parecia tirar todas as minhas energias. Olhei para o céu, nuvens negras e pesadas se formavam, indicando a tempestade que estava por vir;

Me levantei e simplesmente saí andando pela floresta, procurando algum abrigo. Não queria voltar para o acampamento, colocar um sorriso no rosto e jantar com todos aqueles rostos me olhando. Ainda com o quadro em mãos, eu começava a me sentir cansada.

Afinal, tinha perdido minha imortalidade. Tinha ficado exatamente 5 anos na caçada, e isso significa, que no momento minha aparência deve ser como a de uma mulher próxima aos seus 20 anos. Estava cansada, sentia fome e frio. Tudo oque a minha imortalidade evitou nos últimos anos vieram a tona.

Finalmente, avistei longe uma espécie de chalé. Deveria ser algo parecido com um arsenal, então me aproximei depois de sentir as primeiras gotas de chuva. Tomei um susto, como era de se esperar. As paredes no chalé não eram madeira. Eram nuvens trovejantes. 

Eu havia acabado de encontrar o Refúgio dos Filhos de Zeus. Conhecido por aparecer em momentos inesperados e angustiados para os filhos do trovão. Assim que conseguir ler a palavra Z3ÚÇ em grego na parte de cima do chalé, eu entrei. O chalé parecia planejado por alguém como Atena. 

Dentro do meu  quarto eu recuperei a Thalia de alguns anos atrás. Eu fugia do meu eu. Queria esquecer quem era e ganhar uma vida nova na caçada. Queria escapar das lembranças daquela guerra. Pensava que poderia deixar o passado para trás, mas o passado estava bem vivo em mim.

O quarto era de tamanho médio, com uma cama de casal e criados mudo, um guarda-roupa, aparelhos de som, livros, CDs e algumas fotos e pôsteres das minhas bandas.

Era o quarto apropriado para a antiga Thalia. A Thalia que sentia todo seu corpo entrar em combustão pelo toque do Filho de Hermes. A Thalia que pouco se importava com o que os outros diriam sobre suas roupas ou sua atitude. E eu deixei de ser essa Thalia a muito tempo.

E pensando dessa forma, me senti estúpida. A típica garota americana que foge de seus problemas, causando problemas maiores ainda. Tudo o que eu lutei, tudo o que eu sentia repulsa de me tornar, tudo isso aconteceu pós morte de Luke Castellan.

E isso foi como um tapa, um balde d’água que me trouxe de volta para a realidade.

Caminhei lentamente, prendi o quadro de Rachel na parede paralela a porta, bem em cima da cama.

 Eu estava exausta. Não tinha dormido desde que recebi a noticia de Luke, me cobri com as cobertas negras e finalmente dormi. Sem sonhos ou visões. Apenas o mundo acolhedor de Hipnos

[...]


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Notas finais do capítulo

Desculpe qualquer erro
Beijos



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