Intertwined escrita por Rafa


Capítulo 4
Capítulo 4 - Solidão


Notas iniciais do capítulo

Oi
Olha mais um capitulo para vocês
Obrigada as duas lindas que estão sempre comentando.
Boa leitura



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/542531/chapter/4

Sentia a brisa fresca da noite tocar levemente sua face pálida. Não sabia o porque, mas sempre fora fascinada pela majestosa lua, tanto que já fazia algum tempo que estava ali a observa-la solitariamente.

Não tinha a menor vontade de dormir, na verdade, tinha até mesmo medo.

Nas ultimas semanas vinha tendo sonhos que a atormentavam e a faziam ter receio de fechar os olhos, por isso mesmo cansada, permanecia ali lutando contra o sono.

Simplesmente não conseguia entender o que se passava para sonhar todas as noites com a mesma mulher. Ela parecia querer lhe dizer algo, mas tudo o que expressava era dor e solidão e para Rukia ver aquilo, mesmo que em sonho, era angustiante.

Sempre viveu sozinha, já estava acostumada com aquilo. Não que gostasse, mas essa era sua realidade e ver outra pessoa compartilhando de sua mesma dor a afligia por não poder fazer nada para ajudar.

Suspirou cansada. Faltavam poucos dias para seu aniversario e mesmo não gostando sabia que Yosen já planejava algo especial para comemorar a data. Afinal, desde que se conheceram ele nunca deixava essa data passar em branco.

Sentia-se extremamente feliz por tê-lo conhecido, tanto que sentia o coração palpitar no peito só de lembrar que não estava mais sozinha no mundo, agora tinha alguém com quem contar.

Sorriu bocejando logo em seguida. O sono parecia querer vence-la, seus olhos já pesavam pedindo para serem fechados e ela já não conseguiu mais resistir, arrastando-se preguiçosamente até a cama de solteiro que tinha ali.

Algumas horas de descanso não fariam mal algum, pensará antes de entregar-se de vez ao mundo dos sonhos, sem perceber que ao longe os primeiros raios de sol já despontavam no horizonte, anunciando que o dia logo amanheceria.

