Love or not Love? escrita por EuSemideus


Capítulo 28
XXVll


Notas iniciais do capítulo

Oi... Eu nem sei com q cara estou aparecendo aki depois de tanto tempo... Perdão, se for possível. Eu tenho motivos e vou explica-los nas notas finais, agr vou deixa-los com o cap tão aguardado e q n faz jus a essa espera.



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XXVII

Percy

Percy respirou fundo, ofegando. Seu coração estava a mil e parecia bater quase que na boca. Suas mãos suavam por conta do nervosismo e a falta de saliva deixava claro o medo que sentia naquele momento.

Parou bem em frente a casa da árvore e, por um segundo, fraquejou. E se ela não o aceitasse? E se estivesse magoada? Sentida com o que ele fizera? Annabeth tinha todo o direito, certo? Afinal, ele assumira mil coisas antes mesmo de deixa-la dizer uma única palavra.

Seus olhos correram pelo jardim e encontraram uma boneca caída sobre a grama. Imediatamente a imagem de Melany veio a sua mente. "É sim, papai. Ela tenta esconder de mim, mas chora todos os dias" contara a loirinha "Também acho que ela não dorme mais, porque sempre que eu acordo para ir no banheiro de noite, a encontro andando pela casa". "Volta logo pra casa, papai" ela quase implorara "Tenho medo que a mamãe fique doente se você demorar muito".

Percy respirou fundo e fechou os olhos. Ela estava sofrendo, precisando dele. E lá estava o grande Perseu, com medo. Cerrou os punhos e levantou as pálpebras. Não importava o que aconteceria, se Annabeth o perdoaria ou não, mas ele não podia deixa-la da maneira que estava, pois nunca se perdoaria.

Subiu as escadas lentamente, notando que nenhum som audível vinha da pequena casa. Talvez Atena estivesse errada e Annabeth nem mesmo estivesse lá, mas, bem, de nada custava tentar. Levantou a porta silenciosamente e impulsionou-se para dentro, fechando-a em seguida. Logo a avistou. Sentada de frente para a janela, completamente absorta em seus próprios pensamentos. Os cabelos loiros presos em um coque, o tronco coberto por um moletom - que Percy rapidamente reconheceu como dele - e usava um short de dormir.

– Mel, já está começando a escurecer - disse ela, ainda de costas - Não deveria ter subido aqui a essa hora.

Percy nada disse. A voz dela estava fraca, até mesmo um pouco falha, como se ela pouco a usasse. Seu coração doeu. Melany tinha razão, ela estava sofrendo por causa dele. Por ele tê-la julgado prévia e erradamente.

Annabeth virou-se vagarosamente. Os olhos cinzas, cercados por bolsas escuras, arregalaram-se surpresos. Ela os fechou com força e balançou a cabeça.

– Preciso parar de ter esses sonhos - sussurrou baixo - Ilusões não são boas para ninguém.

Aquela foi a facada final. Segurou-se para não deixar os joelhos cederem com a fraqueza que lhe invadiu. Annabeth nem mesmo acreditava que ele um dia voltaria. Que poderia perdoa-la. E talvez realmente não pudesse, se não soubesse de tudo.

A loira abriu os olhos novamente e pareceu ainda mais surpresa ao notar que ele não desaparecera. Levantou-se em um pulo, colocando-se de pé. Ela nada dizia. Parecia completamente sem palavras.

Percy notou que ela segurava o pingente do colar com uma das mãos e a outra permanecia dentro do bolso frontal do moletom. Seu coração aqueceu-se com aquilo. Se Annabeth ainda usava o cordão, talvez pudesse ama-lo novamente.

– Annie... - ele deixou escapar, quase como que em um suplício.

Aquilo pareceu acorda-la. Annabeth soltou o colar e arrumou sua postura. De repente ela já não parecia mais a mulher frágil e sofrida de antes, mas aquela que sempre fora: forte, decidida e determinada.

– Perseu, eu preciso te contar uma coisa. Por favor, deixe-me falar - ela pediu, assim que notou que ele estava prestes a interrompe-la.

