O Alvorecer De Um Novo Sol escrita por Marimachan


Capítulo 51
Capítulo 47 - Arco Niger Flower: Escapando do Inferno


Notas iniciais do capítulo

Boa noite, pessoas. ^^
Aí está mais um capítulo. E finalmente revelo o líder do Exército Revolucionário! Vamos ver se vcs conseguem lembrar de qd o mencionei. Dou a dica que foi em um dos Flash Backs! jfgsdjkfsdj'
Enfim, nos vemos nas notas finais. :)
Boa leitura! ;)



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Cerca de 55 anos antes...

― Então esse é o garoto. ― o homem mais afirmou do que questionou, enquanto observava a criança no berço.

O garotinho não tinha mais que um ano e possuía um sorriso grande nos lábios ao perceber que era observado carinhosamente pelo desconhecido vestido em uma roupa despojada, embora a capa em suas costas demonstrasse o quanto era importante em seu navio pirata. Na verdade, o capitão deste.

― Ele é definitivamente a sua cara, Ryo. ― a moça de longos cabelos castanhos e olhos amendoados comentou esboçando um sorriso divertido. ― Não tem nada de mim! E acho isso um absurdo. Carreguei-o por nove meses! ― completou fingindo indignação, o que fez o mais velho sorrir.

― Possui o que você tem de mais lindo, Cecíli! O sorriso. ― afirmou carinhosamente, virando-se para a amada.

O sorriso doce voltou a pairar sobre os lábios femininos, enquanto encarava o rosto bonitamente quadriculado e moldado pelos cabelos escuros do pirata.

― Quando você virá nos ver novamente? ― perguntou no mesmo tom de seu sorriso.

― Ainda não sei. ― respondeu pesaroso. ― Não posso arriscar vir aqui tantas vezes. Principalmente agora. Você sabe... a Marinha pode me seguir a qualquer momento e... não gosto de pensar no que aconteceria se isso viesse a se tornar verdade. ― suspirou encarando o filho.

― Não se preocupe. Estamos bem e ficaremos bem. ― afirmou o abraçando por trás, tranquilizando assim o coração do pirata famoso pelo South Blue.

O garotinho soltou uma gargalhada gostosa quando o pai fez cócegas pela sua barriga e logo já estava sendo erguido pelos braços do mais velho. A mãe, por sua vez, não conseguia fazer nada além de aumentar seu sorriso.

(...)

Dez anos mais tarde...

Caso alguma palavra conseguisse descrever o que ela sentia naquele momento, essa era desespero.

A expressão calma e doce de Cecíli representava muito bem uma pessoa em perfeito estado psicológico para todos os clientes da casa de chá. Quem a observasse melhor, porém, iria enxergar o brilho angustiado que tomava o olhar da moça. Katsuo, entretanto, embora tivesse não mais do que dez anos, conhecia sua mãe perfeitamente bem para acreditar em tal representação. A grande interrogação, no entanto, não era se ela estava realmente bem ou não, mas sim por que ela não estava bem.

Com intenção de fazer exatamente essa pergunta, Katsuo levantou seus olhos do pequeno caderno escolar no qual fazia suas atividades para casa e encarou a mãe, que enxugava algumas xícaras por detrás do balcão.

― Mamãe. ― chamou, fazendo a mulher olhar para o filho docemente.

― Sim, querido.

― Por que a senhora está assim? Agitada? ― se perguntou se era aquela mesmo a palavra adequada para o comportamento da mãe.

Um olhar levemente surpreso surgiu na face bonita modulada pelos longos cabelos castanhos, mas logo tratou de sorrir tranquilizadora.

­― Não é nada com o que deva se preocupar, querido. Então, melhor voltar para suas tarefas, sim? ― deu a ordem num tom tão carinhoso que nem mesmo se parecia com uma.

― Mas isso é tão difícil... ― resmungou. ― Como é que a gente escreve... ― mas o que o filho não sabia como escrever nunca foi dito, porque naquele instante uma explosão fora ouvida seguida de gritos, fazendo com que todos se levantassem assustados.

― Fique aqui! ― Cecíli ordenou ao garoto, largando o pano e o copo sobre o balcão e correu apressada para fora. A expressão aflita agora era impossível de disfarçar.

― Vocês irão pagar pelo que fizeram! ― gritou um homem robusto de cabelos negros ao fim da rua.

Rua a qual agora estava repleta de pessoas observando, apavoradas, a confusão que se desenrolava próximo à praça na qual estava erguido o Castelo de Vidro. Muitas das pessoas que antes haviam gritado com o estrondo, agora jaziam sem vida no chão.

Tudo o que se seguiu depois fora tão rápido, que ninguém se atrevia a questionar o que estava acontecendo. Os gritos preenchiam as ruas de Castle of Glass e os marinheiros que se encorajavam a enfrentar o bando pirata eram dizimados em poucos minutos, não dando nem mesmo tempo de pedirem reforços. O famoso Castelo de Vidro estava completamente destruído, junto das ruínas de inúmeras construções espalhadas pelo minipaís.

