Anything Can Happen escrita por monirubi2009


Capítulo 36
Capítulo 35 – Como é que é? – parte 2




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No outro dia Ellie ainda estava pensativa em como iria conversar com Don sobre a carta e seu passado. Mesmo a morte de Angelina ter ocorrido há anos atrás Ellie ainda ficava desconfortável em falar sobre isso. Mac e os outros descobrem que Edward estava planejando atacar Ellie mais uma vez e que Mikhail deveria tê-lo encurralado no beco e uma briga ocorrera naquele lugar. Dominic estava achando estranho o jeito da tia, mas não iria pressioná-la, quando ela quisesse falar sobre o que a estava afligindo ela falaria; ele conhecia a tia muito bem. Ellie passou o resto da semana em seus pensamentos não conversou muito sobre nada além do caso com ninguém nem mesmo com Don, que já estava ficando desconfiado de algo. Era mais um sábado que havia chegado e Ellie decidira que iria ter a conversa com Don. Ela se levanta e vai ver como estava Dominic, o mesmo dormia como um anjo. Ela sorri e deixa o quarto sendo seguida por Lupine, que também estava preocupado com a dona. Ellie segue pra cozinha onde prepara o café-da-manhã para ela e Dominic, depois ela dá comida para Lupine que fica feliz. Pouco depois Ellie ouve passos pela escada, Dominic e Toddy aparecem na cozinha.

 

— Bom dia. Então decidiu acordar para tomar café-da-manhã com a sua tia? – diz Ellie sorrindo.

— Bom dia. O que está acontecendo com você? – fala Dominic seriamente.

— Hum? Como assim? – fala Ellie pega de surpresa.

— Já faz uns dias que você está estranha. Foi depois que você chegou no dia em que você queria falar com o Jimmie. – fala Dominic indo até o balcão da cozinha.

— Hum. Não foi nada... – diz Ellie.

— Não mente pra mim. Você até fica evitando o Don, não sei o motivo, mas eu quero saber. – diz Dominic encarando Ellie.

— Eu não estou mentindo Domi. Só estou... – diz Ellie.

— Só está escondendo algo de mim e do Don. Tia, eu não sou mais criança e vou te dar o maior apoio seja no que for que aconteceu, mas você não deveria esconder nada de nós. – diz Dominic dando comida para Toddy.

— Eu sei disso, mas eu não vou conseguir falar agora pra você o que aconteceu... – diz Ellie sentando-se em uma cadeira.

— Tudo bem, depois eu fico sabendo, não tem problema. Só que eu acho que você deveria conversar com o Don o mais cedo possível. – fala Dominic sentando-se na outra cadeira, de frente para Ellie.

— Talvez eu faça isso hoje, não sei... – fala Ellie encarando a mesa.

— Pois então faça. Eu ligo para a tia Charlotte para ver ela e Raphael podem ficar comigo. – diz Dominic sorrindo.

— Está bem. Vou tentar. Quer que eu ligue para ela? – fala Ellie.

— Se acalme antes e faça. Não precisa, eu mesmo posso ligar. – fala Dominic

— Está bem então. – fala Ellie.

 

E então Ellie e Dominic tomam o café-da-manhã juntos e ficam conversando mais um pouco. Logo depois de sair da cozinha Dominic vai ligar para Charlotte que aceita ficar com ele enquanto Ellie iria conversar com Don. Ellie então manda uma mensagem para Don dizendo que precisa e queria falar com ele, ele acaba aceitando em conversar com ela. Pouco depois Charlotte e Raphael chegam à casa da Ellie. Ellie desce as escadas e todos a observam, Dominic fica feliz pela tia estar indo conversar com Don, ele queria saber sobre o que seria a conversa, mas não decidira esperar a tia decidir se contaria a ele ou não. Pouco depois Ellie deixa Dominic, Charlotte, Raphael, Toddy e Lupine na casa e segue rumo aonde iria se encontrar com Don. Algum tempo depois Ellie para o carro em uma vaga na rua perto do prédio onde Don morava e desce do carro pegando a bolsa. Ela então segue para a entrada do prédio e fica encarando a porta por um tempo até que alguém fala com ela.

 

— Está perdida? Precisa de ajuda? – pergunta um moço ao seu lado.

— Hum? Não estou perdida, só estou tomando coragem de entrar. – diz Ellie encarando a porta do prédio.

— Hum. Eu sei que você não mora aqui, eu conheço quem mora neste prédio, pois, eu também moro aqui e eu reconheceria se você. – fala o moço se aproximando um pouco.

— Eu não moro mesmo aqui, mas meu namorado sim. – fala Ellie ainda encarando a porta.

— E quem seria ele? E porque você teria que tomar coragem para entrar? – pergunta o moço.

— Don Flack. Porque eu preciso conversar com ele. – diz Ellie encarando o moço.

— O detetive. Sei quem ele é. Problemas entre vocês? – diz o moço.

