Tudo havia silenciado, como se fosse realmente um sonho, mas porque a realidade sempre tinha que começar a agir? Os olhares que eram trocados naquela sala eram surpresos, Hermione estava surpresa pela estrela e por eles terem chegado ali, ouviu seu nome sair da boca de alguém que nunca viu na vida, Melody estava confusa, mas mesmo assim surpresa, Rony estava paralisado era como se não fosse real, mas como sabemos, o destino gosta de brincar.

— conhece a mamãe? – Hugo quebrou o silêncio franzindo o cenho

— como... Espera... Você disse mãe? – a voz do ruivo estava falhando, não parecia real

— acha que ela era o que? Minha avó? – Hugo falou irônico

— oh meu Deus! Hermione! É você! – o ruivo começou a murmurar algumas coisas do tipo, Hermione se matinha calada e assustada

— Hermione? Hermione é a mãe de Rose? – Mel falou tentando raciocinar

— claro que é! – o ruivo falava baixo, como se aquilo realmente fosse mentira e ele queria acordar, só pra ter certeza.

— mãe de quem? – Hermione abriu a boca pela primeira vez ali

— como assim? O que aconteceu, Hermione? Por que sumiu? – o ruivo começou a falar desesperadamente, parecia prestes a chorar

— eu sumi? E você é? – Hermione estava ficando cada vez mais confusa

— como assim quem eu sou? – ele a encarou preocupado

— Rony, calma, Hermione sofreu um acidente, não se lembra de nada, perdeu a memória, a encontramos enquanto íamos para a França – Mel explicou entendendo o que estava acontecendo ali... Todos os pontos estavam sendo ligados

— então é por isso que sumiu! Perdeu a memória! – Rony pareceu finalmente entender

— eu estou muito confusa, alguém poderia me explicar alguma coisa? – Hermione pediu tentando entender, sua cabeça começou a latejar

— bem... Eu não sei como falar isso – Mel suspirou tentando achar uma forma de explicar para a irmã

— eu não pensei que... Eu nem parei pra pensar o que faria se te encontrasse – Rony falou mais para si mesmo do que para ela

— não pode simplesmente me falar quem é? – Hermione suspirou tentando se acalmar e aliviar a dor na cabeça

— Hermione... esse é o Rony – Mel suspirou antes de falar mais foi interrompida

— Ronald Weasley – Rony falou sua voz saiu abafada, parecia estar engolindo o choro

— você é o pai do meu filho? – Hermione começou a entender

— filho? – Rony quase se engasgou e seu olhar recaiu sobre o moreno que estava calado e com os olhos arregalados, olhos incrivelmente “azul-Weasley”

— sim, espera... você era meu amigo, namorado, amante, marido ou algo do tipo? – Hermione olhou do filho para o homem a sua frente

— você não se lembra do nosso casamento? Não se lembra de nada? Nada mesmo? – o ruivo estava prestes a chorar

— não, me desculpe, aliás, tem uma estrela... Mas é besteira... – Hermione baixou a cabeça um pouco zonza

— sim, claro! A Selena! Jamais nos esqueceríamos da Selena! – Rony se lembrou da primeira vez que ouviu Hermione falar da estrela

Flashback on

Hermione correu até o lago com o ruivo em seu encalço, sentou embaixo da árvore mais próxima, ainda ofegando ela soltou uma gargalhada, o ruivo apenas sorriu e se sentou ao seu lado, seus olhares desviaram para o céu, o céu estava estrelado perfeito, entre tantas estrelas uma delas se destacava, ela brilhava, tinha um brilho diferente é como se estivesse sorrindo

— está vendo aquela estrela? – Hermione perguntou em um sussurro, todos estavam dormindo na Toca, já eram altas horas da madrugada

— estou sim, o que tem ela? – o ruivo olhou diretamente para a pequena estrela

— ela se chama Selena – Hermione suspirou longamente

— como você sabe?

— eu a conheci – Hermione sorriu sinceramente

— onde? – Rony se voltou para ela

— ela veio conversar comigo, era muito pequena, não me lembro direito – Hermione explicou – ela falou que fazia parte de mim, falou que uma metade dela estava em mim, enquanto estivesse ali, eu estaria sempre viva – Hermione quase chorou contando aquilo

— e a outra metade dela? – Rony perguntou mais curioso na história

— ela me explicou que eu já conhecia a outra metade, que no caso era minha outra metade – a jovem encarou o ruivo, olhos perfeitos, azuis como mar

— sério? E você já descobriu quem é? – o ruivo estava ficando com a voz entre cortada