Cecíli corria junto de Katsuo com a esperança de conseguir fugir àquele pesadelo. Quis acreditar fielmente que os piratas que atacavam seu país fossem deixá-los em paz, considerando que a criança que corria de mãos dadas consigo tinha o mesmo sangue do falecido capitão deles nas veias. Estava enganada, porém. A dissimulação pós-morte de seu capitão atingiu um grau tão alto, que eles já não se importavam quem estavam assassinando. Estavam apenas decididos a não deixar um único sobrevivente em Castle of Glass.

(...)

Cadeias Montanhosas, Niger Flower

O desespero entre os presentes era crescente e chegara a um nível completamente palpável. Os Pirates of King olhavam o círculo de fogo com esperança de encontrar alguma chance de escapatória, mas tudo o que eles viam era a morte cada vez mais certa que se aproximava deles.

Riki permanecia sorrindo de sua forma perigosa e agora caminhava em direção à sua espada, que queimava entre as chamas e, para surpresa de todos, pegou-a. Tornou a ficar ereto, se deliciando com a temperatura do metal em suas mãos.

― Sabe o que é mais fantástico no fogo? ― questionou roucamente. ― É o fato dele ser tão perigoso e traiçoeiro que as pessoas não se atrevem a enfrentá-lo, mas os poucos que o fazem, podem se deliciar saborosamente com o efeito que ele traz. ― colocou a espada à frente do rosto. ― E o mais fascinante... ele só queima quem ele quer queimar. ― aumentou o sorriso e sem aviso prévio avançou contra Seion novamente.

Este teve apenas tempo de tentar defender o golpe, conseguindo por muito pouco.

― Você não só é doido, como também fala coisas sem sentido! ― exclamou exasperado, quando conseguiu se desvencilhar do golpe.

― A vida não tem sentido, meu caro. ― sorriu novamente de forma sombria. ― É por isso que vou tirar a sua.

― Você já está enchendo o saco! ― gritou irritado o jovem cozinheiro do bando, agora resolvendo se juntar ao capitão na luta.

Dali em diante, Seion e Ken passaram a enfrentar o assassino juntos, tentando, dessa forma, agilizar a fuga de todos. No entanto, a vantagem de número não parecia fazer diferença para Hirano. Este conseguia defender e atacar de forma perfeita, embora, tinha que admitir, os garotos lutavam muito bem. Ainda que não encontrasse grandes dificuldades, passou a precisar tomar mais cuidado e prestar mais atenção à luta.

No canto próximo à porta, Issa observava tudo com a aflição crescendo em seu peito de forma absurdamente veloz. Nara só estava viva pela força de vontade de seu subconsciente em continuar lutando por sua vida, mas seu pulso estava cada vez mais baixo e tinha momentos em que a médica jurava perdê-lo por alguns segundos. Se não conseguissem levá-la para um hospital naquele instante, ela não iria aguentar muito mais e a ideia de perder sua amiga conseguia ser mais assustadora do que o assassino que seus amigos agora enfrentavam unidos.

Mesmo após alguns minutos, a luta percorria assídua e sem descanso para ambos os lados. Ino, seu marido e seu filho observavam tudo ainda sob proteção de Ayssa, que tentava apagar alguma parte do círculo, por menor que fosse, sob a janela, numa tentativa frustrada de abrir caminho para fugirem. Caleb, por sua vez, permanecia inconsciente e incapaz de fazer qualquer coisa para ajudar.

As coisas pioravam com o decorrer dos minutos, quando num momento crítico da luta, onde Riki conseguira derrubar Ken e avançava contra Seion, Issa pulou de susto ao perceber que havia um homem completamente desconhecido ao seu lado.

O moreno apenas sorriu de lado, se aproximando da jovem médica e, sem aviso prévio, tocou-a nos ombros, assim como fez com Nara. Issa gritou, mas no momento em que abriu os olhos, já não estava mais ajoelhada no chão da sala em chamas. Agora se encontrava no chão de algo que estava em movimento. As pernas expostas de uma mulher de salto alto e vestido longo da cor vinho, sentada em uma espécie de banco, se destacava diante de seu rosto. A loirinha levantou seus olhos, ainda atordoada.

― Quem são vocês e o que está acontecendo?! ― questionou exasperada, num desespero crescente. Mais encrenca?

― Boa noite. Eu sou Mabelly e quem te trouxe até aqui por meio da Fruta do Teletransporte foi meu parceiro, Hiasuki. ― explicou em uma tranquilidade indiferente. ― Somos agentes do governo e essa é a princesa do Reino de Sakura, no North Blue, Haruki D. Hana. ― completou.