Queria dizer que ela nada precisava dizer. Ele já sabia de tudo. Até um pouco mais do que gostaria.

– Aquele dia, no telefone, era Luke - ela soltou, antes mesmo que Percy pudesse dizer qualquer coisa - Ele era um criminoso, Perseu. Alguns anos atrás foi preso. Era conhecido como "Príncipe Encantado".

A loira abaixou os olhos e respirou fundo. A mão voltou a segurar o pingente, como se ele tivesse se tornado um grande ponto de apoio, mas logo depois soltou-o, voltando a olhar o rapaz nos olhos.

– Ele me enganou por muito tempo. Fazia coisas horríveis e completamente enojáveis - contou Annabeth - E quando me disse que ia ser solto, que viria atrás de você...

Ela suspirou profundamente. Não foi difícil para Percy ver as lágrimas brotando dos olhos da loira.

– Eu não sabia que ele tinha sido condenado a morte - disse Annabeth, a voz já completamente embargada - Então menti. Disse coisas que fizeram meu coração se despedaçar assim que saíram de minha boca.

Quando a primeira lágrima escapou dos olhos cinzentos do loira, escorrendo vagarosamente por sua bochecha, Percy sentiu como se o tempo estivesse andando mais devagar. Viu a pequena gota deslizar pela pele clara e delicada de sua amada e então, ao chegar ao queixo, despencar ao chão.

Então tudo pareceu voltar ao normal. Ele fitou-a nos olhos e notou que aquela gotícula fora só o estopim, muitas outras a seguiam, fervorosa e incessantemente.

Annabeth retirou a mão de dentro do bolso e enxugou os olhos com a manga do casaco, mas de nada adiantava, as lágrimas não pareciam dispostas a parar de cair.

Porém uma coisa chamou a atenção do rapaz. Um pequeno detalhe que fora facilmente perceptível para ele. Em um dos dedos da loira havia um anel. Um fino aro de ouro branco com uma Água Marinha enfeitando-o. O suposto anel de noivado que ele lhe dera.

Percy sentiu um pequeno sorriso brotar em seus lábios e um gosto salgado adentrar sua boca. Só então notou que também chorava. Vê-la sofrer era doloroso demais para ele.

Aproximou-se a passos lentos, tentando ver se ela teria alguma atitude de repulsa, mas Annabeth mal pareceu notar o que ele fazia. Assim que parou a sua frente, aquele medo que o atingira minutos antes voltou com força total. E se... Não! Aquele não era o momento para se acovardar.

Percy segurou a mão da loira cuidadosamente e secou as lágrimas que insistiam em cair com a outra. Esforçava-se para não olhar em seus olhos e ver a expressão de seu rosto. Somente aquele simples toque já era o bastante para lembrar Perseu o quanto o corpo dela era quente e sua pele macia, sem falar na sensação maravilhosa que percorria-o a partir da ponta dos dedos.

Quis tanto abraça-la, beija-la, toma-la em seus braços e conforta-la. Porém, não podia ser dar ao luxo de assustar Annabeth quando ela não tinha impedido sua aproximação.

Percy tocou o anel na mão da amada. Lembrou-se da primeira vez que pensara em oferece-lo a alguém. Fora Rachel, que terminara com ele ao saber o que o mesmo pretendia. Mas, de alguma forma, ele quase agradecia a ruiva por aquilo. A pedra azul parecia combinar muito mais com os cabelos loiros e olhos cinzentos de Annabeth.

– Eu ia te devolver - contou Annabeth, cessando o choro aos poucos.

Percy a olhou nos olhos e sorriu levemente.

– Não há porquê - ele afirmou.

Annabeth franziu as sobrancelhas. Os olhos avermelhados por conta do choro recente, assim como as bochechas.

– Não é justo - ela insistiu - Esse anel deveria pertencer àquela com quem você se casará.

Assim que completou a frase, Annabeth abaixou os olhos. A decepção em seu rosto foi tão visível, que chegou a doer o coração de Perseu.

– Bem, se é assim, ele está exatamente onde deveria - ele disse quase que sem pensar - Se você aceitar, é claro.

