I wish escrita por liice, Isa Poke Shugo


Capítulo 13
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

Olá, galera! Aqui é a liice e estou com o capítulo 13 pra vocês! Espero que gostem ;*



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Sabia que Stella estava aprontando alguma!, Foi a primeira coisa que pensei quando vi a cena que acontecia na frente dos meus olhos. Mesmo assim não consegui exibir uma expressão normal no meu rosto. Olhava para aquilo com espanto. May logo percebeu meu susto e virou seu olhar para eles, se assustando logo em seguida.

Com certeza aquilo era algum planinho da Stella. Estava tão na cara. O que será que rolou entre ela e a Melody? Minhas suspeitas se confirmaram quando Elliot empurrou a loira. Decidi que devia ver o resto daquilo mais de perto. Me levantei da cadeira em um salto e saí quase correndo até lá, empurrando a multidão de pessoas que pararam para ver também.

— Melody... — Elliot começou. — Melody, eu não...

— Depois a gente conversa sobre isso! — ela lhe lançou um olhar irritado e depois se virou para Stella — Escuta aqui sua perua desgraçada! Vou te esculachar!

Ela se aproximou ameaçadoramente da garota e levantou o braço direito, pronta para desferir um tapa. Consegui chegar à tempo de segurar sua mão, impedindo-a de fazer sequer o primeiro movimento.

— Mel, acalme-se. — falei com a voz mais serena e acalmadora possível. — Nós podemos muito bem resolver isso de uma maneira mais civilizada.

— Não! Não podemos, Drew! Como você pode ver, a Stella também não soube resolver os nossos problemas de uma maneira civilizada!

— Bom, — me virei para Stella. — a Mel tem razão quanto a isso.

— Que problemas, eu me pergunto. — A loira começou a falar. — Eu e a Melody estamos de boa. O que eu posso fazer se o Elliot não quer mais ela?

— Não, Melody! — o garoto se interpôs assim que Stella terminou de falar. — Não é nada disso, eu juro! Nós não...

— Já disse que podemos conversar sobre isso depois!

— Por favor, gente! Não vamos brigar agora! — aumentei meu tom de voz. Aquilo estava uma bagunça. — Stella e Melody, venham comigo. Vamos resolver isso agora mesmo. — virei de costas para elas e fiquei de frente para a multidão de pessoas que estavam assistindo à confusão. — E vocês voltem a cuidar de suas respectivas vidas! Todo mundo circulando! Andem!

Quase que imediatamente, as pessoas foram se espalhando de novo pelo salão. Indiquei a parte de fora do cerimonial para Stella e Melody e nós três começamos a andar até lá.

Chegamos em um caminho de pedra ladeado por grama e arbustos floridos, além de alguns bancos, um dos quais eu me sentei e esperei que as meninas fizessem o mesmo. Cada uma se sentou de um lado, é claro, de modo que fiquei entre as duas.

— Então. — comecei. — Stella. Pode me começar a relatar o que aconteceu? Primeiramente, por que estava beijando o Ellito?

— Eu? — ela apontou para si mesma com uma cara de desentendida. — Foi ele quem me beijou.

— Mentirosa! Vadia! — Melody começou a gritar e ameaçou se levantar.

— Ei, ei, ei! — Gritei ainda mais alto e lhe lancei um olhar de raiva. Ela voltou a se sentar na mesmo hora. — Estou perguntando para a Stella. Uma de cada vez senão eu vou continuar não entendendo nada! — Melody simplesmente cruzou os braços e bufou. — Continue, Stella.

— O Elliot me beijou. Sinto muito, Melody.

— Agora você, Melody. Me diga o que aconteceu.

— Ela está mentindo! Eu vi o Elliot empurrando essa loira oxigenada! Vai me dizer que você também não viu?

— Eu vi, sim. — confirmei.

— Isso não prova nada! — Stella retrucou. — Talvez ele ainda não quizesse te falar que não te queria mais!

— Então por que te beijou em público, na frente do salão todo enquanto eu estava por perto?

Stella ficou calada. Ela não esperava por aquilo. Estava tão óbvio que a loira estava mentindo que fiquei até com pena de Melody quando mandei ela calar a boca e deixar a outra terminar de falar.

