Pra te Entregar escrita por Alexis R, Bia Granger


Capítulo 25
Vivendo um Pesadelo - parte 2


Notas iniciais do capítulo

Oi, oi, gente. Como o prometido, estou aqui com um capítulo fresquinho pra vocês. Sem muito mais o que dizer, vamos ao capítulo. Espero que gostem.



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Jade e BB chegaram em casa e logo foram abraçadas pelos namorados.

–Eu sinto muito que você esteja passando por isso, Jade. –a garota não respondeu, apenas retribuiu o abraço.

–Você tá bem mesmo, Ruiva? –perguntou Zé preocupado.

–Tô, sim, não se preocupa. Eu vou tomar um banho. –disse dando um selinho no namorado.

Jade, sem falar nada, foi em direção ao outro banheiro, mas foi impedida por Cobra.

–Eu vou com você.

–Cobra, eu não tô com cabeça...

–Caramba, Jade, é isso que você pensa de mim? Que eu ia te pedir isso num momento desses? Eu só não confio em você pra ficar sozinha agora.

–Desculpa. –disse com a cabeça baixa. Ele a abraçou. Ele foi com ela até o banheiro e ficou esperando do lado de fora do box. Numa situação como essa, não confiava na garota sozinha nem por um minuto. Se antes já se preocupava quando ela arrancava os cabelos, agora que havia se cortado uma vez, o garoto temia que ela fizesse novamente.

Assim que Jade saiu do chuveiro, Cobra a ajudou a vestir o roupão e a abraçou enquanto a garota chorava compulsivamente.

–Obrigada por estar aqui comigo, Ricardo, mas eu preciso ficar com a minha família agora.

–Eu entendo, mas eu vou ficar aqui, não quero ficar longe de você agora.

–--*---

–Zé, não me olha assim, eu juro que eu tô bem.

–Eu que demorei tanto pra te conquistar e quando eu consegui, quase te perdi.

–Você não demorou nada pra me conquistar, eu que demorei pra admitir. Eu te amo muito, e você não vai me perder fácil assim.

–Eu também te amo, minha ruiva. –disse beijando-a.

–Eu vou ver como a minha irmã tá. Ela precisa de mim agora.

–Eu entendo. –disse, dando um selinho nela.

Sara viu BB saindo de seu quarto e a abordou.

–Pega isso, você sabe como usar. –disse entregando uma arma para a filha.

–Eu tenho contatos e consegui porte pra você. Não sai sem ela. –pediu.

–Tá bom, mãe. –disse pegando a Glock 17.

BB foi para o quarto da irmã a encontrou deitada na cama. Ela se aproximou e a abraçou.

–Por que você me mandou sair? Eu deveria ter ficado...

–Jade, eu precisava me concentrar, seguir o meu treinamento, e eu não ia conseguir fazer isso.

–Foi a Eva que fez isso, eu tenho certeza. Ela virá atrás de mim de novo.

–Ei, você tá segura aqui, ninguém vai te machucar, eu juro.

–Eu também não quero que você se arrisque por mim de novo. –Tony entrou.

–Jade, a BB tá certa, você tá segura aqui, vocês duas estão. –afirmou se sentando numa cadeira ao lado da cama das irmãs.

–--*---

Gael e Dandara chegaram e se sentaram em frente à René e Sara. Cobra e Zé foram para o quarto da ruiva.

–Eu tenho certeza que foi Eva. O cara que as atacou era um lutador da Khan. Ou seja, o Lobão também tá metido nisso.

–O que a gente faz, então? Nossos filhos estão em perigo.

–Eu coloquei gente pra vigiar todos. Eu vou correr atrás de provas contra aqueles dois. –informou dando um beijo em René. Ela, antes de sair, passou no quarto de Jade. Sorriu ao ver que a garota dormia no ombro da irmã e que Tony estava adormecido na cadeira ao lado delas. Ela deu um beijo na testa de cada, os cobriu, e saiu.

Gael se despediu de René e Sara, e foi para casa com a namorada.

