O Quase-nada-fantástico Mundo de Sofia escrita por Logan


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Numa tarde qualquer de um dia qualquer, estava conversando com minha digníssima namorada. Tenho o costume de escrever pra ela. Qualquer tipo de coisa, poesia, contos eróticos, textos banais só pra fazê-la rir e tudo mais. Só que num certo momento eu pensei que tava tudo muito batido, e resolvi fazer um lance diferente. Assim, em meio às dores de parto, pari minha querida Sofia, a atualmente quarta menina que mais adoro no mundo. Ela gostou. Espero que ocês também.



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“São todos tão chatos e estão todos tentando compensar isso falando alto.” – Will & Will


Acho que essa é uma boa forma de começar, já que:
É a mais pura verdade sobre TODAS as pessoas que conheço.
É uma citação legal, embora seja de um autor modinha.
Gostaria de ter um terceiro motivo. Como não tenho, vamos fingir que ele existe e viver nossas vidas com isso.

E aí seus bando de cuzão, sou a Sofia! E se alguém acha que eu não deveria xingar por ser menina..bem, vai..
Hehe, não é a forma mais legal de tratar meus nobres telespectadores ( sempre quis usar essas palavras) mas já temos um começo.
Não, nunca aconteceu algo de maravilhoso na minha vida. Não tenho câncer no pulmão, meu namorado não morreu num acidente com um Opala Metálico-azul, e eu não fui deixada sozinha em casa durante o Natal, logo, não tenho um filme na Seção da Tarde só pra mim.
Então, se vieram aqui atrás de mortes – assistam algum filmes de zumbis. Quase todos os personagens já estão mortos, e estes mesmos personagens mortos ainda vão morrer mais uma vez.
Se buscam lágrimas, , amor e essas papagaidas todas – Leia esses romances de menininhas chorosas, como os do Nicolas Faísca, por exemplo.
Na verdade vim até aqui pra falar da Tekpix, a filmadora mais vendida do Brasil!
Tá, okey, vamos falar sério agora.
Nasci em..blablabla, isso não importa, e meu nome é Sofia porque obviamente meus pais escolheram. E não me perguntem se já li O Mundo de Sofia. Por causa desse maldito livro meu nome é esse, e não Marie Curie, Anne ou Olympia. E eu odeio Filosofia.
Pensando bem, eu odeio muitas coisas. Isso aqui deveria se chamar “ Coisas que odeio no Universo”, porque vou falar um milhão de vezes sobre o que odeio.

É, é um bom nome.

O dia de hoje está muito bonito.
E quando digo bonito, não me refiro aos dias ensolarados, com passarinhos azuis cantando e tudo mais, como num filme da Branca de Neve. Até por que eu nunca vi uma porra de um passarinho azul nessa porra de país. O dia amanheceu nublado, quase chuvoso, e o único “passarinho” que eu vi foi o beija-flor que sempre vem ao meu quintal, pra beber aquela água com açúcar que põem naquele bebedouro.
Embora eu saiba que água com açúcar não seja lá muito bom pra saúde dele.

Mas suponho que seja melhor morrer de diabetes do que de fome.

Voltando ao dia bonito, acordei com meu celular tocando Highway to Hell, às 6:06h da manhã.
Levantei e tomei um banho, e fui pro espelho. E adivinha só? Me vi lá.
Olhei pra mim (no reflexo,seus lerdos) e disse : “Tenho quinze anos e sou uma morena linda”.
E depois fiquei rindo, porque não tenho quinze anos, nem sou uma morena linda.
Hm, tá, sou bonitinha, pros padrões idiotas que todo mundo usa.
Tenho a bunda durinha e os seios grandes e fartos..hmm, seus pervertidos, queriam saber mais ,né?
Caso queiram saber, copiei essa bosta de um conto erótico qualquer na internet. Eles sempre começam assim.
Não vou ficar falando da porra do meu corpo, seus pervertidos machistas.
Eu deveria ficar lá fora, talvez. Dizem que respirar ar puro de vez em quando faz bem. Eu sinceramente não me importo.


Começou a chover.

Vou pra mesa onde fica meu PC.