— Me desculpe, Stella. — comecei. — Mas tenho a leve impressão de que está mentindo. Aconteceu alguma coisa entre vocês duas. Brigaram ou sei lá o que. Podem me contar isso?

As duas viraram o rosto. Finalmente foram pegas; não tinham mais como esconder. Estavam brigadas e teriam que desabafar agora. Depois de um pequeno silêncio, Stella começou a falar já com a voz meio chorosa.

— É culpa dela, John! Foi ela quem fez o Robert desistir de mim! Estava planejando com que ele e aquela... aquela Solidad ficassem juntos!

— Isso é uma calúnia! — Melody se defendeu. — Só percebi que o Robert gostava dela e decidi ajudá-los de alguma forma! Eu sabia que ele ia te dispensar. Ele não o fez por minha causa!

— Não! Ele não ia! — uma lágrima saiu de seu rosto. — Isso é tudo culpa sua! Você arquitetou tudo isso, garota! Não minta!

— Robert nunca quis nada sério com você! Só um idiota não consegue ver isso! Abra os olhos!

— Calem a boca! — intervim. — Não vamos resolver nada desse jeito. Continue, Stella.

— Ela está se intrometendo na vida de todo mundo! Primeiro na minha e do Robert. Agora conseguiu até separar o Leo da May só pra ela ficar com você!

— Eu também não fiz isso! — Mel se levantou. — Apenas ajudei! Nunca estragaria o relacionamente de ninguém, sua mentirosa!

— De qualquer jeito, Stella. — comecei a falar, fazendo um sinal para Mel voltar a se sentar. — O que existe entre eu e a May não te diz respeito.

— Ah, me diz sim! — ela limpou as lágrimas. — Você sabe muito bem o que vai acontecer se o nosso tio descobrir que você está com uma... uma qualquer! Está mexendo com fogo e sabe muito bem disso!

— Espera aí! — foi a minha vez de levantar. — A May está agindo de uma forma bem estranha comigo desde ontem à noite. Eu espero que a senhorita não tenha nada a ver com isso!

Stella olhou para baixo, confirmando minhas suspeitas. Parecia tensa e escondendo alguma coisa.

— Stella! — exigi respostas.

— Alguém tinha que avisá-la! Se nem você, que sabe disso, estava agindo sensatamente, eu tinha que fazer alguma coisa!

— Fala da Melody, mas faz a mesma coisa que ela fez! — retruquei.

— Eu não fiz nada disso! — Melody se defendeu.

— Ou pelo menos o que você diz que ela fez... — me corrigi. — Bom, eu não vou resolver a briguinha de vocês. Isso só me trouxe mais problemas. Passem bem!

Saí a passos largos dali e quando finalmente entrei no salão, avistei Robert não muito longe de mim e saí quase correndo até ele. Felizmente estava sozinho, do lado de uma das paredes. Devia estar esperando alguém, ou melhor, esperando a Solidad.

Ele levou um susto quando percebeu que eu vinha correndo em sua direção e mais ainda quando o agarrei pela gola da camisa, furiosamente, e o joguei contra a parede, ainda segurando.

— A Stella está lá fora. — comecei a falar, devagar, baixo e assustadoramente. — Quero que vá lá conversar com ela e só volte quando tiverem tido a conversa que já devia ter acontecido a muito tempo! Não aguento mais vê-la chorando por um canalha que nem você! Anda logo antes que eu te quebre a cara aqui mesmo! — larguei sua camisa.

Ele não respondeu. Apenas abaixou o olhar e saiu de perto de mim rapidamente, para fora do salão. Menos um problema. Perscrutei o salão à procura de May e o que vi quando a achei foi de dar nos nervos.

Ela estava sentada na mesma mesma em que estávamos antes, mas ao seu lado estava Leo e os dois conversavam alegremente, sorrindo. Fechei minhas mãos em punho e comecei a andar até lá. Alguém me impediu quando tinha acabado de dar o meu primeiro passo. Senti uma mão tocando meu ombro e me virei, dando de cara com Lindsay.

