Luther Baker

Duas semanas depois

Luther acordou cedo naquela manhã, o que era uma grande vitória considerando que ele havia passado a noite acordado estudando. Planejava fazer uma nova faculdade, ele só não sabia como iria conseguir fazer aquilo.

Era 7h00 da manhã quando o ruivo entrou no carro e dirigiu até o centro da cidade. Parou em frente a uma joalheria, talvez ele fosse o primeiro cliente do dia e se perguntava por que exatamente a joalheria estava aberta àquela hora.

Uma vendedora loira o atendeu e lhe mostrou os vários anéis. Havia conversado com seu pai pela primeira vez em oito anos, ele não havia gostado muito da ideia de ter um neto mais aconselhou que Luther comprasse logo um anel e assumisse de vez o compromisso com Mandy.

Luther guardou o anel e dirigiu em direção à casa do melhor amigo.

Ao chegar na casa ele foi recebido por um Loki empolgado e com uma coleira verde. O cachorro latiu e Luther o empurrou de leve com o pé, andou rapidamente até a cozinha com Loki aos seus pés, Loki se acalmou ao ver sua dona.

Clara e John estavam sentados do outro lado. Clara já estava devidamente vestida enquanto o namorado tinha o cabelo ainda bagunçado e jogado para qualquer lado da cabeça. John espetou um pedaço do seu pudim e o deixou cair, Clara bateu no ombro dele de leve. O ruivo arqueou a sobrancelha ao ver que ambos estavam usando anéis, Luther conhecia aqueles anéis e sabia que John não iria economizar quando fosse realmente pedi-la em casamento.

Luther sentou ao lado de Mandy que já estava vestida para sair, usando suas habitais roupas. Não que Luther não gostasse do estilo dela, se pudesse talvez ele andasse daquela forma.

Eles terminaram o café da manhã e cada um seguiu para algum local da casa. Mandy e Luther juntamente com Loki saíram e caminharam até o carro, Mandy pôs Loki no banco de trás.

Luther olhou para todos os lados, esperava que não houvesse nenhum fotografo ali por perto. O ruivo desejava que a notícia de seu casamento só fosse realmente descoberta depois de um longo depois, ele queria que Mandy tivesse uma gravidez tranquila. Luther não iria admitir tão fácil: mais desejava a melhor gravidez possível para a noiva não oficial.

— Qual o problema? — Mandy perguntou ao ser segurada por Luther que a impediu de entrar no carro.

— Olha, eu sei que nunca passou pela sua cabeça isso e muito menos pela minha. — o ruivo pegou a caixinha revelando ambos os anéis, um para ela e outro para ele. Mandy olhou dos anéis para ele com a mão na boca. Luther tentava imaginar o que ela imaginava. A mente do ruivo também trabalhava sem parar, ele nunca se imaginou casado com ninguém. — Mas já que sua mãe é conservadora e a população mundial vai aumentar mais um pouco é melhor fazer do jeito certo. Você aceita casar comigo?

Mandy ergueu uma das sobrancelhas.

— O quê?

— “É melhor fazer do jeito certo” — ela repetiu. — Nome completo e de joelhos.

— Estamos no jardim.

— Do jeito certo.

— Isso é sério?

— Foi você quem disse — Mandy se defendeu rapidamente.

Luther se deu conta do por que de não andar com ela quando ambos tinham quase a mesma idade. Como conviver com alguém mais teimoso que você?

Luther bufou e se ajoelhou.

— Mandy Lancaster, você aceita casar comigo?

Mandy arqueou as sobrancelhas batendo o pé no chão rapidamente.

— O que foi dessa vez? — ele perguntou irritado e coçando a nuca.

— Nome completo. Eu tenho um segundo nome, vamos logo com isso!

— Pelo amor de Deus!

— Vamos, o tempo tá correndo!

Luther suspirou.

— Mandy Anne Lancaster, você aceita casar comigo?

Mandy deu pulinhos animados no mesmo lugar sorrindo.

— Eu aceito!

Luther sorriu e ficou de pé novamente colocando o anel no dedo da noiva.

Rindo ela entrou no carro.

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John Smith

— Meu Deus! — Clara gritou da janela.

John que tentava inutilmente pegar no sono depois de escutar Clara falando sobre um livro que ela queria comprar e o lançamento seria a noite no shopping abriu os olhos rapidamente. Ela nunca havia entendido que homens dormem depois do sexo? John xingou mentalmente e caminhou em direção a janela.

— O que ele tá fazendo de joelhos? — John perguntou coçando os olhos.

— Ele tá pedindo ela em casamento! — Clara bateu palmas e sorriu mais um pouco. — Luker Baker e Mandy Lancaster casando, eu vou gravar esse casamento para acreditar que realmente tá acontecendo.

John sorriu e abraçou a namorada. Fazia duas semanas que a foto de ambos e mais algumas rodavam pela internet sem parar. Desde a foto em seu quarto Clara já havia colocado mais algumas e até mesmo Mandy já havia feito o favor de postar duas fotos em uma página no facebook, Clara já havia ganhado até fã Page no facebook.

O moreno beijou o pescoço dela e inspirou o perfume de Clara a fazendo ficar arrepiada.

— Tenho que ir na editora. Te amo!

Clara pegou sua bolsa e colocou seu casaco e foi embora deixando John parado no meio do quarto, o moreno aproveitou para ir dormir.

