Shine your way escrita por Whatever


Capítulo 1
Capítulo único - Shine your way


Notas iniciais do capítulo

Bom escrevi essa fic me baseando nos gameplays do youtube, afinal é meio dificil conseguir um ps4 e principalmente esse jogo.
Vi só depois que eles se pegam MESMO.
E meu queixo simplesmente caiu.
Enfim, acho que eu segui o Good Karma.
Então ela deve fazer o mínimo de sentido.

Boa leitura!



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A derrota das D.P.U. iria completar 2 meses, o que não era grande coisa. Mas para cada Conduit, nossa. Era mais um mês de pura alegria! Ou, pelo menos um motivo para ficar feliz. Uma razão para por um sorriso no rosto e dizer: “Bom, poderia ser pior”. A liberdade era um presente glorioso, mas o problema começa quando não se tem muitas opções de para onde ir. O que ocorreu com Fetch.

Delsin não deixara que ela ficasse dormindo dentro daquele outdoor para o resto de sua vida, e a convidou para dormir na aldeia junto com ele enquanto não se estabilizasse. Betty não viu problemas, afinal, ela o ajudou com seu feito heróico.

Mas algo ainda incomodava Abgail. Fazia tempo que ela não dormia com pessoas ao seu redor. Estava tão acostumada a viver sozinha, sobrevivendo um dia de cada vez, esperando se deparar com a morte ou com uma cela a qualquer momento. Sua existência não fazia muita diferença no mundo. Agora que se tornara uma heroína, passou a não ser um monstro na multidão. E isso era muito estranho. Queria sentir esse conforto que queriam lhe dar, mas ainda residia um pouco de medo dentro de seu coração.

Abgail já havia juntado suas coisas, e dormiria sua última noite na aldeia.

...

A madrugada fria pertubava o sono da jovem Conduit. Tinha que se cobrir com pelo menos dois cobertores para conseguir se acomodar. Por um instante, começou a se lembrar de sua antiga “casa”, aquele outdoor velho no centro da cidade. Ele era sempre quente ou extremamente frio, pois pegava sol o dia inteiro e depois o frio sobressaia todo aquele calor, trazendo noites desconfortantes. Ainda precisava suportar aquelas luzes fortes que ficavam ligadas o tempo todo, dificultando seu sono. Dias de chuva? Nem precisava comentar.

Não possuia motivo para reclamar, já passou por tantas dificuldades, um frio bobo não lhe daria o direito de reclamar.

A maloca era tão aconchegante, era a casa que tanto sentia saudade. Ali ela possuía um teto, uma cama confortável e principalmente, amor. Eugene a perguntou se finalmente tomara coragem para ir atrás de seus pais, mas sempre que lhe perguntavam isso, a jovem simplesmente não respondia e ficava quieta por um longo tempo.

A única vez que teve coragem de conversar sobre esse assunto foi com Betty, no dia que ela a arrastou para conseguir roupas novas, para não ficar usando a mesma vestimenta todos os dias. Ainda tentou convencê-la de continuar morando “debaixo da asa dela”, preocupada com seu bem estar. As vezes até se sentia filha daquela doce senhora. Tentara chamar Eugene para morar junto, mas o garoto não queria largar seu cafofo rechado de videogames. Tinha que ser um gamer.

– Está difícil para dormir? – Delsin cochichou um pouco alto, chamando a atenção dela.

– Uh?

A cama do rapaz ficava no cômodo ao lado, mas era separada apenas por uma cortina. Bastava descer dois degraus para chegar lá. Qualquer murmurro que ela fizesse, ele acabaria escutando.

– Porque ainda não foi dormir?

– To sem sono, “pai”. – Fetch responde com ironia e joga as duas cobertas por cima da cabeça, virando de costas para a cortina. – Não sou a única acordada, tem gente assistindo televisão.

– Corrigindo, dormindo sentados. – Delsin ri baixo – Perdeu o sono, foi? Teve pesadelo? Quer que eu espante o monstro debaixo da sua cama?

– Quer que eu vá aí e te dê um soco?

