Era domingo e estávamos tranquilos em casa hoje. Sem missão Arrow para planejar ou compromissos com ninguém, apenas nós dois. Já fazia mais de seis meses que tínhamos decidido morar juntos e nos mudado. Não vou dizer que era perfeito, nós brigávamos e muito. Pela toalha em cima da cama, sapatos e meias espalhados pela casa, louça suja na pia - quer dizer, porque ela não parava de implicar dizendo que eu tinha que crescer e me deixava pagar uma empregada de vez? - e pela posse do controle remoto - não, eu não queria uma TV no quarto e uma na sala, apenas mandar em alguma coisa na casa. Ainda assim eram brigas bobas que duravam meia hora e apenas serviam para fazermos as pazes. E ah, sabíamos muito bem fazer as pazes.

Ela estava cozinhando o café da manhã com fones de ouvido quando cheguei na cozinha. Parei e fiquei a observando. Estava tão distraída e sempre se assustava quando me via, mas valia a pena. Felicity Smoak é uma daquelas pessoas que adoramos olhar quando não sabem que estão sendo olhadas. Agora ela estava virando panquecas e dançando ao ritmo de qualquer que fosse a música, totalmente alheia ao mundo a sua volta e isso continuava por vários minutos. Então não resisti e fui silenciosamente - ou com meus super poderes ninja, como ela insistia - até ela e a abracei por trás, fazendo com que ela pulasse e eu risse em seu ouvido.

Foi nesse momento, com ela brigando comigo e eu rindo, que percebi que Felicity era a mulher para mim. Que se não me casasse com ela, não me casaria com ninguém. Que se meus filhos não fossem dela não seriam de nenhuma outra pessoa. Que se fosse para passar a vida longe dela preferia que fosse sozinho. Por mim me casaria hoje, nesse domingo ensolarado. Na praia, debaixo do sol, no meio do mar. Em um navio ou avião ou na prefeitura. Eu a vi toda de branco vindo até mim, seu sorriso menor apenas que o meu. Mas também sabia que merecia mais, merecia um casamento planejado, do jeito que ela tinha sonhado. No fim, para mim seria apenas uma cerimônia para oficializar o que já sentia, então do jeito que viesse estava bom, mas Felicity merecia mais sempre. Portanto amanhã iria atrás de um anel.

– Oliver, juro que vou colocar um sino em você. Ainda vai me dar um ataque cardíaco! - Ela brigou colocando a mão no coração para enfatizar.

– Para de drama, você que fica andando pela casa com fones de ouvido, um sino não ia resolver. - Falo baixo em seu ouvido e beijo seu pescoço, causando um arrepio em sua pele. - Além do mais, fazia uns dez minutos que estava te olhando da porta, não tenho culpa se não percebeu.

– Idiota - Ela disse, mas não tentou sair do meu abraço. Desliguei o fogão e continuei beijando seu pescoço. - Oliver, estou com fome. - Ela falou sem muita convicção, especialmente ao inclinar a cabeça e me dar mais acesso.

– Eu também - respondi sugestivamente e comecei a andar para fora da cozinha com ela.

– Mas as panquecas… - ela tentou inutilmente.

– As panquecas esperam.

Ao dizer isso, eu a levantei e levei para o quarto, disposto a matar minha fome primeiro.