Havia muitos alunos. Uma multidão, literalmente, ocupava o salão durante o jantar. Naquela noite, os professores chegariam mais tarde pois tinham que fechar as notas. O olhar de Draco Malfoy se direcionou para a mesa vermelha e dourada, sempre animada e com gente sorrindo.

Logo, encontrou quem procurava. Hermione mantinha os cachos arrumados atrás de uma tiara dourada e conversava com Gina, mal Draco sabia que sobre ele próprio.

Precisava consertar o que tinha feito, precisava provar que a amava. Draco, pela primeira vez, sentia a necessidade de dizer "eu te amo". Mas sabia também que, por vontade dela, ele não conseguiria. Então uma ideia iluminou sua mente e seus olhos rodaram o salão inteiro.

Valia a pena, ficar marcado pelo resto da vida por esse ato? É claro que valia, e o sonserino sabia muito bem disso. Mas precisava de coragem, nunca tinha feito nada de parecido na vida.

Coragem. É, aí uma coisa que faltava em Malfoy. Não era atoa que ele não caira na casa dos leões. Mas uma certa Grifinória o ensinara a enfrentar seus medos, e ele seguiria seu conselho.

– Nott, preciso da sua ajuda.- ele chamou o amigo e contou o plano, sendo eecebido com um sorriso de deboche de Theo, mas que ele sabia que era brincadeira.

– Tá apaixonado, Draquinho?

– Vai se ferrar, Theodore. Vai me ajudar ou não?

– Claro que sim. Vá lá agora, eu distraio Flitch. - e o moreno se levantou, saindo correndo e sendo seguido pelo zelador e Madame Norrra.

– Valeu, veado.

Pronto, agora a barra estava limpa. Ele se levantou da mesa, sem causar alvoroço, e caminhou até o local onde Dumbledore ficava e costumava fazer seus discursos. Bem, um discurso de um aluno seria bem inovador.

– Bem, gente! - ele berrou, atraindo a atenção de todo o salão, sem exceções. Sorriu ao ver os olhos cor-de-avelã direcionados a ele, uma sobrancelha levantada e um sorriso maroto no rosto. - Eu queria pedir um momento da atenção de vocês, porque eu preciso falar uma coisa para uma pessoa, e ela não quer me ouvir. Tem essa garota...- murmúrios foram ouvidos por toda a extensão do salão. - E a gente ficou amigos. Mais do que isso, na verdade. Mas eu não quis assumir, porque eu estava com medo. De perder meus amigos, minha reputação. Achei que ela iria continuar comigo. Mas ela está sempre me surpreendendo, e terminou tudo. - ele sorriu, abaixando o olhar e tomando coragem para continuar. - E desde então essa garota tem feito de tudo para mostrar para mim que eu só fiz mal a ela. Venho ouvindo ela falar de outras paixões, chorar por outros, sorrir pra outros. Ela me superou. Mas eu tenho um problema: eu não a superei.

Ele parou um pouco e encarou Hermione, que estava atônita. Sua boca estava levemente aberta, suas bochechas rosadas e os olhos brilhando com lagrimas. Estava pasma, feliz, nervosa, tudo ao mesmo tempo. Draco não esperou muito antes de continuar.

– Então eu estou aqui, na frente de toda Hogwarts, pra dizer uma coisa para essa garota. Eu te amo, Hermione Granger. - o salão quase foi a loucura. Os olhares logo ficaram na morena, que cobria a boca com as mãos escondendo um sorriso radiante, que o garoto podia ler pelo sorriso. - Eu te amo e não aguento mais ficar assim. Preciso dizer que te amo, te ganhar ou te perder, sem enganos. Você foi a única que, até hoje, conseguiu me deixar desse jeito. E eu não posso mais ser só seu amigo.

Ele suspirou pesadamente, descendo do "palco" e andando em direção a mesa da Sonserina, mas foi surpreendido antes. Quando se deu conta, seus braços já carregavam Hermione, ele já afagava seus cabelos e a garota agarrava seu pescoço, sussurrando três palavras.

Mas aquelas três palavras nunca tiveram um significado tão lindo quando ali, naquele momento