A expressão de Annabeth se tornou algo indescritível. Os olhos arregalaram-se, rugas formaram-se em sua testa e por pouco não era possível ouvir as engrenagens funcionando a todo vapor em sua cabeça.

– Mas, a ligação... Luke... - ela murmurou, completamente confusa.

Percy sorriu levemente, tentando não demonstrar o medo que tinha da rejeição. Ele aproximou-se mais um passo, quase encostando seus corpos, e segurou a outra mão de Annabeth.

– Eu sei de tudo, Annie - ele começou, ainda sentindo a voz meio falha por conta do choro recente - Do início ao fim. Julguei-te precipitadamente, quando deveria ter ouvido o que tinha a dizer. Provavelmente teria evitado todo esse sofrimento.

Percy abaixou a cabeça, completamente envergonhado de si mesmo e arrependido de seus atos.

– Você fez tudo para me proteger e, como retribuição, eu te abandonei - lembrou ele, para finalmente levantar a cabeça - Eu não vim aqui para ouvir explicações, Annabeth. Mas para dar as minhas a você. Se bem que, agora vejo, o que fiz não tem explicação.

Os olhos da loira alternavam-se em fitar suas mãos entre as dele e os olhos do rapaz. Sua mente parecia estar a mil por hora e, de vez em quando, ela fechava os olhos com força e abria-os com rapidez, como se para conferir que tudo aquilo não era um sonho.

– Como? - foi o que ela conseguiu perguntar.

Percy sorriu.

– Podemos dizer que nossas mães dariam ótimas fadas madrinhas - ele contou, ficando sério novamente - Eu sei que o que fiz não tem direito a perdão, mas se você pudesse, de alguma maneira, me aceitar de volta, gostaria que ficasse com o anel. Se não, bom, eu vou entender perfeitamente.

O semblante de Annabeth já não era confuso, mas sim sério. Na realidade, Percy não podia ler expressão alguma em seu rosto. Não sabia dizer se ela estava triste, feliz, raivosa, magoada... A Chase, naquele momento, era simplesmente nada.

A máscara de ferro, ele reconheceu. A mesma que Atena costumava usar quando algo a afetava profundamente mas ela não queria que os outros soubessem daquilo. Percy engoliu em seco. Aquilo, definitivamente, não era bom.

Annabeth soltou suas mãos das dele e Percy sentiu toda sua esperança se esvair. Era oficial, ele havia estragado toda sua vida de uma vez só. Perdera não só a mulher que amava, mas também a convivência com sua filha, a realização, literal, de seus sonhos com a família que teriam. Tudo tinha ido para o ralo, simplesmente porque ele havia sido um idiota.

Fechou os olhos para não vê-la se afastando, pois seria pior. Contudo, a sensação que teve foi completamente diferente. Um corpo chocou-se contra o seu e braços envolveram seu pescoço. Percy abriu os olhos de imediato e a viu ali, abraçando-o com força.

Não conseguiu se mexer. Sua mente parecia estar em curto. Talvez fosse um abraço de despedida, para mostrar que não queria brigar, ou algo do tipo.

– Ai, Percy. Como eu senti sua falta - sussurrou Annabeth em seu ouvido.

Ela o chamara de Percy, não Perseu, como tinha feito desde que ele chegara. Aquilo foi o bastante para o moreno acordar para a realidade e retribuir o abraço com força. Annabeth aceitara-o de volta de braços abertos.

Percy enterrou o rosto no pescoço da loira, escondendo-o entre seus cachos, livres do coque que em algum momento havia se desfeito por si só. Assim que sentiu os dedos dela em seus cabelos, notou que chorava. Aquilo era tão bom, tão reconfortante. Chegara a pensar que nunca mais teria aquela sensação na vida.

– Annie eu... - ele disse em seu ouvido, com a voz embargada.

– Eu te amo - ela interrompeu-o.

Aquela frase saíra firme, segura. Annabeth soava mais do certa sobre o que dizia.

Percy afastou-se o bastante para olha-la nos olhos.

– O quê? - indagou.

Annabeth sorriu, o rosto ainda manchado pelas lágrimas.

– Eu te amo, muito - disse ela.