– Venha cá que eu te dou dois! – O rapaz desdenha, tentando irritá-la.

– Olha que eu vou, em?

– To esperando... Boneca.

Fetch se levanta da cama e vai marchando até a cortina, puxando-a um pouco, apenas para por a sua cabeça para fora.

– Não sou sua boneca!

– Eu sei, relaxa. Se continuar com esse tom de voz você vai acabar acordando todo mundo! Volta lá para sua caminha!

Ela vira os olhos e sai resmungando.

– Boneca.

Abgail volta batendo os pés e o rapaz manda um beijo, brincando. Só para vê-la mais irritada. Sabia que ela não estava com raiva, pois seu corpo não emanava aquele neon violeta. A jovem se joga na cama, o que causou um barulhão que fez a brincadeira terminar no mesmo momento, num silêncio assustador. Ninguém aparentou ter acordado. Os dois ficaram se encarando, segurando a risada e imaginando o risco de alguém da tribo pensar besteira.

– Você só me mete em encrenca, sabia?

– Hunf, eu deixo sua vida mais interessante. Nem sei porque você quer ir embora.

– Delsin, já conversamos. Não faço parte da sua... “Tribo”. Nem sei como isso funciona! Sou uma intrusa aqui.

– Mas todos gostam de você! Até parece que você não gosta daqui...

Ela se encolhe, sentando-se na cama com as pernas cruzadas.

– Ainda não me acostumei a morar com uma família. É esquisito.

Delsin suspira, vendo que estava entrando num assunto que não lhe agradava.

– É, já enchi o saco. Vou para minha cama dormir. – Fetch ia sair dali, mas Delsin a surpreende.

– Nãoo! Dorme comigo! – O rapaz a abraça e a prende na cama para que não escape dali.

– DELSIN!

– SHHH!! Vai acordar todo mundo! Dorme comigo! – Ele deita em cima dela, brincando de deixá-la irritada, como um completo idiota- Está tão gostoso aqui.

– DELSIN!! Sai de cima de mim!! Eu não sou seu colchão!

– Nãoo! Eu sou um urso preguiçoso e quero hibernar! – Delsin diz sonolento, deixando todo seu peso sobre ela.

– Delsin, na boa, isso não tá legal! Para de bobeira!

– Soninho...

– DELSIN! PARE DE SER INFANTIL!

– Nhão. – Ele responde que nem uma criança.

– DELSIN!

– Nhão.

Vendo que não teria muita alternativa, acabou sedendo a bobeira do rapaz. Depois que ela veio morar na aldeia, o rapaz passou de bravo herói para pé no saco(Ou um grande brincalhão, se preferir). Adorava fazê-la passar vergonha, mas muita das vezes os aldeões sabiam que era por culpa dele, para sua sorte. Dormir na mesma cama que ele não era grande coisa, a não ser é claro...

– Delsin, vão pensar besteira.

– Porque? Estamos com roupa. Posso ficar aqui numa boa.

– SAI DE CIMA DE MIM! Eu já disse que vou ficar! Eu não consigo respirar! Você é gordo!

– Eu não sou gordo – Ele rola e fica ao lado dela – Eu sou gostoso.

– Ai Delsin, não entendo porque você se converteu de herói para um completo babaca – Fetch ri baixo, desdenhando.

Ela se vira de costas e dá boa noite, tentando ignorá-lo para ver se ele dormiria. Acabou sendo surpreendida por um abraço, sentindo a respiração do rapaz bem próxima de seu ombro.

– Boa noite. Abgail.

A jovem engoliu em seco, sentindo um leve arrepio descer sua coluna. Não esperava dormir de conchinha com Delsin, mas tinha que adimitir, era um conforto que não queria abandonar.

Ela não poderia se render a um mero carinho. Mal conhece o rapaz, não vai se entregar como uma completa babaca.

...

Fetch acordou ao escutar uma risada alta, vinda de um dos aldeões que conversava enquanto tomava café. Abriu seus pesados olhos com muito esforço, sentindo algo úmido em seu rosto, vendo que seu sono foi pesado o suficiente para fazê-la babar.