— Ele mesmo. Não é dá sua conta o motivo de eu querer tomar coragem. – fala Ellie irritada.

— Hum. Calma eu só quero ajudar... – diz o moço receoso.

— Não preciso de ajuda de ninguém, só estou me preparando para entrar porque eu quero. – diz Ellie irritada.

— Está bem então. Fui. – diz o moço entrando no prédio.

 

Alguns minutos depois Ellie adentra o prédio.

 

— Ah, senhorita Ellie pode subir. O Don me avisou que você viria. Ele está te esperando. – diz o porteiro.

— Está bem. – fala Ellie indo até o elevador e apertando o botão.

 

O elevador chega e Ellie entra nele, ela então aperta o botão do andar do apartamento de Don e espera o elevador leva-la até lá. Pouco depois o elevador para e Ellie sai; Don a esperava na porta do apartamento. Agora não haveria volta. Don então dá espaço para que Ellie adentra-se o apartamento, eles não trocam uma palavra. Ellie coloca a bolsa em cima de uma mesinha e se senta no sofá, Don senta-se em uma poltrona à frente dela, os dois ficam se encarando por um tempo.

 

— Então agora podemos conversar? – pergunta Don encarando Ellie.

— Sim. Sei que eu deveria ter conversado com você antes, mas eu não me achava pronta. – fala Ellie olhando para baixo.

— Hum. E porque você não se achava pronta? – diz Don.

— Porque a morte dos meus pais e da minha irmã ainda mexe comigo e o conteúdo da carta me pegou de surpresa. E eu não sabia por onde começar uma conversa com você. – diz Ellie encarando o chão.

— Sei. Porque não começa com seu passado? – fala Don.

— Melhor. Porque a carta foi uma bomba pra mim. – fala Ellie se ajeitando no sofá.

— Quando quiser começar só começar. Mas, você vai ter que falar da carta para mim Ellie, eu quero saber que bomba é essa. – diz Don encarando Ellie.

— Está bem, eu vou tentar resumir. Eu sei. – diz Ellie olhando para Don.

— Hum. – fala Don.

— Bem, vamos lá. Eu tinha 14 anos e minha irmã, Angelina, 18, quando meus pais, Dominic e Moira, morreram. Meus avós já haviam morrido e os irmãos de meus pais não queriam cuidar de mim. Então a minha irmã me acolheu e ela começara a cuidar de mim, nós éramos bem unidas. Quando eu tinha 18 anos minha irmã ficava me pressionando para eu decidir o que fazer da minha vida. Um dia eu cheguei com a matrícula do curso de criminologia para desespero da minha irmã, ela esperava que eu fosse fazer medicina ou advocacia como meus pais. Com o curso de criminologia eu consegui trabalho na delegacia como policial, foi aí que eu conheci a Annie e o Dennis. Só quando eu fiz 25 anos eu me tornei detetive de homicídios juntamente com Annie que se tornara minha parceira e melhor amiga. Eu já namorava o Dennis nessa época, mas estávamos muito bem. Nesse meio tempo minha irmã começou a namorar um tal de Carlos Perkins, o pai do Domi; eu não gostava muito dele, mas o aceitava por causa dela. Eu acabei indo com minha irmã conhecer a família do Carlos, foi aí que conheci os avós do Domi e a louca da Charlotte. Minha irmã e Carlos logo se casam em uma cerimônia em que eu fui à madrinha e o Dennis junto de mim como padrinho. Algum tempo de casados minha irmã chega para mim e Charlotte com a notícia de que nós seríamos tias, eu e Charlotte ficamos mega felizes. Nesse tempo eu e Dennis começamos a nos distanciar. Três meses depois da notícia da gravidez eu e Charlotte ficamos sabendo que seria um menino. O nome Dominic é uma homenagem que minha irmã fez ao nosso pai, eu fiquei emocionada com isso. O Carlos começou a ficar mais e mais distante tanto da Angelina quanto do filho. Quando Dominic fez 3 anos percebemos que ele não gostava de interagir com as outras crianças e com os adultos também, ele ficava em seu mundo particular. Foi aí que minha irmã descobriu que Dominic era autista. Imediatamente começamos a cuidar dele diferentemente sim, mas com amor, carinho e compreensão. Dominic ainda tinha 3 anos quando eu descobri algumas coisas sobre o Carlos; minha irmã ficara sabendo que ele a estava traindo com uma das colegas de trabalho. Em meio a tudo isso eu também descobrira sobre o Dennis e a traição dele, estávamos distante, mas eu não achava que tudo terminaria como terminara. Eu e o Dennis tivemos uma briga feia em um caso e foi nesse mesmo caso que ele quase matou também. Eu fiquei com ódio dele por causa disso. Eu e Charlotte estávamos cuidando do Dominic quando minha irmã passou por nós com uma mala. Eu perguntei o que ela pretendia fazer e a resposta foi que ela iria atrás do Carlos, e então ela tomou um avião para New York. O Carlos se encontrava no World Trade Center quando minha irmã o pegara no flagra com a tal amante. Eles brigaram feio pelo que eu soube; ele conseguira sair da torre, mas minha irmã não conseguiu. Ela estava na torre direita quando o avião sequestrado acertara a torre. Quando eu e Charlotte recebemos a ligação de que nós deveríamos ir para New York o mais rápido possível eu me desesperei. Um dia depois eu, Charlotte e Dominic estávamos em New York para saber se Angelina havia sobrevivido ou não. Ver o local do jeito que estava era muito para mim e Charlotte, Domi parece absorto em seu mundo e não prestava muita atenção. Minha irmã havia morrido, o corpo dela estava esmagado e já se encontrava no necrotério. Voltamos então para Seattle onde eu a enterrara no cemitério da cidade. Depois disso Dominic começou a brigar com o pai, ele só se acalmava se eu ou Charlotte estivéssemos por perto para confortá-lo. Antes de eu vir pra cá eu fui chamada no tribunal lá em Seattle, eu achei estranho porque eu e Annie não estávamos em nenhum caso, mas a minha surpresa foi quando eu entrei lá e Dominic veio correndo até mim me abraçando fortemente. Eu vi Carlos observar a cena e balançar a cabeça em aprovação, eu não entendi na hora, mas quando o juiz falou que a guarda de Dominic agora pertenceria a mim eu fiquei de boca aberta. Eu briguei com o Carlos antes de irmos ao tribunal porque ele falava que um dia o Dominic seria definitivamente meu, não gostei muito de como o Carlos havia falado, mas sabia que ele não conseguia conviver com o filho e que Domi não gostava do pai e nem podia vê-lo em sua frente. Um dia depois de eu ter a guarda do Domi nós nos mudamos para cá. – conta Ellie soluçando em algumas partes.

