Por mais que o demônio tentasse, não conseguia mudar o rumo de seus pensamentos: o conde Phantomhive. De início, acreditara se tratar apenas de ânsia pela alma do menino, mas os sonhos continuavam. Quase todas as noites se via preso no mesmo sonho - o qual, poderia consumir seu mestre de corpo e alma. E lembranças de tais sonhos rondavam sua mente.

Há muito o demônio havia começado a observar o humano durante a hora de seu descanso. Observar o menino perdido em seus sonhos tornara-se um vício, enquanto o garoto se tornara sua obssessão. As bochechas coradas do pequenino eram a melhor parte.

Não hesitaria em tomar a inocência de seu mestre se lhe fosse dada tal permissão, contudo, sabia que algo daquele estilo jamais ocorreria. Segurava-se para não beijá-lo ao ver os lábios levemente rosados entreabertos, como se clamassem para serem tocados pelo do mordomo.

Sebastian suspirou, levando a destra aos cabelos de Ciel, entrelaçando seus dedos nos fios negros e puxando delicadamente. Assoprou a chama da vela que estava no candelabro, fazendo-a se extinguir. Por fim, um sorriso emoldurou seus lábios. Não custava esperar mais um pouco. A alma de Ciel já era sua, então, por que não tomar-lhe o corpo e o coração?