Ooo escrita por Coelho Samurai


Capítulo 3
Conte-me Como Era Antes




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“O momento que esperava finalmente chegou, não existe nada que eu queira mais. Voltei ao meu estado humano, devo ser rápido se quiser deter Maja, mas pelas barbas de Glob, esse menino é difícil de convencer, mas eu o compreendo totalmente sua cabeça cheia de confusões e dúvidas, o Lich tentou destruí-lo várias de vezes, sempre com um grande e esforçado fracasso. Neste momento eu estou sozinho em um grande salão feito com galhos no interior da árvore do topo do castelo da Princesa Jujuba, à minha frente o grande paredão de seiva onde fiquei aprisionado junto com meu monstro. Céus eu me lembro de cada coisa que fiz, depois de um tempo eu fiz de tudo para ignorar as atrocidades do Lich, mas nem sempre tive sucesso, se eu pudesse voltar, eu teria desativado aquela porcaria de bomba e o mundo teria seguido em paz, nada dessa loucura poderia existir”.

A porta se abre, Finn vem acompanhado de Princesa Jujuba e Mordomo Menta até o centro do salão.

“Eu queria poder voltar” – Chegaram a algum veredito? – Pergunta o Doutor.

– Suas leituras cerebrais e cardíacas apontam que diz totalmente a verdade, e como a ciência apresenta os maiores fatos, não tem por que não acreditarmos em você – Disse a Princesa.

O doutor esboça um leve sorriso – Que bom, e quanto a você, Mordomo Menta?

A pequena balinha redonda olha apreensiva para o doutor.

– Não sei se você está familiarizado com minhas habilidades, doutor. Tenho controle sobre as artes das trevas e é meu dever ser útil em bani-las da Terra de Ooo.

– Eu estou sim.

– Nesse caso, saiba que não confio em nada em que eu não possa ver a alma através dos olhos. Lich não tinha alma alguma. – O doutor e o Mordomo se encaram por um instante. – Mas no seu caso é diferente, você é apenas um ser humano comum, nesse caso, além de não apresentar nenhuma ameaça, creio que posso acreditar em você.

– Oh, que ótimo – o Doutor abria o sorriso ainda mais. – E quanto a você, Finn?

– Sou Finn, O Humano e estou a disposição da Terra de Ooo e do Reino Doce, e se minha governante diz que devo confiar em você, eu o farei.

– Não parece muito feliz com essa decisão.

– Então prove que estou errado, doutor. Faça-me acreditar em você.

– Eu farei, Finn, O Humano. – Ele pausa por um segundo - Alguém poderia me livrar dessas amarras?

– Na verdade isso é alcaçuz, é só morder – Disse a Princesa, se virando e indo em direção à porta.

– Como? – O doutor morde a corda de açúcar e finalmente está livre. – É assim que vocês mantêm os prisioneiros? – Disse o doutor se levantando e massageando os pulsos.

– O povo doce não tem a força nos dentes necessária para se livrar de amarras feitas de alcaçuz, só o Finn conseguiu se livrar delas até hoje. E olha que ele deve ter uns 15 dentes na boca. – Disse a Princesa.

– E mesmo assim isso nunca me atrapalhou, certo, princesa? – Finn lança um olhar malicioso.

– Humf. – A princesa continua andando, acompanhada por Mordomo Menta.

– Do que está falando? – Pergunta o Doutor.

– Bom, eu e a Princesa temos uma história muito longa, nos conhecemos há um tempo e houveram certas vezes em que eu fui mais do que seu leal soldado.

– Entendo... Vocês... É... Como eu posso diz...

– Sim, e depois disso as coisas ficaram confusas entre nós dois, quer dizer. Teve um tempo em que eu era perdidamente apaixonado por ela, mas agora isso passou.

– Tem certeza? – Finn encara o doutor.

– Boa pergunta. Do que vai precisar?

