Ligações Perigosas escrita por Mary Spn


Capítulo 2
Capítulo 2




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Ligações Perigosas

Capítulo 2

Jared passara o sábado com o filho, e Jensen sabia o quanto ele ficava arrasado ao voltar de lá. Por mais que o seu amigo fosse forte e estivesse lutando para consertar os erros do seu passado, sabia que em momentos como aquele, tudo o que ele mais precisava era de um ombro amigo.

Encontraram-se em um parque próximo à casa de Jensen, no final da tarde e sentaram-se em uma mesa com dois bancos compridos, um de frente pro outro.

– Engraçado como você sempre fica deprimido depois de vê-lo. Deveria ficar feliz – Jensen comentou, tentando fazer com que Jared falasse. O moreno era sempre falante e quando estava quieto, é porque havia algo errado.

Jared sorriu de um jeito triste. – Às vezes eu penso que se eu não fosse mais vê-lo, ele nem sentiria minha falta.

– Não fique se torturando, Jay.

– Não estou me torturando, é só uma constatação. Ele está tão esperto, Jensen. Tão sorridente e... ele fala o tempo todo, naquela linguagem que quase só ele mesmo entende - Os olhos de Jared brilhavam ao falar do menino.

– Puxou mesmo o pai, não foi? – Jensen sorriu, orgulhoso.

– Eu senti vontade de raptá-lo e de fugir para algum lugar. Um dia eu ainda vou acabar fazendo isso.

– Não fale bobagens, Jared. Você só conseguiria é voltar pra prisão e se ferrar ainda mais. Você já aguentou tanto, pode aguentar mais um pouco.

– Eu sei – Jared constatou, com tristeza.

– E ele está sendo muito bem cuidado lá. São pessoas maravilhosas, você pode ficar tranquilo. Se eu não tivesse certeza disso, você sabe que eu teria dado um jeito de tirá-lo de lá.

– Sim, eu sei. Eles tem mais uma garotinha lá, ela deve ter uns 4 anos. Ela é muito tímida e só fez amizade com o Thomas. Os dois andam por lá de mãozinhas dadas, você precisava ver. Feito dois irmãozinhos, sabe? – De repente a voz de Jared embargou e ele respirou fundo, se segurando para não chorar.

Jensen não disse mais nada, apenas se sentou ao lado do seu amigo e o abraçou pelos ombros.

– Eu gostaria tanto de poder ajudar.

– Você já tem feito muito, Jensen.

– Jared... Você já pensou em conversar com o Jeffrey sobre isso?

– O quê? Claro que não.

– Ele tem muito dinheiro, Jared. Talvez ele consiga apressar as coisas. O seu caso é complicado.

– Eu não posso arriscar. Eu preciso de um emprego fixo e preciso do dinheiro. O meu envolvimento com Jeffrey é profissional, só isso. Ele não me paga pra saber dos meus problemas. Eu tenho mais alguns meses de contrato com ele, é quase o mesmo tempo da minha condicional. Eu já consegui pagar quase todas as minhas dívidas, e quem sabe com o restante dê pra dar entrada em um apartamento, ou sei lá... tentar recomeçar de alguma maneira. Depois disso eu posso conseguir um emprego decente, e... não tem porque eles manterem o meu filho longe de mim, não é? Eu só preciso aguentar mais alguns meses, só isso.

– Você vai conseguir, eu tenho certeza. É só você ficar longe de confusão - Jensen sorriu e passou a mão pelos cabelos do amigo, de um jeito carinhoso.

– Eu estou longe de confusão – Jared o olhou de cara feia.

– Sim, você está. Eu só não sei por quanto tempo – O loiro brincou, tentando animá-lo um pouco.

– Jensen... Nós podíamos ter dado certo, não podíamos? - Jared olhava para o horizonte, pensativo.

– O quê?

– Nós dois.

– Talvez. Se você tivesse conseguido manter o seu pau dentro das calças. – Jensen deu um tapinha na perna do amigo.

– É. Na verdade eu nunca soube dar valor para o que eu tinha. Foi assim com você, foi assim com o Thomas...

– Não adianta ficar se lamentando, Jay. Isso tudo passou e o que importa é que você está se reerguendo. Você só precisava amadurecer. Você não estava pronto para um relacionamento sério e também não estava pronto pra ser pai.

– Eu tive que ser preso e ver o meu filho ser tirado de mim pra perceber que as merdas que eu fazia não afetavam só a mim mesmo – Jared suspirou, frustrado, passando as mãos pelo rosto.