Passou a mão no rosto para se limpar e virou-se para dar bom dia ao teimoso. Mas não havia ninguém ali. Ele simplesmente a deixou dormindo para que todos pudessem vê-la em sua cama.

– Puta... Merda... – Ela disse baixo, logo se sentando e ajeitando seu pijama – Eu vou arrebentar aquele idiota! Ninguém merece! Eu não acredito! – Fetch desce da cama e vai para seu quarto, encontrando Betty a esperando.

– UAH! – Abagail toma um susto.

– Calma, querida! Não queria lhe assustar! Só trouxe essa sua blusa que veio parar nas minhas coisas por alguma obra do destino – Betty diz rindo – Para acharem que é roupa minha, devo estar podendo!

– É! Claro! Porque não? – Ela aproveita a deixa para desviar da situação vergonhosa que acabou passando.

– Mas... Não é só isso que eu vim falar com você.

– Lá vem... – Fetch pensa.

– O Delsin disse que você disse que estava carênte e que não queria sentir saudade dele, daí decidiu domir junto com ele!

– Não, não foi isso...

– Ah! Não acabei! Ainda incrementou, dizendo que você o chutou da cama! E ele teve que dormir na sua cama!

A conduit passa a mão no cabelo e bufa, sentindo seus punhos esquentarem com o neon de seu corpo, como se fosse atirar naquele rapaz não importando aonde ele estivesse.

– Abgail, isso é verdade?

– Claro que não! Ele inventou tudo! ELE QUE ME PRENDEU NA CAMA! ELE QUE DISSE QUE IA FICAR COM SAUDADE!

– Só ele? – Betty cruza os braços.

– Delsin está sendo um pouco exagerado. Eu não vou parar de vê-lo, só vou passar a dormir longe dele... – Fetch passa a mão no pescoço, pensativa.

– Vocês dois se tornaram tão íntimos nesses dois meses. Se dão tão bem. Talvez seja isso que esteja incomodando a cabeça do meu filho.

– Vai perder o amiguinho para brincar? – Abgail diz brincando.

– Acho que amiguinho... Não é o termo apropriado.

– Até você Betty?

– Olha, não... Assim... – A senhora começa a se contradizer – Ah eu vou lá dar um puxão de orelha nele! Vá trocar de roupa e depois veja ele com a orelha roxa!

Betty foi para fora da maloca, em direção ao seu novo armazém, ainda em construção. Faltava consertar o teto, terminar a última parede, mas o chão já estava estável e seguro para andar. E lá estava Delsin, arrumando a mochila com vários sprays de tinta.

– Você sabe que se você for preso, não será tão fácil de te soltar, não sabe?

O rapaz virou para trás, tomando um susto.

– Agora você deu para vir que nem alma penada... – Ele toma fôlego.

A senhora ri, mas sente-se mal por se lembrar de Reggie.

– Reggie estaria orgulhoso por você estar se tornando um menino direito. Mas... Tem coisa em você que não vai mudar.

– É... – Delsin olha para baixo, desanimando-se um pouco – Mas, eu tento.

– Falta ser mais cavalheiro com a Abgail, não acha?

– Uh? Foi ela que se deitou na minha cama!

Betty puxa a orelha dele e fica segurando, trazendo-a para bem próximo de seu rosto.

– PARE DE SER CRIANÇA, HOMEM! TOMA JEITO!

– AI! MINHA ORELHA! PARA COM ISSO! NÃO SOU MENINO! AI!

– Ela vai vir aqui! Peça desculpa!

– PORQUE? A CULPA É... – Ela puxa a orelha dele com mais força, arrastando-o para fora – AIE!

– VAI PEDIR DESCULPA!

– MAS... –Ela puxa ainda mais forte.

– AI! TÁ BOM! SÓ NÃO ARRANCA MINHA ORELHA!

