It's you! escrita por Senhorita Fernandes
Notas iniciais do capítulo
Primeiramente quero agradecer a todos que estão acompanhando a história e estão comentando, quem não está pode comentar! Eu não mordo :3
Esse capítulo não ficou tão legalzinho como eu queria que ficasse, mas eu prometo que no próximo capítulo eu melhoro! Ok?
Boa leitura!
Clara Oswald
Clara passou mais algum tempo observando a porta do banheiro, até que deu de ombros e entrou no quarto.
Lucy era a pessoa mais organizada que ela conhecia. Mas naquele momento o seu quarto não estava tão organizado. Havia malas espalhadas por todo canto, com roupas bagunçadas sobre si. A cama estava desarrumada e o local estava frio, Clara aumentou o aquecedor.
Clara sentou na cama, puxou um dos lençóis contra si e encarou a sua imagem no espelho. Sua pele estava mais pálida, seus lábios vermelhos e trêmulos, os cabelos bagunçados e um pouco sem vida. Clara soltou um gemido ao ver a enorme marca vermelho em seu rosto, ainda era possível notar as marcas dos dedos.
“Ele nunca a amarar de verdade!” Sua mãe um dia havia lhe dito. Clara estava começando a acreditar naquelas palavras. Sua mãe sempre tinha razão em tudo!
Clara levantou, cansada de olhar a deprimente aparência do próprio rosto. Andou vagarosamente até o guarda-roupa e o abriu. Lucy era uma mulher independente, fazia anos que havia parado de depender da mãe. Assim como o irmão, ela não vivia em casa, morava em Londres, trabalhando como médica. Clara suspirou, queria que sua vida fosse como a de Lucy.
Ela vestiu um jeans e um moletom preto. Amarrou o cabelo e passou uma série de maquiagem para esconder a mancha vermelha no rosto. Abriu a porta se deparou com o Smith mais velho. Ele estava escorado na parede de frente para a porta, com uma toalha ao redor da cintura. Clara ponde confirmar pela segunda vez o que ela já sabia: ele não tinha tatuagens.
Ela saiu do quarto e John entrou, fechando a porta rapidamente. Clara desceu, seu rosto ardendo de leve e deitou no sofá e adormeceu.
Clara acordou novamente com o barulho da televisão. Sua visão demorou um pouco para se acostumar a claridade, viu que passava uma animação, um dragão negro falava na tela. Ela virou o rosto e viu John deitado no sofá ao lado.
John estava com os cabelos molhados e uma grande parte caia sobre a testa dele. Ele usava uma calça preta e um moletom também preto. Ele respirava devagar e Clara conseguiu escutar que ele sussurrava as mesmas palavras que o dragão da animação.
John Smith
Ao acordar naquela manhã a cabeça do moreno parecia que iria explodir. Ele puxou o celular do bolso e olhou as horas, já era quase meio-dia. Havia ficado responsável por ir buscar o irmão na escola.
Claro, havia sido uma pequena confusão.
John sentou na cama por alguns minutos, olhou para os pés e xingou baixinho. A sua dificuldade em respirar havia aumentado um pouco, lembrava-se das palavras do médico: “se quiser viver mais alguns anos, você tem que parar de fumar e beber”.
Ele levantou, estava tonto naquela manhã. Cambaleou até a porta e a abriu, bateu de frente com Clara que caiu sentada no chão, ele franziu o cenho erguendo uma das sobrancelhas. O que ela fazia ali?
Ela levantou rapidamente.
— O que faz aqui?
John analisou a garota enquanto fazia a pergunta. Ela estava enrolada em uma grossa toalha, os cabelos levemente molhados assim como todo o seu corpo. Ele viu o rosto da garota ficar vermelho e percebeu que uma parte da sua bochecha já estava vermelha. Assim com o machucado no braço, John tinha certeza que alguém havia a machucado.
Ele seguiu para o banheiro. Ele estava irritado, preocupado e entediado. O banho foi demorado, John ficava cansado rapidamente e ele detestava aquilo. Ele realmente precisava parar, mas aquele era o seu vicio.
Após o banho, John esperou Clara sair do banheiro e entrou. Arrumou-se rapidamente e desceu as escadas, aguardando a hora de ir buscar o irmão. Encontrou Clara dormindo no sofá. Ele não sabia qual era o relacionamento dela com a sua família, mas diria que era bastante próximo. Pois Clara estava com roupas novas, havia escondido a marca vermelha e dormia relaxadamente no sofá.
