HIATUS - No fundo dos teus olhos escrita por little wolf boy


Capítulo 6
Pra sonhar


Notas iniciais do capítulo

Música do dia: Pra sonhar, do Marcelo Jeneci

Se passa depois deles completarem Hogwarts. Se fosse colocar um tempo, na verdade, esse seria o fim da história.



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Remus e Severus nunca tiveram um casamento de verdade, com ternos, aliança e amigos reunidos.

Depois da guerra não havia muito clima para festa, e grande parte de seus amigos estavam mortos. Remus acabou ficando manco e tinha de usar uma bengala por um feitiço desconhecido que recebeu, e Severus agora tinha uma cicatriz no rosto quase pior do que aquelas que ele sustentava.

Isso não quer dizer que eles desistiram de sua felicidade, apesar disso.

Severus finalmente saiu de Hogwarts, e parecia não sentir falta alguma de ensinar. Ele e Remus acabaram na casa dos Lupin, um lugar simpático e aconchegante com um lago no quintal e pássaros cantando na manhã, memórias felizes da dos tempos de escola dos dois em cada esquina. Ele trabalhava agora como mestre de poções no laboratório que construíram embaixo da casa, testando novas delas e produzindo para vender às enfermarias de Hogwarts. Remus, por sua vez, trabalhava numa pequena biblioteca bruxa perto de casa, cercado pelos livros que amava.

Era uma rotina monótona, tranquila, mas especial em sua própria forma.

Como nas manhãs em que Remus podia acordar para sentir uma presença quente ao seu lado ao invés da cama fria que teve de encarar pelos treze anos que passou longe dele, e no modo como tudo que Severus lhe dava era olhares mortais quando ele lhe oferecia café sorridente, só falando algo depois das oito e meia da manhã, e nessa hora reclamando do quão cedo Remus acordava.

Ou do jeito que, às vezes, quando chegava em casa, Severus havia tentado lhe cozinhar alguma coisa (Não pode ser tão diferente de fazer poções, pode? Ele falava, com escárnio), que no fim saía terrivelmente queimada ou de gosto indescritível, e Remus acabava dando um beijo doce num Severus emburrado ao servir o omelete rápido que ele havia feito em substituição.

Os momentos em que os Potter iam visitar os dois, as crianças correndo para todos os lados, Severus as vigiando como um falcão para ter certeza de que elas não tocariam em nenhum de seus objetos de poções. E os dois iam trocar toques casuais — uma mão no ombro, um beijo rápido antes de ir preparar o jantar. Harry olharia para ele, os olhos sábios e felizes:

— Eu ainda não entendo como vocês podem combinar, Professor, mas eu estou feliz que você conseguiu encontrar a felicidade. — Remus sorriria de modo tenro, assentindo.

E então, haveria momentos tranquilos em frente ao lago, a cabeça de Severus deitada em seu colo, e ele veria uma tristeza infinita nos olhos de obsidiana dele, e somente o beijaria na testa, dizendo o quanto ele o amava, descrevendo com eufemismos ridículos o tamanho do tal amor, até que a tristeza fosse embora e ele soltasse algum comentário ácido, o carinho implícito.

Então, não. Eles nunca se casaram, nem tiveram uma festa extravagante ou trocaram seus sobrenomes. Mas ninguém poderia dizer que eles não haviam conseguido construir suas próprias felicidades, simples e bonitas do modo que todas deviam ser.


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Notas finais do capítulo

Gente, que amorzinho essa música. Espero que gostem!