–--*---

Gael e Dandara entraram em casa e foram checar os filhos. Gael entrou no quarto das meninas e sorriu com a cena: João e Karina dormiam no colo da irmã mais velha.

–Gael, cadê o João? –perguntou no corredor. Ele a chamou com a mão para vir até a porta. Ela olhou para cama e também sorriu.

–Pra esse três estarem assim, só pode ter acontecido alguma coisa.

–Morena, deixa eles dormirem, amanhã conversamos com eles.

–Tá, mas isso merece uma foto. –riu, pegando o celular.

–--*---

Na manhã seguinte, Sara foi até a casa de Edgar dar a notícia a ele. Ela bateu na porta e esperou.

–Sara, aconteceu alguma coisa com a Jade? –perguntou Ed, preocupado.

–Aconteceu. Senta, que você vai precisar. –pediu. Ela contou tudo o que havia acontecido.

–Meu Deus, ela tá morta?! E a Jade?

–Nós vamos cuidar dela, você pode ir lá em casa quando quiser.

–E o enterro? –perguntou baixinho.

–O corpo vai demorar a ser liberado, mas deixa que eu cuido disso. Uma patente ajuda muito nessa hora.

O professor chorava como um garoto.

–Ela era minha melhor amiga... Como isso aconteceu?

–A Eva.

–Como assim? Ela...

–Só te digo que não posso contar no que ela tá envolvida porque é segredo de Estado.

–Meu Deus! Eu vou ver a Jade.

–Pega um taxi. Eu te daria uma carona, mas tenho que achar provas contra aquela mulher. –disse saindo, deixando Ed em choque.

–--*---

Bianca acordou sentindo o peso de João e Karina. Era impossível se levantar sem acordá-los, então, ela sacudiu os dois.

–Vocês estão melhores? –perguntou ela, preocupada.

–Eu tô bem, você que deve estar dolorida. Nós dois te usamos de travesseiro.

–É, a K tá certa, mas você é confortável.

–Tá me chamando de gorda, João? –levantou uma sobrancelha.

–Jamais, maninha. –sorriu. Eles foram pra sala. Gael e Dandara já estavam tomando café da manhã.

–Madrinha, pai, nós precisamos conversar com vocês. –anunciou Bianca.

–Eu encontrei o Lobão na praça ontem, ele falou que vai pedir minha guarda e da K.

–Aquele maldito! –esbravejou Gael.

–Calma, amor. –disse Dandara, também nervosa.

–Escuta aqui, vocês dois. Vocês são os meus filhos, e eu nunca vou permitir que aquele cara chegue perto de vocês. –disse Gael, abraçando-os.

–--*---

Tony acordou cedo para ir para a Base e viu que Barbara também já estava acordada.

–Eu tenho que ir, você vai ficar bem? –perguntou Tony, pegando suas coisas.

–Vou, seu chato, não se preocupa.

BB resolveu deixar a irmã dormir. Cobra já estava acordado na porta do quarto.

–Vai ficar com a sua dama. Só cuida bem dela. –pediu.

–Sempre, cunhada. –respondeu entrando no quarto. Jade ainda dormia. Cobra se deitou ao lado dela e fez carinho em seus cabelos. Aos poucos, ela foi acordando.

–Eu achei que você tinha ido embora. –disse com a voz rouca.

–Eu te disse que não ia ficar longe de você agora.

–Eu não sei o que fazer sem a minha mãe... –segredou a menina.

–Não tem nada que eu possa dizer pra fazer você se sentir melhor, mas eu juro que vou ficar do seu lado. –prometeu, beijando suas mãos.

–Isso já ajuda muito, Cobra. Eu preciso de você mais do que nunca.

–Eu tô aqui, minha dama. Pra sempre. –sorriu.

–--*---

Karina estava deitada no sofá, com a cabeça no colo da irmã e as pernas no colo de João, quando recebeu uma mensagem de Pedro.

“Amor, vem aqui em casa quando puder. Meu pai traiu minha mãe com aquela Roberta. Eu preciso de você.”

–Bi, eu preciso ir na casa do Pê.

–Eu te levo de carro.