John sentou no outro sofá e ligou a televisão, estava passando uma animação. John olhou novamente para Clara. Ela usava um jeans gastado e uma blusa preta que escondia completamente as curvas que John havia visto no dia anterior, seu cabelo estava caído sobre o sofá branco e ela tinha um leve sorriso que mostrava uma das covinhas.
John deitou e começou a sussurrar a fala do dragão, afinal ele quem fazia o dragão. Notou então que Clara havia acordado e estava o encarando.
— Sou eu! — John disse olhando para ela.
— Como?
— Sou eu! — John disse novamente e apontou para o dragão. — Eu quem dublei o dragão!
Clara sentou, seus cabelos caindo sobre os ombros dela. A morena tratou logo de arruma-los, ela deu um sorriso tímido e John sorriu também. Ficou tentado a perguntar quem havia feito aquela marca em seu rosto, porém concluiu que era muito cedo para está fazendo esse tipo de pergunta tão cedo. Ele apenas a encarou sorrindo.
Clara se abraçou e ficou de pé. John notou mais uma vez que ela era muito baixa, ele também ficou de pé e puxou o celular do bolso, havia chegado a hora de ir buscar o irmão na escola.
— Você sabe onde o Arthur estuda? — John perguntou.
Clara arqueou as sobrancelhas e assentiu.
— Poderia me acompanhar? Peter me obrigou a ir busca-lo hoje. Parece que tá todo mundo ocupado hoje!
— Ok!
Clara pegou um casaco, John o reconheceu rapidamente. Era o casaco que ela estava usando de madrugada ao chegar à livraria. John abriu a porta e saiu, Clara logo depois. Ela pegou algo um elástico no bolso do jeans e amarrou os cabelos rapidamente. Eles saíram do jardim, o cheiro de terra molhada invadiu os pulmões semi-danificados de John.
— E então — Clara disse chamando a atenção de John. — Por que seus pais o trouxeram para casa?
John engoliu em seco. Aquele era uma assunto um pouco delicado, ele não gostava de falar e estava tentando criar uma imagem diferente para Clara. Ela parecia ser uma garota legal e definitivamente ele queria agrada-la, queria mostrar que a imagem que ela tinha dele, o ator mimado de Hollywood não estava certa, que ele era diferente.
— Eu não estava me comportando muito bem! — John disse, desistindo por fim de mentir. Ela deveria saber a verdade sobre ele, era inevitável mentir. — Minha mãe sempre se preocupou muito comigo, na verdade com todo mundo. Ela acha que voltando para Leadworth eu possa melhorar. Mas não é verdade, eu não tenho mais jeito...
— Isso não é verdade! — Clara disse surpreendo o moreno. Ele esperava que ela concordasse totalmente com sua afirmação e falasse para ele que seus atos mereciam total desprezo. — Todo mundo pode mudar. Cassandra olha para as pessoas de uma forma diferente, ela sabe que todo mundo merece uma segunda chance. E você tem sorte, você é o filho dela, o mais querido devo dizer!
John parou um instante. O mais querido?
— Como assim? — John correu e alcançou novamente a morena.
— Ela se orgulha de você. Diz para qualquer um que queria ouvir o filho que você é, defende quando aparece algum escândalo, briga com as pessoas por você. Muitas pessoas por aqui desaprovam as coisas que você faz, ela apenas olha para a pessoa e diz: “John é apenas um garoto, ele apenas precisa arrumar um rumo na vida”.
John novamente parou. Ele não acreditava no que a mãe fazia por ele, para defende-lo das barbaridades que ele fazia nos Estados Unidos.
— Quem não gosta disso tudo é o Peter — Clara disse, John balançou a cabeça desviando os pensamentos e acelerou os passos até ficar ao lado da garota. — Ele diz que ela está errado em relação ao filho que tem.
— Talvez ele tenha razão.
— Por quê?
— Clara, olhe pra mim! — ordenou. Clara o obedeceu prontamente. — Você realmente acha que eu ainda não achei o meu caminho? Eu estou errado, eu sei que estou e continuo fazendo as mesmas coisas. Eu já fui preso tantas vezes que perdi as contas, acredite, minha mãe é uma tola quando me defende!
John puxou a touca que trazia no bolso do jeans e colocou na cabeça, encerrando o assunto e esperando Clara segui novamente o seu caminho. Ele havia desistido naquele momento de tentar passar outra imagem para a garota, e precisava urgentemente fazer algo em relação a sua mãe, não deixaria que ela continuasse defendendo ele sendo que os outros estavam certos.
— Mas... — Clara tentou argumentar, mas John somente negou com a cabeça.
Ela voltou a andar e John a seguiu, sempre atrás dela.
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