Capitulo 20

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Todas as manhãs Anne iria andar a cavalo até a estrada que leva a Longbourn, nessa estrada ela normalmente encontraria Elizabeth. Por vezes ela seria acompanhada por seu primo; nesses dias o sr. Darcy continuaria sendo muito quieto e rígido, mas poderia conversar um pouco.

Esse dia ele havia acompanhado a prima em sua caminhada, e estava ouvindo a conversa das moças mais a frente.

“Uma vez você me disse que gostava de dançar.” Elizabeth comentou.

“Sim, eu amo dançar! É uma das das atividades mais exitantes!” Ela falou com um brilho no olhar, a tristeza nunca saia de lá.

“Então você vai gostar de saber do que eu tenho para te falar.” Ela fez uma pausa para o efeito. “Nessa quinta vamos ter um baile. Você pode ir!”

“Mesmo? Um baile? Que legal!.” Ela parecia a ponto de pular no lugar. “Ultimamente tenho ido a poucos bailes.”

“Você vai amar! Todos vão quere dançar com você!”

“Eu… não sei se vão.” Ela disse humildemente.

“Claro que vão você é tão linda como Jane e tão animada! Os rapazes vão te amar.” Lizzy já gostava tanto de Anne que já começava a trata- la como tratava Jane.” E não negue. Vocês duas são cinco vezes mais lindas que qualquer mulher que tiver no salão, além de Jane é claro.” Ela riu um pouco.

“Eu não sou tudo isso.” Ela ficou séria, uma atitude que Elizabeth já sabia que era por causa do desconforto. “Mas vai ser ótimo dançar um pouco.” Ela voltou a sorrir.

“Anne não vai poder ir a esse baile.” O sr. Darcy entrou na conversa e seu comentário fez o sorriso de Anne desaparecer.

“Sr. Darcy eu imagino que essa decisão seja da Anne e não sua.” Quando ela estava começando a gostar do sr. Darcy como pessoas ele estragava tudo!

“Perdão senhorita, mas é algo que eu preciso resolver com, minha prima.” Ele lançou um olhar para Anne, que logo entendeu o seu significado.

“Não Fitz, não é necessário. Você está certo eu não posso ir.” Ela respondeu antes que Elizabeth começasse uma discussão com seu primo. “É melhor eu ficar em casa.” Ela olhou para o chão.

Lizzy não podia acreditar, o sr. Darcy era um homem insuportável! Ela se despediu deles para não começar a gritar no meio da estrada. Como ele podia fazer uma coisa dessas? Impedir que Anne se divertisse, só porque estavam no campo e não entre os membros da Elite. Mas é claro que os caipiras não eram dignos de estar na presença de sua noiva perfeita. Será que ele não podia ver o que tinha feito com Anne!? Homem insuportável e mandão!

Ela estava muito longe de acertar e verdade. Os dois primos tinham seus próprios motivos para aquela atitude.

“Você acha que ele pode estar nesse baile, Fitz?”

“Não podemos ter certeza absoluta, mas não quero que você se arrisque a encontrar- lo.” Els conversavam na cavalgada de volta.

“Eu queria tanto ir.” Ela suspirou triste. “Mas eu entendo, é melhor não testar a sorte, já arrisquei muito andando pelos campos.”

“Não sei preocupe, Anne. Bingley vai dar um baile em breve lá sera mais seguro para participar.”

“Não sei.”

“Vamos pensar nisso após esse baile. O baile de Bingley vai ser em duas semanas.”

“Certo.”

Elizabeth estava furiosa, mas não iria dizer nada a ninguém. Suas irmãs parecia gostar muito da srta. Stevens, e se descobrissem isso, sua reação poderia ser um pouco escandalosa. E o sr. Darcy teria mais um motivo para reprovar sua família.

No dia do baile ela se arrumou ruminando sobre a atitude do sr. Darcy. E a conversa do dia anterior, em que Anne tinha vindo e dito que concordava completamente com seu primo.