–É logo ali, Bianca, não precisa.

–Karina, não discute, tá. Eu não quero você andando sozinha nem até a esquina. –cortou, pegando as chaves do carro do pai, já que ele e Dandara estavam dormindo.

A viagem foi super-rápida, já que era muito perto.

–Quando for pra casa, me liga pra eu te buscar.

–Mas, Bianca... –tentou argumentar.

–Sem “mas”, eu não quero correr o risco daquele cara te cercar. Então, liga, decorou?

–Decorei, Dona Exagerada! –riu, fazendo sinal de continência.

–--*---

Karina entrou na casa e encontrou o namorado jogado no sofá, com os olhos vermelhos. Ela se aproximou e o abraçou. Ele chorou em seu ombro como uma criança por alguns minutos. Quando se acalmou, começou a falar.

–Ele estava tendo um caso com aquela mulher há meses. Minha mãe descobriu tudo. A Tomtom os ouviu brigando e acha que é tudo culpa dela, ela tá péssima, e eu não sei o que fazer pra ajuda-la.

–Sabe, Pê, quando eu era pequena, eu morria de medo de tempestade. Uma noite, teve uma muito forte e eu corri pra cama da Bi e comecei a chorar, pedindo pra ela fazer parar. Ela me abraçou e disse que não tinha o poder de fazer isso, mas que tinha o poder de me manter protegida. Parece pouco, mas isso foi o suficiente. Então, Pê, você não tem o poder de consertar as besteiras que o seu pai fez nem nada do que tá acontecendo, mas você pode, sim, fazê-la se sentir melhor.

–Obrigada, K. –o guitarrista agradeceu.

–Você ficou do meu lado quando eu precisei, agora eu estou do seu. –disse abraçando-o novamente. –Eu te amo muito, Pê.

–Eu também te amo, esquentadinha. –Tomtom desceu.

–Oi, baixinha. –a menina abraçou a cunhada.

–Oi, K. –disse, chorosa.

–Escuta, eu sei que vocês dois estão tristes, então, que tal a gente assistir um filme de comédia pra descontrair um pouco?

–Você é a melhor namorada do mundo. –sorriu Pedro.

–E a melhor cunhada também. –brincou Tomtom. Os três sentaram-se no sofá, e, por alguns momentos, Pedro e Tomtom puderam esquecer seus problemas. No meio do filme, o celular de Karina apitou. Era Bianca.

“K, que horas você vem pra casa? Daqui a pouco tem que tomar seu remédio.”

Karina respondeu:

“Ah, Bi, o filme já tá acabando, mas não quero deixar o Pedro sozinho.”

“O que aconteceu?” perguntou Bianca.

“O Marcelo traiu a Delma com aquela Roberta. Eles estão se separando.” Karina explicou.

“Chama ele pra jantar aqui em casa, tô fazendo lasanha. Daqui a meia hora, tô aí.” finalizou Bianca.

–O que foi, amor? –perguntou Pedro.

–A Bi tá vindo buscar a gente, ela fez lasanha.

Mais tarde, Bianca foi buscar o trio, que se juntou à família para o jantar.

–Nossa, esses dois comem demais! –comentou Tomtom com Bianca.

–Espero que o Pedro saiba cozinhar, porque a K não frita nem ovo. –brincou Bianca.

–O Pedro só sabe fazer sanduíche. –respondeu Tomtom.

–A gente rouba a Bete pra trabalhar na nossa casa. –brincou Karina.

–Vocês são duas crianças e já estão pensando nessas coisas?! –fala Gael.

–Mestre Sogão, eu amo muito a K, e sei que quando eu estiver pronto pra casar, será com ela. Com a permissão do senhor e da cunhadinha, é claro. –respondeu Pedro.

–Olha, moleque você provou mesmo que ama a minha filha, então, se vou ter mesmo que entregar minha garotinha pra algum marmanjo, será pra você. –todos riram.

Mais tarde, Pedro foi para casa com a irmã. Bianca e Karina estavam no quarto, quando o celular de Bianca apitou.

–Quem é, Bi?

