Destino escrita por J Lannister


Capítulo 2
Capítulo 2




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— Como você " tá? — perguntou Tinkerbell, bebericando outro gole de vinho enquanto observava o crepitar do fogo na lareira.

Para Regina, era impossível não se recordar dos momentos com Robin em frente aquela mesma lareira, todos os beijos, os carinhos, os sorrisos espontâneos...

— Ei... Acorda — impaciente por estar sendo ignorada nos últimos cinco minutos, a fada estalava seus dedos no rosto da rainha.

— Oi... O que aconteceu? — a morena olhou para o rosto de Tinker como se não a tivesse notado antes.

— Eu perguntei como você está?

— Ah... Eu " to bem. — e voltou o olhar às suas mãos, que seguravam a taça de vinho intocado.

— Não está não, primeiro que você não foi sarcástica ao me responder, e segundo, quando eu mal toquei no assunto "Robin" você ficou muito estranha, toda... perdida em pensamentos.

— Eu não quero falar...

— Regina, já fazem três meses, você tem que seguir em frente! Como ele fez!

— Ele não teve que seguir em frente, apenas voltar ao que era antes da Marian morrer.

— Você quis assim! — a loira elevou uma oitava no tom da voz — ele veio aqui para conversar com calma e tentar resolver essa confusão, e tudo que você fez, foi, em menos de cinco minutos, manda-lo de volta para esposa.

— Foi o melhor — com a voz embargada, Regina, que odiava demonstrar fraqueza na frente dos outros, se permitiu derramar algumas — poucas — lágrimas na presença da fada, já havia acontecido mesmo — ele tem uma esposa, ninguém iria colocar uma paixãozinha de um mês acima disso?

— Se é só uma " paixãozinha de um mês " por que motivo você está tão depressiva?

— É que... não é só o Robin... É tudo, entende? Toda essa situação! — este é um assunto muito difícil para a Rainha, por isso ela teve de respirar fundo antes de prosseguir — Eu não paro de pensar nas palavras do Gold, sabe, sobre vilões não terem finais felizes.

— Mas só porquê com o Robin não deu certo, não significa que você não tenha mais chance...

— Eu não consigo mais ver essa chance para mim.

— Tá! Mas e o Henry? — disse a fada, como se a resposta fosse óbvia.

— Não é desse tipo de felicidade que eu 'to falando! — o assunto estava começando a irrita-la.

— Mas não é o único tipo de felicidade existente! Se o problema é ser feliz adote outra criança.

— Esse é o grande problema Tinker — nervosa, Regina deixou a taça na mesa de centro e se acomodou melhor no sofá, para que pudesse encarar melhor a fada — eu não quero que a minha felicidade dependa dos outros!

— A felicidade de todo mundo depende de alguém, veja a Branca, você nunca conseguiu destruí la porque ela sempre teve o David para mantê-la feliz. Eu mesmo, estou muito melhor agora na companhia das outras fadas — a morena desviou o olhar, não conseguia mais encarar a loira quando essa tocava em um assunto tão profundo, então a fada pegou o queixo da Rainha obrigando-a a olha-la e amansando o tom nervoso da voz, continuou — Regina, não é vergonha nenhuma depender do Robin para ser feliz!

— Isso não importa agora, ele tem a Marian e o filho. — O tom melancólico na voz da filha mais nova de Cora demonstrava toda sua angustia e frustração — O importante é que ele está bem, está feliz! Você viu!

— É, mas e você? Eu também vi, nos últimos três meses você se isolou de todos, as únicas vezes que te vejo sorrir genuinamente é quando o Henry está aqui, sem falar que só saía de casa quando te pediam para ajudar com a garota do gelo...

— Aliás, como a Elsa está?

— Bem! Voltou para Arandelle com a irmã... Não muda de assunto — dando um suspiro cansado e relaxando os ombros, Tinker se acalmou, não queria perder seu tempo se stressando com a " senhorita depressão " — eu vou te fazer uma pergunta e quero que você seja sincera comigo. Ok? — Regina anuiu — O motivo de você não ter dado ao menos a chance de uma longa conversa com o Robin foi por causa daquela histórinha sobre a inutilidade das viagens no tempo?

Com os olhos arregalados em surpresa, a Rainha se perguntava como a loira sabia disso.

— O que? Como você...

— Eu sou uma fada, Regina, nós temos tanto conhecimento quanto o " Senhor das Trevas ". — disse as ultimas palavras em tom de deboche — Mas respondendo a minha pergunta...

Depois de um suspiro vencido, a morena simplesmente respondeu:

— Sim.

— Então, para que todo esse drama, é só esperar a mulher morrer.

Dessa vez os olhos da depressiva em questão quase saltaram da orbita de tanta incredulidade, quase sem fala, sua voz foi apenas um sussurro.

— Isso foi macabro de mais, até mesmo pira mim, Tinkerbell!

— Mas não é verdade?! Quando a Marian morrer, o que não vai demorar muito, dada as circunstâncias, o Robin vai voltar correndo para você!

— Não, conheço ele, quando souber que eu não contei... — parou de falar de repente — Como assim " dada as circunstâncias "?!

— Não ficou sabendo? — perguntou a fada ironicamente — Se saísse um pouco mais...

— Tinker! — ela quase gritou, e com a voz acalmada — direto ao ponto!

— Tá! Stressadinha! Se você saísse de casa — recebendo um olhar ameaçador de Regina, prosseguiu — saberia do assunto da cidade.