Aquela foi a deixa para que Percy a beijasse. Sentiu o corpo de Annabeth amolecer em seus braços e segurou-a mais firme. Ela apertou os dedos entre seus cabelos, aprofundando o beijo.

Percy sentia como se tivesse ido ao inferno e voltado ao céu um minutos. Todas as células de seu corpo pareciam agitadas, à pleno vapor. Seu coração parecia dar pulos de alegria e seus pelos se arrepiavam a cada novo toque da loira.

Separaram-se vagarosamente. Percy não afrouxou nem um pouco seu aperto e disse com os lábios ainda encostados aos dela.

– Eu te amo muito mais.

Annabeth sorriu e fechou os olhos. Percy colou suas testas e fitou o semblante angelical que ela exibia naquele momento. Lá estava seu anjo caído do céu.

– Quer dizer que agora eu sou a futura Sra. Jackson? - ela perguntou.

Só então Percy se lembrou do pedido. Eles estavam noivos. Iriam se casar. Um sorriso ainda maior cresceu no rosto do moreno.

– Por mim, você já a era.

Annabeth sorriu abertamente e o beijou novamente. Os lábios dela contra os seus. As mãos acariciando seus cabelos. O corpo dela sob suas mãos...

Percy levantou-a do chão, segurando-a em seus braços. Annabeth entrelaçou as pernas em sua cintura, mantendo-se no alto. Percy sorria entre os beijos. Estava completamente embriagado por aquela sensação de... Completude. Era como se um pedaço seu tivesse sido colocado de volta em seu corpo. Algo vital para sua sobrevivência.

A textura da pele de Annabeth, o gosto de seus lábios, a temperatura de seu corpo e, talvez o mais presente para ele, o cheiro que ela emanava. O mais agradável dos perfumes, algo só capaz de ser produzido pela loira de olhos cinzentos.

Percy afastou-se para fita-la. Se Annabeth já era linda, aquela beleza aumentava em cem vezes quando ela sorria, principalmente com os olhos fechados e cabelos soltos. Sem falar que ela vestia um de seus moletons. Ah, como suas roupas ficavam bem nela.

Só então Percy notou a situação em que se encontravam. Eles estavam deitados sobre alguns edredons que pareciam estar dispostos de modo a formar uma cama macia e improvisada. Annabeth estava por baixo e ele entre suas pernas.

O rapaz pegou-se com uma de suas mão segurando uma das cochas da loira com firmeza, enquanto a outra começava a adentrar sua blusa.

– Desculpe-me, Annie - ele pediu saindo da posição em que estava e sentado-se ao lado dela - Nem mesmo notei o que fazia.

Annabeth corou e ajoelhou-se a sua frente.

– Não tem problema - ela garantiu, colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha - Poderíamos até ter continuado se você quisesse.

Percy franziu as sobrancelhas, completamente perdido.

– Mas, você não estava se guardando para a lua de mel? - lembrou ele.

Annabeth sorriu e levou uma das mãos aos cabelos do moreno, acariciando-o levemente. Só aquele simples toque fez Percy suspirar e fechar os olhos.

– Não me importo mais com isso - ela segredou.

Percy abriu os olhos e fitou-a. O olhar que ela lhe lançava era meigo e amoroso, seu sorriso esbanjava inocência e pura felicidade. O moreno acariciou a bochecha da amada e sorriu encantado.

– Mas eu me importo - contou ele - Já disse, posso esperar pela lua de mel, ainda mais agora que ela não vai demorar.

Annabeth balançou a cabeça e lhe deu um selinho.

– Você não existe - ela sussurrou.

Percy sorriu e abraçou-a, deitando-se e levando-a junto de si. A cabeça de Annabeth repousou em seu peito e a mão que estava em seu cabelo continuou a acaricia-lo. Lembrou-se de quantas noites havia passado em claro ou acordando a cada meia hora. A presença dela ao seu lado era mais importante do que parecia. A loira era quase essencial para que ele tivesse uma boa noite sono.

– Você diz que eu não existo quando sou eu quem duvido de sua existência - revelou ele

pouco antes de cair em sono profundo.