–O Duca, me chamando pra sair.

–Vai, faz tempo que vocês dois não saem.

–Você vai ficar bem?

–Bi, eu não sou mais criança. A madrinha, o papai e o Johnny estão em casa, vai se divertir um pouco.

–Mas, K...

–Bi, tudo que você tem feito nos últimos tempos é cuidar de mim, você e o Duca nem curtiram a volta do namoro de vocês. Vai!

–Tá, mas me liga, qualquer coisa! –disse, dando um beijo na testa da irmã e saindo.

–--*---

Karina estava deitada em seu quarto, quando Dandara entrou.

–Tá tudo bem, madrinha? –perguntou Karina.

–Tá, sim, minha linda, eu só vim ver como você estava. Tomou o seu remédio pra dor?

–Tomei, sim.

–Ei, que carinha é essa? –perguntou Dandara, notando a expressão triste no rosto da enteada.

–Eu tô preocupada com o Pê e com a Tomtom com essa história toda de separação.

–Olha, K, tudo o que você pode fazer agora, é estar do lado deles.

–Eu sei. Eu também tô preocupada com a Bi, sabe, desde que eu me meti na Khan, tudo o que ela tem feito é cuidar de mim. Não quero que ela deixe de viver a vida dela por minha causa.

–K, a sua irmã te ama muito, é natural que ela fique preocupada e queira estar perto de você. Não a afaste, que isso só vai machucar vocês duas.

–Obriga por sempre cuidar da gente, madrinha

–Você não tem agradecer nada, minha linda, eu amo muito vocês duas, vou estar com vocês sempre. –respondeu, abraçando a afilhada.

–--*---

Três semanas se passaram. Finalmente o corpo de Lucrécia iria ser liberado.

–Cobra, eu quero ficar sozinha hoje. –pediu Jade. Eles estavam no quarto da garota.

–Tem certeza, Jade?

–Eu preciso de espaço.

–Tá bom, mas, por favor, não se machuca. –disse, dando um beijo carinhoso nela.

–Eu juro que não vou.

–Eu te amo, minha dama.

–Eu também te amo, vagabundo.

–--*---

Jade levantou e foi até o banheiro. Ela tinha pego um canivete de Tony escondido. Não aguentava mais aquela situação. Por sua culpa, sua mãe estava morta e a sua irmã havia se machucado. Seu primeiro impulso foi cortar os pulsos, mas BB verificava seus braços todos os dias, então ela levantou a blusa e fez um único corte na barriga. Porém, o que ela não espera, era o quão afiada era aquela lâmina. Logo, a garota começou a sangrar muito.

Sara e Tony chegaram em casa de madrugada devido o trabalho na base. Sara logo foi checar Jade, já que o velório de Lucrécia seria em poucas horas. Ela abriu a porta do quarto e não encontrou a garota. No quarto da irmã, ela também não estava. Então, ela foi ao banheiro. A porta estava trancada.

–Jade! Abre essa porta, agora! –temendo que a garota estivesse encostada na porta, ela pegou seu canivete e arrombou a fechadura. Se desesperou ao ver a enteada desmaiada no chão, em cima de uma poça de sangue. Ela pegou uma tolha e começou a estancar o sangue. Tony alcançou a cena.

–Filho, segura essa tolha pra estancar o sangue! –Sara tirou sua arma da cintura.

–O que a senhora vai fazer?

–Cauterizar isso. –respondeu jogando pólvora no corte e pegando um fósforo. Logo, o ferimento parou de sangrar.

–Pega a chave do carro. –mandou Sara, enquanto pegava Jade no colo. A garota gemeu de dor.

–Shhh, vai ficar tudo bem, eu vou te levar pro médico. –disse, colocando a garota no banco de trás do carro e sentando junto com ela. Tony dirigia a toda velocidade. Assim que chegaram ao hospital, Jade foi atendida. Recebeu sangue e foi internada até o dia seguinte.