― Hana? Você é a Hana?! ― surpreendeu-se e mais uma vez pulou de susto quando sentiu o homem aparecer ao seu lado novamente com Ayssa e Caleb e sua família.

― Que porra é essa?! ― gritou a atiradora, mas antes de obter resposta, Hiasuki já havia desaparecido novamente.

Minutos depois reapareceu com Ken e Seion, ambos completamente atordoados. O espião sentou-se no banco de frente á Mabelly, ao lado de Hana. Seion olhou em volta e deu um pulo para trás assim que percebeu a presença da princesa. Esta esboçava um sorriso grandioso ao reencontrar o amigo.

― Olá, Seion. ― cumprimentou gentil.

― Hana?! O que diabos você faz aqui? Aliás, o que eu faço aqui?! E quem são vocês? ― perguntou sem pausa para respirar.

― Como minha maravilhosa parceira já deve ter explicado à sua companheira, eu sou Hiasuki e ela é Mabelly. Trabalhamos para o governo e estamos aqui por pura caridade. ― sorriu irônico.

― Vocês trabalham para o governo? Não parecem agentes do governo. ― afirmou Ken em tom desconfiado. ― Quem é o chefe de vocês? ― perguntou cruzando os braços.

― O segundo conselheiro de Mokey D. Dragon, Kanjik Aruk. ― respondeu a mais velha, sem mudar seu tom de indiferença.

― Então estão aqui a mando do avô do Seion? ― Ayssa indagou, curiosa.

― Salvamos a princesa a mando do Primeiro Conselheiro. Mas como disse, estamos aqui, salvando vocês, por pura caridade. ― quem respondeu dessa vez fora Hiasuki, largando mais um de seus sorrisos laterais. ― Nosso dever era resgatar a princesa das mãos de Noguchi, o capitão da base local da marinha. Um infiltrado dos revolucionários. Assim que chegamos à cidade, entretanto, percebemos o navio de vocês ancorado no porto e soubemos que Hirano Riki estava na ilha. Não foi muito difícil deduzir que vocês estavam em apuros. ― explicou.

― Então vocês conhecem aquele maluco? ― Seion agora era quem questionava. Pressionava o corte em seu braço que ainda sangrava bastante.

― Sim. Ele é o assassino de elite de Miyazaki, o líder do Exército Revolucionário. Um psicopata bastante interessante, na verdade. ― Mabelly informou distraída, relembrando os breves encontros com Hirano durante os anos de infiltração no exército.

― Então você gosta de psicopatas, Mabelly? Bom saber. ― sorriu malicioso.

― Vamos até a cidade levar a garota ao hospital, depois vocês precisam deixar a ilha o mais rápido que puderem. Hirano irá demorar no mínimo um dia e uma noite para chegar à cidade, já que Hiasuki o teleportou para a região mais distante das montanhas e nós inutilizamos os outros teleféricos. É o tempo que vocês têm para estabilizar a situação da garota e fugirem. ― informou a morena, ignorando o comentário do parceiro.

― Se estivermos em um hospital, é o máximo que preciso para estabilizá-la. ― Issa informou aliviada.

(...)

O frio extremo não incomodava o homem de pé à beira do penhasco. Parecia que havia cometido o primeiro erro de sua carreira. Talvez perseguir e matar Mokey D. Seion iria ser muito mais interessante e divertido do que ele pensara de início que seria.

No instante em que viu Sakai Hiasuki aparecer no cômodo, teve a certeza de que a morte não alcançaria aquele garoto e seus amigos naquela noite. Não era tão ingênuo quanto seu chefe, para acreditar que ele e a parceira se submetiam realmente às ordens do E.R..

Hiasuki era um psicótico pervertido de primeira linha e Mabelly... ah... aquela mulher guardava mais segredos nas profundezas de sua alma do que o oceano do Novo Mundo guardava náufragos nas profundezas de suas águas. Talvez, fosse até mais perigosa que ele próprio.

Sorriu sombriamente com a ideia.

O vento gelado bateu contra seu corpo, esvoaçando os cabelos negros e os pelos de seu casaco de pele. Levantou sua espada até a altura de seu braço e rasgou o epitélio do membro num corte profundo.

Seu sorriso agora tornava-se o de um verdadeiro psicopata novamente.

― Vamos ver quantos desses você irá me deixar, garoto. Quantas vezes será que poderá fugir à morte? ― perguntou para o vazio.

Obtendo como resposta, contudo, somente o uivo alto do vento, o qual espalhava o sangue e manchava a neve de vermelho vivo.


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Notas finais do capítulo

E então? Lembram-se de onde mencionei Myiazaki? Aqui informo para aqueles não lembraram: Foi no capítulo 40 na minha contagem. ;) Respondam aí nos comentários se lembraram ou n. kkkkkk'
Até mais! ^^



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