— Parece que não deu muito certo. — ela deu um sorrisinho sem graça. — Vim o mais arrumada possível. Quis chamar a atenção dele. — ela voltou seu olhar para a mesa onde Leo estava sentado. — Mas não adianta. Parece que nós dois demos azar hoje, né? O que ela tem que eu não tenho? Você deve ser capaz de me responder isso, já que também gosta dela.

— Vocês são pessoas diferentes, Lindsay. Não há porque tentar se comparar com ela. Não tem nada de errado com você. Tire isso da cabeça.

— Está tentando fazer eu me sentir melhor. — seu sorriso agora era triste.

— Estou, sim. Mas falando a verdade. Não há nada de errado com você. Não se compare com outras pessoas.

— Acho melhor eu desistir, sabe. — sua resposta soou como se ainda não tivesse acreditado no que eu havia acabado de dizer. — Nunca vou tê-lo.

— Faça o que for te deixar feliz. — fiquei em silêcio por alguns momentos, olhando para May e Leo conversando na mesa. Uma grande tristeza me abateu. Decidi tentar animar a Lindsay. — Você está linda. — eu disse, e ela deu um pequeno sorriso tímido, abaixando o olhar. — Linda demais. Vá andar por aí. Vá se divertir. Já vi vários caras olhando para você desde quando chegou. Vai ser bom. Aproveita.

— Obrigada, Drew. — ela sorriu e me abraçou. Depois se afastou de mim e foi explorar o salão.

Dei uma última olhada para a mesa onde Leo e May estavam conversando. O garoto havia se levantado e estava prestes a se afastar dali. Deu um grande e alegre sorriso para May, que retribuiu com o mesmo ânimo, e saiu dali. Meu olhar encontrou o de May. Ela percebeu que eu estava observando os dois. Desviei meus olhos no mesmo instante, mesmo sabendo que era inútil. Soltei um suspiro e fui caminhando de volta à parte de fora do cerimonial. Mais uma vez fui impedido quando já estava fora, naquele caminho de pedra.

— Eu gostaria de dançar agora. — Me virei e encontrei um lindo sorriso no rosto da morena. — Se você quiser, é claro.

— Eu quero que dance com quem você quiser. — respondi, com a voz bem fraca e com a tristeza ainda estampada no rosto. — Sei que veio aqui comigo mas não pecisa de jeito nenhum achar que está obrigada a aproveitar a festa só comigo.

— Do que está falando, Drew? Olha, se você está achando que eu e o Leo-

— May... — a interrompi — Não quero que você ache que tem a obrigação de ficar na festa comigo. Pode muito bem dançar com outros caras, aproveitar a festa com outras pessoas...

— Ele estava procurando a Lindsay.

Por aquela eu não esperava. Levantei meu olhar e a encarei com interesse, esperando ela continuar a falar.

— Ele veio me pedir desculpas por ter insistido tanto comigo e por tudo que ele fez. Disse que já tinha superado e estava atrás da Lindsay. Falou algo sobre a Stella também. Sobre quando ela beijou o Elliot uns momentos atrás. Aprentemente, os dois estavam com raiva da Melody e armaram um plano para separar ela e o Elliot. Leo desistiu de última hora e deixou ela sozinha executando o tal plano. Ele disse pra mim que não valia à pena guardar rancor. — ela fez uma pausa quando percebeu que eu estava ponderando sobre tudo aquilo, depois continuou. — Ele estava procurando a Lindsay. — ela reforçou.

— O que eu disse ainda vale. Não se sinta obrigada a passar a festa comigo.

— Não estou me sentindo obrigada. Se quiser dançar, estou à disposição.

— A Stella... — comecei. — A Stella conversou com você recentemente?

Ela se assustou um pouco quando eu disse aquilo, mas logo assentiu afirmativamente com a cabeça e abaixou o olhar.

— Podemos sentar em algum lugar para conversar? — perguntei. — Isso se você quiser, é claro.

— Sim. Podemos.

Aproveitei que já estava do lado de fora do salão e me dirigi ao banquinho mais próximo. Não vi sinal da Stella nem do Robert. A área aberta devia ser bem extensa e eles deviam estar em outro lugar, provavelmente. Me sentei no banquinho, seguido por May.