— tenho pistas, já estou quase tendo a certeza – Hermione mordeu o lábio

— e quem é? – o ruivo estava se aproximando dela

— não posso te contar, ruivo – ela paralisou olhando no fundo de seus olhos

Era um tanto esquisito, amigos que estavam apaixonados mais não admitiam, mas não se podia estragar o limite chamado amizade. Hermione fechava seus olhos com a proximidade do garoto, que gosto tinha os lábios dele? Era apenas uma adolescente prestes a dar o seu primeiro beijo. o ruivo ofegou a poucos centímetros de um beijo, um primeiro beijo... um grito ecoou pelo local, os dois rapidamente desviaram seus olhares para a Toca, na cozinha da Toca a luz estava acesa, os dois se levantaram, se entreolharam e enlaçaram as mãos andando até a cozinha com passos largos e confiantes, adentraram a cozinha e encontraram uma Molly tomando um copo de água e todos os Weasley a acudindo

— o que aconteceu? – Hermione quebrou o silêncio

— uma mulher... Havia uma mulher aqui – Molly falou com a voz trêmula

— uma mulher? – Gina perguntou assustada

— alta, morena, branca – Molly falou com os olhos arregalados

— o que ela fazia aqui? – Hermione perguntou curiosa

— não sei, olhava para jardim, quando a vi... Simplesmente sumiu, e seus olhos, não eram normais, brilhavam, realmente brilhavam – Molly falava como se fosse incrível

— oh meu Deus! – Hermione sussurrou e tapou a boca – com licença – a morena pediu e saiu andando até a sala, o ruivo, como sempre, a seguiu

— o que foi? – ele perguntou preocupado

— Selena estava nos observando – Hermione respondeu em pura alegria, seus olhos castanhos brilharam em uma forma tão intensa que o ruivo se assustou, ela abriu um largo sorriso e correu até ele, simplesmente o abraçou, não era como todos abraços, era um abraço diferente, ela havia tomado uma decisão, esse abraço significava o fim daquele limite chamado amizade.

Flashback off

Todos na sala o encaravam com olhares preocupados, saiu de seu devaneio e balançou a cabeça de leve, tentando afastar aqueles pensamentos

— oh meu Deus! Hermione! – ele deu um passo a frente e a morena recuou

— você parece meio cansando, eu estou com dor de cabeça, será que poderíamos conversar amanhã? – Hermione perguntou passando a mão na cabeça, tudo já estava começando a ficar embaraçado

— só sairei daqui com você – o ruivo assentiu um pouco atordoado

— ótimo! Então fique aí! – Hermione falou irônica

— ótimo! Vou ficar! – o ruivo afirmou com convicção

— gente! – Mel os chamou – Hermione e Hugo podem ir deitar, eu resolvo aqui – Mel falou com um tom de responsabilidade, Hermione suspirou profundamente e pegou na mão de Hugo, antes de virar e ir até o quarto, ela encarou o ruivo ali, por um instante seu coração deu uma volta e ela arregalou os olhos

— mãe? – Hugo chamou a morena, Hermione encarou seu filho

Algo lhe dizia que estava agindo errado, uma força sobrenatural começou a gritar dentro dela, gritava para ela voltar ali, sua visão começou a ficar turva, tudo estava embaçando, o mundo todo estava girando, nada parecia no lugar, soltou a mão do filho, e levou a mão a cabeça, fechando os olhos, tudo parou, tudo que conseguiu sentir por último foi um impacto forte com o chão, e logo depois uma voz gritando seu nome, tudo escureceu.

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Gina girou levemente para o lado, já estava amanhecendo, percebeu a luz querendo invadir o quarto pela cortina da janela, piscou algumas vezes e bocejou, Harry ainda roncava ao seu lado, Gina girou na cama pronta para se levantar, mas aí o celular tocou, com o susto Gina caiu da cama, sentindo o chão debaixo de si, agradeceu aos céus por ter colocado aquele tapete fofinho ali, Harry coçou os olhos e se sentou na cama, havia acordado com um barulho, algo como um estalo alto, olhou ao redor procurando pela ruiva, até que seus sentidos finalmente reacenderam e ele escutou o toque do celular, com a mão procurou pelo celular na mesa de canto, ainda de olhos fechados levou o celular ao ouvido

— alô? – Harry murmurou com a voz ainda sonolenta 

— Harry! –Gina chamou e ele um pouco surpreso correu os olhos pelo quarto encontrando a cabeleireira ruiva no chão

— Harry? – a voz atordoada respondeu do outro lado da linha, ele reconheceu aquela voz mais estranhou Rony ligando essa hora da manhã? Só podia ser algo realmente sério, a última vez que ligou a essa hora, foi quando Fred avisara estar indo para o Estados Unidos no meio da madrugada, Harry afirmara que os Weasley eram realmente loucos

— essa hora? O que aconteceu? – Harry murmurou não entendendo porque Gina estava no chão, Gina se levantou e sentou na cama com uma expressão de curiosa entre preocupada

