Bom... Realmente era uma sensação nova.

Isso só porque Rachel não conseguia formar uma frase com duas palavras que fosse coerente em sua cabeça. O perfume de Quinn estava entorpecendo seus sentidos, as mãos de Quinn em sua cintura estava lhe causando arrepios e lhe tirando a linha de raciocínio completamente e os lábios de Quinn... Bem, eles estavam sendo sua perdição e trabalhavam perfeitamente no quesito de lhe tirar o fôlego.

Quinn passou levemente a língua pelos lábios da morena pedindo passagem, essa que lhe foi cedida quase que instantaneamente. Quando as línguas entraram em contato pela primeira vez um gemido se fez audível, mas não saberiam dizer quem foi que o soltou.

Rachel levou sua mão direita até os cabelos de Quinn enfiando os dedos no cabelo curto puxando a loira inconsequentemente para mais perto eliminando qualquer espaço inexistente, sua mão esquerda ficou na nuca da garota arranhando levemente e fazendo Quinn soltar pequenos suspiros entre o beijo.

Quinn se sentia nas nuvens e ela nem ao menos precisou de asas para alcança-las.

E tão pouco Rachel se sentia diferente.

Por um momento Rachel se lembrou de quando Finn lhe falara que o beijo de Quinn era como fogos de artifícios.

Bem... Ela não conseguia pensar em outra palavra para descrever aquilo. Ela estava vendo estrelas.

Se separaram lentamente quando o ar se fez escasso – maldito seja! – e, infelizmente, elas precisavam respirar. Quinn encostou sua testa com a de Rachel, ambas ofegantes e de olhos fechados, e abriu um largo sorriso.

–Eu estou sonhando? – perguntou a loira, ofegante e baixinho.

–Então estaríamos dentro do mesmo sonho – sussurrou Rachel de volta abrindo um largo sorriso e de olhos abertos. Passou a mão lentamente pelo rosto de Quinn. – Hey... Abre os olhos.

–Não.

–Não?

–E se você fugir? E se não for real?

–Eu te garanto que estarei exatamente aqui e que é tudo real.

–Mesmo?

Rachel depositou um singelo beijo nos lábios de Quinn antes de confirmar.

–Mesmo.

Hesitante a loira abriu os olhos e o verde se encontrou novamente com o castanho, estava claro, muito claro, quase que dourado. Rachel sorriu para isso e beijou carinhosamente a ponta do nariz da loira que sorriu. Um sorriso idiota, mas grande e que irradiava felicidade.

–Você está aqui...

–Eu disse que estaria.

–Era para você.

Rachel sorriu sabendo que a loira falava da música e da pergunta que estava tendo dificuldade de formular minutos atrás antes da loira a calar da melhor maneira possível.

–Eu suspeitei... Mas obrigado por confirmar.

–Eu estou apaixonada por você, Rach... Eu acho que sempre fui, desde a primeira vez que te vi, mas eu interpretei e demonstrei de maneira errada. Raspadinhas na cara, apelidos maldosos, desenhos pornográficos... São péssimas maneiras de se demonstrar que se ama alguém. Me desculpa...Mais eu achava que aquele sentimento era tão errado, pela maneira que eu fui criada e tudo mais... Eu achava que era errado e que não devia sentir aquilo e tentei te afastar de todas as maneiras possíveis, mas você sempre esteve lá, pra tudo. Você sempre esteve lá por mim, Rach... Isso me fez achar que te odiava por tanto tempo. Eu fiz coisas horríveis com você e você ainda me ajudava com aquele sorriso no rosto! Aquilo me frustrava, em parte porque eu não sabia se amava aquele sorriso ou o odiava e em parte porque doía ver você me ajudar e eu... E eu tinha feito da sua vida um inferno. Mas você é boa demais, Rach... E o sentimento não diminuiu em momento algum... Eu sempre fui apaixonada por você... Seria estranho dizer que eu te amo agora? Porque eu te amo. Desculpa demorar tanto para perceber... Eu sei que talvez eu não mereça seu amor e tão pouco você por tudo o que eu te fiz... Mas eu te amo e não posso guardar mais isso só para mim.

