Estávamos em um hospital, o filho de Dig e Lyla havia nascido. Oliver parecia mais leve, mais feliz, depois de meses vivendo sisudo e distante, ele agora sorria, um riso breve e sedutor, sorri de volta pra ele, um sorriso vagaroso, inebriada por aquele rosto que eu tanto amava, sendo iluminado por uma alegria renovada.

Frente a frente, pude sentir o perfume dele.
Irresistível demais.
Quis tocá-lo, provar seus lábios, sentir seu aroma, sua pele, seu gosto... contendo-me, comecei a falar sem parar, Oliver parecia perdido, os olhos vagando pelo meu rosto, a boca dele se curvou em mais um sorriso, dessa vez era um riso predatório, sexy, impróprio. Senti meu rosto ganhar uma tonalidade avermelhada, envergonhada, abaixei a cabeça e fitei meus pés, talvez eu estivesse falando demais, num local onde o absoluto silêncio era obrigatório.


— Felicity. — Ouvi Oliver sussurrar meu nome, levantei a cabeça hesitante, ele estava tão próximo que eu sentia sua respiração quente tocar meu rosto numa carícia delicada e inebriante. Olhei fixamente em seus olhos e vi desejo.

Puro. Quente. Tentador.

Afastei dele quase imperceptivelmente, meneando a cabeça, sem saber se negava o desejo dele ou o meu. Eu o desejava a tanto tempo.

Com um pequeno grunhido, Oliver puxou-me para os seus braços, as palmas quentes de suas mãos seguravam o meu rosto gentilmente, o fitei com um sorriso tímido, apertei seus braços com minhas mãos trêmulas e o vi sorrindo, enquanto inclinava a cabeça em minha direção, os lábios abertos, suspirei de antecipação, esperando, sorrindo...

Com um gemido de prazer, Oliver me beijou com urgência, senti a língua dele se enroscando na minha com sensualidade e doçura. Era um beijo delicado, lento, cheio de paixão e desejo.

Um beijo intenso. Real. Sublime.

Eu não estava sonhando dessa vez. A doce realidade era melhor que minhas fantasias.

A sensação era deliciosa. Sombra e luz se encontrando num beijo ávido e apaixonado.

A boca dele sobre a minha tinha uma promessa sedutora, seus lábios juravam amor em cada investida de sua língua, eram palavras ditas em toques e carícias.

Eu estava derretendo diante a eloquência desse beijo tórrido e sensual.

Ele gemeu sobre os meus lábios, fui acariciada por sua língua em êxtase, eu estava literalmente derretendo em seus braços, ele apertou-me sobre seu corpo quente, suas mãos experientes contornando as curvas do meu corpo em brasa, o beijo foi ficando urgente, profundo, sensual, éramos poesia ao vento num local fechado... nossas línguas rimavam em versos molhados, nossos lábios sedentos querendo mais, querendo tudo!

Com um leve toque em meus lábios, Oliver se afastou ligeiramente, apenas um pouco, eu ainda estava envolta em seus braços fortes, o fôlego quase perdido. Novamente, ele sorriu, dessa vez um riso largo, contente, ele tinha um brilho novo em seu olhar.


— Quero ficar com você. — Oliver murmurou ofegante, no tom de voz, um misto de urgência, desejo e sedução.

Esbocei um sorriso calmo e assenti vagarosamente com um gesto de cabeça, ele entrelaçou os dedos nos meus, caminhamos rapidamente pelo corredor do hospital de mãos dadas.

Eu também queria ficar com ele. Pra sempre.

Lá fora, o sol brilhava ardentemente, aquecendo nossos rostos com a sensibilidade de um poeta apaixonado, nos convidando a sorrir pra um novo dia.


Uma nova vida. Um novo amor.

*Fim.