James suspirou, e por qual motivo iria começar uma revolta? Ela estava ali tão serena como a lua, a jovem tinha um olhar sonhador, seus pensamentos estavam longe, muito longe dali, em um mundo onde as coisas se resolviam em um estralar de dedos, ou talvez sonhos que um dia passaram por sua cabeça e hoje já não poderia mais realizá-los, nem todo sonho é possível, mas também não é impossível.

— Rose? – ele chamou um pouco receoso, ela o encarou surpresa

— o que faz aqui? – ela perguntou incrédula

— te pergunto o mesmo – ele andou até ela e se escorou na janela ao lado dela

— bem... – ela respirou fundo – estava sem sono... e... – ela tentou explicar, simplesmente a confiança estava escapando sobre seus dedos

— e? – ele perguntou fitando o céu, exposto pelo grande céu estavam várias estrelas, a noite estava quase perfeita...

— e bem... Um bilhete... Deixaram um bilhete para mim – ela suspirou e lhe entregou o pequeno pedaço de papel, o olhar do moreno recaiu sobre a folha de papel.

“ Eu sei o que está acontecendo, pequena Rosie, não se preocupe, são muitas dúvidas, e você sabe o que realmente sente, mas então porque não aceita? Não siga a razão, acabara machucando a si mesma, deixe que sua emoção seja mais forte... Não consegue dormir não é mesmo? O que sua mãe sempre fazia quando não conseguia dormir...”

Ele parou um pouco para refletir, digeriu palavra por palavra, quem era essa pessoa que sabia de tudo? Um ser sobrenatural? Mas isso não existe... E cada vez mais dúvidas, elas invadiam seu cérebro, mas havia uma dúvida central, que pairou e ficou flutuando em sua mente, o que estava passando com Rose?

— engraçado... – ele murmurou, ela o encarou confusa – recebi um bilhete também – ele respondeu e ela refletiu, parecia tão calma, não parecia Rose Weasley

— que estranho – ela murmurou se voltando para o céu

— quem será que deixou isso justamente para nós dois? – ele perguntou fitando o céu, qual era o segredo das estrelas para prenderem tanto sua atenção?

— eu não sei – ela suspirou, Rose estava calma, seu coração estava aquecido, James tinha o dom de fazer isso com ela, quando ele estava por perto ela sentia tudo mais intenso, ele fazia tudo ficar mais intenso, ninguém na terra mexia tanto com ela quanto ele, e ela sabia disso, mas não sabia se isso era razão ou emoção.

— o que está acontecendo Rose? – ele perguntou quebrando o silêncio, não gostava de guardar dúvidas, era quase impossível.

— nada que for da sua conta – ela respondeu como por instinto, havia se acostumado a ser assim com as pessoas, não que as pessoas tivessem feito algo com ela, era mais porque não gostava que as pessoas lhe vissem por dentro, o que se passava no seu coração era confidencial

— eu não vou contar pra ninguém... – ele falou suspirando, ela era teimosa, mas tinha pontos fracos, ela sempre foi uma menina doce, só não queria demonstrar

— você viu, não foi? – ela falou como um alívio, como se a pergunta estivesse entalada em sua garganta

— vi o que? – ele perguntou confuso, parecia até que as estrelas haviam embaraçado seus pensamentos

— eu e o Scorpius hoje de manhã – ela falou corando, aquela cena lhe trazia mais confusão

— ah claro... Como não ver... – ele olhou fixamente para as estrelas, aquela cena lhe trazia uma imensa raiva, um fúria misturada com aquela dor estranha, aquela dor que trazia a vontade do choro

— você adentrou a floresta por conta disso? – ela não queria se intrometer, mas as dúvidas eram cruéis, inevitável não perguntar

— eu não sei – ele murmurou mais para si mesmo

— como não sabe? Não foi você que entrou lá? Estava com raiva? Ainda está com raiva? – ela perguntou assumindo uma postura de preocupação

— não sei, eu estava com raiva, e lhe importa? – ele perguntou dando de ombros, o coração disparou instantaneamente, era como se seu coração ansiasse pela resposta

— eu... – ela arregalou os olhos, a razão tentava apenas revidar “são primos, primos!” e a emoção só precisava se libertar, enquanto Rose não a libertasse ela continuaria a gritar “sim, você se importa! E mais do que o normal” Rose sentiu a confusão pesar em sua mente e baixou o olhar, havia uma guerra interna dentro dela, o que dizer? Voltou seu olhar para as estrelas – eu me importo sim, James! – ela murmurou passando a mão no rosto, resolveu ouvir a emoção e nesse momento a razão parecia estar sumindo, todas as dúvidas se esvaindo. Ouvir a emoção não era tão mal assim, mas parecia tão errado.

