Estávamos em um trabalho, na floresta, a procura de leprechauns. Seria bem simples, se eles não fossem tão travessos quanto crianças. Requisitos da missão: captura. Pra que? Eles provavelmente receberiam algum sermão de como era errado atrapalhar as relações humanas e como isso quebrava todos os tratados criados entre humanos e criaturas fantásticas.

Começou a escurecer, já estávamos nervosos por não terminarmos logo essa tarefa, estava se tornando algo extremamente irritante. Eles estavam brincado conosco, aparecendo, desaparecendo, sabiam que precisávamos deles. Continuávamos a andar, sempre procurando, até que Aeryn parou, chamando minha atenção.

— É lindo, não acha? — ela perguntou deslumbrada. A noite estava tão bela, não tanto quanto ela, porém não perdia.

— Sim. — respondi. Estávamos na frente de um lago, a Lua cheia, prateada no ponto mais alto do céu. O brilho das estrelas refletindo na água cristalina. Vagalumes dançando no ar, ao som dos grilos e cigarras. Era maravilhoso.

Senti sua mão na minha. Girei-a, como se estivéssemos dançando e ela riu. Então começamos nossa valsa ao som da natureza. Meus olhos nos dela e os dela nos meus, eles sorriam, assim como nossos corações. Nossos corpos estavam bem perto, era possível sentir a respiração um do outro, cada vez mais próximos e próximos e próximos. Lábios quase tocando e nossos passos ficaram cada vez mais lentos. E então paramos. Paramos porque algo nos fez tropeçar e cair naquela terra nada fofa e bem seca.

Travessuras. Sim, achamos os leprechauns. Aquelas criaturinhas, como pestes. Riam da situação, divertiam-se com nossa queda, com a interrupção que causaram. Mas paravam bem rápido. Antes que eu percebesse, Aeryn já tinha capturado o liderzinho do grupo e os outros, desesperados, pediam misericórdia a ela. Minha vez de rir, eu teria muito medo dela, se eu fosse eles.

— Peguei vocês. — vociferou ela, era assustadora. Assim, completamos, ela completou, nossa missão, levando a trupe travessa de volta a Associação. Nunca tinha presenciado um luar tão belo.

A noite de hoje não era tão linda como a anterior. Eu não podia ver o brilho das estrelas, não tinha luar. Eu estava sozinho naquela praça, sentado no banco velho de madeira, não sabia onde ela estava e nem mais onde procura-la.

— Você está tão sozinho. — mal ouvi sua voz e meu coração bateu mais forte.

— Não estou mais. — respondi sorrindo, era impossível não sorrir ao conversar com ela, ao pensar nela — Preciso pedir uma coisa. — disse sério.

— Nem precisa. — ela falou, como se lesse meus pensamentos, beijou-me. Estava completando o que foi interrompido no passado. Quando nos separamos, vi que a Lua estava lá no céu. Como se os luares que eu visse, fossem em função da presença dela.