Talvez fosse tarde demais, talvez não. Paul só saberia se tentasse. Ele respirou fundo, ela estava lá, alongando o corpo. Parecia muito bobo depois de tanto tempo aparecer com um buquê de rosas (talvez dois meses pudessem ser realmente muito tempo), sentiu-se meio bobo, mas quando era por ela, ele sempre se sentia assim.

–Acho que nascemos para irmos e virmos, Paul – ela sussurrou, virando-se para ele e sorrindo – Só cuidado, porque se você demorar tanto, passarei a não me importar mais.

–Mas Verônica, você é rio e eu sou oceano, preciso de você para viver, sem você não sei o que é viver, só que eu sou uma merda com isso de relacionamento, você sabe... Vivo fugindo porque não sei lidar... Só que... Eu preciso tentar de novo e de novo e de novo por você – ele sussurrou e ela sorriu, aproximando-se e passando os braços em volta do pescoço dele.

–Eu sei, Paul, eu sei. Sabia disso desde que comecei a namorar com você – ela o beijou – Só não demore tanto tempo para voltar.

–Não demorarei – ele a puxou para um beijo, puxando-a para seu colo e a encostando na parede. Naquele momento ele tinha certeza que nunca a abandonaria. Mas Verônica sabia que isso era só até a próxima recaída.

Vem me fazer feliz

Porque eu te amo

Você deságua em mim

E eu oceano

Esqueço que amar

É quase uma dor

Só sei

Viver

Se for

Por você