It's you! escrita por Senhorita Fernandes


Capítulo 5
Capítulo V


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente quero agradecer a todos que estão acompanhando a história e estão comentando, quem não está pode comentar! Eu não mordo :3

Esse capítulo não ficou tão legalzinho como eu queria que ficasse, mas eu prometo que no próximo capítulo eu melhoro! Ok?

Boa leitura!



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Clara Oswald

Clara passou mais algum tempo observando a porta do banheiro, até que deu de ombros e entrou no quarto.

Lucy era a pessoa mais organizada que ela conhecia. Mas naquele momento o seu quarto não estava tão organizado. Havia malas espalhadas por todo canto, com roupas bagunçadas sobre si. A cama estava desarrumada e o local estava frio, Clara aumentou o aquecedor.

Clara sentou na cama, puxou um dos lençóis contra si e encarou a sua imagem no espelho. Sua pele estava mais pálida, seus lábios vermelhos e trêmulos, os cabelos bagunçados e um pouco sem vida. Clara soltou um gemido ao ver a enorme marca vermelho em seu rosto, ainda era possível notar as marcas dos dedos.

“Ele nunca a amarar de verdade!” Sua mãe um dia havia lhe dito. Clara estava começando a acreditar naquelas palavras. Sua mãe sempre tinha razão em tudo!

Clara levantou, cansada de olhar a deprimente aparência do próprio rosto. Andou vagarosamente até o guarda-roupa e o abriu. Lucy era uma mulher independente, fazia anos que havia parado de depender da mãe. Assim como o irmão, ela não vivia em casa, morava em Londres, trabalhando como médica. Clara suspirou, queria que sua vida fosse como a de Lucy.

Ela vestiu um jeans e um moletom preto. Amarrou o cabelo e passou uma série de maquiagem para esconder a mancha vermelha no rosto. Abriu a porta se deparou com o Smith mais velho. Ele estava escorado na parede de frente para a porta, com uma toalha ao redor da cintura. Clara ponde confirmar pela segunda vez o que ela já sabia: ele não tinha tatuagens.

Ela saiu do quarto e John entrou, fechando a porta rapidamente. Clara desceu, seu rosto ardendo de leve e deitou no sofá e adormeceu.

Clara acordou novamente com o barulho da televisão. Sua visão demorou um pouco para se acostumar a claridade, viu que passava uma animação, um dragão negro falava na tela. Ela virou o rosto e viu John deitado no sofá ao lado.

John estava com os cabelos molhados e uma grande parte caia sobre a testa dele. Ele usava uma calça preta e um moletom também preto. Ele respirava devagar e Clara conseguiu escutar que ele sussurrava as mesmas palavras que o dragão da animação.

John Smith

Ao acordar naquela manhã a cabeça do moreno parecia que iria explodir. Ele puxou o celular do bolso e olhou as horas, já era quase meio-dia. Havia ficado responsável por ir buscar o irmão na escola.

Claro, havia sido uma pequena confusão.

John sentou na cama por alguns minutos, olhou para os pés e xingou baixinho. A sua dificuldade em respirar havia aumentado um pouco, lembrava-se das palavras do médico: “se quiser viver mais alguns anos, você tem que parar de fumar e beber”.

Ele levantou, estava tonto naquela manhã. Cambaleou até a porta e a abriu, bateu de frente com Clara que caiu sentada no chão, ele franziu o cenho erguendo uma das sobrancelhas. O que ela fazia ali?

Ela levantou rapidamente.

— O que faz aqui?

John analisou a garota enquanto fazia a pergunta. Ela estava enrolada em uma grossa toalha, os cabelos levemente molhados assim como todo o seu corpo. Ele viu o rosto da garota ficar vermelho e percebeu que uma parte da sua bochecha já estava vermelha. Assim com o machucado no braço, John tinha certeza que alguém havia a machucado.

Ele seguiu para o banheiro. Ele estava irritado, preocupado e entediado. O banho foi demorado, John ficava cansado rapidamente e ele detestava aquilo. Ele realmente precisava parar, mas aquele era o seu vicio.

Após o banho, John esperou Clara sair do banheiro e entrou. Arrumou-se rapidamente e desceu as escadas, aguardando a hora de ir buscar o irmão. Encontrou Clara dormindo no sofá. Ele não sabia qual era o relacionamento dela com a sua família, mas diria que era bastante próximo. Pois Clara estava com roupas novas, havia escondido a marca vermelha e dormia relaxadamente no sofá.