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Mandy Lancaster

Luther parou no pet shop e Mandy deixou Loki lá. Enquanto Luther dirigia em direção ao consultório Mandy digitava coisas que gostaria de saber sobre o futuro marido, ela disfarçadamente olhava para o anel e ria internamente por ter feito Luther se ajoelhar perante ela.

“— É só uma brincadeira — uma Clara baixinha e de cabelos cortado acima dos ombros argumentou pela 10º vez para o garoto ruivo.

— Sei que é só uma brincadeira. — o ruivo mais velho disse zangado e com a voz um pouco acima do tom normal que realmente era. — Acontece que eu nunca em minha vida toda iria me ajoelhar perante essa daí.

O ruivo apontou para uma Mandy criança e mais alta que os outros e saiu em direção a sua própria casa”.

— Estar pensando exatamente no quê? — Luther perguntou sem olhar para ela.

— No dia em que você prometeu que nunca iria se joelhar pra mim.

As bochechas do ruivo ficaram vermelhas e Mandy riu.

— Acontece que você me obrigou — Luther argumentou.

Mandy apenas deu de ombros e guardou o celular ao ver o consultório ficar cada vez mais próximo. Luther desceu arrumando o terno e Mandy revirou os olhos. Eles andaram lado a lado e entraram, eles estavam sozinhos no elevador e em silêncio. Mandy apenas encarava o reflexo de Luther no espelho do elevador, ela realmente queria que seu bebê nascesse com os olhos dele que agora graças a luz estavam um azul um pouco violeta.

Eles entraram na recepção do consultório e sentaram no fundo. Mandy viu uma garota de quase 13 anos olhando diretamente para Luther com uma das sobrancelhas levantadas. Ela agora entedia como Clara se sentia quando saia na rua. Será que as fãs também iriam julga-la? Mas é claro que sim. Ela deveria ter ficado sabendo a partir do momento em que chegou na casa de John. E agora que estava grávida ela seria julgada mais ainda, afinal Mandy havia nascido carregando o peso da fama das brasileiras. Todo o seu corpo lhe entregava: Mandy era filha de uma brasileira com um irlandês. Ela suspirou e afundou na cadeira esperando que a garota parasse de olhar para eles.

Após um longo tempo ela foi chamada. Luther seguiu atrás dela em silêncio segurando o casaco e a bolsa dela, ele seria um bom marido! Luther abriu a porta para Mandy e ela entrou encarando o seu médico.

Jeffrey Bane era um homem de cabelos negros e olhos azuis claro, deveria ter os seus 30 anos e era tão branco como uma folha de papel. Ele usava roupas simples e tinha um alargador na orelha esquerda. Por que exatamente ele era um obstetra?

— Bom dia! — ele falou, seu sotaque era de um americano comum. Mandy se sentiu um pouco decepcionada. Estava acostumada a viver em uma casa onde o sotaque britânico predominava ao máximo e estava acostumada ao seu próprio sotaque.

Luther sentou ao lado dela. Mandy perguntou quantas vezes alguma de suas namoradas, ou ficantes, ou amantes ou qualquer outra coisa havia o feito ir a um obstetra.

Mandy pelo menos nunca havia ido a um. Nem mesmo quando sua mãe ficou grávida do seu irmão. Mandy queria cruzar as pernas e parecer um pouco mais feminina, queria ser como as outras namoradas de Luther e ela nem ao menos sabia o porquê daquilo.

Dr. Bane começou a falar e a falar sem parar, explicando coisas que Mandy mais ou menos já sabia. Quando morava na Irlanda a maioria de suas amigas da faculdade haviam ficado grávidas e Mandy acompanhou a gravidez de todas elas. Tudo que ele estava falando era coisa repetida.

— Mandy? — Luther a cutucou. Dr. Bane a encarava com uma das sobrancelhas erguidas. — A consulta.

Dr. Bane ficou de pé. Luther o acompanhou e Mandy foi atrás, arrastando os tênis cujo um deles estava desamarrado. Mandy colocou uma pequena mecha de cabelo atrás da orelha e deitou na pequena cama com alguns aparelhos. Dr. Bane ergueu a blusa dela e Mandy gelou levemente.

— Isso vai ser gelado. — ele avisou.

Dr. Bane espremeu um tubo sobre a barriga da garota, realmente era gelado. Ele espalhou perto do cós da calça da garota e pegou um aparelho e colocou sobre a barriga. Uma imagem borrada apareceu sobre a tela, Mandy arqueou uma sobrancelha.

— Mandy, esse é o seu bebê — Dr. Bane sorriu largamente e apontou para um detalhe na tela. Mandy não conseguia decifrar muito bem se aquele ali realmente parecia um bebê ou simplesmente uma mancha, mas ela ficou feliz, tão feliz que sorriu mesmo sem realmente estar com vontade de sorrir. Ela seria mãe e não havia sensação melhor do que ver seu bebê e ela não ligava exatamente para quem era o pai, se seria obrigada a casar com alguém que ela realmente não gostava. Ela só estava feliz! Simplesmente feliz!

Ela sentiu Luther apertar a mão dela. Mandy ergueu os olhos e encontrou os olhos do noivo, Luther sorria. Mandy riu mais um pouco e voltou sua atenção para a imagem do seu bebê. Dr. Bane explicou mais coisas que ela não escutou, ela estava apenas feliz.