Leio a carta e vejo o grau de importância dela, se refere ao tráfico das mulheres, a quantidade traficada, o preço das vendidas, de onde elas vem, tudo bem detalhado.

— São mais de mil garotas entre dezesseis e vinte e dois anos.— Falo meio embasbacada com a quantidade de meninas.— E a maioria da Flórida.— Completa Hans. Devolvo a carta a ele que dá inicio a nossa pequena reunião.

— Bem. Primeiro quero parabenizar o casalzinho da noite passada. Quando falei que me convenceriam não estava brincando, vocês formam um casal fofinho. Não precisam nem divorciar depois que a missão acabar.— Diz ele as gargalhadas. Dimitri arqueia uma sobrancelha com o deboche de Hans. Já eu, o fuzilo com o olhar. Se olhar matasse, Hans estaria agora a sete palmos do chão.

— Case você e veja como é maravilhoso isso.— Falo de mau humor e Hans fica pálido. Me lembro na hora que ele estava de rolo com uma advogada.— Hans não me diga que você pediu a advogada em casamento.— Hans segura as mãos nas costas e começa a encarar o chão com o rosto meio rubro. Começo a rir dele.— Pensei que ia morrer e não ia poder dizer isso. O HANS VAI SE CASAR.— grito a última parte. Começo a rir mais ainda.— E não vai se casar com qualquer uma, vai se casar com Ellen Kirova.— Os outros agentes começam a rir junto comigo da cena. Hathaway 1 x 0 Hans.

— Ellen Kirova?— Fala Dimitri com seu sotaque delicioso russo. Hans só confirma com a cabeça. Dimitri cai na gargalhada junto.— Boa sorte. Que Deus te abençoe nesse casamento.— Continuamos rindo e Hans fica mais vermelho ainda.

— Tá certo. Chega. Vamos focar no caso. Do meu casamento cuido eu.—Fala ele estranhando a última parte. Cessamos os risos e Hans fica sério novamente pra podermos realmente começar a reunião.— Já que Belikov adiantou uma parte da missão com aquele encontro em família no sábado. Sem olhares mal criados agora Hathaway.— Adverte ele antes que eu faça alguma expressão contra suas palavras.— O objetivo de vocês nesse momento é socializar com a família Dashkov. Acredito que tenham conhecido a Tatiana Dashkov. Tatiana e Victor tem uma filha, Natalie, que deve ter quase a mesma idade de Rose, uns dezenove acredito. Essa seria a família Dashkov.

— E aquela menina loira... Como era o nome dela mesmo? Aquele nome difícil e de velho...— Se manifesta Mia que eu nem tinha visto até agora.— Vasilisa Dragomir certo? Então, pelo o que eu li nos papeis entregados a mim ela faz parte da família dos Dashkov também. Onde ela entra nessa historinha pra boi dormir?— Termina ela e começa a bebericar sua xícara fervente de café.

— Se a senhorita não me atrapalhar mais eu posso mostrar a parte em que esta menina se encaixa.— Diz Hans irritado ajeitando a gravata azul marinho.— Bem, Vasilisa Dragomir é a sobrinha de Dashkov. É mais velha que Natalie, Vasilisa sim tem sua idade Rose. Os pais morreram num acidente de carro, acredita-se que foi proposital, porém interromperam as buscas por não encontrarem provas para culparem alguém. Ai desde então o assunto não é mais falado, mas nós, agentes da Interpol, acreditamos que foi o próprio Dashkov que causou o acidente. Os pais dela, Eric e Rhea Dragomir, eram donos de uma fortuna bilionária. Dashkov esperto como é, matou eles num acidente pensando que poderia colocar a mão na fortuna toda apenas cuidando da sobrinha, mas oque ele não esperava é que Eric e Rhea já tivessem passado tudo para a filha mais nova, como se já esperassem por isso. Ah vejo que esqueci de comentar, eles tinham outro filho, Andre Dragomir. sobreviveu ao acidente, mas está tentando se recuperar do acidente. Seu caso é crítico, porém a insistência dos familiares e do próprio Andre em viver, eles continuam apoiando e pagando o seu tratamento. Alguém tem alguma pergunta sobre eles ainda?— Só silêncio na sala. Hans prossegue.— Ótimo. Recomendo que vocês comecem a organizar as coisas de vocês. Hathaway, falei com o Mazur, tu vai voltar com a gente, temos que acertar algumas coisinhas do casamento de vocês dois.— Fala apontando pra mim e Dimitri.— Eu vi aquela hora que vocês não sabiam responder, senti gente pálida naquele momento. Espero que não se repita. Se acontecer a missão inteira vai por água abaixo. Vocês são ótimos profissionais, espero que não tenha que adverter vocês dois novamente. Dispensados. Quero todos aqui no hall as quatro da tarde. Você Rosemarie, as três e meia. Entendido? Agora sumam.— Hans começa a juntar os papéis atirados na cozinha e eu vou embora.

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— Porra Nikolai, de novo? Garoto você é ruim mesmo, fazem anos que eu não jogo Xbox.— Falo rindo do meu meio-irmão q está bufando de raiva e suado por causa dos movimentos. Estamos jogando Just Dance no Xbox que ele trouxe junto com ele.

— Duas coisinhas pra você Rosie. Primeiro, eu não uso muito o Kinect. Segundo, você vai pra balada, dança com as amigas e sei lá oque mais, fora que é uma agente fodona da Interpol e come um monte de porcaria, mas tá sempre em forma. Qual é da um descontinho pra mim beleza?— Fala Nick de cara fechada.

— Tá bom meu irmãozinho lindo que me acha fodona.— Falo apertando as bochechas dele.

— Agora sei o motivo do porque Nikolai anda com a boca suja. Vou passar soda na boca de vocês dois pra ver se melhora.— Fala Abe vindo da cozinha e se sentando no sofá com um jornal na mão.

— Ah velhote, desencana. Vai dizer que você nunca falou um palavrão na vida?— Digo olhando pra ele com uma cara de quem duvida.

— É, talvez, mas isso não vem ao caso. Vai vencer teu irmão nesse joguinho ai que eu quero jogar também.— Termina ele, que logo abre o jornal e começa a fazer aquelas cruzadinhas que tem nele.

Nick perde mais uma vez pra mim. Abe levanta silenciosamente e começamos o jogo. Perco pra ele pelo menos umas dez vezes.

— Como tu faz isso? E sem soar?—Pergunto indignada.

— Truques de mestre minha querida.