– Primeiramente, de um lugar pra ficar, e depois, de um laboratório.

– Tem um monte de bons hotéis no Reino Doce, e tenho certeza que a Princesa pode te conceder um lugar pra trabalhar, doutor.

– Obrigado, Finn, o Humano. Você é muito nobre. – O doutor se prepara para ir embora.

– Doutor – Diz Finn. – Eu queria te perguntar, como eram as coisas antes da guerra? – O doutor convida Finn a se sentar na cadeira e eles começam a conversar.

– Antes da guerra, as nações e corporações do mundo todo viviam em paz, acordos eram feitos todos os dias por organizações em prol dos direitos humanos e da vida das pessoas para que tudo ficasse desse jeito. A ciência estudava os modos de prolongar a vida, através da medicina e da tecnologia, haviam os carros, as motos, as pessoas andavam felizes pelas ruas a caminho do trabalho nos grandes edifícios, as festas. Foi nessa época na que a Rússia voltou a investir pesado em armamentos nucleares, a paz era como uma agulha equilibrada em cima da outra, qualquer escorrego, e pronto, GUERRA. Sabendo disso, meu povo decidiu que era hora de agir começar a se defender, mesmo que ainda não houvesse guerra.

– Mas a guerra chegou, não chegou?

– Sim, mas estávamos preparados, havia uma equipe na ala científica de Moscou que era comandada por mim e meus fies aliados, você os conhece.

– Conheço? Quem eram eles?

– O Professor Simon Petrikov, e sua esposa Elizabeth, eram os especialistas em artes místicas, metafísica e física quântica, o Doutor Hunson Abadeer, especialista em ciência ocultista e um grande matemático, e eu, especialista e Mutação Físico-nuclear de primeira categoria, todos nós trabalhávamos junto naquele laboratório enorme, éramos mais que amigos, éramos uma família, a guerra começou no momento mais inoportuno de todos pois a filha de Hunson acabara de nascer.

– Marceline.

– Ela era apenas um bebê quando as bombas começaram a cair em todos os cantos do globo. Então num ato desesperado, Hunson usou e abusou de seus estudos e se fundiu a uma entidade sobrenatural presa em um medalhão para governar todo um sistema.

– A Noitosfera... Como assim? Um sistema?

– Veja Finn, cada espaço material tem seu modo de entrar no multiverso, por exemplo, como fazemos para entrar lá a partir de Ooo?

– Colocando as joias das princesas no Encheridion.

– Exato. Nisso podemos dizer que a Noitosfera, a Terra do Caroço, e todos essas lugares são na verdade, outros universos, onde cada um deles tem sua própria maneira de entrar no Multiverso governado por Prismo.

– A Noitosfera não faz parte de Ooo?

– Não Finn, ou você nunca pensou que não precisou de alguma joia da coroa da Marceline para entrar no multiverso, afinal, ela é a princesa da Noitosfera, certo?

– Pra mim faz sentido.

– Hunson sabia disso e que seria invulnerável, então após se transformar na forma de vampiro/demônio que você já conhece, ele mordeu marceline, assim, transformando-a também. Ele não podia arriscar em levar sua pequena filha para aquela loucura que é a Noitosfera, nem arriscar deixá-la sozinha e desprotegida aqui, então ele encontrou um modo de protegê-la.

– Por que ele não ficou na superfície com ela?

– Ele fez um trato, ele teria que governar a Noitosfera, assim, escapando da guerra. A história do Simon e de Elizabeth, você já conhece. E a minha também, e não tenho tempo a perder.

– Do que está falando?

– Alguma vez o Rei Gelado já perdeu contato com a coroa e voltou aser simon?

– Já.

– E o aconteceu depois?

– Ele ia se desintegrar se não... – Finn olhava apreensivo. – Quanto tempo você até o mesmo acontecer com você?

– Eu não sei, Finn, eu não faço a menor ideia.


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