–Filho, eles não vão deixa-la receber visita. Eu só vou passar por causa da farda. Vai pra casa e explica tudo pro seu pai e a sua irmã. Venha buscar a gente amanhã cedo. –pediu, se despedindo do filho e indo para o quarto da enteada. Ela se sentou na cadeira ao lado da cama. De repente, Jade acordou.

–Aonde eu tô?

–No hospital. Você quase morreu.

–Ia ser melhor assim.

–Não, não ia. Eu sei como dói perder alguém que a gente ama, mas você não pode pensar assim.

–Por que você tá aqui comigo?

–Porque eu me importo com você. Eu nunca vou tentar substituir a Lucrécia, ela é a sua mãe e ninguém nunca vai tomar esse lugar, mas, se você deixar, eu posso prosseguir de onde ela não pôde continuar.

–Você não tem fazer isso...

–Eu não tenho, mas eu quero. –respondeu acariciando os cabelos da menina.

–--*---

Na praça, Cobra estava sentado no banco, preocupado, quando avistou Pedro.

–Posso falar com você?

–Pode, cara. Tá tudo bem?

–Eu tô preocupado com a Jade, acho que você é o único que já passou pelo que eu tô passando.

–Ela mandou você embora, não foi?

–Foi.

–Dá o espaço que ela te pediu, só não vai muito longe. Quando ela estiver pronta, vai pedir a sua ajuda. –disse, colocando a mão no ombro do rapaz.

–--*---

Tony chegou gritando, acordando o pai e a irmã.

–Meu filho, que sangue é esse? O que aconteceu? –perguntou René, vendo a roupa do filho toda manchada de sangue. Tony explicou a situação.

–Eu quero ver a minha irmã! –protestou BB.

–Filha, não adianta, eles não vão deixar. –BB saiu para o quarto e decidiu pedir a ajuda de Bianca. Ela enviou uma mensagem para a morena.

“Bi, vem pra cá agora. A Jade quase se matou, eu preciso da tua ajuda.”

Bianca respondeu:

“Meu Deus do céu. Tô indo pra aí!”

–--*---

–O que foi, linda? –perguntou Duca para Bianca.

–Era a ruiva, a Jade quase se matou. Eu preciso ir pra lá.

–Calma, eu te levo.

–Desculpa por não estar te dando atenção, Du. –pediu Bianca.

–Amor, sua família precisa de você, eu não vou te julgar. Eu vou te deixar lá, depois vou no QG ver se o Cobra já sabe.

–--*---

Bianca tocou a campainha da casa dos tios.

–Tio. –disse abraçando René, assim que ele abriu a porta.

–Que bom que você veio, Bi. A BB tá uma pilha de nervos.

–Eu vou falar com ela. A Jade é família agora. Nós vamos ajuda-la. –respondeu, se encaminhando para o quarto da prima, que logo a abraçou.

–Eu não sei mais o que fazer, Bi. –confessou BB.

–Calma, Ruiva, me explica o que aconteceu. –pediu. A ruiva explicou o ocorrido. –Meu Deus! Olha, eu sei pelo que a Jade tá passando, porque eu já passei. Eu era muito pequena, mas me lembro. Acho que a Jade faz igual à Karina quando tá mal: vai por um caminho autodestrutivo.

–--*---

Duca chegou ao QG e se surpreendeu com Cobra, Pedro e João juntos, como velhos amigos.

–Cobra, eu preciso falar contigo. A Jade...

–O que aconteceu com ela? –cortou o lutador, preocupado.

–A Ruiva mandou uma mensagem pra Bianca. Ela se machucou de novo, mas ela vai ficar bem. A Sara tá no hospital com ela.

–Que hospital? Eu vou pra lá agora! –disse, desesperado.

–A Bi me disse que ela não pode receber visitas. –Cobra deu um murro na bancada.

–Cara, escuta, eu sei o que você tá sentindo, mas, ficar assim não vai ajudar a Jade. –disse Pedro. Cobra se sentou no chão e começou a chorar, sem se importar se os outros estavam vendo.

–--*---

Jade foi liberada do hospital no dia seguinte, e logo foi recebida com abraços do pai e dos irmãos. Cobra se aproximou e a beijou.