– Você sempre foi do tipo que só aprende quebrando a cara. Fazer o quê? – Jensen deu de ombros.

– Por que você ainda se importa, Jensen?

– Porque a mágoa daquele relacionamento ficou pra trás e nós decidimos continuar amigos, lembra?

– Sim. Você decidiu. Todos os meus amigos desapareceram quando eu fui preso.

– Eu ainda estou aqui, não estou? – Jensen olhou em seus olhos, vendo-os carregados de arrependimento.

– Está. E você tinha todos os motivos do mundo pra me odiar.

– Se eu continuo aqui, é porque você vale à pena. Nós tivemos bons momentos, Jay. Se não deu certo, é porque… sei lá. Talvez não havia amor o suficiente.

– Eu ainda amo você.

– Eu também. E vou te amar pra sempre, mas não é desse tipo de amor que eu estou falando.

– É do tipo que você sente pelo Bomer?

– É.

– E eu jurava que não ia durar – Jared riu.

– Que bom que você se enganou – Jensen deu um soco no braço do amigo, brincando. - No próximo sábado fará seis meses que eu e o Matt estamos morando juntos. Vamos fazer um jantar para uns amigos, eu quero muito que você vá. Ou você vai ter que "trabalhar"? – Jensen ergueu as sobrancelhas, sorrindo de um jeito cínico.

– O Jeffrey irá viajar com a Lauren, no sábado. Eu estarei de folga.

– Viajar? Por quanto tempo?

– Uma semana, eu acho – Jared falou como se não fosse nada.

– E como você está?

– Eu estou bem. Por que a pergunta?

– Ora, Jared, não finja que você não se importa. Não pra mim.

– Qual é o problema, Jensen? Eles já estão planejando o casamento, eu sempre soube que isso iria acontecer.

– Você pelo menos já conversou com ele? Tentou fazê-lo mudar de ideia?

– Você está ficando louco, ou o quê? Quantas vezes eu terei que repetir que o que eu tenho com o Jeffrey é profissional? Eu não sou pago pra me meter na vida dele. Eu sou pago para ele meter, é diferente - Jared falou a última frase para si mesmo, baixinho.

– Profissional? – Jensen forçou uma risada. – Ok, para ele até pode ser. Agora eu quero ver você olhar nos meus olhos e dizer que não sente nada pelo Jeffrey.

– De onde foi que você tirou isso, Jensen? É ridículo.

– Ridículo? Seus olhos brilham quando você fala do cara, Jared. Você fica todo... sentimental, todo... sei lá. Eu já vi você apaixonado antes, lembra?

– Você não sabe do que está falando – Jared riu.

– Então olhe nos meus olhos e diga.

– Eu não sinto nada pelo Jeffrey – Jared falou pausadamente, olhando nos olhos do outro. – Está feliz agora?

– Não. Porque eu também conheço o olhar de quando você está mentindo.

– Sério Jensen... qual é o seu problema? O Bomer não está comendo você direito?

– Está vendo? Agora você está desviando o assunto pra não ter que admitir. E depois você...

– Vai se foder, Jensen!

– Eu ia dizer que depois você ia mandar eu ir me foder. Acertei mais uma vez.

– Você se acha mesmo engraçado – Jared estava puto, mas teve que rir. Jensen o conhecia bem demais.

Jensen gargalhou e Jared apenas ficou observando-o por um instante – O que foi?

– Você está feliz, não está?

– Por que você está dizendo isso? - Jensen estranhou.

– Eu também conheço o olhar. Ainda acho o Bomer um babaca, mas enquanto ele fizer você feliz, ele merece viver – brincou.

O celular de Jared tocou e o moreno sorriu ao ver que era Jeffrey.

– Ele não vive sem mim – Falou para Jensen antes de atender. – Alô.

– Pra que horário eu marquei o jantar com o senhor Thompson? - Jeffrey perguntou.

– Eu virei sua secretária, por acaso?

– Sorte sua que não. Do jeito que reclama de tudo, se fosse minha secretária já teria sido demitida.

– Ele me ama – Jared tapou o celular com a mão e falou para que só Jensen ouvisse.

– O que você disse? – Jeffrey perguntou.

– As oito. Você marcou para as oito – O moreno segurou a vontade de rir.

– Certo. Eu vou precisar de você.

– Sem roupa? – Jared provocou.

– Jared... – Jeffrey bufou. – Coloque um terno, hoje eu irei precisar do seu cérebro e não do seu corpo.

– Certo, chefe – Jared deu risadas e desligou.

– Você é muito cara de pau – Jensen o olhava, indignado.