— Que seria...? — Marian. E sua onda de acidentes.

— Como assim? — várias dúvidas permeavam a cabeça da Rainha Má, como " Será que está se cumprindo? ", " É agora que ela morre? " e a principal: " Como estará Robin? .

— Começou faz algumas semanas, Marian estava andando com Roland na calçada e do nada uma caminhonete os atropelou.

— Oh... Como eles estão?

— Os dois não sofreram nada grave, já o motorista morreu.

— Meu Deus!

— Alguns dias depois houve outro acidente, esse foi mais grave, tantos para mãe quanto filho, ficaram até uns dias no hospital.

— O que aconteceu? — O coração da morena estava apertado, como estaria Roland? O menino que considera um filho, que ama como um.

— Foi em uma festa de aniversário de um amiguinho de escola do Roland, tinha umas vinte pessoas no local. Eu não sei ao certo o que aconteceu, só sei que a casa pegou fogo e morreram uns três ou quatro.

Regina não sabia o que dizer, com o rosto molhado por suas lágrimas, encarava incrédula a fada.

— E por último — "Tem mais!" — ontem. Outro acidente de carro, desta vez, Robin estava dirigindo.

— Não! — sussurrou.

— Calma, ele tá bem, mas pelo que eu soube a Marian e o Roland estão internados em estado grave.

Regina se levantou abruptamente, precisava vê-los.

— Ei! Aonde você vai?

— Ao hospital.

— Regina, espera!

Ela não esperou, usou um feitiço e logo já estava na recepção perguntando por Robin.

Ele estava na ala infantil, zelando pelo sono de seu filho sentado em um sofá em frente a cama. Quando chegou ele nem se mecheu, então ela entrou no quarto e se sentou no mesmo sofá.

— Como ele está? — perguntou a mulher, sem encara-lo.

— Em coma.

O coração de Regina deu um salto, lágrimas caíram de seus olhos silenciosamente e sem permissão, mas, sinceramente, ela não estava com saco para ficar se policiando.

Olhou para cama, observando melhor o menino, tão frágil, cheio de tubos e fios conectados à maquinas. Uma visão atormentadora.

— Como Marian está? — Robin não respondeu — Como ela está, Robin? — dessa vez olhou diretamente para ele, e viu a resposta estampada naquela face tão linda que estava marcada por um expressão de angustia.

— O médico acabou de sair daqui, perguntando se eu quero desligar as maquinas.

— Oh! Meu...

— Foi declarado morte cerebral à dois dias... o doutor não acha que ela tenha mais chance... eu... ele perguntou se eu.. se eu...

E como um menininho assustado, Robin chorou, copiosamente, enquanto a Rainha o abraçava.

— Eu não... não posso fazer isso de novo. Eu não vou aguentar... se ela morrer outra vez.

Ele precisava, mesmo não querendo ou não aguentando, ele tinha que deixa-la ir. E cabia a Regina contar a verdade.

Soltando-se do abraço, a morena pegou o rosto do ladrão, com uma mão em cada lado.

— Você precisa deixa-la ir, Robin!

— Não... eu não posso... — ele tentou esquivar o olhar, porém ela apenas segurou seu rosto com mais força e disse:

— Não cabe a você decidir.

Essa afirmação deixou-o extremamente confuso, como assim não cabia a ele decidir o futuro da própria esposa?!

— Robin, eu vou te contar uma coisa e eu quero que você... — pensou melhor e decidiu que ele tinha que tirar suas próprias conclusões — Não... Não vou pedir para que prometa nada. Apenas me escute com atenção, antes de fazer alguma pergunta ou qualquer outra coisa, Ok?

O confuso homem a sua frente assentiu e ela contou. Tudo. Sobre viagens no tempo, o senhor do destino, a morte certa de Marian, as consequências que isso traria — estava trazendo, na verdade — e o principal, sobre ela saber de tudo isso e não ter contado antes.

Regina sabia que Robin era um homem calmo, ele nunca gritava ou se exaltava com ninguém, mesmo em seus momentos de extrema raiva, ele sempre procurava ser o mais passivo o possível. Entretanto ela não esperava que o ladrão ficasse tão estático por tanto tempo, ele simplesmente não reagia. A mulher estava angustiada, pensando em uma forma de tira-lo desse torpor, quando teve seus devaneios interrompidos por um medico que entrava no quarto.

— Me desculpe, voltarei outra hora!

— Não, está tudo bem! — disse a Rainha, retomando sua postura altiva — Precisa de algo?

— Na verdade apenas queria saber sua decisão Sr. de Locksley. Sobre a sua esposa.

E finalmente o homem reagiu se virando na direção da porta, onde estava o doutor e perguntando:

— Quais são as chances dela acordar?

— Minímas. Quase nulas, eu diria. Tomando um fôlego profundo, o ladrão respondeu:

— Então desligue.

— Sim, senhor. Buscarei os papeis de autorização. — saiu o medico deixando-os a sós.

— Robin... eu...

— Vá embora.

— O que? — o coração de Regina deu um salto, seria essa a confirmação de que ele nunca mais olharia para ela.

— Por favor, só vai embora, eu precisou ficar sozinho.

Por respeito — ou talvez por medo de perdê-lo para sempre — ela, sem dizer mais nada, se foi.


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Notas finais do capítulo

Comentem! Favoritem! e o que mais quiserem!!! Beijosss



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