–Deborah te ajudou, não foi? – Quinn franziu as sobrancelhas pela mudança repentina de assuntou, mas assentiu. – Eu imaginei... – Rachel sorriu e isso só deixou a loira mais confusa do que já estava. – Ela tentava me convencer com um discurso parecido com o seu que eu devia me declarar logo... Que eu devia parar de ser a Drama Queen e tão insegura e berrar para você que eu te amava logo, que eu te amo. Eu nunca acreditei e agora me dá vontade de bater em mim mesma por ser tão idiota a ponto de não acreditar nela e ter me declarado logo para você... Eu era encantada por você, Fabray! Deborah sempre me perguntava de onde vinha a maldita obsessão que eu tinha por você. Eu queria ser como você, bonita como você, ter o que você tinha, para ver se de um jeito você olhasse para mim. E quando sua maldita irmã resolveu abrir meus olhos para isso eu quase enfartei. Porque a idiota e retardada da minha melhor amiga estava certa! Eu estava e estou totalmente e completamente apaixonada por Quinn Fabray. E você não sabe quantas vezes eu tentei ignorar isso e mandar meu coração ficar quieto e parar de pensar que eu estou tendo um ataque cardíaco toda vez que você passava pelo corredor. E quanto mais eu tentava ignorar mais o plano falhava, porque é impossível não reparar em você. Você é Quinn Fabray. A garota mais linda do mundo. Eu só conseguia me apaixonar mais.

No rosto da loira surgiu um sorriso (talvez um pouco presunçoso) e sua sobrancelha se arqueou enquanto seu coração batia como louco no peito e ela tinha vontade de sair saltitante pelos corredores da escola.

Até que...

–AI! – exclamou acariciando o braço onde Rachel tinha lhe dado um tapa, mas o sorriso não ia a lugar algum. – Por que você fez isso?

–Tira esse sorrisinho da cara e vai fazendo o favor de abaixar essa sua sobrancelha inquieta ai! Às vezes me esqueço essa facilidade que o seu DNA tem em me irritar.

A baixinha bufou e cruzou os braços emburrada tentando se soltar do abraço de Quinn que sorria da situação.

Rachel era tão linda toda irritadinha daquele jeito.

–Você fica linda toda irritadinha assim!

–Cala a boca, Fabray! – exclamou Rachel enquanto um bico se formava em seu rosto.

–Linda – murmurou Quinn sorrindo e prendendo Rachel nos braços a impedindo de sair e aproximando seus rostos novamente beijando o bico de Rachel que logo se desfez e deu lugar a um sorriso.

Em meio ao beijo, Quinn também sorriu.

[...]

O sinal tocou anunciando o termino do Glee Club e consequentemente das aulas. Mas as duas não se separaram e continuaram sua sessão de beijos como se nada tivesse acontecido.

Batidas na porta foram também ignoradas.

–Quinn? Rae? – Deborah murmurou receosa do outro lado da porta com o clube de coral fuzilando-a mais atrás esperando a porta se abrir para pegar seus pertences e ir embora logo. Quinn grunhiu irritada e Rachel bufou se separando da loira (em algum momento dos quinze minutos ela havia parado em cima do piano com Quinn encaixada entre suas pernas). – Olha, temos que entrar e pegar as coisas... E eu realmente estou com medo do Kurt... Então, estou entrando, é melhor estarem vestidas... Por favor, estejam vestidas.

Deborah entrou na sala receosa e olhou ao redor procurando as duas. As encontrou no piano. Rachel estava em cima do piano com a roupa meio amassada, o lábio inchado e o cabelo um pouco bagunçado (além, é claro, a marca de batom no pescoço e a boca completamente rebocada). Quinn estava no banco do piano, um pouco longe, vermelha e ofegante (ela percebeu que Rachel estava no mesmo estado também quando olhou de novo para a baixinha) e não estava diferente da morena.

Sorriu maliciosa e bateu de leve o dedo indicador nos lábios fazendo careta e negando com a cabeça. Como se fosse coreografado, as duas no piano passaram a mão na boca limpando o batom enquanto o ND entrava pela porta correndo e pegava seus materiais.

Finn entrou, olhou para as duas ex-namoradas ofegantes um pouco ofendido e chateado, mas levou um empurrão de Mercedes para andar mais rápido.

Deborah pegou suas coisas o mais lentamente possível e quando terminou Sam estava saindo com um Finn chateado pela porta e só restaram as quatro no aposento.

Ela, Santana, Quinn e Rachel.

As duas primeiras olhando maliciosas para as duas ultimas que ainda estavam um pouco vermelhas. Quinn sorriu de repente e se levantou do banco do piano caminhando até onde Rachel estava e a descendo do piano.

Santana e Deborah se encararam de sobrancelhas erguidas e sorrindo divertidas. Teria dado certo? Elas tinham conseguido?

A pergunta ganhou sua resposta quando Rachel depositou um beijo em Quinn. Um beijo nos LÁBIOS de Quinn. E a loira a puxou mais para perto aprofundando o beijo. Santana fez uma cara de nojo enquanto Deborah levantava os braços e girava pela sala sorrindo e berrando “Eu sempre estive certa!”.