– Você também me ama – Jared gargalhou e deu um beijo estalado no rosto de Jensen, antes de ir embora.

– x -

Morgan já estava irritado com a demora de Jared e quando o moreno se aproximou da mesa do restaurante onde ele e o seu cliente estavam, primeiramente Jeffrey o fuzilou com o olhar pelo seu atraso, depois o olhou de cima a baixo, passando a língua pelos lábios, instintivamente.

Jared segurou o sorriso e levantou as sobrancelhas, esperando que Jeffrey os apresentasse, e só então o outro se deu conta que estava ali parado feito um idiota por tempo demais.

Morgan limpou a garganta, um pouco sem graça – Senhor Thompson, esse é o meu... advogado, Jared Padalecki.

Jared olhou para Jeffrey por um instante, e então apertou a mão do outro homem, um senhor já de idade. Os três se sentaram e foram servidos de vinho, enquanto faziam os pedidos.

A comida era deliciosa, mas Jared foi o único que comeu, sob o olhar atento de Jeffrey.

Jared podia sentir a tensão entre os outros dois homens, enquanto conversavam. Jeffrey era um homem encantador, mas sabia ser frio e calculista quando se tratava de negócios. E o senhor Thompson seria mais uma de suas vítimas. Jared já tinha visto aquilo acontecer inúmeras vezes, não saberia dizer por que desta vez aquilo estava lhe incomodando tanto.

A empresa na qual Jeffrey trabalhava e que herdaria junto com seus dois irmãos e uma irmã, que não queria saber dos negócios, era praticamente uma fábrica de dinheiro. Eles basicamente compravam empresas que estavam à beira da falência por uma pechincha e a revendiam em partes, obtendo um lucro exorbitante.

O senhor Thompson foi embora cedo, visivelmente chateado ao saber o que Morgan faria com sua empresa. Jeffrey e Jared também deixaram o restaurante em seguida.

O mais velho observava enquanto Jared dirigia, calado demais. Ele estava deslumbrante naquele terno, Jeffrey sentiu vontade de mandá-lo parar o carro e fodê-lo ali mesmo, mas se controlou. Poderia fazer isso em casa sem correr o risco de serem flagrados. Tinha um nome e uma imagem a zelar, jamais poderia se esquecer disso.

– E então? O que você me diz? – Jeffrey por fim perguntou.

– O quê? – Jared estava com o pensamento longe dali.

– O quê? Eu trouxe você pra esse jantar para ouvir sua opinião sobre o negócio, não pra ver você se empanturrar de comida.

Jared gargalhou. – A comida estava ótima. Azar o seu se não quis comer.

– Eu quero comer é outra coisa – Jeffrey passou os olhos pelo seu corpo. – Mais tarde. Agora eu quero saber a sua maldita opinião.

– Você quer saber se eu aprovo, ou se é um bom negócio?

– Desembucha – Jeffrey estava impaciente.

– Eu não aprovo. Mas sim, é um ótimo negócio.

– E por que não aprova? – Morgan franziu o cenho, não gostava de ser contrariado.

– Você está falando sério? O homem estava quase tendo um ataque cardíaco ao saber o que você vai fazer com a empresa dele.

– Agora eu é que pergunto: Você está falando sério? Isso não é problema meu. Ele está vendendo, eu estou comprando, o que interessa o que eu vou fazer com a maldita empresa? – Jeffrey balançou a cabeça, indignado.

– A maldita empresa que está na família há cinco gerações. É o nome da família dele que está lá... é onde ele trabalhou por uma vida inteira e agora tem que ver ela ser prostituída desse jeito só porque os filhos não deram o devido valor e se afundaram em dívidas.

– Mais uma vez eu pergunto: Isso é problema meu?

– Por que você quer a minha opinião, então? Por que me trouxe e não um dos advogados do departamento jurídico da sua empresa? Eles com certeza diriam: "Sim, senhor" ou "É um excelente negócio, senhor Morgan".

– Porque eles trabalham pros meus irmãos, não só para mim. E eu confio no seu feeling pros negócios, você nunca me decepcionou. Antes – Jeffrey ressaltou.

– Certo – Jared continuou olhando para a estrada, sem dizer mais nada.

– Se ele quisesse reerguer a empresa, ele iria a um banco pedir um empréstimo, não entraria em contato comigo – Morgan tentou justificar.

– Claro, porque todos os bancos estão dispostos a fornecer um empréstimo para uma empresa falida. Mas eu já entendi. Não é problema seu – Jared deu um sorriso cínico.