Abgail aparece na porta, vendo aquela cena hilária. Ela estava usando uma blusa rasgada branca, com estampa de tigre graffitado com cores de nebulosa, junto com shorts curtos com as bainhas rasgadas. Delsin parou de reclamar, encarando a jovem com olhos brilhantes e surpresos.

– Menina! Porque tudo você rasga? É feitiche? – Betty bota as mãos na cintura, logo gesticulando, indignada.

– Não – Ela ri – É o meu estilo – A jovem torna sua atenção para Delsin – Gostou, seu mentiroso?

– Uh, oh! – Ele recobra a consciência após velejar em sua imaginação – Está bem bonita, parece a mesma de sempre.

– Ih, isso foi um elogio? – Betty dá dois tapinhas no rosto do rapaz – Tá enferrujado. Eu vou voltar para minhas tarefas – Ela sai do armazém – JUÍZO, EM?

– BETTY! – Eles respondem ao mesmo tempo, trazendo boas gargalhadas a Senhora.

Os dois ficam em silêncio, até que a Conduit decide ir direto ao assunto.

– Você poderia ir naquele meu Outdoor comigo? Preciso pegar uma coisa que eu esqueci.

– Sério? Tinha quase nada lá!

Ela fica séria.

– OK! Ok! Sem problemas! Todas as mulheres daqui devem estar de TPM! Vishe! Se estressam tão fácil! – Ele segue para o lado de fora.

– Hey, acha que consegue ir correndo para Seatle?

– Porque? Quer uma corrida? – Delsin sorri.

– O dobro ou nada.

– Estou sem dinheiro.

– Sério?

– A última vez nós apostamos 100, eu não tenho 200.

– Tá bom... Então... Quem chegar lá vai ter que contar uma verdade constrangedora. – Fetch se posiciona para correr.

– Ao meu sinal... – O rapaz faz o mesmo.

Ela sai correndo.

– AO SEU SINAL O CASSETE! FUI!

– SUA SAFADA!

Delsin dá uma arrancada, transformando-se em fumaça, indo na direção dela. O neon possuía uma maior vantagem sobre sua velocidade, mas não havia nada que ele pudesse aspirar para poder reverter isso. Teria que se virar.

Subiu num barranco e dali saiu voando, tomando um maior impulso pois o vento estava ao seu favor. Passou por cima de Fetch assobiando, tentando chamar a sua atenção.

– Uh? – Ela olhou para cima.

– TE VEJO LÁ!

Abgail rosnou e apertou o passo, dissipando-se, virando apenas uma mancha de neon se locomovendo rapidamente.

...

A fumaça de Delsin acabou quando chegou a cidade, o que deu mais vantagem a Fetch, permitindo que ela ganhasse a corrida mesmo com o rapaz se utilizando do Neon logo em seguida.

O que siginifica que ele teria que esclarecer uma coisa.

Ele entrou ofegante no Outdoor, ficando apoiado nos dois joelhos quando finalmente parou de correr.

– Está fora de forma...

– Não, não estou! Só não... – Delsin toma fôlego - ...Estou acostumado a correr até Seatle como se fosse daqui até a esquina.

– Bom... – Ela começa a rodeá-lo a passos lentos – Eu ganhei... Então quer dizer que você vai ter que me dizer uma verdade constrangedora.

– Tá... Eu deixei sua escova de dente cair dentro da privada e coloquei no lugar sem lavar. Foi mal.

A jovem arregala os olhos.

– Bom, eu raspei minha virilha com seu prestobarba, então estamos quites.

– O QUE? PERAÍ! VOCÊ FEZ O QUE? O QUE EU FALEI ERA MENTIRA!

– Então estamos quites.

– Sua safada. Quase me mata de susto.

– Ah, então você pode zoar com as minhas coisas, mas eu não?

– Uh... Mudando de assunto, o que você veio pegar aqui mesmo?

Vendo que ele não iria responder, Abgail virou os olhos e tornou a revirar as pequenas caixas que ainda restavam ali. Haviam papéis, misturados com migalhas e roupas íntimas antigas. Delsin até preferiu dar uma volta, para não acabar comentando sobre a bagunça.

