Até a Lua escrita por A Garota Dos Livros


Capítulo 1
Até a Lua




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Dez anos antes.

- Você ainda me ama, mamãe ? – pergunta a menina entre soluços.

A mãe lhe dá um sorrio – venha até aqui meu amor.

As duas saem pelas portas de correr do fundo da casa e vão para o quintal. No céu uma grande e brilhante lua cheia ilumina a parte de fora da casa.

- Foi apenas um vaso, mas você poderia ter se machucado... – ela faz uma pausa.

- Mas você ainda me ama ?

- Claro! Olhe – a mulher aponta para até – eu te amo até lá.

- Até a lua ?

- Sim. Eu te amo até a lua. Pra sempre.

Enquanto a garota sorria e abraçava a mãe, o pai vai até o fundo.

- Minhas meninas! – ele exclama quando as vê.

Elas riem e o abraçam. Antes de entrarem todos, a mulher segura o braço da menina com delicadeza.

- Espere um pouco – os grandes e infantis olhos a encaram – Aqui.

A mulher tira do próprio pescoço uma corrente com um pingente de coração, ela abre o pingente e mostra para a garota, de um lado há uma foto do casal ainda mais jovens, e do outro lado, escrito ‘’ até a lua...’’.

- Seu pai me deu isso quando nos casamos, promete pra mim que vai cuidar bem dele ?

- Sim, mamãe.

...

Depois

Abro os olhos e coloco a mão no pescoço sentindo o contorno família do colar que minha mãe me deu.

10:00

- MÃÃÃE! – grito.

Estou atrasada, devia estar na escola já!

Ninguém me responde, então desço as escadas de pijama mesmo, um pijama curto e velhinho.

- Mãe?

Sem resposta de novo. Vou até a cozinha, que está totalmente deserta.

Mas que coisa! Será que esqueceram de mim hoje ?

Volto para as escadas resmungando, quando chego no topo dela um estrondo me faz parar.

- Sabemos que está aí, garota, pode ser mais fácil se voce se entregar! – um voz masculina grita vinda da porta arrombada.

Corro para o quarto, fazendo o mínimo de barulho possível. Tranco a porta.

O que está acontecendo ? Quem é esse homem ? O que ele quer ?

- Ana! Sabemos que está aí! – outro homem grita.

Escuto passos no lado de fora da porta, então uma batida, meu coração está prestes a sair da boca e eu não sei o que fazer. Mais batidas na porta me obrigam a me afasta.

A janela.

Abro a janela, há uma velha árvore ali, posso subir nela daqui e descer até o quintal. Então é isso o que eu faço, a descida foi até fácil. Embaixo da árvore vejo as sombras dentro da casa, há muitas pessoas lá dentro. Corro até o muro e o pulo, indo para na casa vazia ao lado, os Baker acabaram de se mudar daqui, corro pelas laterais até a rua.

- Ela está ali! – ouço uma voz feminina grita.

Há muitas pessoas na frente de casa, todas vestidas de preto e segurando armas excessivamente grande. Minhas pernas começam trabalhar assim que a voz da mulher me atinge, corro rua abaixo, ouvindo passos atrás de mim. Olho para trás e vejo que estão cada vez mais parte, as armas na frente do peito correndo junto com eles. Viro a esquina pra ganhar tempo mas dou um encontrão com alguma coisa.

- Ai cara... – a voz masculina para – moça, voce ta bem ?

Levando do chão rapidamente ignorando o joelho ralado.

- Estou – respondo rápido.

- Seu joelho...

Ignoro- o e volto correr.

- Puta merda! – ouço atrás de mim e alguém aparece no meu campo de visão – O que ta acontecendo? – o homem com quem trombei grita – Por que aqueles caras com aquelas bazucas estão atrás de você ?

- Não sei - grito de volta.

Corremos quase o quarteirão inteiro quando o homem sai do meu campo de visão, ouço um ronco de motor pouco depois e um Jeep Compass preto para do meu lado.

- Entra! – o homem com quem trombei grita.

Não penso duas vezes e salto dentro do carro, que acelera antes que eu feche a porta. Ofegante, observo o homem, não, cara. Ele tem o cabelo liso cortado no estilo militar moderno, o rosto é quadrado, o nariz é um pouco grande demais, mas mesmo assim, ele é bonito, não é mais do que cinco centímetros mais alto do que eu.

- Toma – ele tira a jaqueta de couro que usa e aproveita pra dar uma olhada rápida para trás – veste isso.

Ele coloca a jaqueta em cima das minhas pernas, sua pele branca contrasta com a minha morena.

...

Uma hora e meia depois nós paramos em frente a minha casa, não mais sinal de movimento aqui. Eu e o homem não conversamos durante todo esse tempo, apenas ficamos rodando com carro, até ele parar pra abastecer, depois voltamos a andar.

- Obrigada – é só o que consigo dizer antes de sair do carro.

Fecho a porta do carro e ando até a frente da minha casa, ouço a outra porta do carro fechando mas não olho para trás. Passo pela porta arrombada e vejo a casa revirada. Subo as escadas, e o mesmo cenário de repete no andar de cima. A porta do meu quarto também está arrombada, do lado de dentro, minhas roupas estão jogadas no chão e minhas gavetas reviradas, meu celular apita em algum lugar no meio da bagunça.

Nesse estadual vai dar quatro para os azuis, saíram da cidade tem dez minutos.

- São eles – apesar do numero deconhecido.

Pego minha mochila e despejo todo o material em cima da cama bagunçada, em seguida a encho de coisas como: o carregador, roupas, escova e pasta de dente e minha carteira. Tiro o pijama e coloco um jeans, camiseta preta e tênis. Desço as escadas, o cara do encontrão está sentado no sofá.

- O que ainda está fazendo aqui ?

- Ah, hm... e agora ?

- Agora eu tenho que sair.

- Pra onde ?

- Por que eu confiaria em você ? Nem sei seu nome!

- Bom, me chamo Cicero, e porque eu salvei sua vida.

Paro um pouco, tiro o celular do bolso e mostro a mensagem para ele.

- E... ? – ele pergunta.

- Vamos sair daqui.

Saimos de casa e entramos no carro de Cicero.

- Nesse estadual – começo explicar – quer dizer na interestadual. Vai dar quatro para os azuis, quer dizer quilometro quatro em algum lugar azul, provavelmente uma casa. Sairam da cidade em dez minutos, quer dizer que eles chegaram aqui em dez minutos.

- Como sabe disso ?

- Meus pais, fazíamos esse tipo de jogo antigamente.

- Ah... Quilometro quatro, interestadual então – ele diz.

- Por que está me ajudando ?

- Porque é isso que se aprende com os fuzileiros navais.

- Fuzileiro naval?

- É, estou de... folga.

- Voce é louco! – digo.

- Talvez. Ah, você não me disse seu nome.

- Me chamo Ana – ele dá um sorriso triunfante – aliás, sua jaqueta.

Tiro a jaqueta de dentro da mochila.

- Jogue no banco de trás, por favor, Ana – ele pronuncia meu nome devagar.

Jogo a jaqueta para trás e olho para frente com um longo suspiro.


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