–Me desculpa. –pediu chorosa.

–Nunca mais faz isso, Jade! Eu te pedi tanto!

–Eu sei. –respondeu cabisbaixa.

–Eu não quero brigar com você agora. Vem comigo. –disse, pegando a mão dela.

Eles foram para o velório de Lucrécia. Jade abraçou Edgar, e os dois choraram juntos. Aliás, chorar era tudo que a garota conseguia fazer.

–--*---

Jade estava em seu quarto, sozinha, quando Bianca entrou. Ela se aproximou da bailarina.

–O que você quer? –perguntou ácida.

–Eu quero conversar com você. –respondeu Bianca. –Olha, Jade, eu sei o que você tá sentindo. Eu tinha 3 pra 4 anos, mas eu lembro como se fosse hoje de como foi difícil ter que enterrar a minha mãe. Eu sei que parece que o mundo da desabando em cima de você. Essa dor você vai carregar pro resto da sua vida com você.

–O quê eu faço, então? –perguntou chorosa.

–A minha mãe morreu pra deixar a K pra gente. Foi nela que eu me apoiei e me apoio até hoje, quando a saudade fica muito forte. E a sua mãe, Jade, deu a vida dela pra que você pudesse viver. Então, se agarra a isso. Viva, ame, corra atrás dos seus sonhos. Não deixa o sacrifício de a sua mãe ser em vão.

–Eu não entendo. Por que você tá tentando me ajudar? Depois de tudo que eu fiz...

–Você errou, Jade, mas todo mundo erra. E você é parte da minha família agora. Eu tô disposta a pôr uma pedra no passado e te ajudar. Mas, pra isso, você precisa deixar. Você pode ter a todos nós, é só você querer. Aliás, mesmo que você não queira, nós vamos lutar por você. É assim que funciona com a nossa família. –disse Bianca, abraçando-a pela primeira vez.

–--*---

As semanas se passaram e as coisas estavam se acertando. As garotas decidiram sair juntas, já que os meninos iam jogar. Jade já estava integrada no grupo. Assim como Fabi, desde que começara a namorar João. Elas estavam andando pela praça, quando Karina encontrou Pedro indo para o QG. Eles se abraçaram e começaram a trocar beijos.

–Nossa, que grude da “machinho” com o guitarrista!

–A dançarina não perde a pose. –brincou Sol. Todos estavam rindo descontraídos, quando BB percebeu um homem andando pela praça. A garota gritou.

–Arma!

Tudo aconteceu em um piscar de olhos. A ruiva puxou a prima para trás de um carro. Sol e Fabi se jogaram no chão. Pedro e Karina foram os que mais demoram pra perceber. O homem atirou na perna de Pedro e mirou em Karina. Bianca correu em direção à irmã, jogando o seu corpo por cima do dela. BB sacou a sua arma e atirou contra o homem, o acertando na cabeça.

Bianca esperou sentir o disparo, mas esse não aconteceu. Levantou a cabeça lentamente e viu sangue. Como não estava ferina, percebeu que o sangue era de Karina. Ela havia quebrado sua promessa. Não conseguiu proteger a irmã. Ela rapidamente se separou da caçula e começou a estancar o sangue que vinha de seu abdome. Sol correu pra ajudar Pedro.

–Jade, liga pra minha mãe. Fabi, avisa os meninos. Ninguém sai daqui, podem ter outros. –disse mantendo a arma em punho. Logo, os meninos apareceram correndo. Zé pegou o seu cinto e fez um torniquete na perna de Pedro.

–Karina! –chamava Pedro.

–Pê... –respondia a menina, fracamente.

–Cara, fica calmo, a Bia tá cuidando dela. Você precisa ficar com a gente...

–Bi, eu não consigo respirar, eu tô com medo... –disse Karina, baixinho.

–Vai ficar tudo bem, minha pequena, eu prometo. –João ligou para a ambulância, desesperado, vendo o amigo e a irmã sangrarem.

–Pê... –chamou Karina.

–Eu vou ficar bem, esquentadinha... Eu te amo... –respondeu.

