Contos Perdidos escrita por Bucaneiro


Capítulo 8
Louise


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem, pretendo voltar ao velho modo logo, obrigado e um adendo: Amanhã provavelmente eu não irei postar, mas para compensar eu tentarei postar dois capítulos na segunda, obrigado e um abraço.



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Já haviam se passado cerca de um mês que eu treinava na academia e o Rei havia me pedido para “testar” minhas habilidades.

Entrei no Castelo do Aço Negro ( Nas aulas da academia me ensinaram o nome) um dos criados me guiou até o pátio, onde os mais nobres guerreiros me esperavam, ao entrar no circulo do pátio Rikkey me aguardava no centro do pátio, sua armadura de ferro negro brilhava ao sol, seu machado também negro parecia ainda mais ameaçador, era como se vislumbrasse a morte certa nele. Eu me encontrava em uma armadura de ferro prateada e duas espadas curvadas, então começamos a lutar, Rikkey bloqueou meus ataques e respondeu com uma pancada no meu peito, antes que ele pudesse finalizar o golpe eu acertei suas pernas o que o fez se ajoelhar.
– Que grande ironia, o rei se ajoelhando perante os súditos – Ele riu -
– Vamos ver se você ri disso -
Ele girou o machado e acertou minha perna esquerda e antes que pudesse bloquear a direita
– Rikkey Venceu! – Exclamou o juiz
– Você! Espere-me nos meus aposentos – Gritou Rikkey sendo levantado pelos companheiros

– Amigo, precisarei de mais um favor – Rikkey me olhou pesaroso
– Fale, sou mais um homem de palavras do que de batalhas, mas posso tentar ajudar.
– Os Likama’r nos invadirão amanhã, preciso que pelo menos ajude nas estratégias e mais uma coisa – Ele tirou dois pergaminhos de uma escrivaninha – São feitiços, capturamos de um bruxo Likama’r, se precisar, não hesite em usar, agora vá e descanse e antes que eu me esqueça, diga o que sente pela criada logo, ela é uma boa mulher, vai entender.
Meu rosto ficou vermelho e me movi para os meus aposentos.

Já era de noite e eu havia chamado Louise para meu quarto, ela bateu e já entrou, como de costume.
– Estou muito atarefada sabia? O que quer? – Levantei e corri para abraça-la, segurei-a forte, como se dependesse disso, senti minhas lágrimas percorrem o meu rosto, como a chuva matinal, chegava a ser refrescante e reconfortante
– Louise, Eu te amo.
– Sim, eu sei – senti suas lágrimas no meu ombro, estas não eram refrescantes ou reconfortantes, eram a própria essência do verão, queimavam minha pele, mas não me importava, só queria ela.
– Louise, você já sabe da batalha de amanhã?
–S-sim... Sei que você vai participar – Tentei beija-la, mas ela virou o rosto – Sobreviva e quem sabe...
– Louise dos olhos de fogo – Havia começado a chama-la assim em particular – Essa foi a melhor e a pior coisa que você já me fez
– Olha que nem casamos... Em fim aproveitando... tenho algo para você... – ela puxou um papel da manga do vestido e me entregou, pela primeira vez admirei sua beleza, seus olhos azuis, o cabelo castanho com mechas loiras, o corpo esbelto num simples vestido branco – Faça bom proveito.

Peguei o papel e quando Louise saiu do quarto li em voz alta:
Eu te amo.
Não uma paixão frívola.
Um amor crescente.
Como o fogo que queima nas tochas.
Este ardor.
Agora dentro de mim.
Me alimenta a cada dia.
Minhas esperanças em ti se depositam.
Não é o mais belo.
Esbelto.
Forte.
Ou sequer divergente.
Para mim.
És como o ardor da chama.
O calor do verão.
Minha esperança de inverno.
De teus pecados,
Não conheço.
De teus erros,
Me assemelho.
De tuas mágoas,
Compreendo.
De teu amor,
Louise.

No dia seguinte, fui para as linhas do meio e ao piscar vi tanto Soleil quanto Likama’r decaídos, Porque lutar? Qual essa necessidade? Tudo isso por alguns recursos, no fundo eu sábia a resposta, a ganância, um poço sem fim, onde neste se encontram a escuridão da alma que a possui. De repente o tempo passou mais devagar, vi um dos Likama’r com uma espada em direção de Louise, O que ela fazia ali? Estaria ajudando com os feridos? A batalha já havia acabado, corri para lhe salvar, porém, tarde demais, a lâmina perfurou seu abdômen, ela olhou para mim com olhos lacrimejados ela soletrou sem poder dizer, mas sabia que era “Eu te amo”, por um momento não acreditei, minha vida ruiu, como a construção frágil, não passei de um castelo de cartas, puxei minhas lâminas e com pesar matei a sangue frio o Likama’r.

Desabei do lado de Louise e desatei a chorar:
– Eu te amo tanto sabia? Não era para ter acontecido, vamos dar um jeito nisso, eu tenho certeza – Ela colocou a mão no meu rosto e secou minhas lágrimas -
– Sim, eu sei, também te amo, aqui está como prometido. – Ela me beijou, senti meu corpo aquecer, apesar da situação aquilo foi bom.
– Espere – Lembrei-me dos pergaminhos, puxei um que havia um lacre azul claro, como o céu límpido e comecei a ler em voz alta:
Aos céus eu imploro!
Curai esta pobre alma.
Que foi vítima dos maquiavélicos.
Dai assistência.
Pois nenhum unguento a conforta.
Nenhum remédio a cura.
Nenhuma Sacra lhe traz paz.
Peço-lhe de todo coração.
Perdoai este ser.
Que tanto se martirizou.
Ela que a mim e tantos outros trouxe paz.
Não a deixe morrer em nome de conflitos frívolos.
Se ela te magoou.
Perdoa.
Pois em seu lugar.
Você gostaria do mesmo?

Uma aura emanava de mim, um circulo de luz agora envolvia Louise, vi o sangue secar e o ferimento fechar, Louise abrir os olhos e respirar, então desmaiei.


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