— Drew... — ela quebrou o pequeno silêncio que havia se estendido entre nós. — Me desculpe. Eu levei à sério o que a Stella me falou e acabei te tratando de modo hostil sem te dar explicações...

— O que a Stella te disse?

— Ela... me falou algo sobre seu tio. Disse que ele não iria aceitar... a gente. Disse que eu não era pra você, que somos muito diferentes e... Coisas desse tipo.

— Stella não gosta de você. — falei. Depois percebi que aquilo era algo muito óbvio. Decidi acrescentar mais alguma coisa. — Ela quer te afastar de mim e está fazendo de tudo para isso. O fato de sermos diferentes em alguns aspectos não muda ou impede nada. — disse, com convicção. — Quanto ao meu tio... Ele ficaria furioso comigo mas jamais me impediria de nada. — decidi parar por ali e deixar o silêncio falar um pouco.

— Me desculpe. — ela quebrou a quietude. — Sinto muito por não ter conversado com você sobre isso. Resolveria as coisas muito mais rápido.

— Não me deve desculpas. — me levantei e estendi a mão para ela. — Ainda quer dançar?

Ela sorriu e segurou minha mão, se levantando logo em seguida. Fomos de mãos dadas até o meio do salão, onde outros casais estavam dançando ao som de músicas lentas.

Dançamos por um bom tempo e eu não conseguia tirar meus olhos de May. Ela estava perfeitamente linda. O resto do salão sumiu completamente enquanto eu mantinha meu olhar fixo no dela. Aquela era a melhor hora para aproveitar ao máximo um momento inteiramente nosso.

— Está dançando melhor desde a última vez. — comentei. — Que bom que aprende rápido.

— Obrigada por me ensinar tão bem. — sorriu.

— Não há de que.

Me deixei ser levado pela música e pelos passos de valsa por alguns minutos; minutos em que trocávamos sorrisos e olhares, não se importando com nada que estivesse à nossa volta. O clima esquentou o bastante (como eu queria) para eu recomeçar a conversa.

— A Glaceon apareceu no meu quarto hoje pouco antes de eu descer para o saguão. — trouxe-a para mais perto de mim em um dos passos. — Saiu pela janela com o Flareon.

— Isso explica a pokébola aberta que encontrei em cima da minha cama quando saí do banho. — ela deu um pequeno sorriso, o qual eu retribuí logo em seguida. — É uma pena que não participe mais de contests, Drew. Eu vou para Sinnoh depois disso. Vai ter um festival daqui a dois meses. Espero que Glaceon e Flareon estejam aproveitando o último momento que terão juntos.

— Se quiser levá-lo com você...

— O que? Não. Não posso fazer isso, Drew.

— Vou ter que resolver algumas coisas quando chegar em casa e vou ficar um bom tempo sem treinar. Ele vai ficar entediado. Tenho certeza que vai adorar a ideia de ir com você, então... Problema resolvido. A não ser que você queira o dono também. — sorri de uma maneira galanteadora.

A reação dela foi exatamente a esperada por mim. Bochechas vermelhas em menos de dois segundos e olhar desviado.

— Talvez eu queira. — ela sorriu, ainda sem olhar para mim e com as bochechas mais coradas do que antes.

— Se quiser visitar minha casa, está mais que convidada. — murmurei, com a boca bem perto do seu ouvido. — Ainda tem dois meses para o festival, então deve ter tempo de sobra.

— Pensei que estaria ocupado. — ela voltou a me fitar.

— Não vejo problema nenhum em ter outra ocupação enquanto estiver por lá.

Dessa vez, ela se limitou a sorrir e dar uma pequena risadinha. Corou um pouco também.

— Quem sabe... — ela respondeu. — Talvez eu vá.

De repente, a música parou. Olhei em volta, vendo um cara subindo no palco com um microfone. Todos os casais foram parando de dançar progressivamente. Alguns segundos depois, o homem deu uns tapinhas no microfone, para ver se estava funcionando, e começou a falar.