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Annabeth

Um barulho muito alto despertou Annabeth. Algo agonizante para ela, mesmo que nem soubesse exatamente o que era. Percy, por outro lado, dormia profundamente sobre a cama.

A loira olhou em volta e notou que estava no quarto de seu sonho. Franziu as sobrancelhas. Mas... Colocou a mão sobre sua barriga. Estava lisa, como de costume. Um alarme soou em sua cabeça e ela arregalou os olhos. Onde estava seu bebê?!

Só então Annaneth notou, o barulho que a acordara era um choro. Um choro de bebê.

Levantou-se em um pulo e quase correu para fora do quarto. O barulho do choro diminuía a cada segundo, mesmo que ela se aproximasse cada vez mais do quarto. Quando parou em a frente porta, tal que por algum motivo sabia ser a certa, este já tinha acabado.

Entrou silenciosamente e encontrou uma cena inusitada, porém emocionante. Um menino de cabelos pretos e pele morena estava inclinado sobre um grande berço branco. A grade estava abaixada e o pequeno mexia em algo lá dentro.

– Você chora muito, sabia? - disse Oliver - Pensando bem, você só sabe rir, chorar, comer e fazer xixi e cocô. Deve ser chato.

A visão do bebê estava bloqueada por Oliver, mas Annabeth pode ver quando ele levantou um dos bracinhos, quase segurando os cabelos do irmão com a mão gorducha.

– Você que o meu cabelo? Não, é meu, e dói se puxar - comentou o moreninho - Logo o seu vai cresce, não precisa pega o meu.

Annabeth encostou no batente da porta e sorriu, com lágrimas nos olhos. Ela e Percy haviam voltado, estavam noivos. Finalmente aquele sonho poderia se tornar realidade num futuro não muito distante. Ela poderia engravidar e criar Melany junto de seus outros filhos. Poderia formar uma família junto do homem que amava e ficar ao lado dele até o fim de seus dias. Sua perspectiva não podia ser melhor.

Novamente um barulho tirou Annabeth de seu sono. Porém dessa vez era algo estridente e claramente eletrônico.

Abriu os olhos e notou que estava na casa da árvore, porém, pela primeira vez, não acordou triste ou decepcionada. A respiração de Percy, calma e compassada, sob sua cabeça, trazia lembranças da noite anterior, colocando um grande sorriso em seu rosto e brilho em seu coração.

Olhou em volta confusa, pensando de onde vinha o som que lhe incomodara. Pensou ser seu celular, mas ele estava no mais profundo silêncio. Depois de alguns segundos notou que o barulho vinha de Percy, mas especificamente de seu bolso. Cuidadosamente colocou a mão ali e tirou um aparelho de telefone, tal que tremia incessantemente.

– Annie... - sussurrou Percy.

Annabeth o fitou, vendo seus olhos parcialmente abertos. Sorriu ternamente para o rapaz e segurou sua mão.

– Pode deixar, eu atendo - garantiu.

Clicou na tela do celular e prensou-o ao ouvido.

Percy, seu Cabeça de Alga, por que demorou tanto para atender?!– perguntou uma voz nervosa, que Annabeth logo reconheceu como a de Nico.

– Cabeça de Alga? - ela indagou, confusa.

Annaneth?– ele perguntou - Desculpe-me, liguei errado na pressa, mas não tem problema, teria que falar com você também de qualquer maneira.

– Na verdade, esse telefone é de Perseu - ela revelou - Mas o que está acontecendo?

Por um segundo a linha ficou muda.

Se esse telefone é do Percy, quer dizer que...– Nico parou por um momento - Graças a Deus! Vocês voltaram!

NIIIICOOO!– gritou uma voz por trás da do rapaz.

A loira sentou-se no pulo.

– Nico, o que está acontecendo?! - repetiu Annabeth, já exaltada.

Sentiu um dos braços de Percy envolver sua cintura e a cabeça dele apoiada em seu ombro. Respirou fundo e recostou seu corpo no dele, tentando se acalmar.

Bem, nós estamos indo para o hospital– explicou Nico - Thalia entrou em trabalho de parto.

