Duas semanas, já faz duas semanas desde o meu pesadelo, e eu não tive mais nenhuma lembrança, isso me frustra mas Chuck está sofrendo mais do que eu, posso sentir isso.

Não me sinto confortável com essa situação, sinto que eu poderia está em ação, trabalhado na CIA novamente, mas prometi ao Chuck que ficaria por seis meses. Eu posso ter perdido algumas memórias, mas eu honro minha palavra.

“Eu estava em uma espécie de galpão, estava escuro e havia... havia uma bomba! 45 segundos... Chuck me olhava assustado esperando que o interssetorial funcionasse.

“Vái, vái, vái meu filho, não me falha agora!” Chuck dizia, mas não estava funcionando.

“Chega Chuck, eu vou ficar e tentar desarmar, corre!”.

“Não eu não vou deixar você aqui!”

“Corre isso é uma ordem” Eu disse com raiva

“Não”

Chuck pareceu decidido, saquei a arma e fui em sua direção: “Eu disse pra correr”.

“Que lindo, vai meter uma bala na minha cabeça pra impedir que eu exploda? Grande plano!”

Maldito argumento! Chuck estava certo, não fazia sentido ameaça-lo com a arma, mas a teimosia dele me irritava: “Por que você é tão teimoso?”

“Na verdade é um momento raro de coragem, eu não sei da onde que saiu isso! Eu acho que você desperta o pior que há em mim”.

A raiva veio com tudo: “E você em mim!”

A bomba soltou um alarme, 9 segundos para a explosão, nós íamos morrer isto já estava certo. “Foi bom te conhecer” Chuck falou conformado, fechou os olhos e esperou pela morte. Vê-lo daquela forma... Algo aconteceu comigo, a raiva já não era o único sentimento dentro de mim. Eu não podia vê-lo morrer... Eu! Eu! Por que eu estava me importando tanto? Naquele momento o cronômetro estava chegando ao zero e tudo o que consegui pensar foi que EU não poderia morrer sem antes...

Acordei assustada, outro sonho... Mas dessa vez, sinto que perdi alguma coisa, algo que eu deveria lembrar...

“Sarah? Você tá bem? Ouvi você gritando, mandando alguém correr...”

Chuck estava de pijama, cabelo bagunçado, parecia ter levantado da cama correndo. O olhar preocupado dele me pegou desprevenida, confesso que senti uma ternura em meu peito.

“Tá tudo bem sim, foi só um sonho”.

“Quer falar sobre isso?” Ele se aproximou da cama.

“Vai dormir Chuck, amanhã você tem que trabalhar”.

Chuck se jogou na cama “sou todo ouvidos”

Eu realmente não estava com vontade de falar sobre o sonho, mas Chuck não me deixaria em paz de qualquer forma...

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O Sol iluminava o quarto fracamente, a conversa com Chuck parece ter sido uma boa ideia já que eu dormi muito bem o resto da noite. Me sinto melhor, confortável... Chuck acabou dormindo aqui, e agora está enroscado em mim, me sinto bem com isso, como se fosse algo natural. Ele está abraçando minha cintura por trás e sua respiração está calma, sei que ele está dormindo. Me mexo vagarosamente na tentativa de mudar de posição, mas Chuck se mexe e me aperta ainda mais contra si. Viro o rosto em sua direção e para minha surpresa, ele abre os olhos e me encara. Aquilo me parece familiar, tanto que aproximo mais nossos rostos, os olhos fixos nos de Chuck. Ele fecha os olhos por um breve instante, como se estivesse guardando aquele momento, por impulso selo nossos lábios levemente. Por alguma razão, aquilo parecia ser o certo a fazer.