Eu e Peeta andamos ansiosos até a porta, e quando a abrimos, Belle pulou para o nosso colo, nos abraçando fortemente.

– Que saudade! – diz ela rindo feliz quando nos soltamos do abraço.

– Também sentimos saudades, muitas! – Peeta fala acariciando seu cabelo. Olho para a porta e Coin está lá, nos olhando.

– Ela está entregue, qualquer dúvida ou se precisarem de ajuda, vocês podem me ligar. – avisa e eu me aproximo para me despedir.

– Muito obrigada Coin, vamos sentir sua falta. – digo a abraçando, o gesto parece pega-la de surpresa mas mesmo assim ela retribui. Nos separamos e ela passa sua mão pela roupa parecendo sem graça.

– Bom, meu trabalho está feito, tchau. – ela dá um meio sorriso para nós e depois vai embora. Eu fecho a porta e quando olho para trás, percebo que os dois não estão mais na sala, e sim na cozinha. Então vou de encontro aos dois.

– Podemos fazer um bolo de chocolate? Você plometeu da última vez. – ouço Belle falar e sorria por causa da relação deles, parecem que se conhecem a anos e ninguém que olhasse de longe iria perceber que não são pai e filha de verdade.

– Tudo bem, vamos fazer bolo de chocolate. – diz Peeta e Belle abre um grande sorriso.

– Bolo de chocolate? Ninguém me falou nada sobre bolo de chocolate. – sigo encostada no batente da porta e os dois se olham como se estivessem encrencados. Eu começo a rir.

– A gente vai fazer bolo mas, vamos fazer para a sobremesa, não é? – fala Peeta e Belle concorda exageradamente com a cabeça, me fazendo rir mais ainda.

– Aham, vou deixar essa passar porque está um dia lindo lá fora, então vocês podem comer antes do almoço. – eles comemoram e eu sorrio negando com a cabeça – Vou deixar vocês um pouco sozinhos ok? Preciso tomar um banho. – ontem fiquei até tarde resolvendo as últimas papeladas da adoção de Belle porque Peeta estava cansado demais por causa do trabalho. Resultado disso foi eu acabar ficando tão cansada que nem tomei um banho descente.

– Tudo bem, pode ir enquanto eu e ela fazemos o bolo. – Peeta diz enquanto pega alguns ingredientes no armário.

– Quando voltar, podemos blincar com a Roxuda? - pergunta me olhando ansiosa.

– Claro, eu até tenho uma surpresa pra você. – aviso fazendo sua ansiedade aumentar. Dou um beijo no topo de sua cabeça e vou em direção ao banheiro.

Decido tomar um banho de chuveiro mesmo porque não quero demorar muito. Depois de uns minutos saio do banheiro, coloco uma roupa confortável, seco meu cabelo com a toalha o deixando úmido e desembaraço-o. Vou novamente para a cozinha e arregalo os olhos assim que encontro os dois brancos de farinha.

– O que aconteceu aqui? – pergunto e os dois se olham do mesmo jeito de antes, como se estivessem encrencados. Mas dessa vez estão mesmo.

– Am....ela, sem querer, tropeçou na farinha e de repente! Começamos uma guerra de farinha. – explica Peeta e eu o olho com uma sobrancelha erguida.

– “De repente!” Peeta?! – exijo estreitando os olhos e ele confirma com a cabeça dando um sorrisinho nervoso – Belle, vem tomar um banho. Peeta, você limpa tudo isso. – chamo Belle e ela logo está do meu lado, enquanto Peeta me olha indignado.

– Por que só eu? – pergunta e eu reviro os olhos.

– Porque você é adulto, ninguém mandou fazer uma guerra de farinha. – dou de ombros e eu e Belle vamos para o banheiro.

Encho a banheira, a ajudo a tirar a roupa e a coloco lá dentro. Começo a lava-la e ela começa a brincar com a espuma. Rindo de vez em quando.

– Olha, eu comprei porque achei que você ia gostar. – pego um patinho de borracha amarelo que comprei anteontem e seus olhos brilham.

– Essa ela a surplesa? – pergunta sorrindo.

– Não. – nego com a cabeça – A surpresa é outra. – ela me olha curiosa mas lgoo volta a brincar com a espuma.

– E-eu posso fazer uma pergunta? – pede olhando para baixo e parece nervosa.

– Claro. – respondo começando a ensaboar seu cabelo com shampoo de camomila.

– E-eu p-posso, posso... – ela se atrapalha e começa a gaguejar, por isso, seguro seu queixo carinhosamente a fazendo olhar para mim.

– Não precisa ficar nervosa, ok? Você pode fazer qualquer pergunta pra mim. Qualquer pergunta. – dou ênfase para ela saber que pode confiar em mim.

– Eu p-posso chamar vocês de...hum...mamãe e papai? – ela gagueja um pouco e diz rápido, mas ainda assim eu consigo entender. E quando entendo suas palavras fico surpresa, mas logo abro um sorriso. Ela me olha esperando uma reação e fica um pouco aliviada quando vê meu sorriso.

– Claro! Quero dizer, pode, pode sim. É que, você me pegou de surpresa mas, você pode, claro que pode. – começo a falar sem parar e também começo a dar beijinhos em seu rosto, a fazendo rir.

Terminamos o banho e eu a levo para seu quarto para colocar uma roupa confortável. Coloco uma leggin rosa e uma blusinha cinza, também coloco meias porque o tempo está começando a esfriar. Vamos para a cozinha e quando chego lá, Peeta está jogando alguma coisa no lixo.

– Terminei. – avisa assim que nos vê.

– Agora, banho. – aceno com a cabeça para o corredor.

– Tudo bem, mandona, já vou. – ele levanta as mãos para cima como se estivesse se rendendo.

– Ah não, pera ai, Belle quer dizer uma coisa a você. – aviso e ele para seu caminho que estava fazendo até o corredor.

– É... – ela começa nervosa mas eu aperto sua mão que estava segurando para dar coragem – É que eu quelia chamar, chamar vocês de...de…de papai e mamãe. – Peeta olha surpreso para ela e também para mim. Eu só lhe dou um sorriso.

– Claro! Claro que sim! – Peeta se abaixa para abraça-la e logo me puxa para nos abraçarmos os três juntos.

E são momentos como esse, quando sua filha adotiva pergunta se pode chamar você de mamãe e você fica sem palavras porque sempre quis isso. Ou quando você vê ela fazendo a mesma pergunta para seu marido e sabe que ele está emocionado porque esse sempre foi seu sonho número um. São esses momentos que eu irei levar para a vida inteira.

***

– Aqui está a surpresa. – digo quando nós três paramos em frente a porta do quarto da Belle. Assim que ela abre a porta, solta um gritinho animado.

A surpresa era: um castelo de brinquedo para bonecas e também algumas roupinhas para Roxuda. Sua girafa de pelúcia.

– Gostou? – pergunta Peeta enquanto passa os braços por minhas cintura.

– Amei! – ela tira os olhos da surpresa e vai na nossa direção, nos abraçando forte – Obrigado mamãe e papai! – eu e Peeta trocamos um olhar e sorrimos.

Não que eu esteja dizendo que não éramos uma família antes.

Mas agora, somos oficialmente uma família.