Aquilo fez Annabeth travar por um momento. Sua melhor amiga estava prestes a dar a luz.

Lembrou-se de como Thalia havia ficado mais tranquila e emocional durante a gravidez. Do quando ela já amava aquela criança. Como queria ver seu rosto.

Os olhos de Annabeth encheram-se de lágrimas. Mal podia imaginar a felicidade de sua amiga naquele momento. Além disso, uma nova vida estava prestes a nascer. Um ser que mudaria sua própria vida, mesmo não sendo seu filho.

– Para onde vocês estão indo? - indagou Annabeth.

Ahn... Estamos estacionando em frente ao Ômega– disse Nico.

– Tudo bem, chegamos aí em meia hora.

Annabeth desligou o celular e virou-se para Percy. O rapaz a fitava confuso. Os cabelos pretos apontavam para todos os lados e os olhos verdes estavam levemente embaçados por conta do sono. Porém, ele parecia feliz. Um pequeno sorriso estampava seus lábios e um brilho no olhar completava tal cena.

– O que aconteceu? - perguntou sonolento.

Annabeth deixou cair as lágrimas que prendia e o abraçou com força. Percy retribuiu, mesmo sem entender o motivo de tal ato. Ah, como ela sentira saudade de ver aquela cara de sono dele todas as manhãs.

– O bebê de Thalia e Nico está nascendo - contou, sem esconder sua felicidade.

Percy afastou-se o bastante para olha-la nos olhos, sorrindo abertamente.

– Onde? - perguntou apressado.

– No Ômega - ela disse.

Logo o rapaz estava de pé, estendendo a mão para ajuda-la a levantar.

– Vamos logo! Nosso afilhado está nascendo! - exclamou Percy.

Mesmo que fosse impossivel, Annabeth conseguia ver aquele mesmo sorriso no rosto de Melany. Em sua opinião, a pequena se assemelhava muito mais a Percy do que a seu pai biológico. Não conseguia achar um traço se quer de Luke em sua pequena.

Por um momento passou por sua cabeça se Percy sabia da paternidade de Mel. Pensou em perguntar, mas algo lhe dizia que ele estava ciente e não se importava nem um pouco. A loirinha era filha dele no fim das contas e nada parecia capaz de abalar a relação dos dois, ou muito menos apagar o amor que ele tinha por ela. E isso só fazia Annabeth ama-lo cada vez mais.

Ela estendeu a mão, segurando na dele. Para Percy pode ter sido só um toque comum, mas para Annabeth era um símbolo de seu voto de confiança. Estava entregando-se nas mãos de Perseu. E, para sua própria surpresa, não temia o dia de amanhã.


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Notas finais do capítulo

Gente, entendam, eu vou explicar.
Tudo começou na semana q eu postei o último cap. Comecei a ler um mangá gigantesco e viciei. Mas n culpem o coitado, se fosse só por ele, a demora teria sido somente de uma semana. O real problema, foi q eu tive um big bloqueio depois disso. Um sentimento ruim batia. Eu nem mesmo conseguia entrar no site. N me sentia bem respondendo coments, dando desculpas esfarrapadas por estar demorando. Nem mesmo ler, q eh o q eu mais amo fazer, estava conseguindo. Imaginem escrever.
Durante esse tempo, eu me isolei do mundo virtual, foram poucos os q conseguiram qualquer contato com a minha pessoa. Tb peço perdão por isso. Sei q assustei e preocupei vcs, msm n tento tal direito. Mas eu n estava bem, acreditem.
Quando esse bloqueio, se poso chamar assim, finalmente passou, eu estava as vésperas de minha viagem. Passei 10 dias nos US, mas precisamente em Orlando, e mal tive tempo para dormir. Voltei quinta durante a tarde. Termenei o cap, q n ficou lá essas coisas, e cá estou, mostrado-lhe a vcs.
Esperam q n me odeiem e possam me perdoar por esse mês de espera sem justificativa aparente, ainda mais agr q noto q passamos dos 200 leitores.
Durante a semana vou responder os coments q ainda n respondi.
Perdão novamente.
Bjs, digam o q acharam de qualquer maneira
EuSemiedeus