–Eu também te amo... –Karina sentiu o ar cada vez faltar mais. Não conseguia mais falar. Viu toda a sua vida passar diante dos seus olhos, como um filme.

–K, eu sei que você tá assustada e com dor, mas eu tô aqui. A ambulância já tá chegando. Eu preciso que você aguente só mais um pouco. –Bianca estava completamente desesperada. Havia falhado, deveria ter protegido a irmã, deveria ter chegado lá mais rápido, deveria ter alcançado Karina antes daquela bala. A caçula mantinha os olhos abertos, mas não falava. A mais velha tentava se manter forte, mas vivia o pior momento de sua vida, seu pior pesadelo virando realidade. A ambulância chegou e os paramédicos colocaram a loira na maca. Bianca subiu junto.

–Temos que estancar o sangramento. Qual o nome dela?

–Karina.

–Karina, eu preciso que você fique calma pra podermos te ajudar.

–K, eles só querem te ajudar, eu não ia deixar ninguém te machucar. Olha pra mim. Esquece tudo que tá em volta. –disse segurando a mão da irmã enquanto fazia cafuné em seus cabelos curtos. Ela se lembrou de quando a irmã corria para sua cama assustada com as tempestades e começou a cantar, para acalmá-la e para suplicar a que ela resistisse. Pois, se a perdesse, sua vida perderia o sentido.

“Sister

Pass in time if you're in mind

It's another quiet night

I feel the ground against my back

Counting stars against the black

Think about another day

Wishing I was far away

We're ever at our dreamed out words

You'll be there with me

Sister, I hear you laugh

My heart feels full, oh

Keep me, please

Sister, and when you cry

I feel your tears running down my face

Sister, sister

Keep me

I hope you always know it's true

What I could never make it through

Cause you could make the sun go dark

Just by walking away

Play it like you used tô play

Like it would never go away

I feel you beating in my chest

I'd be dead without

Sister, I hear you laugh

My heart feels full, oh

Keep me, please

Sister, and when you cry

I feel your tears running down my face

Sister, sister

Keep me

I hope you always know it's true

I would never make it through

Cause you could make the heavens fall

Just by walking away

Sister, I hear you laugh

My heart feels full, oh

Keep me, please

Sister, and when you cry

I feel your tears running down my face

Sister, sister

Keep me

Irmã

Passo o tempo se você estiver em mente

É outra noite calma

Sinto o chão contra minhas costas

Contando estrelas contra o céu negro

Penso em outro dia

Desejando que eu estivesse bem longe

Existimos sempre em nossas palavras sonhadas

Você estará lá comigo

Irmã, eu ouço você rir

Meu coração se enche todo, oh

Fique comigo, por favor

Irmã, e quando você chora

Eu sinto suas lágrimas caindo pelo meu rosto

Irmã, irmã

Fique comigo

Eu espero que você sempre saiba que é verdade

O que eu nunca conseguiria superar

Porque você poderia fazer o sol escurecer

Só por ir embora

Brinque como costumávamos brincar

Como se isso nunca fosse acabar

Sinto você batendo em meu peito

Eu estaria morto sem isso

Irmã, ouço você rir

Meu coração se enche todo

Fique comigo, por favor

Irmã, e quando você chora

Eu sinto suas lágrimas caindo pelo meu rosto

Irmã, irmã

Fique comigo

Eu espero que você sempre saiba que é verdade

Eu nunca conseguiria superar

Porque você poderia fazer o sol escurecer

Só por ir embora

Irmã, ouço você rir

Meu coração se enche todo

Fique comigo, por favor

Irmã, e quando você chora

Eu sinto suas lágrimas caindo pelo meu rosto

Irmã, irmã

Fique comigo.


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Notas finais do capítulo

Jesus, me segura! Que capítulo foi esse, gente?! :O Pessoas, sinto em avisar, mas o próximo capítulo ainda vai demorar, pois a autora Alexis R está sem teclado e não pôde terminar de escrever o próximo. Foi mal, gente. Aquietem os corações e larguem as facas! Beijos!