O Alvorecer De Um Novo Sol escrita por Marimachan


Capítulo 22
Capítulo 20 - Meu Pequeno Raio de Sol: Parte II


Notas iniciais do capítulo

Boa tarde, pessoas! ^^
Mais um capítulo pra vocês nessa segunda gostosinha. ~lê Matheus Mendonça :p~
Ia ter parte do que está acontecendo com os garotos atualmente, mas achei melhor deixar o capítulo só com flashback. Então, boa leitura! ;)



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― Jichan, nós iremos encontrar a mamãe, não é?

― Faremos todo o possível para isso, Luffy!

Luffy e Garp caminhavam pela trilha da floresta, sendo seguidos por Makino e Woop. O vice-almirante não havia gostado do fato de levar o neto junto, mas sabia que ele não iria ficar na vila tendo sua mãe desaparecida e em perigo. Ele não tinha certeza, mas talvez pudesse encontrar sua nora viva. Provavelmente ela seria torturada como castigo por ter fugido com Dragon quase seis anos atrás, mas Olivia era forte. Ela iria resistir e muito provavelmente se eles tentassem levá-la de volta para Mariejoa, iria fugir.

Ao chegar ao fim da mata pôde enxergar um dos homens que antes a levara saindo do navio com Olivia seminua e amarrada. Estava completamente coberta de sangue e molhada, provavelmente haviam jogado álcool ou vinagre sobre ela, para aumentar a ardência nos inúmeros cortes espalhados pelo corpo. Ao ver a situação da morena, Garp sentira uma dor tão grande em seu coração que quase se esqueceu de que Luffy estava assistindo àquilo tudo, paralisado. Logo tratou de segurar mais forte a mão do neto, para que este não saísse correndo dali e colocasse tudo a perder.

― Parabéns! Você realmente conseguiu sobreviver! Estou pasmo! – o loiro de antes exclamava enquanto também descia do navio sorrindo maldoso. ― Agora você é uma escrava com alforria!

Olivia sorriu. Estava livre finalmente!

Assim como a nora, Garp, ao ouvir aquelas palavras, mal pôde acreditar e a dor que atingia seu coração transformara-se em alegria instantaneamente.

Mal sabia ele o que estava prestes a acontecer.

O homem de terno jogou Olivia contra o chão com força, fazendo-a gemer alto de dor. Luffy, por sua vez, observava tudo sem reação alguma. Ver sua mãe daquela forma o deixava completamente atordoado. As lágrimas surgiam aos poucos nos olhos do garoto que agora tinha suas mãos dadas à Makino, que o segurava firme, também com lágrimas nos olhos e a mão livre em frente à boca, não querendo acreditar que Olivia se encontrava naquela situação desumana.

Garp caminhava em direção à Olivia caída, ela não conseguiria se levantar sozinha. O tenryuubito olhara surpreso, mas não dera muita importância ao vice-almirante que se aproximava. Via Olivia se arrastar em direção à floresta, ainda sem ver o sogro.

― Luffy... Eu estou chegando, filho... – sussurrou buscando forças de onde não tinha para se levantar e sair daquele lugar. Tudo o que mais desejava era voltar para sua casa e seu pequeno raio de Sol, como costumava chamá-lo.

Quando já tinha avançado alguns metros, contudo, três tiros foram ouvidos e Olivia pôde sentir seu corpo chacoalhar e cair ao chão novamente. O espião que a carregava atirou sem misericórdia alguma.

Ela ouviu uma gargalhada e viu Garp correndo em sua direção, tomando-a em seu colo. Estava tudo embaçado e confuso.

Luffy gritou pela mãe, porém o grito fora abafado pelas mãos do prefeito que chorava junto à Makino. Garp havia contado tudo sobre Olivia algumas horas antes e já entendera que eles não podiam sequer imaginar que ela tinha um filho com Dragon.

O tenryuubito, por sua vez, voltou ao seu navio enquanto ria alto.

