Anne acabara de sair e Elizabeth ainda se sentia um pouco desconcertada. Sua irmã finalmente ocupada escolhendo modelos de vestidos, com a madame constantemente lhe dizendo quais eram os melhores para o seu corpo e também dando conselhos sobre quais cores deveria usar. Cores fortes demais como vermelho, que não indicasse que aquela era sua primeira vez nos salões de Londres, estavam fora de questão. Mesmo gostando de roupas um pouco mais chamativas Kitty aceitou de boa vontade as indicações, afinal, não era sempre que ela tinha a oportunidade de ser atendida por uma costureira tão famosa.

Lizzy viu que finalmente sua irmã lhe deu atenção:

“Lizzy, você ouviu? A madame diz que é a sua vez de tirar medidas.”

“Tudo bem, eu..”

“SUBA AQUI SRTA. BENNET.” Madame Angelique apontou para o mesmo banco que Kitty estava havia pouco tempo.

“AH, VOCÊ E SUA IRMÃ TEM UM CORPO TÃO AGRADÁVEL DE TIRAR AS MEDIDAS. O TAMANHO DO SEU BUSTO E QUADRIS É PERFEITAMENTE EQUILIBRADO.” Ela dizia enquanto puxava a fita em todas as partes do corpo da moça. “MAS ME DIGA, qual modelo você vai querer?”

“Modelo?... a… Senhora pode escolher o que melhor combina comigo. Eu… não me importo.”

“SRTA. BENNET  AINDA VAI SE PODERIA SE ARREPENDER DE TER ME DADO TODA ESSA LIBERDADE. NÃO É SÓ UMA BRINCADEIRA. AMANHÃ VOCÊ TERÁ O MAIS LINDO VESTIDO PARA O JANTAR, É CLARO QUE ACOMPANHADO DOS DA SUA IRMÃ E DA SENHORITAS DA CASA. FAZ UM TEMPO QUE EU NÃO TIVE TOTAL LIBERDADE PARA DECIDIR UM GUARDA- ROUPA.”

Elizabeth não ouvia muito do que a Madame falava. Ela precisava falar com Anne e decidir o que dar de presente para o sr. Darcy.

“JÁ PODE DESCER QUERIDA . SRTA. DARCY QUER UM VESTIDO TAMBÉM?”

Aproveitando o momento Lizzy saiu em busca da amiga. Encontrou um lacaio na entrada da casa que a direcionou para um escritório. A pessoa que estava dentro a surpreendeu, mas ela resolveu agir como se não já esperasse que ele acompanhasse a prima.

“Oh sr. Darcy, perdão não imaginei que estivesse sozinho. Anne me disse que estaria aqui.”

“Bem… ela saiu a algum tempo para verificar o menu de amanhã a noite.”

Um silêncio pesado.

“...Então eu acredito que seja melhor eu ir busca -la. Não quero atrapalhar o senhor.

“Srta. Elizabeth!” Ele falou um pouco mais desesperado do que pretendia. “Glup, hum… a senhorita pode ficar aqui e esperar. Anne logo vai estar de volta e se for tentar a encontrar agora é provável que se percam”

Realmente essa casa é muito grande. Mas eu não posso ficar com ele aqui.

“Eu não acho que eu deva…”

“Podemos deixar a porta aberta e tem alguém do lado de fora de qualquer forma.” Só fique mais um pouco por favor Elizabeth. “A senhorita gosta de ler certo? Alguns dos volumes que estão na biblioteca estão aqui também.” Ele se levantou com pressa para pegar alguns dos livros que não seriam apropriados para damas ler, uma atitude que nunca faria com a prima presente. Verdade seja dita, com o grau de curiosidade que Anne tinha, era bem provável que já tivesse lido um deles, senão todos. Mas o sr. Darcy não queria que a mente da linda srta. Bennet fosse poluída com aquele tipo de escrita. Pena que foi tarde demais.