— Boa noite, pessoal! Meu nome é Tony e estou aqui para anunciar os três melhores Coordenadores e os três melhores Top Coordenadores do evento!

Alguns burburinhos de felicidade e concordância percorreram o salão e muitas pessoas que estavam sentadas começaram a invadir a pista de dança, para chegarem mais perto do palco e ouvirem os resultados.

— Muito bem. — Tony continuou. — Estão todos aqui? Vamos esperar mais alguns instantes.

— Finalmente! — falou uma voz atrás de mim.

Me virei e dei de cara com Solidad. Logo atrás dela vinha Robert que não tardou em desviar o olhar, fingindo que não havia me visto, assim que chegou um pouco mais perto. Acenei afirmativamente para Solidad, demonstrando que realmente demorou, depois fui para perto de Robert, que já tinha se afastado um pouco.

— E ai? — perguntei. — Espero que tenha conversado com ela.

— Ele conversou, Drew. — Stella apareceu do nada, à minha direita. — Está tudo bem.

Robert apenas deu um sorrisinho de “tá vendo” para mim e foi para onde Solidad e May estavam.

— Mesmo? — perguntei à Stella.

— Sim. — ela exibiu um sorriso. — Obrigada por ter falado para ele conversar comigo.

— Ótimo, então eu — apontei para onde os três estavam. — vou voltar para lá.

Acenamos um para o outro e eu fui até onde Robert, Solidad e May estavam.

Assim que cheguei lá, Tony voltou a falar no microfone.

— Bom, acho que é melhor começarmos com isso logo. — ele tirou um papel do bolso do paletó e o abriu. — Aqui estão os nomes dos vencedores! Os três melhores Coordenadores e os três melhores Tops!

As pessoas começaram a falar em voz baixa umas com as outras em um tom ansioso. Aquele era o momento mais esperado da noite.

— Primeiro os Coordenadores. — continuou, olhando para o papel e pronto para anunciar os nomes. Em terceiro lugar temos... Harley!

Todos aplaudiram. Pude ver Harley gritando que nem um doido por um instante e descobri sua localização imediatamente. Ele estava do lado do palco, com Enrico.

— Em segundo lugar... Leonard!

Aplausos novamente. Ainda com um pouco de raiva dele, eu não bati palmas, mas logo que vi May se virando para localizar o garoto, comecei a aplaudir casualmente, só para ela não achar que eu ainda estava com ciúmes.

— E em primeiríssimo lugar dos melhores Coordenadores está... — ele fez uma pequena pausa. — May!

— O QUE?! — ela gritou em meio ao som dos aplausos.

Eu estava bem atrás dela e a abracei, ciente de quase todos os olhares das pessoas na nossa direção. Dei um beijo na bochecha dela, o que incitou mais aplausos e fez ela ficar quente de tão vermelho que estava seu rosto.

— Bom, — Tony continuou, com um sorriso de “hum, tá namorando” no rosto, olhando para nós. — Agora os Tops!

A multidão foi se aquietando aos poucos e segundos depois, ele continuou a falar.

— Em terceiro lugar dos Top Coordenadores está... João da Silva!

Uma explosão de aplausos irrompeu no salão. Fiquei confuso. Quem era esse cara? Nunca tinha ouvido falar. Tony continuou não muito tempo depois.

— Agora o segundo lugar! Vai para... Robert!

Mais aplausos ainda. Dava pra reconhecer uns gritinhos agudos de garotas no meio da multidão. Discerni palavras como “gostoso!”, “lindo!” e derivados.

Dessa vez demorou mais para o pessoal se calar. Robert acenava para todo mundo e apertava a mão de alguns enquanto era ovacionado por todos. Tony teve que dar uns tapinhas no microfone de novo, mas dessa vez foi para chamar a atenção do pessoal. Good timing. Robert já estava prestes a começar a dar autógrafos.

— E agora! — ele gritou animadamente quando recuperou a atenção dos convidados. — O primeiro lugar dos Top Coordenadores!

Já comecei a abrir um sorriso. Pena que eu não tinha trazido uma caneta para dar autógrafos. Desabotoei o paletó; as garotas iriam me atacar e arrancá-lo, como sempre, e eu queria me certificar de que ele não se rasgasse.