–Parem de se comer e vamos logo! – exclamou Santana, mas tudo nela berrava que ela estava feliz pelas garotas, inclusive o sorriso que ela estava tentando esconder. – E você, Smurfete, pare de pular.

–Deixa de ser chata – reclamou Deborah se abaixando para pegar seu capacete (Quinn tinha um carro e ela uma moto, mas ambas adorariam trocar de automóveis, mas Deborah não achava seguro sua “irmãzinha” sair de moto com aquela microssaia das Cheerios). – Rae... Supondo que o Finn está meio sentido contigo... E você veio mesmo hoje comigo, cadê o capacete? Temos que ir logo porque se eu chegar tarde hoje mamãe me mata.

Rachel gemeu em descontentamento.

–Quando vai comprar um meio de transporte seguro? – perguntou Rachel se abaixando e pegando o capacete rosa com uma estrela dourada que ela tinha obrigado a melhor amiga a comprar.

As duas morenas baixinhas estavam ignorando os olhares zangados de certas cheerios enquanto discutiam quando Deborah compraria um meio de transporte seguro e que não te da a sensação que seu coração vá sair pela boca.

–Hey, hey! A Dany é segura! – Deborah defendeu sua moto sem perceber que Santana a fuzilava como se a qualquer momento fosse estrangula-la. – E não tem nada de errado em andar de moto! E mais, creio que quando eu arrumar um carro vai ser o da Quinn então... Você continuara com seu capacete rosa Rachel!

–Vai se ferrar – resmungou a menor (infelizmente, não só em tamanho, já que percebeu que era a mais nova ali).

–Dany? – perguntou Santana.

–Desde quando você anda de moto com minha irmã? – Quinn perguntou ao mesmo tempo que Santana.

Deborah e Rachel se encararam e riram enquanto rumavam até a porta.

–Daenerys Targaryen, a Primeira de Seu Nome, Rainha de Meereen, Rainha dos Ândalos, dos Roinares e dos Primeiros Homens, Senhora dos Sete Reinos, Protetora do Reino, Khaleesi do Grande Mar de Grama, chamada Daenerys nascida da tormenta, a não queimada, mãe dos dragões! – Rachel recitou tudo que Deborah a tinha obrigado a decorar de tanto falar naquela maldita personagem. - Personagem feminina das Crônicas de Gelo e Fogo, que também virou uma série da televisão transmitida pela HBO. Sua namorada tem uma queda pela personagem e pela atriz que interpreta ela.

–Caralho – murmurou Santana.

–Desde que você não tomou vergonha na cara para convidá-la para sair ou pedi-la em namoro e eu sou a melhor amiga dela, você leva minha namorada e eu a garota que você tem um precipício desde sempre! A única diferença é que aqui há invasão de espaço pessoal porque a Rae quase tem pane quando eu acelero um pouquinho... – Deborah ignorou quando Rachel sussurrou “Você sempre anda acima de 100 km/h”. – E é meio que obrigada a...

Rachel tampou a boca de Deborah que já estava falando demais olhando para as duas garotas vermelhas a frente.

Oh... Ela não queria morrer.

–Está falando demais... – resmungou a baixinha.

–Oops... I did it! – disse a Fabray morena com um sorriso sacana. - Enfim... Eu, a Rae e a Dany temos uma historia!

–Argh! – Rachel gemeu frustrada. – Vamos embora logo, porque por mais que eu adore a ideia da Tia Judy te matar, eu tenho que chegar em casa logo porque se não quem morre sou eu!

–O tio Leroy ainda não superou a ideia de você não ser mais virgem? – perguntou Deborah divertida e Rachel revirou os olhos. – Como eu imaginava... Claro que não!

Santana se aproximou de Rachel e tomou o capacete da mão dela foi até sua namorada pegou o capacete preto e jogou nela o rosa.

–Berry você vai com a Juno – disse Santana trincando os dentes. – E você mocinha... – puxou a namorada pela gola da blusa deixando ela a poucos centímetros de sua boca. – Você me leva.

–Ai caralho – sussurrou Deborah enquanto era puxada pela latina para longe dali.

–Cara, ela é adestrada! – exclamou Rachel enquanto as duas saiam e ganhou um grunhido e um dedo do meio em resposta.

A Berry riu, mas seu riso morreu lentamente ao encarar a loira ao seu lado. A morena engoliu em seco. A Fabray loira crispou os lábios e ergueu uma sobrancelha para a menor.

Rachel sorriu amarelo.

