HIATUS - No fundo dos teus olhos escrita por little wolf boy


Capítulo 4
Meu erro


Notas iniciais do capítulo

Música do dia: Meu erro, d'Os Paralamas do Sucesso,

Se passa no ano depois que eles terminaram a escola.



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No final, Remus devia ter notado isso antes.

O sexto e sétimo ano de Hogwarts foram difíceis para os dois. Foi a época em que Severus finalmente percebeu que o amava, e continha algumas de suas melhores memórias, mas também fora o ano em que eles se assumiram para a escola e, consequentemente, sofreram bullying. Um casal gay, de duas casas rivais… É claro que todos queriam implicar com eles.

Sempre soube que fora pior para Severus, apesar disso, que sofria com aquilo desde que entrara em Hogwarts, e agora era forçado a aguentar o bullying de toda a escola. Por isso, quando ele começou a sair com aqueles sonserinos sombrios cercados de rumores sobre magia das trevas, ele não disse uma palavra. Se preocupou, com certeza… Mas eram só amigos, certo? Remus não poderia privar isso dele.

Quando os dois saíram de Hogwarts, compraram sua própria casa, um apartamento pequeno e aconchegante perto da entrada do Beco Diagonal, e tudo parecia bem. Só que não era exatamente assim. Severus saía abruptamente de casa, ás vezes, ou tinha encontros dos quais ele falava pouco sobre, ou sumia no meio da noite, acreditando que ele estivesse dormindo. Remus não falou nada, mesmo sabendo que devia. Se odiava pela falta de coragem. Um grifinório covarde?

Talvez… Talvez ele só não quisesse ver aquilo. Queria se manter ignorante e feliz pelo máximo de tempo possível.

Mas agora, não havia como fugir, ou fingir que nada acontecia. Remus segurava o antebraço de Severus firmemente, encarando a marca contida lá com horror. Uma caveira com uma cobra saindo de sua boca, queimada na pele dele num feio vermelho. Ele estava chorando, mas só percebeu isso quando sua visão começou a ficar borrada. Aquilo não podia estar acontecendo. Pela segunda vez em sua vida, Remus se sentiu como se estivesse no meio de um pesadelo do qual não podia acordar.

— Por quê? — Perguntou, a voz meio estrangulada. Severus tinha os olhos fixos na parede. Eles eram como obsidianas, um negro que conseguia ser brilhante e fosco ao mesmo tempo. Agora eles estavam vazios, e o homem sustentava uma máscara sem expressão. Remus suspirou, espantando as lágrimas com as costas das mãos.

— Você… Você pode se juntar a Ordem. Eu tenho certeza de que Dumbledore vai te aceitar. Você pode desistir disso. Você… — Remus continuou balbuciando, quase sem sentido. Severus colocou as mãos em suas bochechas, levantando o seu rosto. Nos seus olhos, um sentimento indecifrável, seus dedos surpreendemente suaves em comparação com as palavras que ele diria a seguir.

— Eu não posso. Eu tenho de continuar com os Comensais. É… — Ele hesitou, incerto. — É o que eu quero. — Remus agora estava chorando, daquele jeito que deixava os ombros tremendo e o seu nariz vermelho.

— Por favor, Severus. Por mim. Você não pode fazer isso. Por favor. — Sua voz era entrecortada com soluços, e ele se perguntou o quão ridículo e frágil ele parecia agora, implorando assim. — Por favor, não me abandone desse jeito...

Severus permaneceu em silêncio, a respiração calma. Remus não sabia quanto tempo passou chorando no ombro do homem que amava, mas quando se recompôs o suficiente para falar com clareza, sua cabeça doía, e as primeiras estrelas surgiam lá fora.

— Eu estou me mudando para a Mansão dos Potter. É a sede da Ordem agora. Eu me alistei ontem, e iria tentar te convencer a entrar também quando… bem. — Ele parou, fungando. Sua voz ainda era frágil, quebrada, e ele sentiu vontade de chorar mais uma vez.

Se levantou. Severus ainda sustentava aquela máscara, mas Remus podia ver o desamparo no fundo de seus olhos. Inclinou-se, depositando um beijo tenro na testa dele, o sustentando um pouco mais do que o necessário.

— Eu sempre vou te amar, e sempre vou esperar por você. Não se esqueça disso, Severus. — Murmurou contra o cabelo dele com fervor.

Saindo de sua casa logo após isso, Remus nunca viu as duas únicas lágrimas que deslizaram pelo rosto de Severus quando ele partiu.


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Notas finais do capítulo

E aí? Gostaram? Eu estava ansiosa para escrever essa cena. Se tiverem qualquer dúvida com a linha do tempo confusa, aliás, se sintam livre para me perguntarem.



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