John sentou no outro sofá e ligou a televisão, estava passando uma animação. John olhou novamente para Clara. Ela usava um jeans gastado e uma blusa preta que escondia completamente as curvas que John havia visto no dia anterior, seu cabelo estava caído sobre o sofá branco e ela tinha um leve sorriso que mostrava uma das covinhas.

John deitou e começou a sussurrar a fala do dragão, afinal ele quem fazia o dragão. Notou então que Clara havia acordado e estava o encarando.

— Sou eu! — John disse olhando para ela.

— Como?

— Sou eu! — John disse novamente e apontou para o dragão. — Eu quem dublei o dragão!

Clara sentou, seus cabelos caindo sobre os ombros dela. A morena tratou logo de arruma-los, ela deu um sorriso tímido e John sorriu também. Ficou tentado a perguntar quem havia feito aquela marca em seu rosto, porém concluiu que era muito cedo para está fazendo esse tipo de pergunta tão cedo. Ele apenas a encarou sorrindo.

Clara se abraçou e ficou de pé. John notou mais uma vez que ela era muito baixa, ele também ficou de pé e puxou o celular do bolso, havia chegado a hora de ir buscar o irmão na escola.

— Você sabe onde o Arthur estuda? — John perguntou.

Clara arqueou as sobrancelhas e assentiu.

— Poderia me acompanhar? Peter me obrigou a ir busca-lo hoje. Parece que tá todo mundo ocupado hoje!

— Ok!

Clara pegou um casaco, John o reconheceu rapidamente. Era o casaco que ela estava usando de madrugada ao chegar à livraria. John abriu a porta e saiu, Clara logo depois. Ela pegou algo um elástico no bolso do jeans e amarrou os cabelos rapidamente. Eles saíram do jardim, o cheiro de terra molhada invadiu os pulmões semi-danificados de John.

— E então — Clara disse chamando a atenção de John. — Por que seus pais o trouxeram para casa?

John engoliu em seco. Aquele era uma assunto um pouco delicado, ele não gostava de falar e estava tentando criar uma imagem diferente para Clara. Ela parecia ser uma garota legal e definitivamente ele queria agrada-la, queria mostrar que a imagem que ela tinha dele, o ator mimado de Hollywood não estava certa, que ele era diferente.

— Eu não estava me comportando muito bem! — John disse, desistindo por fim de mentir. Ela deveria saber a verdade sobre ele, era inevitável mentir. — Minha mãe sempre se preocupou muito comigo, na verdade com todo mundo. Ela acha que voltando para Leadworth eu possa melhorar. Mas não é verdade, eu não tenho mais jeito...

— Isso não é verdade! — Clara disse surpreendo o moreno. Ele esperava que ela concordasse totalmente com sua afirmação e falasse para ele que seus atos mereciam total desprezo. — Todo mundo pode mudar. Cassandra olha para as pessoas de uma forma diferente, ela sabe que todo mundo merece uma segunda chance. E você tem sorte, você é o filho dela, o mais querido devo dizer!

John parou um instante. O mais querido?

— Como assim? — John correu e alcançou novamente a morena.

— Ela se orgulha de você. Diz para qualquer um que queria ouvir o filho que você é, defende quando aparece algum escândalo, briga com as pessoas por você. Muitas pessoas por aqui desaprovam as coisas que você faz, ela apenas olha para a pessoa e diz: “John é apenas um garoto, ele apenas precisa arrumar um rumo na vida”.

John novamente parou. Ele não acreditava no que a mãe fazia por ele, para defende-lo das barbaridades que ele fazia nos Estados Unidos.

— Quem não gosta disso tudo é o Peter — Clara disse, John balançou a cabeça desviando os pensamentos e acelerou os passos até ficar ao lado da garota. — Ele diz que ela está errado em relação ao filho que tem.

— Talvez ele tenha razão.

— Por quê?

— Clara, olhe pra mim! — ordenou. Clara o obedeceu prontamente. — Você realmente acha que eu ainda não achei o meu caminho? Eu estou errado, eu sei que estou e continuo fazendo as mesmas coisas. Eu já fui preso tantas vezes que perdi as contas, acredite, minha mãe é uma tola quando me defende!

John puxou a touca que trazia no bolso do jeans e colocou na cabeça, encerrando o assunto e esperando Clara segui novamente o seu caminho. Ele havia desistido naquele momento de tentar passar outra imagem para a garota, e precisava urgentemente fazer algo em relação a sua mãe, não deixaria que ela continuasse defendendo ele sendo que os outros estavam certos.

— Mas... — Clara tentou argumentar, mas John somente negou com a cabeça.

Ela voltou a andar e John a seguiu, sempre atrás dela.


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