— eu não queria mesmo falar isso, até porque James Potter nunca diria isso, mas... eu também me importo com você, Rose, mais do que devia – ele falou, quem disse que ele seguia a razão? Nunca seguira e não iria ser agora que seguiria

— eu me pergunto por que disso? Por que tinha que acontecer aquilo? Porque a gente tinha que se bei... – ela falava tudo de uma vez e foi interrompida

— você não gostou? – ele perguntou a encarando receoso

— não disse isso... – ela falou rapidamente sentindo o rosto esquentar

— mas gostou? – ele queria mais que tudo saber, era um resposta importante

— se eu gostei... – ela mais uma vez fitou as estrelas, era como se lhe trouxesse a força que faltava – eu não gostei, James...

— mas... – ele começou e foi cortado

— eu não gostei, eu adorei, isso virou a minha vida, um beijo que fica 24 horas em minha mente, e que às vezes eu sonho que aconteça novamente, eu não sei o que estou sentindo, não quero magoar você, nem o Scorpius, mas eu não sei o que minha emoção fala, parece tão errado... a razão me diz que nos somos primos e é errado, eu sei disso! Mas que droga! Pode pelo menos me dizer algo que mude tudo? Ninguém tem a resposta... – ela desabafou, um peso enorme saindo de suas costas

— nossa! Como você ageenta tanta coisa em sua mente? – ele perguntou abrindo um sorriso, aquela resposta fez borboletas decolarem em seu estômago 

— eu não sei te responder – ela suspirou mais confortável, só de ver o sorriso dele seu mundo já se iluminava, e só agora ela estava começando a enxergar o que a emoção queria lhe dizer

— olha, Rose, eu to pouco me importando pro mundo depois dessa noite, seria incapaz de pensar desse jeito, dou graças a Deus por Harry ser meu pai, nunca pensei que iria acontecer, mas está acontecendo, e nossa! É realmente bom, já ouvi pessoas dizendo que era um sentimento horrível, que destruía corações, mas tudo faz sentindo, papai me explicou, hoje Alvo, Lilian e Hugo só me fizeram ter mais certeza... é inacreditável que esteja acontecendo justo comigo, mas eu sinto que quero isso, dá um certo frio na barriga, e dane-se tudo... – ele respirou fundo – eu estou me apaixonando por você Rose – ele falou e corou, ele estava corando e aquilo era estranho, Rose o encarou com os olhos arregalados, os olhos cor de mel se fundiram, uma sensação boa no coração.

— oh James! É inacreditável... – ela respondeu surpresa, sabia que essa não era a melhor resposta, mas ninguém sabe o que dizer quando alguém se declara...

— eu sei que é, eu não queria aceitar, não mesmo, mas eu já tenho 17 anos, devia ter acontecido a muito tempo, mas veio acontecer agora, pode ter certeza, eu não quero perder mais nada, só se você não quiser – ele falou e soou como uma pergunta, Rose levou as mãos a boca, estava surpresa, porem só se sentira feliz assim quando viu sua mãe, e ainda sim era uma felicidade maior.

— como assim eu não quero? Só se for louca para esconder de mim depois disso, não importa o que aconteça, James... eu quero viver isso, não sei se estou pronta, nem se estou apaixonada, mas no momento o que importa é o que nos sentimos – ela exclamou se perguntando de onde vinha essa coragem

— eu também não sei o que vai acontecer, mas vou agradecer e muito a essa pessoa que deixou o bilhete, não sei exatamente como dizer isso, mais eu te quero, Rose – ele sorriu maroto, ela corou violentamente, James sabia como mexer com o coração de alguém, mas naquele momento só queria uma única garota no universo.

— Oh Deus, Jay! Não fala assim, pela primeira vez na vida estou querendo uma pessoa mais que minhas razões – ela sorriu corada

Era estranho, eles deixaram que os segundos misturassem seus sentimento, tornando tudo mais intenso, aquela vontade louca consumindo os dois. James como sempre saiu na frente se aproximou da ruiva lentamente, como se a qualquer momento ela fosse fugir, muito pelo contrário, ela queria que ele fizesse logo, porque estava demorando afinal, ela o puxou pela camisa e o beijou, ele a puxou pela cintura e ela enlaçou seus braços em torno de seu pescoço, a ruiva sorriu ao sentir o coração queimar por dentro, aprofundando o beijo, as coisas pareciam mais perfeitas que o normal, o chão havia sumido de seus pés, a razão não existia mais, só uma palavra fazia sentindo “amor” incrível, como se fogos de artifícios explodissem no céu, como se estivessem voando, e a sensação de querer atingir o universo, como muitos chamam a sensação do prazer subindo a cabeça, aquele friozinho abaixo do ventre, nunca pensaram em sentir aquilo, mas era bom, era ótimo, e poderia ter mais, e queriam mais, bem mais. Rose quebrou o beijo ofegando, de olhos fechados sorriu, James sorriu radiante e abriu os olhos para ver a expressão de sua ruiva... Sua ruiva, aquilo soava tão bem.

— nossa! – ela sussurrou

E qual o motivo de ser tão bom? Era o James, e agora seu James... eles ficaram se fitando por alguns segundos, que para eles foram longos segundos, voltaram a se beijar com mais intensidade, a ruiva se escorou na parede, e como era maravilhoso, uma dança perfeita de línguas, como se já se conhecessem a anos, ele desceu os beijos para seu pescoço e ela sentiu o mundo fugindo da órbita, e que danem-se os que estavam ao redor e diziam ser errado, ela sentiu um choque quando ele passou a mão por dentro de sua blusa

— James... – sua voz saiu entrecortada

— hum? – ele murmurou, porque aquele frio abaixo do ventre era tão delicioso?