“Não fique zangada com ele. Ele estava pensando em mim, ele não quer que eu me magoe.”

“E com esse pensamento ele fez exatamente isso! Eu vi o seu rosto quando ele falou que você não ia ao baile. Perdoe Anne mas eu não posso evitar pensar que essa atitude do seu primo é muito presunçosa!” Ela disse com os olhos queimando de fúria.

“Eu sei que fiquei decepcionada, mas logo eu entendi a atitude dele.” Ela estava desesperada para mudar a opinião de Lizzy sobre o seu primo.

“Esse motivo valia sua tristeza?” Perguntou cética.

“Sim.. Muito.” Anne de repente achou o chão muito interessante. “Antes minha decepção no momento de que a longo prazo.Agora eu não posso, mas um dia eu te conto porquê. Só o que posso dizer é que não é por reprovar sua cidade.”

Mas ela não podia acreditar que fosse isso. Uma coisa que Elizabeth tinha aprendido sobre Anne Stevens, era que a moça defenderia seu primo de tudo se pudesse. Sua reflexão foi interrompida por um puxão no seu cabelo.

“Ai! Betsy!”

“Desculpe, senhorita.” A empregada disse com o rosto vermelho.

“Tudo bem, afinal eu estou ótima ainda.” Ela abriu um largo sorriso para a moça. Betsy desejou que as outras senhoras da casa fossem mais como a srta. Elizabeth e a srta. Bennet, mesmo com recentes melhorias, velhos hábitos são difíceis de largar.

Lizzy entrou no salão de baile já lotado com sua família. Ao olhar a sala em busca do sr. Wickham ela viu a ultima pessoa que esperava ver, o sr. Darcy estava lá! Ele não ia deixar sua prima, que queria vir, comparecer, mas ele que abominava dançar, estava lá! Por que ele não deixava a prima vir? Se ela soubesse que esse homem tinha sido obrigado pla prima a estar presente, talvez ela mudasse de ideia.

“Srta. Elizabeth.” Ela ouviu uma voz detrás de seu ombro e deu um pulinho de susto. “Perdão, eu não queria ter assustar.”

“Não foi nada sr. Wickham.” Ela disse desconfortável. “Eu não vi o senhor quando entrei.”

“Ah, eu estava lá.” Ele apontou para uma mesa com bebidas quase completamente escondida pela sombra.

“Entendi.” Ela se perguntou porque ele estava em um canto tão afastado.

“Bom, mas agora eu gostaria muito de pedir um grande favor senhorita.” Ele disse com a voz macia.

“O que seria?” Ela levantou a sobrancelha e ele sorriu.

“Eu queria saber se posso fazer com que uma bela senhora aceite meu pedido para dançar.”

“Basta pedir a ela senhor.”

“Claro.” Ele sorriu e fez de conta que ia embora, mas virou. “Já que a senhorita me deu um conselho tão sábio… Me concederia a próxima dança?”

“Como o senhor foi tão gentil, acredito que eu devo aceitar.” Ele agradeceu e voltou de onde tinha vindo, deixando Lizzy com um sorriso no rosto.

Nesse momento outra pessoa veio em sua direção:

“Como é bom te ver aqui! Espero que está se divertindo srta. Elizabeth!”

“Ah, Charlotte!” Ela disse rindo. “Espero que você não me queira como parceiro de dança também!”

“Eu imagino que se eu dançar com você hoje, será minha única dança.” Mesmo que isso havia sido dito em forma de piada, Lizzy não podia deixar de notar o tom sério na voz da amiga.”

“Charlotte, não diga isso! Você vai dançar.”

“Dançar eu até posso, mas casar… Lizzy eu já sou praticamente uma solteirona!” Essa conversa era muito séria para um salão de baile, Charlotte nunca falaria sobre isso assim se ela não estivesse realmente preocupada com assunto.