Ela estava ferrada.

O celular de Quinn tocou e ela olhou para ele e Rachel teve pena do aparelho.

–O que é? – perguntou Quinn grossa depois de atender. – Não... Nem eu devia ir nesse jantar!... Foda-se!... Deixa de ser chata, garota!...– ela soltou um longo suspiro. – Tudo bem... É, a mamãe já sabe disso... Eu acho que dá sim, certo?... Bem... Ér... É, ainda não... Eu não sei como vou fazer isso, caralho!... Passar o celular? Mas você já vai levar a Santana!... Tudo bem... – Quinn olhou para Rachel que tinha um grande ponto de interrogação na cara e lhe estendeu o celular. – Minha irmã.

–Hey, Rach! Quer passar lá em casa hoje à noite para jantar? Minha mãe vai conhecer minha namorada linda e eu pensei “Hey, por que não? Dois coelhos numa cajadada só!” – sua melhor amiga disparou sem nem ao menos a dar tempo para respirar. – Porque tipo... Você já é considerada minha cunhada desde a quarta série! E não precisa agir como se minha mama já fosse sua sogra, pense nela como a Tia Judy ainda porque sua vez ainda não chegou!

–Deborah é um jantar entre sua família e sua namorada – disse Rachel. - Eu não devia ir lá e além do mais...

–Rae, cala a boca – Rachel se calou um pouco ofendida. – Você faz parte da minha família também! Você é tipo... Minha irmã caçula!

–Só está falando isso porque é a caçula – resmungou a Berry.

–Em partes, em partes... – disse Deborah do outro lado. – Você vai e ponto, okay? Você faz parte da minha vida tanto quanto Quinn ou Frannie. Você é minha irmã. Eu te amo baixinha e nesse momento estou encarando a fúria latina da minha namorada por você só para dizer isso. Vai, por favor... Pense no lado positivo...

–Que lado positivo? – perguntou a judia.

–Você vai poder se agarrar com a Quinn depois! – Rachel levantou seu olhar para a loira que batia o pé, nervosa. A judia sorriu.

–Hm... Okay. Eu vou – Quinn se virou para ela como se ela fosse de outro planeta e Rachel sorriu sapeca. – Vai me deixar em paz agora?

–Eu te amo, Rae! Valeu! Eu te busco às 18h03min, okay? – a judia sorriu lembrando que sua amiga nunca marcava a hora exata para busca-la porque se não acabaria se atrasando e Rachel odiava atrasos. Deborah respeitava isso na judia e sempre chegava no horário combinado, mas marcava três ou dois minutos a mais do que uma pessoa normalmente marcaria só para garantir (o que era bem um útil porque a Fabray morena sempre se distraia e quase chegava atrasada).

–Certo – concordou Rachel. – Vou falar com meus pais. – Deborah soltou uma gargalhada depois desse comentário fazendo Rachel e Santana franzirem o cenho confusas. – O que foi?

–Coitada da Quinnie! Ela vai ter que enfrentar dois pais! – exclamou a Fabray Júnior entre risos fazendo Rachel revirar os olhos.– Ah! E não precisa falar com os Tios Hiram e Leroy não! A Q. fala!

–O QUE? – exclamou Rachel.

–Vish Rae... Meu tímpano não precisava disso! Isso mesmo, ela fala – disse Deborah. – Agora devolva o celular para minha mana!

Rachel fez o pedido (mandado) e devolveu o celular para Quinn que o pegou ainda de cara fechada. A diva ficou esperando a reação da loira com a notícia que Deborah dava.

–O QUE?

É, era essa reação mesmo.

[...]

Depois de quase morrer tentando convencer os pais de Rachel a deixar a filha ir a casa dela para jantar (Quinn jurava que eles a estavam fuzilando), a loira caiu na cama um pouco exausta.

Deborah entrou no seu quarto como um furacão e começou a revirar seu guarda-roupa, Quinn apenas rolou para o lado para ver melhor o que a irmã estava fazendo. Viu quando ela começou a tirar os vestidos do móvel e analisa-los.

–Se você quer um vestido emprestado tire o cavalinho da chuva! – disse Quinn entediada.

–Não... Eu ia de calça, mas a mamãe me obrigou a ir de vestido... – disse Deborah analisando um vestido amarelo e logo o descartando. – Lembra da nossa festa de quinze anos que o papai me obrigou a participar e você parecia uma criança de cinco anos? – Quinn assentiu.

–Você foi de calça e camisa flanela para irritar ele, eu lembro – a loira sorriu com a memória e depois fez uma careta. – E também me lembro de encontrar você com a filha do reverendo na minha cama.