– Pronto. Encontrei.

Ele retorna.

– Eu não poderia viver sem essa foto. – Ela abraça os próprios joelhos e fica observando a foto com um semblante triste.

Preocupado, o rapaz senta ao seu lado, tornando a olhar o que tanto lhe aflingia. Era uma foto dela com seu irmão Brent, ainda pequenos. Os dois estavam numa piscina, sorrindo, despreocupados com qualquer coisa que a vida poderia trazer para eles. Aparentemente, Abgail mal fazia ideia de seus poderes.

– Porque fica se maltratando? – Delsin diz baixo.

– Não estou me maltratando! Eu só... Não quero me esquecer dele.

– Você não vai se esquecer dele, eu não fico andando com uma foto do Reggie para cima e para baixo. Eu guardo aqui. – Ele aponta para o coração dela – Isso basta.

A jovem encosta a cabeça na parede, e uma lágrima desce de seu rosto, tornando a soluçar logo em seguida.

– Eu sinto muita saudade dele. É por isso que eu quero sair da aldeia, não quero machucar ninguém! – Ela esconde o rosto entre os joelhos, pondo as duas mãos na cabeça.

O rapaz fica sem palavras, na verdade, até sente uma leve vontade de virar os olhos, mas logo se lembra que também consegue sentir parte de sua dor. Perder alguém próximo é horrível e não lhe dá muitas escolhas para superar rapidamente.

Ele a trás para próximo de si, dando um beijo em seu rosto e dando-lhe um forte abraço, acariciando seus cabelos, aconchegando-a. Ficou em silêncio escutando-a chorar, até que pensou em algo para dizer.

– Perder alguém é difícil Fetch, mas lamentar por ela é pior ainda. Acho que ele não iria querer ser o motivo de seu sofrimento para o resto da vida.

A jovem o empurra e logo berra.

– DELSIN! QUAL É O SEU PROBLEMA? NUM INSTANTE ESTÁ ZOANDO COM A MINHA CARA E DE REPENTE QUER DAR UMA DE SANTO? PORRA!

– Calma, garota! Calma! Eu só quero ajudar!

Ela fica ofegante e logo vê que berrou sem motivo. Fetch tenta engolir o choro e fica olhando bem nos olhos castanhos do rapaz.

– Eu fico brincando e você, senhorita, acha graça. Mas fica escondendo.

– Porque você subitamente começou a me tratar assim?

– Não sei. Me sinto bem. Não me sinto sozinho.

– Mas você vive rodeado de pessoas que te amam. – Abgail aproxima seu rosto.

– Mas nenhuma delas ilumina meu caminho como você.

Delsin passa a mão sobre seu rosto macio e a trás para um beijo, apenas roçando os lábios, mas logo tornando-se mais terno, mais quente.

Os dois se abraçam, se acalentam, se amam.

A dor desaparece, num instante se esquece.

Do que lhe aflingia, de tudo que ela fugia.

Seu toque, seu carinho, iluminava seu caminho.

Seus cabelos ele bagunçava, seu corpo ele amava.

Com seus prazeres mais íntimos, aos poucos ele brincava.

Era tudo o que queria, ela dizia,

algo mais profundo, que chegasse lá no fundo,

E salvasse aquela menina,

Que tanto lhe fascina.

– Não... – Ela se afasta.

– Porque...?

– Isso... Isso não está certo.

– Como assim?- O rapaz fica confuso.

– Só tem 2 meses que nós nos conhecemos. Tem muita coisa que precisamos aprender um do outro. – Fetch arruma sua roupa, para tentar esconder o ocorrido – Não vou me entregar tão fácil.

Delsin sorri maliciosamente, colocando a touca novamente em sua cabeça.

– Beleza, assim as coisas ficam mais interessantes. Já descobri uma coisa nova.

– E o que seria?

– Neon tem um gosto muito bom.

Abgail fica meio sem graça, mas logo dá uma risadinha.

– Gostou né?

– Não, imaginei você lambendo o neon das placas achando que iria sentir o mesmo gosto da minha boca.