Aquela mesa é.. minha vida.
Ela “me dá internet”, meus livros preferidos ficam lá, e minha miniatura-de-globo-terrestre-que-não-mostra-os-países-e-sim-as-constelações também.
Entro no Facebook, a rede social pra desocupados e gente burra mais famosa do mundo.
E juro que só uso porque é a forma mais fácil que eu tenho de falar com a Cecília..
e o Frederico também.
Ah, sim, eu tenho amigos.
Embora talvez tenha parecido que eu não goste de humanos.
Até por que não gosto de humanos. Aqueles vadios são a única exceção.

Chega uma mensagem –

Cecília Gomes : oi fofa.
Sofia Sonnen : Oi gata, vamos transar hoje à noite?
Cecília Gomes : para de graça.;;, como cê tá?
Blablabla...

E o resto foi papo furado, nada de importante.
Algo importante à dizer sobre Cecília : Ela é CRENTE.
Não crente crente, mas crente MESMO, do tipo : “ nossa, pisei num prego enferrujado que provavelmente vai me causar tétano, mas isso deve ser algum livramento que o Senhor me deu de algum acidente cósmico intergaláctico” - ou coisas do tipo. Mas como sou uma pessoa ligeiramente maravilhosa, consigo aturar essa guria.
Troco de roupa, e antes de ir pra escola tomo umas boas três xícaras de café – combustível pra vida.
Chegando lá, encontro Frederico , carregando sua incrivelmente gigante versão de “ O Capital”, daqueles velhos alemães barbudos.
Se eu não ficasse irritada com o fato dele ser mais inteligente que eu, e incrivelmente nerd, até que ficaria com aquele sujeito.

- E aí, seu virgem. Fazendo o quê?
- Hm, nada demais. Sabe de hoje à noite?
- ALINHAMENTO-DA-LUA-COM-JÚPITER!!
- Boa garota. Vamos lá na tua casa pra ver?
- Melhor não. Você e a Ceci trazem má sorte. Sempre que vão lá em casa a porra do céu fica todo nublado. E aquela bosta de telescópio não atravessa nuvens, sabia?
- Hm, não era você que tinha dito que sorte é coisa otário?
- E é. Só quis me sentir como um ser humano comum por um breve momento.


E o sinal toca.

A moscas se tornam as coisas mais interessantes do Universo numa aula de Português.
Não consigo acreditar que uma mãe carrega uma criança nove meses na barriga antes de parir, pro bebê crescer e ser obrigado a assistir AULAS DE PORTUGUÊS.
E o pior. Minha borracha caiu.
no chão.
da sala
de
aula.

Todos sabemos que nunca mais vou vê-la, já que é de conhecimento geral que os pisos das salas de aula geram um campo de atração gravitacional que sugam todas as borrachas que caem nele, fazendo com que apareçam dentro de algum buraco negro em algum canto do Universo.
Pelo menos pensar nisso me ocupou bastante até o tempo DAQUELA aula acabar, e começar a maravilhosa, fantástica, magnífica, esplêndida e orgástica aula de Matemática.
Okey, okey, vocês pensam : “ Quem diabos gosta de Matemática, ou pelo menos, quem gosta orgasticamente?”
Eu gosto. E eis os motivos:
É mais fácil do que tentar entender as pessoas.
Não tenho que ficar pensando no que “fulano x” pensava enquanto escrevia sobre uma droga de um corvo negro, nem dizer que ele estava representando metaforicamente a depressão ou morte ( ou uma trepada ruim,talvez? ).
Posso fazer coisas legais com o que eu sei, como por exemplo, calcular a porcentagem de caras idiotas que conheço. ( o que é infinitamente fácil, belê,,)

Tá , essa última parte eu explico melhor.
Eu conheço uns 200 caras, por aí. TODOS eles são babacas, com exceção do Fred.
Logo,
200 são todos os caras, ou seja, 100 %. ( E caso não esteja sacando isso, favor, voltar ao maternal urgentemente)
E 1, é o cara-não-babaca. Regrinha de três, parará.. :
99,995% dos caras que conheço são babacas.
Sim, isso foi legal.
Muito obrigada, muito obrigada.
Tá,eu sei, isso foi muito fácil.