–Oh, yeah! – Deborah sorriu com a lembrança. – Como será que anda a Rose? Aquela ruivinha era fogo puro!

–Você é comprometida – disse a irmã. – Deixe Santana saber disso... – Deborah ficou pálida e arregalou os olhos para a irmã que riu. – E ela foi expulsa de casa, está morando com a tia no Colorado.

–Uh... – Deborah resmungou.

–Não é por ter acordado na cama da filha de Russel Fabray... – começou Quinn e a irmã se virou para encará-la confusa. – Foi pega na cama do irmão com Puck.

–Caralho! – exclamou a menor. – Puck passou rodo em geral antes da B, hein?

Quinn gargalhou assentindo.

–E o que a festa tem haver com hoje? – perguntou Quinn confusa.

–O vestido que eu não usei – Quinn franziu o cenho. – Preto e dourado, o seu era branco e dourado... Os modelos eram diferentes porque você deu uma crise dizendo que não usaria a mesma roupa que eu...

–Oh, aquele vestido! – exclamou Quinn sorrindo amarelo.

–Yeah... – disse Deborah sorrindo. – Eu vou ter que usar ele. Estou escolhendo um para você.

–Aquele vestido não é um pouquinho exagerado? – perguntou Quinn tombando a cabeça para o lado.

–Yeah, mas é Judy Fabray, lembra? – Quinn assentiu. – A mamãe está agindo como se tivéssemos sido aceitas na melhor faculdade do país!

–É a mamãe – murmurou Quinn. Deborah pegou um vestido verde todo delicado e com bolinhas, a parte do busto era justa e era soltinho da cintura para baixo. Colocou o vestido em frente ao corpo e olhou para Quinn esperando aprovação. – Hmmm... – Quinn levantou e pegou o vestido da mão da irmã colocando-o em frente ao corpo. – Yeah... Parece ideal. É simples e ao mesmo tempo delicado. Agradaria a mamãe.

–Com certeza... – murmurou Deborah entrando no closet da irmã. – Salto?

–Nope.

–Sapatilhas ou botas?

–Aquela sandália de tiras, lembra?

–Ela é minha!

–Foda-se! Eu estou participando de um jantar com a sua namorada! – exclamou a loira.

–E eu chamei a sua garota também!

–E eu quase tive um infarto quando fiquei de frente para os dois pais dela para isso!

–Treino.

–Pega a merda do sapato.

–Me empresta teu all star?

–A mamãe vai te matar se usar ele.

–Ele é bege, combina com o vestido que eu já o estou usando de bom grado, ela devia ficar feliz.

–Esse jantar vai ser hilário.

–Quantas horas?

–17h49min.

–Caralho, a Rae vai me matar se eu chegar atrasada! Ela odeia atrasos!

Sua irmã passou por si correndo e só agora ela notara que ela estava descalço, com um micro short, o cabelo todo desarrumado e uma blusa larga.

–Vai assim?

–Rachel Barbra Berry!

–É... Verdade. Mas o jantar é às 20h00min!

–Yeah... – ela arregalou os olhos e pôs a cabeça para fora do quarto. – MANHÊ! VOCÊ LEMBROU QUE A RACHEL...

–SEI DEBORAH! ELA É VEGAN! A SOBREMESA ESTÁ SEM DERIVADOS ANIMAIS COMO VOCÊ SEMPRE PEDE QUANDO ELA VEM E EU ME ESFORCEI NA COMIDA VEGETARIANA! ELA JÁ É DE CASA! – berrou Judy do andar de baixo.

–VOCÊ É DEMAIS MÃE! – Deborah sorriu e olhou para dentro do carro de novo. – Viu? Meio caminho andado para você, a mamãe ama a Rae. Me empresta o carro?

–O que? Não!

–Certeza? Se eu for de moto, e a Rachel com certeza vai estar de vestido, ela vai chamar bastante atenção... – Quinn arregalou os olhos enquanto pegava as chaves no criado mudo e saia correndo pela porta. – Aonde você vai?

–Vou buscar a Rachel porque se você for vai se atrasar em se arrumar e isso não vai ser bom, vou indo! – a loira abanou a mão para a irmã enquanto descia as escadas correndo.

–Qual é?! Ninguém demora duas horas para se arrumar! – gritou Deborah para a irmã aparecendo na escada.

–Deborah, você ser lésbica não te torna um homem! – rebateu Quinn. – Você demora mais do que isso, mexe essa bunda que sua namorada chega daqui a pouco!

A morena bufou enquanto a porta da frente fechou com um estrondo.