‘Você prometeu... Seu desgraçado, você prometeu!’, ela gritava mentalmente.

― Achou mesmo que eu iria deixar uma escrava ser libertada assim, tão facilmente? Ignorante de sua parte! – novamente gargalhou e então sumiu embarcação à dentro, ordenando aos seus subordinados que zarpassem.

Depois de alguns poucos minutos o navio já se encontrava um pouco distante da costa, Luffy conseguira se libertar dos braços de Makino e Woop e agora corria, chorando, em direção a seu avô que ainda tinha Olivia em seus braços.

― Luffy! Não! – Makino gritou correndo atrás, Woop a seguiu.

― Mamãe! – o moreninho finalmente chegara à morena e a abraçava, não conseguindo evitar que as lágrimas saíssem.

― Luffy... – sua voz era fraca, mas ainda podia ser ouvida pelos quatro que a rodeavam.

Ouvir a voz sempre tão alegre do filho gritando por ela de forma tão desesperada e dolorida lhe fazia sentir o coração apertado.

Depois de tantos anos sob escravidão, Olivia já não via mais futuro para si ou tinha qualquer tipo de esperança. Contudo, ao conhecer o homem que lhe salvou a vida, as coisas começaram a mudar.

Dragon havia a mostrado que ela poderia sim ter um futuro mais feliz e que fosse ao lado dele, por que não?

Algum tempo depois, quando já estavam casados e com Luffy recém-nascido, seu companheiro expôs seu sonho de mudar o mundo e ela havia achado aquilo incrível. Todo o apoio para que ele não temesse seguir este sonho ela deu e assim, depois de muito insistir com Dragon, o futuramente líder revolucionário foi atrás de sua vontade. Olivia passou então a seguir sua vida sozinha – sem perder contato com o marido, é claro. Era difícil estar mudando de ilha a ilha, mar a mar, procurando fugir do governo e da marinha que à procuravam assiduamente, até que Garp entrou na história e a levou para a Vila Fuschia, onde garantira a ela que estaria segura.

Mas... Sozinha? Não mesmo.

Ela tinha ele. Seu pequeno raio de Sol.

Mesmo com todas as dificuldades, Olivia nunca perdia a esperança e nem mesmo seu jeito leve de levar a vida exatamente por ter um pequeno ser que iluminava todos os seus dias, lembrando-a que assim como ainda tinha Dragon – mesmo longe –, tinha também aquela criaturazinha que insistia em viver sorrindo.

Perdida em tais pensamentos, um sorriso terno brotara nos lábios da mãe, enquanto algumas lágrimas lhe escapavam dos olhos. Ela levou sua mão direita até o rostinho molhado do filho, observando-o pela última vez.

Aquele rostinho que a fizera sorrir tantas vezes, aquele rostinho que nunca deixava de estar iluminado e repleto de alegria.

— Eu não vou poder te levar ao bosque amanhã como prometi... – sua voz ficara ainda mais baixa. ― Desculpe-me...

― Por que tá falando essas coisas, Okaasan?! – questionava em meio ao choro, balançando de leve o corpo da mesma, mas ela já não respondia. Os olhos de Olivia já estavam fechados e não tinha mais vida no corpo da morena. ― Kaasan... – chamou mais uma vez, percebendo que sua mãe não estava mais com ele. ― Kaasan! – finalmente deixou-se cair no colo dela, sem se importar se ela estava coberta de sangue ou não.

Apenas queria sua mãe de volta.

(...)

22 anos e meio antes...

― Luffy! Você precisa se acalmar! Se não eu não terei como cuidar dos seus ferimentos! – Chopper gritava com o capitão, desesperado.

O Sunny estava agitado demais. Os Mugiwaras tentavam acalmar o capitão de alguma forma, mas parecia ser algo impossível naquele momento. Luffy estava realmente em desequilíbrio e isso os assustava, considerando que nunca haviam visto o garoto tão atordoado.