– Meh, engraçadinha. Sobe essa calça.

– Porque? Não gosta do que vê?

Um ruído estranho vem por debaixo de seus pés, como se alguém estivesse resmungando.Desconfiado, aproximou-se com a mão exalando neon para uma das pontas do outdoor e Fetch faz o mesmo, para o lado oposto.

– Quem está aí? – Delsin berra- Não vou machucar você...

– Só um pouquinho, dependendo do que ele queira.

– Fetch, porfavor.

– É Fetch, sou eu – Eugene diz baixo, esperando vir um esporro logo em seguida.

O rapaz estava se segurando na viga de sustentação, ainda emanando restos de video. Provavelmente criou asas para não acabar caindo lá em baixo enquanto assistia aquele “show”.

– SEU... O QUE VOCÊ VIU?

– NADA, NÃO VI NADA!

– Calma cara, você está suando feito um porco, relaxa. – Delsin diz rindo – Sobe aqui.

Receoso, o Gamer sobe.

– Gostou do que viu?

– O-O QUE? EU NÃO FIQUEI ASSISTINDO!

– Ah então você viu o que aconteceu aqui? – Abgail cruza os braços.

– E-EU ESTAVA PROCURANDO VOCÊS!! E-E ACABEI CHEGANDO AQUI, MAS ENTREI EM CHOQUE PORQUE N-NÃO ESPERAVA ALGO ASSIM! N-NÃO ME MATE!

– Calma! Calma... – Delsin dá dois tapinhas nas costas dele, logo põe a mão em seu ombro, trazendo-o para próximo de si – Lembra daquela vez que eu lhe disse que iria te ensinar a pegar umas garotas? – Ele cochicha.

– Uhum...

– Pois é, essa foi a lição nº100. Em linguagem de gamer, estou num nível muito acima do seu, então é como se você tivesse entrado num PVP hardcore no nível 1.

– Que? – Eugene diz confuso.

– Deixa pra lá, você tem muita coisa para aprender.

– O que os dois estão comentando aí?

– Estou tentando acalmar essa mente inocente dele!

– Então vou para casa.

– Casa? – Delsin levanta uma das sombrancelhas.

– Maloca, desculpe.

– Maloca? – O rapaz sorri.

– É, sim, acho que vou ficar. – Ela ajeita a calça e sai voando – Depois a gente se vê!

Delsin suspira, sentindo um calorsinho no peito que tanto aspirava sentir.

– Olha... Porque você veio aqui mesmo?

– UH... Erm... Eu ia te chamar para jogar comigo lá no meu cafofo... Tá afim?

– Olha, fala cafofo não. Fala só para jogar video game. Com homem não se fala cafofo.

– AH DESCULPA!

O rapaz ri do desespero do garoto.

– Vamos logo, seu mijão. Aprendeu bastante hoje.

...

De noite, assim que o silêncio reinou na tribo dos Akomish, Abgail acendeu a luz de seu abajur, se levantando logo em seguida. Ela desceu os poucos degraús até o quarto de Delsin, imaginando que ele estivesse acordado.

– Delsin... – Fetch cochicha, vendo que um sorriso logo brotou no rosto do rapaz.

– O que foi?

– Estou com saudade. E com medo de monstros também. Posso dormir com você?

Ele puxa o lençol e chega um pouco para o lado, deixando o canto da parede para ela.

– Pode vir. Vem que eu te protejo.

A jovem se deita e se acomoda.

Em seguida o chuta da cama.

– EI?!? O QUE?

– Ué? Agora o que você disse foi verdade.

– Sua espertinha. Sua malditinha.

Abgail ri boba, mas com cuidado para não acordar ninguém.

– Vou mudar um pouquinho essa história. – Ele salta na cama, abraçando-a bem firme.

– Ah é? E como ela termina?

Ele entrelaça seus dedos com os dela.

– Com você ao meu lado, iluminando meus sonhos...

– Seus sonhos, seu caminho, virei holofote agora?

Delsin a enche de beijos, rindo.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!