– Você tem que ser sempre tão teimoso? Bastava dizer: "Sim Jeffrey, é um ótimo negócio" – Morgan imitou a voz de Jared. – Mas não, você tem que fazer um discurso, me dar uma lição de moral e blá, blá, blá...

– Eu ainda tenho um coração. Ao contrário de você.

– Sim, eu sei que você tem – Jeffrey deu risadas. – Mas eu estou mais interessado no seu traseiro apertado.

Jared rolou os olhos e riu. – Tão profissional. Pensei que você fosse um cara sério, um homem de negócios.

– Você é o meu melhor negócio – Jeffrey deslizou a mão pela coxa do moreno. – Meu melhor investimento. E eu vou colocar você de quatro, pra você saber quem é que manda.

– É pra eu ficar com medo? – Jared sorriu.

Ao chegarem à mansão, Jeffrey sentiu o baque das suas costas contra a porta do seu quarto, assim que a mesma se fechou. Não saberia dizer quem dos dois estava com mais pressa, ou mais duro, ou mais louco de desejo, só sabia que ambos estavam vestidos demais e que a demora para que finalmente se livrassem daquelas roupas era quase uma tortura.

Olhou por um instante para o homem nu à sua frente, apreciando a bela visão, antes de ter seus lábios tomados em mais um daqueles beijos que lhe tiravam o chão. Era sempre assim, cada beijo, cada toque entre eles... era como se uma corrente elétrica percorresse seus corpos.

Jeffrey não saberia dizer se foi no momento em que o viu pela primeira vez naquele bar de quinta categoria, ou quando teve um beijo roubado naquele banheiro, ou quem sabe quando fizeram sexo às pressas dentro da cabine apertada; mas certamente em um daqueles momentos, quando a química entre eles tinha sido inegável, sentiu que Jared seria a sua perdição. E não era só pela carne firme e macia do seu corpo, ou pelo buraco apertado entre suas nádegas, mas sim pelo conjunto completo.

Se o sujeito não tivesse aquele gênio do cão, poderia dizer que era o homem perfeito.

Se bem que, gênio ruim ou não, não importava quando Jared estava ajoelhado à sua frente, chupando o seu pau como se fosse a coisa mais deliciosa do mundo. Jeffrey encostou a cabeça contra a porta e gemeu em frustração quando o outro parou. O sorriso sacana naqueles lábios tentadores o fizeram puxá-lo para mais um beijo, antes de ser arrastado para a cama grande e macia.

Já deitado, seu corpo avançou por sobre o de Jared numa fricção deliciosa, entre beijos e carícias, mãos, línguas e gemidos, mas que nem de longe seriam suficientes.

– Eu quero você de quatro agora – Jeffrey sussurrou no ouvido do outro, de um jeito sedutor e autoritário ao mesmo tempo, o que fez o corpo de Jared se arrepiar.

O mais novo bufou, mas o atendeu de prontidão. Morgan riu, pois Jared sempre se fazia de difícil, mas gostava tanto quanto ele, ou até mais, de ser comandado daquela maneira.

Seus dedos lambuzados de lubrificante abriram caminho e depois de vestir o preservativo, Jeffrey se posicionou e penetrou o mais novo quase de uma só vez.

– Seu filho da puta! – Jared xingou, mas em poucos segundos estava movendo seu corpo de encontro ao outro, e apenas gemidos, sacanagens e o barulho de seus corpos se chocando podiam ser ouvidos naquele quarto.

Gozaram quase ao mesmo tempo e Jeffrey deixou seu corpo desabar sobre o mais novo, com um gemido de satisfação.

– Aonde você vai? – Morgan perguntou quando Jared o empurrou para o lado e se levantou.

– Pro meu quarto. Você precisa levantar cedo amanhã. Sua namorada vem passar o dia com você, esqueceu?

– Você precisa mesmo ser sempre tão profissional? – Jeffrey resmungou, frustrado, enquanto observava o outro se vestir.

– Boa noite – Jared se inclinou e lhe deu um beijo demorado, antes de sair do quarto.

– x -

Quando Jared chegou à casa de Jensen, no sábado seguinte, foi recebido pelo seu amigo com um caloroso abraço. Não queria ter ido, afinal, sabia que ninguém além de Jensen se sentiria bem com sua presença ali, mas como o loiro insistira muito, não conseguiu negar.

Educadamente, cumprimentou os pais de Jensen e Matt assim que entrou, assim como Mackenzi, a irmã mais nova do loiro, que parecia ser a única da família que não guardava nenhuma mágoa. Mack o abraçou e o levou para a sala, onde alguns amigos de Jensen conversavam animadamente.