— preciso de você e Gina agora... Hermione desmaiou e a trouxemos ao hospital – o ruivo murmurou sua voz estava sonolenta, como alguém que não havia dormido a noite toda

— ah ta... – Harry respondeu e parou para pensar, o moreno arregalou os olhos surpreso – você disse Hermione? – Harry perguntou agora mais atento, Gina arregalou os olhos e apurou os ouvidos

— sim, quando chegar aqui te explico melhor, estou no S.T Mungus, poderia vir o mais rápido possível? – o ruivo parecia com a voz quase desesperada mais ainda sim cansada

— tudo bem, Rony – Harry falou enquanto se levantava rapidamente – chegamos aí em menos de 30 minutos – Harry já havia aberto o guarda-roupa, e com a mão vaga procurava algo para vestir

— até daqui a pouco – Rony falou e logo depois foi ouvido o bip do celular

— rápido, Gina, vamos até o hospital! – Harry afirmou com convicção pegando um par de roupas

— ouvi sobre Hermione – Gina se levantou ainda em curiosidade

— Hermione está no hospital, Rony vai explicar quando chegarmos lá – Harry tentou explicar indo em direção ao banheiro, Gina respirou fundo.

Estava acontecendo, nem havia parado pra pensar como seria se reencontrassem Hermione, só esperava que fosse bem mais fácil, que logo Hermione estivesse em casa de novo

[...]

Harry colocou as torradas na mesa, tinha menos de 15 minutos pra sair de casa, estava na correria, apenas esperando Gina descer e comer bem rápido, começou a comer e seus olhos notaram uma certa ruiva, ela o encarava confusa e esperançosa por algo

— o que está acontecendo? – Rose perguntou com a voz em pura curiosidade, Harry sentiu a comida descer como um grande bolo em sua garganta

— Rose, senta aqui – chamou a garota para se sentar ao seu lado, tinha menos de 5 minutos pra explicar isso para a jovem, a ruiva se sentou ao seu lado e o encarou com um olhar intenso

— ouvi você falando ao telefone... sei que não devia, mas ao escutar o nome da mamãe não resisti... é verdade Harry? Verdade que encontraram a mamãe? – a sua voz ficara embargada, mesmo que fosse chorar, havia um tom de felicidade e esperança em sua voz

— sim, Rose, parece que sim – Harry assentiu, ficou surpreso ao ver a ruiva abrir um largo sorriso e começar a chorar

— e quando posso vê-la? Como vai ser? Ela vai voltar pra casa? – Rose começou a soltar as perguntas empolgadas

— calma, não sabemos nem da metade da história – Harry riu da empolgação da garota – seu pai ligou e avisou que ela estava no hospital, não falou mais nada, eu e Gina estamos indo para lá – Harry explicou sorrindo

— oh! Meu Deus! É a minha mãe! Papai deve estar muito feliz – Rose falou ainda chorando de emoção, sua vontade de gritar de felicidade foi enorme

— ele estava sonolento, acho que o encontro dele terminou no encontro mais esperado – Harry riu um pouco, pelo menos Melody havia o levado para o lugar certo

— Quando descobrir tudo por favor, pode me ligar? – Rose pediu ansiosa

— claro, Rosie, vai dar tudo certo, vai estar tudo resolvido pequena – Harry falou com aquele tom amável, aquele tom que todo pai aprendia ao falar com seu filho – logo sua mãe estará ao seu lado, você será uma das meninas mais felizes da face da terra, lembra que te falei que ela voltaria? Pois bem, ela voltou, só não sei como ela está, logo terá noticias, e quero ver esse sorriso no seu rosto pra sempre – Harry sorriu com compaixão, estava aprendendo a lidar com aquela jovem, quem visse aquele sorriso em seu rosto diria que aquela não era a Rose, acho que era a terceira vez que vira aquele sorriso no rosto da ruiva, e na outra vez foi uma travessura, então esse era o sorriso mais sincero que Harry já vira na vida, fora o sorriso de Gina toda vez que o via... A ruiva o abraçou com entusiasmo, havia criado aquela garota como sua própria filha, uma filha de segundo grau, Gina da porta observava aquela cena sorrindo, Harry depositou um beijo no topo de sua cabeça

— preciso ir agora, prometo que já volto com suas notícias – Harry falou para a pequena ruiva, ela sorriu e saiu correndo para o quarto, não poderia estar mais feliz, Harry olhou para Gina, Gina soltou uma risada abafada

— vamos lá, papai? – Gina falou com a voz carregada de compaixão, Harry sorriu e saiu andando até o carro, havia aprendido a ser pai, ainda mais com quatro crianças para cuidar, e ainda veio Scorpius com seus problemas mal resolvidos com o pai, Harry realmente era um paizão.