“XXX de senhor X. Meu pai tem esse livro em casa, mas nunca me deixou ler. Ele sempre deixou que eu abrisse todos os seus livros, menos esse. Me pergunto porquê.”

Se o Fitzwilliam Darcy não fosse um homem que aprendeu e estar sempre com uma postura elegante, nos treinamentos com Anne, certamente teria tropeçado em seus próprios pé nesse momento.

“Sim! Ah esse tipo de livro é desinteressante para mulheres.”

“Ora de todos os livros que li. De comédia a filosofia, nunca encontrei um livro que não retirasse algum conhecimento de interesse.”

Esse também, só não posso dá-lo a você. O que eu venho fazendo todo esse tempo? E se Georgiana encontrar isso? Não ela nunca entra aqui sem minha permissão, Talvez Anne…  Mas com ela eu não me preocupo. É quase como se eu a visse como um homem. Eu nem sei tipo de leitura minha prima teve nos últimos anos. Srta. Elizabeth, você não pode nunca ser como a Anne. Talvez eu deva desencorajar a amizade delas? Não é tarde demais… e se eu… Não sem Anne como eu vou ter coragem de cortejar a srta. Elizabeth?

“Bom senhor Darcy, a vitória é sua não vou ler seu livro.” Ela sorriu um leve e presunçoso sorriso. Até porque eu imagino qual seja o conteúdo. “Mas o senhor não acha que isso é algo estúpido?”

“O quê?”

“Por que uma mulher não pode decidir por si mesma o que ela quer ler?”

“Bem… acredito que há certos tipos de leituras que não interessam a mente de uma mulher.”

“E quem decidiu isso? Foi uma mulher sr. Darcy?”

“Não temos como saber não é srta. Elizabeth?”

“Eu tenho quase absoluta certeza que não. Certamente foi um homem. Ele olhou para o papel e pensou: isso deve ficar longe do alcance de uma mulher.”

“A senhorita realmente acredita nas suas palavras? Talvez ele só tenha pensado: eu não quero que minhas filhas vejam essas coisa terríveis.

“E por que não os filhos? O que faz os homens melhores que as mulheres que ela não podem ver?”

Acredite em mim não é só as mulheres que devia estar longe desse tipo de escrita. Na verdade ele vinha ganhando aqueles livros a cada anos de seus dois primos desde que tinha quinze. Eles haviam prometido um novo todo ano. Da primeira vez ele começou a ler e não entendeu; da segunda sim, absorveu o conteúdo e também prometeu nunca mais abrir nenhum daqueles novamente. Então passou a guardar eles sem sequer abrir, durante dois anos. No fim a curiosidade venceu e os leu, mas tentava ler uma única vez, pouquíssimas foram as edições que leu duas vezes. O que significava… ou Robin ou Richard mexeram em seus livros e deixaram aquelas coisas amaldiçoadas expostas em seu escritório! Só porque eles não tinham irmãs não significava que podiam agir tão livremente com esse tipo de coisa.

“Para mim isso é uma forma de repressão a mulher. E mais uma forma tirânica do homem tratar a mulher. Homens assim desvalorizam suas esposas.”

“Eu jamais faria algo assim.”

“Então por que abrir esse livros é proibido para uma mulher?” De certa forma, agora que ela entendia o porquê do sr. Darcy sempre entrar em debate com ela percebeu que era realmente divertido. Mas dessa vez algo estava diferente, ele a deixava falar muito mais do que nas outras vezes.

“É porque eu…” NÃO QUERO QUE VOCÊ PERCA SUA INOCÊNCIA DESSA MANEIRA!

A se abriu, ela tinha um fresta aberta, mas agora foi aberta para que uma pessoa pudesse entrar

“Então Fitz, a sopa que eu pedi para a cozinheira é a sua preferida, certamente você vai pelo menos poder comer bem amanhã tudo que você mais gos…

Anne então viu o seu primo curvado em uma posição muito estranha com vários livros eróticos na mão, enquanto sua amiga estava a ponto de se deitar no sofá mas o que eles?....