“Não é verdade!” Lizzy tentou consolar a amiga.

“É sim! Nós duas sabemos.” Ela olhou para a tapeçaria, os olhos brilhando com lágrimas não derramadas. “Eu não posso depender dos meus pais para sempre. Se eu não arrumar um casamento logo vou me tornar governanta para alguma família rica.

“Você não pode fazer isso!”

“Eu devo fazer.” Ela suspirou. “Não é uma opção.”

“Então você vai cuidar de crianças mal educadas.” Lizzy disse desanimada.

“Não eu vou educar elas. Não vai ser tão ruim. Eu vou ficar bem.”

“Eu espero que você encontre a felicidade.”

“Eu vou encontrar. Não preciso de muito. Só o suficiente para viver sem passar necessidade.” Elas ficaram quietas por uma tempo. “Bom, mas isso não vai acontecer tão logo e eu acho que você tem que dançar. O sr. Wickham está vindo pra cá.” Ela sorriu e logo o cavalheiro chegou.

“Senhoras.” Ele se curvou galantemente. “Srta. Elizabeth, creio que esta é a nossa dança.”

Então eles foram para a pista. Apesar de tentar parecer calmo como de costume o sr. Wickham parecia tenso, ele a todo momento olhando em volta como se com medo de algo. Elizabeth resolveu não comentar sobre isso.

Após essa estranha dança uma mais estranha se seguiu. O sr. Darcy pediu a Lizzy uma dança e ela pelo susto consentiu. Charlotte disse que ela parecia estar fazendo sucesso entre os homens naquela noite ainda mais que Jane. Elizabeth respondeu dizendo que isso era só porque Jane estava dando toda atenção ao sr. Bingley. A dança começou silenciosa mas depois de algum tempo eles conseguiram ter uma conversa estranha sobre o que conversar. E então passaram a conversar sobre o sr. Wickham, foi uma conversa tensa, mas terminou com uma promessa do sr. Darcy de explicar a relação sobre o outro com sua família no futuro.

Na manhã seguinte Elizabeth encontrou Anne cavalgando com de costume.

“Como foi o baile ontem?” Ela nem conseguia desfaçar sua curiosidade.

“Foi muito… divertido.” Ela não ia dizer a Anne, como tinha sido estranho dançar com seu primo. “Mas eu imaginei que você ia pedir um relatório do sr. Darcy!”

“Eu pedi, mas ele é terrível para explicar esse tipo de coisa, ele não podia dizer quem dançou com quem ou mesmo o que as pessoas estavam vestindo!” As duas riram com a imagem do sr. Darcy descrevendo as roupas das mulheres.

“E as irmãs Bingley?” Lizzy provocou. Anne lançou um olhar que dizia: Sério? “Tudo bem não é uma boa ideia!”

“Não, não é.” Ela sorriu.

“Eu ainda não entendo. Seu primo pode ir, mas você não, por quê?” Anne ficou séria por um momento, e um rubor muito leve atingiu seu rosto, tão leve que Elizabeth achou que imaginou.

“Eu...eu não posso explicar agora, eu acho que nem conseguiria. Mas prometo que um dia te explico, confie em mim.”

“Agora você está parecendo seu primo.” Ela tentou fazer uma piada com a ideia. “Ele disse algo muito parecido quando eu perguntei sobre o sr. Wickham.” Anne ficou pálida por um momento quando ouviu o nome, tropeçou um pouco nas palavras. Se Lizzy tivesse previsto essa reação na sua amiga, não teria feito tal comentário.

Mas logo Anne pareceu se recuperar, mesmo que as conversas que tentaram depois disso se tornaram um pouco constrangidas.

Logo Anne se despediu e voltou a Netherfield, deixando para trás uma Elizabeth confusa, se perguntando mais ainda qual poderia ser a história de Wickham com essa família para provocar tais reações em seu membros