Love or not Love? escrita por EuSemideus


Capítulo 11
X


Notas iniciais do capítulo

Gente, eu n sei se o cap ta bom. Acabei colocando muito de mim nele e, sei lá, mexeu demais comigo. Espero q também mexa com vcs...



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/542898/chapter/11

X

Autora

Annabeth corria alegremente pelo gramado da casa. O vestido azul balançava contra seu corpo de menina e os cabelos loiros voavam, para seu divertimento. Segurava fortemente o urso de pelúcia em seus braços. Tobias não podia cair em nenhuma circunstância, era seu melhor amigo. O sol parecia brincar com a pele branca de menina e o céu anil contrastava com os olhos cinzentos que a mesma exibia.

Logo já estava à porta da casa. Tocou a campainha animadamente e segundos depois a figura que tanto esperava abriu-a. Um homem alto, de cabelos castanhos bem escuros e olhos azuis, sorria para a menina. Esta pulou e o abraçou, sentindo seu corpo ser erguido.

– Olá, curujinha! - disse seu tio de pé, segurando-a em seu colo.

Ele tocou o nariz de Annabeth, que torceu-o involuntariamente, fazendo o homem rir.

– Mamãe vai sair - disse a pequena - Ela mandou eu vir para cá.

O homem sorriu e ajeitou melhor a menina em seu colo.

– Eu sei, Anne - ele revelou entrando em casa - Sua mãe me disse.

Loira de cinco anos sentia-se mais do que em casa ali. Seu tio Max dando-lhe atenção, a esposa do mesmo, Mary, fazendo doces, e sua parte preferida, a casa da árvore. Aquilo sim era o melhor parte de estar na casa de seu tio. Sua imaginação fazia-lhe pensar que a casa era a torre de um lindo castelo. E era lá que morava a princesa Annabeth, a mais bela dama que todo o reino já vira.

Naquele ambiente quase sagrado, tinha seus melhores momentos com o tio. Max simplesmente entrava na brincadeira e alimentava, com gosto, a imaginação da sobrinha. Se ela queria derrotar dragões, eles o faziam. Se ela quisesse conhecer uma fada, logo esta aparecia. E daquela maneira passaram mais uma tarde como tantas outras.

Quando o sol já se punha, cedendo lugar para sua gêmea, a lua, seu tio sugeriu em entrassem. A pequena concordou, levemente contrariada, sem querer deixar aquele lugar tão querido, mas antes de sair fez uma pergunta que nunca mais esqueceria.

– Tio, quando eu crescer, posso morar aqui? - pediu inocentemente.

O moreno a fitou com carinho e acariciou os cabelos loiros da menina.

– Mas você vai ficar aqui sozinha? Não prefere morar com seus pais? - ele indagou.

Annabeth abriu um sorriso animado e agarrou seu ursinho.

– Eu não vou estar sozinha, Tobias vai estar comigo - ela disse mostrando o brinquedo - Além disso, meu príncipe encantado vai me proteger.

O homem levantou as sobrancelhas surpreso.

– Príncipe encantado?

– É - respondeu a menina confiante - Você diz que eu sou uma princesa, tio, e toda princesa tem um príncipe encantado. E ele vai me amar, muito.

Max sorriu para a sobrinha, apreciando sua inocência.

– Então está combinado - disse - Quando encontrar seu príncipe encantado, pode morar na casa da árvore.

Annabeth sorriu e pulou em seu tio, abraçando-o.

Anos se passaram. A família Chase havia se mudado, o Texas já não era mais seu lar, mas sim a agitada Nova York. E Annabeth, bem, esta há muito não era mais uma criancinha. A loira já estava crescida, era uma mulher. Inteligente, tal como a mãe, e de uma beleza incontestável, atraia olhares de muitos, porém, para ela, estes de nada valiam. Esperava ansiosamente por seu príncipe. Então, aos dezessete anos, pensou te-lo encontrado.

O rapaz era alto, forte e muito educado. Seus cabelos loiros cor de areia contrastavam com os olhos azuis como o céu. O sorriso acolhedor e a postura protetora foram o bastante para conquistar o coração, até aquele momento, intocado da garota.