Jared se sentia um peixe fora d'água. Chris, Steve, Danneel... todos literalmente pararam de conversar quando o viram se aproximar. Os cumprimentou rapidamente, usando sua melhor cara de paisagem e foi falar com Mike Rosebaum. O cara provavelmente o odiava também, mas pelo menos não fazia questão alguma de demonstrar.

– Jared. Há quanto tempo, cara? – Mike sorriu e o puxou para um abraço.

– Menos tempo do que a maioria daqui gostaria – Jared brincou, retribuindo o abraço.

– Eu não entendo o porquê de tanta hostilidade. O problema era entre você e Jensen, ninguém mais tinha nada a ver com o assunto, além disso, você já pagou pelos seus erros. O que mais eles querem?

– Tudo bem, eu posso conviver com isso. Na verdade eu nem queria ter vindo, mas o Jensen insistiu...

– Hey Padalecki! – Josh, o irmão mais velho de Jensen os interrompeu. – Como vai você? – O tom de falsa cordialidade e o sorriso cínico estavam presentes.

– Eu vou bem, e você? – Jared apertou a mão que o outro estendeu, esperando pelo que viria a seguir. De todas as pessoas presentes naquela casa, Josh era o que mais o odiava e, ao contrário dos outros, não fazia esforço algum para tentar disfarçar.

– Eu ouvi Jensen falando sobre o quanto você mudou depois da prisão. Só estou esperando pra ver até quando isso vai durar.

– Você pode se surpreender – Jared forçou um sorriso.

– Algumas pessoas sempre conseguem me surpreender. Mas geralmente não de um jeito bom. Mas me diga... como foi o seu tempo na prisão? Uma experiência e tanto, eu presumo – Josh provocou.

– Eu não fui estuprado. Se é o que você quer saber. O meu tamanho costuma intimidar as pessoas – Jared usou seu melhor sorriso irônico.

– Caras... Acho que o Jensen não vai ficar muito feliz se vocês dois se atracarem aqui. Vamos maneirar, por favor – Mike interveio, vendo que não iria sair boa coisa daquela conversa.

– Claro – Josh sorriu. – Afinal ninguém vai querer ver o meu irmão infeliz outra vez, não é? – O irmão mais velho levantou sua garrafa de cerveja, como se fizesse um brinde e se afastou.

– Tente ignorá-lo – Mike tocou no braço de Jared. – Não vale à pena.

– Ele tem toda a razão em me odiar. Assim como vocês.

– Não. O único que tinha algum motivo pra te odiar seria o Jensen, e ele te perdoou. O que aconteceu foi entre você e ele. Quem somos nós para julgar?

Jensen e Matt se juntaram aos dois e a conversa tomou outro rumo, até a hora do jantar. Jared decidiu ir embora logo depois. Mesmo tentando mostrar que não estava nem aí, porque não queria que Jensen se sentisse mal por ele. Era doloroso ver as pessoas que um dia o chamaram de amigo, visivelmente incomodadas com a sua presença. Tinha feito por merecer e estava pagando o preço, mas o fato de saber disso não tornava as coisas mais fáceis.

– Tem certeza que você já vai? Você pode ficar e dormir por aqui, se quiser – Jensen falou enquanto acompanhava Jared até o carro.

– Claro. E o seu namorado vai querer me matar – Jared deu risadas. – Eu já cumpri a minha parte, Jensen. Agora deixe eu ir embora, vai? – Jared usou seu melhor olhar, implorando.

– Me desculpe por isso.

– Pelo quê?

– Por ter insistido que você viesse. Eu vi como eles te trataram e... Confesso que estou decepcionado. Pensei que eles já tivessem superado isso tudo.

– Está tudo bem, Jensen.

– Não. Não está. Eu sei que você jamais irá admitir, mas você está sofrendo e não era essa a minha intenção. Eu só queria que todas as pessoas que são importantes para mim estivessem presentes nesse jantar... Você sabe que está no topo da lista, não sabe?

– Sim, eu sei. Nunca vou entender por que, mas eu sei.

– Você sabe sim – Jensen sorriu. – Tem certeza que vai ficar bem? O Jeffrey está viajando, você vai ficar na casa dele?

– Sim, ele deixou alguns trabalhos pra eu fazer por lá. Agora volte pra sua festa antes que o seu namorado pense que você fugiu comigo – Jared abraçou o amigo e lhe deu um beijo na testa. Jensen estava feliz e isso era tudo o que importava naquele momento.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Reviews são sempre bem vindos.



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