 

Don fica sem reação, ele não imaginava que o passado fosse do jeito que acabara de ouvir. Ellie olhava para o chão e às vezes soluçava por se lembrar dos pais e da irmã.

 

— Desculpe-me por ter feito você se lembrar. – diz Don.

— Na verdade eu sempre me lembro do que aconteceu; só que tento evitar ficar pensando muito no que aconteceu. – fala Ellie tristemente.

— Mesmo assim não é fácil. – afirma Don.

— Verdade, mas eu senti que agora você deveria saber. – fala Ellie encarando Don.

— Entendo. Agora só falta nós conversarmos sobre a carta. – diz Don.

— Agora? – pergunta Ellie tentando mudar de assunto.

— Sim, Ellie. Essa carta mexeu com você e te deixou “fora de órbita”. – fala Don fazendo aspas.

— Sei, mas você pode ficar bravo. – fala Ellie indo até a bolsa.

— Por quê? O que o Mikhail te falou na carta? – pergunta Don.

— Quando você ler a carta irá saber. Na verdade ele me contou algo que eu nem imaginava que fosse possível. Eu fiz o Jimmie descobrir se era verdade e infelizmente é verdade. – diz Ellie com a carta nas mãos.

— Então você me deixa ler a carta? – pergunta Don encarando Ellie.

— Fazer o que, você teria que saber mesmo. – diz Ellei entregando a carta para Don.

 

Don logo começa a ler a tal carta, sua fisionomia vai mudando a cada parte lida. Don fica um pouco bravo o que faz Ellie suspirar.

 

— Como é que é? O Mikhail é seu avô? Sério mesmo isso? Porque não me contou antes? – fala Don bravo.

— Don, acalme-se está bem. É isso mesmo, ele é meu avô paterno. É bem sério, tem um registro sobre isso lá na Rússia. Porque eu sabia que você ficaria do jeito que está e também porque eu não tinha certeza, achava que era uma brincadeira de mau gosto do Mikhail. – fala Ellie suspirando.

— Realmente uma bomba. E o que você pretende fazer? Vou tentar ficar mais calmo. – fala Don olhando para a carta mais uma vez.

— Verdade. Não sei o que fazer nem como agir. Mesmo sendo meu avô ele matou duas pessoas que não tinham nada com o passado dele ou comigo. – fala Ellie.

— Pense antes de agir. Ele ainda quer que seja você a prendê-lo. – fala Don.

— Vou ter mesmo que pensar. Vou prendê-lo sim, só não sei como vai ser. – diz Ellie.

— Se quiser ajuda posso ajudar. Então você tem que se preparar para quando o dia de prendê-lo chegar. – fala Don sorrindo.

— Acho que vou precisar de toda ajuda possível. Não vai fácil prender meu avô, o qual deveria estar morto e viver bem com isso depois. – diz Ellie sorrindo.

 

Ellie e Don “fazem as pazes” novamente e ficam bem um com o outro. Eles decidem passar o dia juntos.


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