Rukia remexia-se preguiçosamente na cama, seus olhos negavam-se a abrir e ela simplesmente optou por permanecer ali, dormindo confortavelmente, curtindo seu sono sem sonhos, ignorando o despertador que já tocava incansavelmente, avisando que agora sim o dia havia começado.

~~~~

Enquanto isso, um rapaz alto caminhava despreocupadamente, sentindo o forte vento da manhã bagunçar os macios fios negros de seu cabelos.

Gostava de caminhar, então não se incomodava de passar em frente a casa de sua "melhor amiga", para irem juntos a aula, já havia virado rotina.

Já fazia um certo tempo que estava ali a esperar pacientemente por Rukia, que nem sequer atendia o maldito telefone.

Sua paciência esgotava-se gradativamente conforme os minutos passavam, não podia esperar mais senão iriam se atrasar para aula e se atrasar era o que mais odiava.

Caminhou decidido em direção a simples entrada do condomínio onde ela morava, cumprimentando quem estava ali rapidamente, para, enfim chegar a porta de madeira barata do apartamento de Rukia.

Olhou para os lados pegando a chave reserva, que estava escondida dentro do vaso de plantas mortas que havia ali.

Riu internamente da criatividade da baixinha para encontrar um bom esconderijo para suas chaves, enquanto abria a porta de uma vez.

Entrou sem cerimonio, observam a desordem em que se encontrava o pequeno apartamento, suspirando irritado. Rukia nunca mudaria, sempre seria aquela mesma garota esquentada e bagunceira que conhecerá a alguns anos atras.

Preparava-se mental e fisicamente para acordar a baixinha, sabia o quanto ela odiava ser tirada de seu adorado mundo dos sonhos e também sabia o quão agressiva ela poderia ser, mas naquele momento, não se atrasar para a escola era mais importante.

Respirou fundo ao adentrar o apertado quarto da moça, vendo-a deitada confortavelmente em sua cama.

— Linda. — Sussurrou corando instantaneamente devido aos seus pensamentos nada convencionais para com a amiga.

Contou mentalmente até dez criando coragem para enfim puxar a garota pelas pernas, fazendo com que Rukia gritasse assustada pela maneira inusitada que havia sido tirada de sua cama.

— Mas que merda é essa?! — Indagou exasperada a baixinha, que ainda permanecia de cabeça para baixo. — Yosen? — Perguntou baixo, em seu conhecido tom ameaçador.

— Bom dia, flor do dia. — Desejou animadamente soltando, de repente, a garota que caiu desajeitadamente sobre o colchão. — Vai se trocar logo, senão a gente vai se atrasar pra aula. — Declarou observando atentamente Rukia, que tentava se levantar.

— Yosen! Você me paga, seu maldito! — Exclamou livrando-se dos lençóis que a prendiam.

— Certo. Certo, mas antes vai vestir uma roupa decente. — Falou desviando o rosto corado da amiga, que vestia apenas uma pijama curto.

— Yosen, seu grande idiota. — Gritou chutando o garoto porta a fora. — Eu vou te matar. — Declarou ameaçadoramente tão corada quanto o garoto.

— Okay, mas se veste logo. A gente já esta bem atrasados, e eu não quero perder a primeira aula. — Gritou sorrindo bem-humorado, jogando-se no pequeno sofá da sala.

— Você é um idiota, Yosen Shintani. — Berrou Rukia vestindo-se rapidamente. — Não é assim que se acorda uma dama, sabia? — Declarou depois de pronta, pegando sua bolsa.

— Tanto faz. — Resmungou ouvindo as reclamações da pequena garota, que acabava de deixar o quarto. — Sua saia esta torta, Milady. — Falou prendendo o riso.

— Cala boca. — Gritou irritada endireitando a veste do uniforme feminino. — Vamos, senhor pontual? — Indagou abrindo a porta.

— Tudo bem, senhorita dorminhoca. — Respondeu sorrindo.

— Vamos rápido, porque estou com fome. Ainda nem tomei café e você vai pagar para mim como forma de se desculpar por sua brutalidade com uma jovem tão delicada quanto eu. — Declarou debochadamente, sorrindo da face indignado que o amigo sustentava.

— Certo. — Concordou Yosen, sabia que não conseguiria dizer não a ela.

— Vou querer suco de morango. — Disse com os lindos olhos violetas brilhando intensamente de felicidade.

— Eca. Você e essa sua obsessão idiota por morangos. — Resmungou revirando os olhos.

— Me deixa. — Respondeu Rukia apressando o passo, deixando-o para trás.

— Sem falar daqueles malditos coelhos. — Resmungou consigo mesmo.

Yosen sorriu observando o quanto ela parecia mais animada. Faziam alguns dias que Rukia parecia abatida demais, e isso o preocupava. Sentia que algo estava para acontecer, mas não sabia o que era.

Podia sentir que o ar de Karakura estava diferente, estava mais pesado. Algo se movimentava, algo grande e maligno demais para ser compreendido.

Coisas estranhas aconteciam ao seu redor. Via coisas que os outros não viam, ouvia coisas que os outros não ouviam e isso já ocorria a algum tempo. Pensou que iria enlouquecer, até enfim conhecer Rukia, sua luz. A garota que havia mudado seu mundo protegendo-o de todos, de si mesmo e da triste solidão que o assolava até então. Por isso não deixaria nada acontecer a ela. A protegeria nem que fosse com a própria vida.

Não permitiria que nenhuma dessas estranhas criaturas da noite se aproximassem dela. Faria o seu melhor para que Rukia não passa-se pelo menos terror e medo que ele enfrentará anos atras. Terror esse que o marcara para sempre, fazendo com que ele vesse e ouvisse todos os espíritos e monstros ao seu redor.

— Ei Kia. Me espera, que eu compro aquela torta de morango que você adoro. — Gritou correndo atras da garota, que parou sorrindo alegre pelas palavras do garoto.

Não havia mais volta, os dados do destino já haviam sidos lançados e aqueles que estavam destinados a se encontrarem, encontrar-se-ão algum dia, mas se eles de fato, ficariam juntos, essa era uma questão que somente o tempo iria responder.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então? Comentem, por favor



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Intertwined" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.