Um objeto saiu voando pelo convés, quase acertando Zoro, que abaixara à tempo de desviar.

― Aquilo era o que eu penso que era? – o espadachim encarou Robin, que estava ao lado dele, surpreso.

― Parecia ser uma maleta cheia de medicamentos. – respondeu à seu jeito cotidiano, observando a movimentação na porta da enfermaria.

― Tsc. Esse idiota está fora de controle. – Zoro reclamou, caminhando em direção ao local onde Chopper tentava cuidar de Luffy, embora esse não permitisse com seu ataque de fúria. Quando entrou na enfermaria, entretano, pôde ver que as coisas haviam se acalmado. Finalmente.

Luffy estava ajoelhado no chão do cômodo, suas mãos ensanguentadas, provavelmente pelos vários socos que dera contra a madeira do Sunny; seus braços permaneciam esticados rente ao corpo e sua cabeça abaixada e apoiada sobre o ombro de Nami, que o abraçava com força. Não era possível ver da porta onde Zoro estava, mas ele tinha consciência de que as lágrimas de seu capitão molhavam o ombro da navegadora.

Durante aquele abraço, ninguém dissera uma única palavra. Não era preciso. Todos sabiam da dor e revolta que o amigo sentia naquele momento e não tinham dúvidas de que ele compreendera naquele gesto que não estava sozinho. Tinha seus nakamas, os quais sempre estariam com ele pro que der e vier.

Os Mugiwaras não sabiam muito sobre a mãe de Luffy, mas tinham certeza que ela era extremamente preciosa e especial para o garoto. Vê-la sendo assassinada em sua frente já deveria ter sido algo traumático para uma criança de cinco anos, imagina saber que quem havia a assassinado fora seu pior inimigo, o qual tirou a vida de seu irmão anos depois: o Governo. Pior ainda saber que fora a mando de seres humanos escrotos e sem dignidade, os quais eram odiados profundamente por ele e todo o resto do mundo: os tenryuubitos.

Era realmente compreensível o estado do garoto.

Quando percebeu que Luffy já estava mais calmo, Nami se desvencilhou encarando o moreninho que ainda tinha algumas lágrimas marejando seus grandes olhos negros. Segurou os ombros do mesmo e sem tirar os olhos dos dele pediu de forma calma, mesmo que com um aperto no coração por ver a situação do companheiro.

― O Chopper precisa cuidar dos seus ferimentos... Foi uma luta difícil e longa. Pode fazer isso? – a resposta para a pergunta fora apenas um aceno afirmativo do moreno, que o fez encarando o chão, ainda tentando controlar toda a raiva e frustração que o tomavam.

Nami agradeceu e se levantou, deixando que o médico se aproximasse de Luffy, e caminhou em direção à porta. Fez um sinal para que todos saíssem junto com ela da enfermaria, deixando assim que a rena fizesse seu trabalho em paz. Todos obedeceram, seguindo cada um para um canto do navio, pensativos. Não faziam ideia de como seriam as coisas por aqueles dias.

Com a revelação que Akainu fizera durante a luta de algumas horas atrás, o garoto passou a atacar mais furiosamente o Almirante, não demorando muito para derrotá-lo. Depois de ter conseguido tal feito, Luffy ficara fora de controle. Muito provavelmente, se seus nakamas não tivessem segurado o capitão e o carregado para o navio, Akainu estaria morto agora. Por mais que Sakazuki merecesse, os Mugiwaras preferiram não permitir que Luffy manchasse suas mãos com aquela morte, vingança nunca fora a melhor solução e o próprio garoto já ensinara isso inúmeras vezes a eles.

No entanto, apenas esperavam que as coisas se acalmassem um pouco mais nas próximas horas. Era doloroso demais ver o garoto iluminado e sorridente que conheciam mergulhado em trevas tão tristes.


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Notas finais do capítulo

Até quinta! :)