O professor não é lá o cara mais bacana do mundo, e nem mesmo ensina grandes coisas, mas sinto dizer que Trigonometria é simplesmente foda.
Olho pra fora da janela da sala de aula, e vejo o enorme temporal que se forma. Aparentemente Deus não quer que eu veja Júpiter. Quem sabe ele mande um temporal irado daqueles do tempo do dilúvio, o que seria uma pena já que meu pai não tem uma lancha ou um puta barco de madeira pra nos salvar caso isso aconteça.
Volto pra casa na chuva, cantarolando a abertura de Dragon Ball Z na mente. Embora a chuva impeça totalmente a observação do céu, fico feliz pois caminhar sob a chuva me causa uma sensação indescritível de liberdade.


– Oi pai. - Cheguei em casa.
– Oi minha mocinha. Tudo bem?
– Uhun. Vou subir pra estudar. Daqui a pouco a galera vai chegar, manda eles subirem por favor.
– Okey. Bons estudos.
– Valeu pai.


Uma hora e meia depois, o Fred entra no meu quarto.


– Cadê a Ceci, infeliz?
– Hm, não sei. Disse que estaria ocupada.
– Af, deve estar na igreja.
– Hm, é.
– Por que você não a namora, jovem Padawan? Ela parece gostar de você.
– Não tenho tempo pra isso.
– Aé? Já sei, tem que estudar pra entrar na Nasa, acertei?
– Ha-ha . Olha só quem fala.
– Eu não quero ir pra Nasa, besta.
– Mas também não namora.
– Bah, isso é porque não gosto de gente.
– Ei,não sei se percebeu, mas também pertenço aos homo sapiens sapiens, falou?
– Tá vendo Fred, você é o rei dos nerds...

Ficamos de papo por mais um tempo, e decidimos assistir “Star Wars – A Ameaça Fantasma” pela 356159° vez, até que Fred teve que ir embora. Sem Júpiter, sem Lua, sem Dilúvio.

Outro dia de aula.
Mais aulas. Menos borrachas.
Sem passarinhos azuis.

Recebo uma mensagem da Cecília, me recomendando um bilhão de livros de romance.
Mesmo sabendo que odeio romances.
Ela deve fazer isso porque acha que eu deveria ser mais menininha. Ou por que tenha medo que eu vire lésbica e queira fazer sexo oral com ela.
Só que, o maior problema com os romances, e digo me referindo aos romances ROMÂNTICOS, é que eles são EXTREMAMENTE utópicos, infantis e falsos.
Nada daquilo tem a ver com a o que existe de verdade, ou como as pessoas realmente são. Tem aquele cara que cruza metade do mundo pra encontrar a “amada”. Tem o que a menina bate a cabeça em algum lugar e perde a memória, e então o cara tem que reconquistar a mulher. E pra piorar tem aqueles em que alguém tem alguma doença incurável que só é descoberta no meio ou no final do livro.
E morre.
Sempre morre.
E é por isso que odeio romances.
A vida quase nunca é super interessante e empolgante ( não que ter câncer ou coisa do tipo seja legal, mas vocês entenderam).
Não acontecem apocalipses zumbis, invasões alienígenas e o Hulk não fica super irado e destrói metade da cidade.

Nós só..
Acordamos.
Fazemos o que temos de fazer,
que normalmente é algo patético.
E dormimos.
Acordamos..

Eis o ciclo infinito da vida dos humanos.


Não consegui dormir esta noite.
Não tenho insônia, minha cabeça apenas não quis desligar,

E, bem, é na noite que os demônios se escondem...

É no frio e no silêncio da noite que os medos mais bobos e infantis aparecem.

E se der tudo errado?
E se nada realmente valer à pena?

Não sei se essa perguntas fazem sentido, ou se elas deveriam ser feitas. Não sei se é culpa da noite, que passa velozmente por mim, mas é como se meu mundo estivesse entrando em colapso, ficando louco com a complexidade que um dia me obrigaram a dar pra vida.

E lá atrás o Sol nasce..


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Notas finais do capítulo

Essa é aquela parte que a gente fica mendigando comentários, não é?
Então, humildemente vos peço, ó pessoinhas lindas (ou nem tanto assim), comentem se gostarem porque isso dá um prazer orgástico ao jovem que vos escreve. E se não gostarem comentem também, só assim vou poder hackear o pc de quem não curtiu, descobrir seu endereço e atear fogo em sua casa.
Tenquiú.



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