I Came Back For You escrita por Dave


Capítulo 12
Táxi


Notas iniciais do capítulo

Sumida, sim ou claro?
Enjoy



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P.O.V. Luke

Andava sorrateiramente e olhava para todos os lado. A mochila em minhas costas pesava e a lanterna em minha mão tremia. A garoa que cobria Long Island era soturna, triste e melancólica, assim como eu mesmo naquele momento.

A ideia da alma de Thalia se esvaindo de seu corpo e o leve fechar de seus lindos olhos me causavam arrepio. Cronos não poderia vencer de novo. Daria minha vida em troca de Thalia se preciso fosse, mas não deixaria ser usada como um brinquedinho do Titã. Eu mesmo já senti a sensação e não desejaria algo parecido ao me anjo.

Quando finalmente atravessei a barreira, dei um pequeno sorriso a Peleu, o dragão que guarda o velocino e continuei descendo a colina, até o meio fio da rodovia.

Procurei dracmas na mochila e finalmente encontrei alguns que peguei emprestado de Léo Valdez - “ Graças aos deuses” - murmurei tirando a moeda corrente do Olimpo. Tinha a efígie de Zeus gravada de um lado e o edifício Empire State do outro.

– Stêthí – Gritei em grego antigo – Ô hárma diabolês!

Ou como os mortais preferem 'Pare Carruagem da Danação!'

Atirei a moeda no asfalto, mas em vez de cair ruidosamente na pista, o dracma afundou e desapareceu.

Por um momento, nada aconteceu. Até que, bem no lugar onde a moeda tinha caído, o asfalto escureceu. Fundiu-se em uma poça mais ou menos do tamanho de uma vaga de estacionamento.
Dei um passo para trás ao ver o local borbulhando um líquido vermelho como sangue. Então um carro irrompeu daquele lodo. O táxi era diferente de qualquer outro comparado aos de Nova York. Era cinza-escuro, quer dizer, parecia feito de fumaça, como se fosse possível atravessá-lo andando. O único argumento contra essa hipótese era as palavras na porta. Estava meio embaçado mas consegui entender algo como MÃSIR ZENTSITINA.

A janela do passageiro desceu e uma velha de cabelos brancos e grisalhos, murmurou como se tivesse acabado de tomar anestesia.

– Passagem? Passagem?

– Uma para o monte Otris.

– Sinto muito. Viagens até lá são muito perigosas. – Respondeu

– Me deixe em São Francisco, sim?

– Feito – berrou a mulher

Entrei com pressa, os bancos vagos ao meu lado cinza-chumbo, me arrepiavam, como se pudessem se desmaterializar. Um instante depois eles já pareciam mais sólido.

Não havia só uma velha. Haviam três, todas amontoadas no assento dianteiro, cada qual com cabelos pegajosos cobrindo os olhos, mãos ossudas e um vestido de tecido grosso, cor de carvão queimado.

A que estava no volante disse:

– São Francisco! Bandeira três! Há!

Ela pisou no acelerador e minha cabeça foi de encontro ao encosto. Ema voz gravada veio do alto-falante: "Olá, aqui é Ganimedes, somelier de Zeus, e quando saio para comprar vinho para o senhor dos Céus sempre ponho o cinto de segurança!"

Elas brigaram tanto que descobri o nome delas, se chamavam Tempestade, Vespa e Ira. As velhas discutiram a viagem toda tanto pelo olho, quanto pela moeda e pelo dente.

Antigamente as irmãs cinzentas – Como elas mesmas se intitulavam, e convenhamos... elas são cinza.- só trabalhavam por Nova York e vizinhança, mas graças aos deuses e a parceria com meu Pai, elas estenderam suas rotas por toda a América.

As curvas e arrancadas violentas de Tempestade não me fizeram tanto efeito como pensei que faria. Meu pensamento estava em Thalia.

– Vocês são sábias, não é mesmo? – Me intrometi no meio de uma disputa acirrada

– Sim, sábias! – Ira arreganhou um sorriso ao retrovisor, mostrando o dente recém adquirido- A gente sabe das coisas!

– Todas as ruas de Manhattan! – Vangloriou-se Vespa. – A capital de Nepal!

– O lugar que você procura! – Acrescentou Tempestade.

Elas se estapearam, gritando:

– Quieta! Quieta! Ele ainda não perguntou!

– O que? - Me fiz de desentendido – Não procuro lugar algum.

– Nada! Você está certo, não é nada!

– Fale.

– NÃO! – Todas elas gritaram.

O táxi colidiu em uma parede. Ouviu-se o “pop” nauseante e algo saiu voando da cara de Ira. O globo verde e viscoso passou voando por cima de seu ombro em mais uma arrancada e veio parar bem no meu colo.

– Não consigo enxergar! – Berraram as três irmãs.

Peguei o olho usando a barra da camisa e examinei.

– Bom menino – Gritou Ira – Devolva!

– Não, enquanto não explicarem o que estavam falando, o lugar que eu procuro?

– Nos devolva! - Gritou Tempestade

– Primeiro tem que me dizer ou então jogo o olho janela a fora!

– Não! – Puseram para for ao pulmão ao gritarem juntas.

– Então diga!

Tempestade, Vespa e Ira pensaram, procurando palavras certas.

– Quando um beija-flor encontra sua rosa, ele nunca a deixa, ele sempre volta para ela. Ele vai embora, visita outros jardins, mas sempre volta para sua rosa. Apenas isso que podemos dizer.

A cidade de São Francisco perto, então segui o bom senso e entreguei o olho a Tempestade.

– Eia!

Ela pisou no freio. O táxi rodopiou quatro ou cinco vezes em uma nuvem de fumaça e guinchou até parar no meio do grande centro comercial de São Francisco, lugar onde procuraria Frederick Chase.

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São Francisco era uma cidade maravilhosa. Uma espécie de Manhattan menor e mais limpa. Peguei um táxi mortal e tentei me recordar ao máximo do lugar onde morava o velho Dr. Chase.

Gastei meu último dinheiro mortal e pedi o taxista para me deixar à Costa Oeste.

Depois de ouvir Annabeth queixar-se do pai durante décadas, eu esperava que ele tivesse chifres e presas de demônio. Não esperava que usasse chapéu e óculos de aviador tão antiquado.

– Olá – Disse ele numa voz amigável, assim que abriu a porta. – Posso ajudar?
– Sim. Sou Luke e preciso muito de sua ajuda Dr. Chase

– Luke? Luke Castellan? – Perguntou ele de cenho franzido

– Eu mesmo. – Sorri de canto

– Annabeth falou muito de você e aquela garota... Thalia, não é?

Meu coração apertou, e eu me obriguei a engolir o nó que se formava em minha garganta.

– Sobre ela que eu vim falar – Falei com extremo cuidado - Ela está em grande perigo.

Seu olhar acolhedor, foi substituído por expressões sérias. Ele tirou os óculos, revelando seus olhos castanhos e finalmente disse com muita cautela:

– Acho melhor entrarmos- Abriu mais a porta, me dando espaço


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Ruim? Bom? Péssimo? Comentários!
Beijos



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