— O primeiríssimo lugar vai para... Andrew John!

Primeira observação: Sim, meu nome é composto!

Segunda observação: Eu sei que vocês pensaram que ele iria anunciar outra pessoa, só pra dar um plot twist na história! Não tem como o primeiro lugar ficar com outra pessoa, meus queridos! Eu sou foda demais!

Imediatamente depois do anúncio, eu levantei o olhar e exibi uma expressão vitoriosa no rosto. A gritaria e os aplausos começaram no mesmo instante. De novo ouvi as palavras “lindo!”, “gostoso!”; só que dessa vez teve variedade! “casa comigo!”, “seu delícia!”, “me fode!”, “eu te amo!”, entre outros.

Felizmente, nenhuma fã maluca veio tirar meu paletó. As pessoas dali estavam a um nível acima desse tipo de gente; mas fui aplaudido bem mais do que todos os outros 5 juntos. Algumas pessoas, é claro, se aproximaram de mim com folhas, tiradas sei lá de onde, e até guardanapos para pedir autógrafos. Recusei a todos com a desculpa de que eu não tinha caneta.

Os aplausos se estenderam por alguns minutos, até se esvaírem de pouquinho em pouquinho e a voz de Tony reverberar de novo pelo salão, acabando de vez com todos os outros sons.

— Bom, é isso! — ele falou, animado. — Tenham uma boa noite galera! Divirtam-se!

As luzes se apagaram de repente e uma enorme bola de luzes coloridas foi descendo do teto alto, lentamente, até parar em um ponto uns 4 metros acima de nossas cabeças. Ela se acendeu a seguir e uma batida eletrônica começou a vir do palco.

Não sei quando o sujeito apareceu lá, mas na hora que olhei para o palco, vi um dj, atrás da mesinha de som.

— Bom, — comecei. — Isso foi inesperado. — Me virei para May, a única que estava perto de mim; os outros deviam ter saído dali a alguns instantes atrás. — Vai querer dançar?

— Melhor não. Nós dançamos demais.

— Bom, então acha que podemos voltar lá para fora, para conversar?

— É uma ótima ideia!

“Conversar”. Passamos por entre as pessoas que estavam circulando pela pista de danças e atravessamos todo o salão novamente, saindo para a parte descoberta do cerimonial.

Não tinha ninguém lá, felizmente. Andamos um pouco mais longe; para um lugar mais afastado do salão e nos sentamos em um dos bancos de lá.

Mais do que depressa, segurei seu rosto e o trouxe até o meu, devagar. Ela não hesitou dessa vez; se aproximou ainda mais, fazendo nossos lábios não tardarem muito a se tocar.

Segurei sua cintura e a trouxe para mais perto de mim, ao mesmo tempo que eu também me aproximava. Ela começou a me beijar com mais vigor e segurou meu pescoço, apertando-o suavemente. Tratei de intensificar ainda mais o beijo e ela fez o mesmo. Parece que finalmente (sem bem que não tinha passado tanto tempo; foi bem rápido até) nós tínhamos chegado a um ponto em que já nos sentíamos confortáveis em beijar um ao outro com vigor e inesperadamente.

Me afastei por um momento para recobrar o fôlego. Ela estava arfando tanto quando eu e mantinha seus olhos fechados. Voltei a beijá-la por mais alguns segundos, desafiando nossos fôlegos. Depois fui descendo meus lábios até chegar em seu pescoço, que eu beijei muitas e muitas vezes antes de ela me abraçar e deitar sua cabeça em meu ombro.

Desse jeito ficamos quase a noite toda; conversando, rindo, fazendo carinho um no outro e dando alguns beijos em meio a tudo isso. Mal pude perceber o tempo passar e quando menos percebi, a música que vinha lá do palco e que chegava bem baixinha aqui havia parado de tocar. Alguém pegou no microfone e pude ouvir claramente a voz de Tony falando que a festa tinha acabado; e um coro de vozes desanimadas logo em seguida.

— Acho melhor a gente ir. — falei, acariciando seus cabelos e olhando fixamente para ela, enquanto ela retribuía meu sorriso.