No aniversário de Annabeth, toda família voltou a se reunir. Seus tios e primos festejavam mais um ano de vida da loira, que andava feliz por sua casa, apreciando a presença dos entes tão queridos.

Ninguém saberia dizer exatamente em qual momento da festa ela encontrou seu tio Max. Este fitou o loiro que segurava a mão de sua sobrinha e a olhou, pedindo uma explicação. A garota riu, sabendo que o moreno podia ser mais ciumento que seu pai.

– Tio, este é meu namorado, Luke Castellan - ela apresentou - Luke, esse é meu tio Max.

Os dois apertaram as mãos, em um cumprimento amigável. Max analisou o rapaz de ponta a cabeça e, então, mirou a sobrinha.

– É ele quem vai herdar a casa na árvore? - perguntou.

Annabeth corou e sorriu.

– Talvez - disse um pouco envergonhada.

–-----------------------------------------

Annabeth

Annabeth sentiu seu estômago revirar e um frio percorrer sua espinha. A camisola que usava de repente não parecia o bastante para cobri-la naquela noite quente. A trança que caia por seu ombro começou a incomoda-la sem aviso.

As estrelas brilhavam no céu, mas a lua não se fazia presente, escurecendo a noite. A garota apertava com força a barra de sua camisola, sabendo que a amarrotaria, porém não se importava. Passara quase todo o dia naquela casa, junto de sua família, rezando para que seu tio melhorasse, mesmo tendo conhecimento de que aquilo era impossível.

Já passava da meia noite e a loira estava parada, na porta do quarto de seus pais. Ambos estavam sentados na cama. Sua mãe tinha o rosto vermelho e os olhos no mesmo tom. Novamente via-se a "máscara ferro". Athena não tinha expressão alguma. Já Frederick parecia preocupado. Acariciava o braço da esposa e fitava a filha, como se pedisse apoio.

– Annabeth, você já sabe o que aconteceu? - perguntou sua mãe.

Annabeth assentiu. Não precisava que lhe dissessem. Por que outro motivo sua mãe a chamaria ali no início da madrugada com o rosto inchado? O pior havia acontecido, isso não era mais dúvida.

Annabeth apertou mais um pouco a barra de sua roupa ao ver sua mãe assentir.

– Connor... - ela conseguiu perguntar.

– Ele já sabe - garantiu seu pai.

A garota simplesmente balançou a cabeça e fechou a porta do quarto. Seu corpo parecia entorpecido, anestesiado. Ela entrou no quarto do irmão e encontrou-o dormindo. Sem que percebesse, andou até o próprio quarto, e quando se deu conta, já estava deitada em sua cama. E foi ali, com o rosto no travesseiro, que chorou.

A cabeça doía absurdamente, o peito parecia levar facadas seguidas no lugar onde se encontrava o coração. Lembranças, antes boas, tornaram-se excruciantes. Os soluços balançavam seu corpo e as lágrimas pareciam infindas. A garganta fechada, o estômago se revirava e o universo parecia soltar uma sonora gargalhada em sua cara.

Tudo girava, nada parecia em seu lugar, tudo parecia errado. A lembrança do sorriso do tio fazia com que o choro aumentasse, o som de sua risada doía-lhe o coração e sua voz chamando-a de "curujinha" parecia dar-lhe um soco na cara.

Lembrava-se dos dias que passara na casa do tio, brincando na casa da árvore. Das visitas esporádicas que ele fazia a sua família após mudarem-se para Nova York. Em como ele a salvara daquele que ela pensou amar...

Naquele momento tudo pareceu piorar. Annabeth sentia-se uma inútil, uma incapaz. De que adiantava estudar tanto se não podia ajudar as pessoas que lhe importavam? De que valia todo seu esforço se nada podia fazer quando era realmente necessário?

Tudo que a loira queria era alguém para abraça-la, conforta-la. Não podia recorrer a seu irmão. O pequeno não sentiria muito a morte do tio por não ter convivido tanto com ele, seria injusto afeta-lo. Seus pais? Aquela opção havia sido descartada no momento em que seu pai pedira ajuda com os olhos. Ele seria forte pela esposa, e Annabeth também precisaria ser.