— acho melhor... parar – ela falou deixando a voz escapar, eram quase sussurros, ele parou e a encarou

— justo agora, Rosie? – ele falou ofegante

— er... eu ainda sou... – ela ficou encabulada enquanto tentava regulamentar a respiração – ainda sou virgem – sussurrou baixando o olhar

— tudo bem, por incrível que pareça eu nunca passei de um beijo – ele falou abrindo um sorriso maroto – sua mente está um pouco evoluída, se bem que não seria nada mal – ele falou em tom maroto

— então nosso querido James Potter não teve sua primeira vez ainda? – ela perguntou em tom brincalhão, porque aquela sensação em baixo do ventre ainda estava pulsando

— falou certo “ainda” não – ele brincou suspirando

— isso é muito estranho – ela deixou um pensamento escapar

— o que? – ele perguntou curioso, estava sentindo uma dorzinha em baixo do ventre, uma dorzinha que ele não conhecia muito bem.

— essa sensação aqui em baixo – ela sussurrou envergonhada, porque conseguia falar tão fácil com ele, ele abriu um sorriso surpreso

— oh Deus! – ele exclamou baixo – consegui deixar Rose Weasley excitada, eu sou um deus – ele brincou levando uma bofetada no braço

— como consegue falar uma coisa dessas? é embaraçoso - ela falou com um sorrisinho tímido

— mas a verdade dói – ele riu e ela fez uma expressão de ofendida

— mas o que é isso, senhor Potter? Sou uma mulher de família, meus vários primos podem quebrar com a sua cara – ela entrou no jogo

— o que posso fazer para a senhorita Weasley me perdoar? – ele falou cordial

— cale a boca e me beije – ela sorriu marota

— seu desejo é uma ordem – ele sorriu a beijando, era inevitável não sentir tudo, a mistura dos sentimentos, mais iria durar? Bem...

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Hermione se jogou na cama sorrindo, que família louca! E ela adorou cada segundo com aquela família louca, só esperava que aquilo pudesse continuar, as palavras doces do ruivo ecoavam em sua mente, e aquilo lhe trazia o famoso frio na barriga.

— feliz? – Melody se escorou na porta e Hermione a encarou um pouco receosa

— sim – Hermione respondeu dando um sorriso forçado

— e Rony como ele está? – ela falou curiosa se sentando no pé da cama da morena

— ele está muito bem – Hermione falou como se quisesse encerrar a conversa

— está mesmo? Conversou com ele? – Melody queria saber mais e mais

— sim ele está, conversei e bem... – ela queria contar mais não sabia se ia magoar a irmã

— o que? – Melody arregalou os olhos mais curiosa

— nós nos beijamos – Hermione falou preocupada, a expressão de Melody se tornou vazia e logo depois furiosa

— VOCÊS O QUE? PORQUE FEZ ISSO, HERMIONE? – Melody começou a falar mais alto que o normal

— calma Melody, e como assim porque eu fiz isso? Ele é meu marido... – Hermione falou indignada

— MAS VOCÊ SABE O QUE SINTO, NÃO DEVERIA TER FEITO ISSO!! – ela estava revoltada andava de um lado para o outro no quarto, como se tentasse se controlar

— calma, me desculpe, eu sei o que sente, mas eu não posso fazer nada, ele é MEU MARIDO – Hermione alterou a voz

— ELE ERA SEU MARIDO, VOCÊ SUMIU, EVAPOROU, VAI SABER QUANTAS ELE JÁ TEVE NA VIDA DELE... MAS AGORA NÃO É MAIS VOCÊ! – Melody falava em tom de ódio

— ELE É MEU, FICOU LOUCA? – Hermione começou a gritar indignada, Melody a encarou por alguns segundos, a loira saiu dali a passos firmes, bateu a porta atrás de si, e trancou-a, Hermione ao ouvir o barulho da chave se desesperou e correu até a porta – o que está fazendo? Ficou doida? Me deixe sair!

— só quando você aprender o que não pertence a você – Melody falou entre dentes e saiu dali bufando, Hermione se permitiu escorregar pela porta, agora tinha certeza, não tinha feito o certo...

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— o que está acontecendo? Estão todos preocupados! – o loiro chegou com expressão preocupada perto da morena

— eles não te avisaram, Peter? Eu não estou conseguindo completar a minha primeira missão! A Taylor não desistiu da sua vingança estúpida! – a morena exclamou triste olhando pela janela da cozinha dos Weasley

— mas você conseguiu, veja – Peter exclamou apontando para o casal perfeito que sorriam bobamente

— ela está planejando algo, veja – ela entregou a carta para ele

“ eu não disse que terminou Selena, vai ter volta, você vai me pagar muito caro, pode ter certeza que vai doer como doeu em mim, se prepare para sentir o buraco negro se infiltrado em você”