Saímos de de mãos dadas. Havia uma saída que dava para a rua, para fora do cerimonial, lá na parte de fora do mesmo. Passamos por ela e fomos os primeiros a sair de lá. O bom é que não toparíamos com ninguém no meio do caminho.

A caminhada foi rápida e logo chegamos no Hotel. O porteiro estava quase dormindo, mas logo ficou alerta quando viu nós cruzarmos o saguão. Ele nos desejou um rápido “boa noite” enquanto esperávamos o elevador.

A viagem por ele foi curta; logo chegamos ao terceiro andar. Antes que ela pudesse sair do elevador, segurei sua mão, impedindo-a e cheguei perto o bastante para conseguir sussurrar em seu ouvido.

— Não podemos passar mais um tempinho junto? — senti a mão dela estremecer.

Ela me beijou. Para mim, aquela foi a melhor resposta que eu poderia ter ganhado dela. Saímos do elevador, ainda entrelaçados no beijo e, magicamente, quando menos percebi, por incrível que pareça, fomos parar no quarto dela depois de termos percorrido quase todo o corredor! Mas como isso foi acontecer?!

Paramos de nos beijar, mas continuávamos olhando um para o outro. Aproveitei aquele meio tempo para fechar e trancar a porta atrás de mim, sem tirar os olhos de May. Dei um passo à frente e voltei a beijá-la. Deixei as mãos livres por um instante para tirar meu paletó. Não sei bem o que aconteceu depois disso, mas eu a empurrei (sem querer!) e ela caiu na cama. Aproveitei e deitei em cima dela, ainda a beijando. Fazer o que? Eu não ia parar de beijá-la só porque ela tinha caído.

Okay, vamos parar com a santidade! Continuamos nos beijando em cima da cama e quando eu estava prestes a passar minhas mãos por suas costas, tentando achar algum fecho para abrir o vestido, parei o beijo por um momento.

— Não estou te pressionando, estou? — falei quase em um sussurro. — Se não quiser, pode me falar.

— Não está. — ela sorriu, serenamente. — Talvez eu ache que ainda está muito cedo para isso, mas eu não quero esperar.

— Também acho isso. Vamos em frente então. — beijei seu pescoço e, em seguida, aproximei meus lábios de seu ouvido esquerdo. — May...

Ela virou o rosto, ficando cara a cara comigo. Estava esperando eu falar alguma coisa.

— Só queria que você olhasse para mim. — falei quase em um sussurro inaudível, mas ela entendeu e sorriu.

Ela acariciou meu rosto com sua mão direita antes de se aproximar e me beijar. Aproveitei aquele momento em que estávamos deitados de lado para passar minhas mãos mais facilmente por suas costas. Não demorei muito para encontrar o fecho do vestido, o qual deslizei vagarosamente para baixo, abrindo-o. Abaixei as alças do vestido e ele comecei a tirá-lo de vez. Saiu bem mais fácil depois daquilo e quando menos esperei, ela já estava sem ele.

Desabotoei minha camisa e senti May fazendo o mesmo com minha calça. Em poucos minutos eu já estava igual a ela, só com a roupa de baixo. Ela deitou em meu peito.

— Vamos ficar assim por um momento. — seus olhos estavam fechados e ela sorria.

Beijei-a na testa e fechei os olhos. Devo ter cochilado um pouco, por pelo menos uns trinta minutos e ela havia feito o mesmo. Rimos bastante quando acordamos e percebemos o que havia acontecido. Depois, com um pouco da energia já reestorada devido ao breve sono, continuamos a nos beijar e não muito tempo depois partimos para algo mais.

Foi a melhor noite que havia passado naquele hotel. Ficamos praticamente a noite toda acordados. Me lembro de termos ficado extremamente cansados, mas felizes, depois de tudo e deixamos o sono nos levar apenas quando os primeiros raios do dia apareceram por trás da cortina que cobria totalmente a janela do quarto.


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Notas finais do capítulo

Picante! Mas então, gente. O que acharam do capítulo? Mandem reviews e nos digam a sua opinião! Ela é muito importante para nós :D
Beijos, e até o próximo capítulo.