A primeira reação da loira fora ligar para Thalia, mas sua melhor amiga não atendeu. Annabeth repreendeu-se por estar fazendo aquilo. A morena devia estar curtindo a noite com o namorado, não tiraria-a de lá para lança-la em um pesadelo.

Seus dedos rodaram toda lista telefônica, arrumando um bom motivo para não ligar para nenhum dos números. Estão seus olhos fixaram em um nome. A foto que o acompanhava fez um centelha de alegria surgir. O rapaz olhava surpreso para a câmera, mas sorria. Seus cabelos pretos estavam bagunçados como de costume e os olhos verdes brilhavam divertidos.

Annabeth respirou fundo e tocou o botão verde na tela de seu telefone, para em seguida leva-lo até a orelha.

–-----------------------------------------

Percy

"Percy sentiu duas pequenas mãos o balançarem e abriu os olhos. De início perguntou-se onde estava, mas logo se lembrou. Era aquele quarto, o lugar para onde seus sonhos sempre o guiavam durante a noite. A realidade onde a mulher que amava era sua esposa e estava grávida, além de já ter lhe dado um filho. A realização dos sonhos do rapaz.

– Papai - chamou uma voz fina.

Percy se virou na cama e encontrou um menino. O moreno abriu a boca surpreso. O pequeno tinha cabelos pretos, apontando para todos os lados. Os olhos verdes, bem mais claros que o do mais velhos, tinham um brilho assustado. O garoto era uma cópia quase que completa do próprio Perseu.

– Papai, tô com medo - ele disse.

Percy levantou e pegou o menino nos braços. Aquele devia ser seu "filho". Mesmo depois de tantas visitas àquele lugar, nunca o tinha visto.

O pequeno abraçou seu pescoço e enroscou as pernas no tronco do rapaz, descansando a cabeça em seu ombro. Percy se virou e viu que Annabeth dormia profundamente na cama. Era possível ver a camisola vermelha da mulher, quase completamente coberta pelo lençol, e as mãos da mesma pousadas sobre a barriga já crescida.

A rapaz abraçou o filho e acariciou seus cabelos. Por um momento desejou que tudo aquilo fosse tão real quanto parecia. Quis que o menino em seus braços realmente existisse, que a mulher em sua cama o amasse, que deu mundo fosse aquele... Só então notou, podia ser, tudo aquilo podia acontecer, Percy só precisava conquista-la. Aquela loira de olhos cinzentos que desde que entrara em sua vida atormentava seus pensamentos."

Percy levantou num pulo, sorrindo com a nova descoberta. Um som estridente atormentou seus ouvidos, naquele exato momento o sorriso sumiu. O rapaz atendeu o telefone sem nem mesmo olhar quem ligava. Pelo relógio em sua cabeceira não passava das duas da manhã, e uma ligação àquela hora da madrugada, fosse de quem fosse, sem dúvidas era importante.

– Percy - disse a voz que tanto desejava ouvir. Porém esta estava fraca e embargada, além de que ao ouvir "Percy" travara, sabendo que ela nunca o chamara daquela maneira.

– Annie? - ele perguntou sem raciocinar muito - Está tudo bem?

Um soluço foi ouvido do outro lado da linha e Percy gelou. No segundo seguinte já estava de pé, com os chinelos nos pés.

– Você pode vir até aqui? - ela perguntou, agora deixando evidente seu choro - Na casa dos meus pais?

– Claro - ele afirmou já pegando a chave do carro e destrancando a porta de casa - Estou aí em vinte minutos.

Segundos depois o rapaz já descia as escadas apressado, sem paciência para esperar pelo elevador. O porteiro o gritou quando cruzou em disparada o saguão, mas Percy ignorou. Não conseguia parar de pensar no que podia ter acontecido a Annabeth. O que teria ocorrido para que a mesma o chamasse chorando do meio da noite?

As ruas de Nova York estavam movimentadas, fazendo jus a nomenclatura de "a cidade que nunca dorme". Casas de shows e bates funcionavam em cada esquina. Festas eram vistas e ouvidas em todos os lugares. O silêncio e a paz total eram termos desconhecidos para aquele local.

Minutos depois seu carro parava. Só quando o deixou, andando rapidamente até a porta da casa, é que Percy notou que estava vestido apenas com calças azuis quadriculadas, blusa de pijama e chinelos, porém não se importava.

Antes que o rapaz pudesse tocar a campainha, a porta se abriu e uma mão o puxou para dentro. Ele ouviu a porta fechar e em seguida um pequeno corpo chocou-se contra o seu. Braços finos envolveram sua cintura fortemente e Percy abraçou dona, acariciando seus cabelos, que estavam presos em uma trança que aos poucos se desfazia. O rosto da garota estava enterrado em seu peito e suas lágrimas molhavam a blusa do rapaz. Este, assustado com o contato repentino e sem saber o motivo de tal, sussurrava palavras de consolo, na intenção de confortá-la. O corpo de Annabeth balançava por conta dos soluços e tremia com o choro.

Percy, sem solta-la, guiou a garota até o sofá e sentou-se. Para a maior surpresa do rapaz, loira sentou em seu colo e escondeu o rosto na curva de seu pescoço. Só naquele momento o moreno notou que ela só usava uma camisola branca que cobria seu corpo até pouco acima das cochas.

Percy sentiu o choro da garota diminuir e afrouxou o aperto de seus braços. Annabeth se afastou e olhou em seus olhos. Seu rosto estava vermelho e machado por lágrimas. Os olhos cinzentos estavam claros e inchados, e os cabelos haviam se soltado e caiam por seus ombros em ondas loiras. Por um momento ela lhe pareceu um anjo chorando, o que fez seu coração apertar ainda mais.

Percy, com cuidado, secou uma lágrima que escorreu pelo rosto de Annabeth. Esta esboçou um sorriso triste e segurou a mão do rapaz.

– Percy... - ela começou - Desculpe-me por isso.

O moreno sorriu e levou a mão livre a bochecha de Annabeth, acariciando-a.

– Não tem o que desculpar - garantiu - Agora, o que aconteceu?

O semblante de Annabeth entristeceu-se novamente e ela abaixou os olhos. Percy viu uma lágrima escorrer, mas limpou-a antes que caísse.

– Meu tio... Ele... - a garota engoliu em seco - Meu tio morreu.

Percy prendeu a respiração e voltou a envolve-la em seus braços, sentindo a cabeça de Annabeth repousar sobre seu ombro. Passara a entender o porquê de tanta dor e tristeza por parte da garota. A morte era algo inevitável, mas que despertava sentimento de culpa em todos os que a rodeavam. O rapaz não disse "Sinto muito" ou "Meus pêsames", sabia o quanto aquilo parecia falso e não adiantava. Simplesmente acolheu Annabeth e deixou que ela descansasse em seu colo.

Percy não saberia dizer quando tempo se passou até sentisse a respiração de Annabeth normalizar e percebesse que ela dormia. Segurou-a cuidadosamente em seus braços e subiu as escadas da casa. Para sua sorte só havia uma única porta aberta no andar de cima, que calhou de ser a do quarta dela. Deitou-a na cama e cobriu-a. Por um momento a observou dormir tranquilamente, então apagou a luz e se preparou para sair do quarto. Percy já estava decido a ficar ali, ao menos, até que amanhecesse. Dormir no sofá não poderia der tão ruim.

– Percy - uma voz o chamou.

O rapaz se virou e viu Annabeth de olhos abertos, fitando-o intensamente. Suas bochechas estavam vermelhas. "Por conta do choro" ele presumiu.

– Será que você poderia... Sabe... Dormir aqui?

Percy sorriu involuntariamente e fechou a porta, encaminhado-se para a cama. Ele se deitou ao lado de Annabeth, que, sem cerimônias, aconchegou-se contra seu peito. O moreno sentiu o travesseiro molhado e feriu-o constatar que eram lágrimas. Apertou Annabeth um pouco mais contra si e fechou os olhos, deixando-se embalar pela respiração compassada da garota e embriagar-se com o cheiro de seus cabelos. Logo sua consciência já havia deixado seu corpo e jazia nos territórios de Morfeu.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Bem, eh isso...
Queria agradecer a minha amiga (vc jah eh minha amiga, fofa) Allie por ter recomendado a fic! Nem preciso dizer q foi lindo, preciso?
N esqueçam de comentar, ok? Favoritem se gostarem
Bjs, EuSemideus



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Love or not Love?" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.