Can't Remember To Forget You escrita por Jade


Capítulo 1
Can't Remember to Forget You


Notas iniciais do capítulo

Oiiiii gente! Essa é minha primeira fic e estou super animada ao postá-la! Espero que gostem!Comentem!



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Luísa saiu de fininho do apartamento de Guilherme. Ainda era madrugada, mas ela não poderia ficar mais nem um segundo naquele quarto. ‘‘Foi a última vez...” assegurou-se em pensamento, lembrando-se da nota que deixara na cômoda da cama.

Entrou no elevador e checou seu celular enquanto não chegava ao térreo. Nenhuma mensagem, nem da Jenny, sua melhor amiga, nem da mãe. Nada. Logo o elevador abriu e saiu apressada, passando pela portaria como uma bala. Chegou ao carro em tempo recorde e literalmente se jogou lá dentro, permitindo-se respirar de verdade. Nesse momento, percebeu as lágrimas que molhavam suas bochechas e o pior é que, por mais que fosse o certo a se fazer, sentia-se desolada por ser o fim do relacionamento deles. Permitiu-se bufar com esse pensamento. “O que nós compartilhávamos era qualquer coisa menos um relacionamento...”. Ela era a outra, não seria dela o final feliz.

Lu o conhecera numa festa da empresa na qual trabalhava; ele era o acompanhante de Fernanda, uma colega de trabalho que mais parecia um protótipo da Barbie. Mais tarde descobrira que era noivo dela, mas isso não impediu a troca de olhares entre eles, o que, infelizmente pra ela, não resultou em nada.

Naquela noite.

Encontrou-o novamente quando passeava na praia com seu labrador, Tobby. Ele estava lindo, quer dizer, ele é lindo, mas naquela tarde... Estava com uma camisa polo verde e bermuda caqui, era o mau caminho todo. Por incrível que pareça, ele se lembrara dela e a convidou para tomar uma água de coco. Durante toda a conversa, Luísa se viu prestando atenção em tudo nele, em como seus cabelos cor de mel refletindo a luz do sol poente, o brilho dos olhos verdes, contrastando com a camisa, e o modo como sua boca se movia toda vez que ele sorria. Nem viu o tempo passar, quando foi perceber já estava escuro.

“Acho melhor eu ir” ela lembrara ter dito, se levantando.

Lembrara-se dele se levantar também e segurar seu pulso, aproximando-os e perguntar: “Mas já?”.

Ela não respondeu. Estava embriagada pela proximidade e pelo cheiro de perfume masculino que emanava do pescoço dele. Ela adorava homens cheirosos. Ficaram se encarando por um tempo indefinido, até quando ele acabou com a pouca distância entre eles e a beijou, sob a luz da lua.

Aquela fora a primeira noite que passaram juntos. E depois dessa vieram muitas outras.

Ele a fazia sentir-se desejada e única, com seus toques ao mesmo tempo firmes e delicados e seus beijos que a deixavam sem fôlego. Não demorou muito pra ele se tornar indispensável pra ela, uma parte da vida dela... “Mas ele tem uma noiva” lembrou-se. “E apesar disso eu só consigo ver as boas coisas nele, como uma memória selecionada.”.

Suspirou e ligou o carro. Não devia mais pensar nisso, não o veria de novo.

Infelizmente, esses pensamentos não o tiraram da cabeça de Luísa, era involuntário. “Eu não consigo lembrar-me de esquecê-lo”.

Chegou ao seu apartamento e tentou dormir, mas sem muito sucesso. Quando soou o despertador, foi se arrumar pra ir pro trabalho. Ao passar pela sala lembrou-se de quando chegaram, naquela primeira noite, eles ficaram ali mesmo, no sofá dela. “Não foi muito romântico, mas foi ótimo.”

Percebendo o que estava fazendo, bufou e foi correndo para o banheiro. Não que tenha ajudado muito, porque tudo naquela casa lembrava-a dele. Aquilo estava se saindo mais difícil do que esperava, mas ela não podia fraquejar. “Estar apaixonada é uma droga, principalmente quando ele é comprometido...”.

Arrumou-se rapidamente e comeu algumas rosquinhas que tinha na sua geladeira, tinha sempre algo doce desde que... “Droga!” balançou a cabeça tentando afastar os pensamentos. Tudo tinha a ver com ele. Desceu até a garagem e entrou em seu carro. O caminho até a editora foi tranquilo, o que foi ótimo pra ela. Seria menos tempo pra pensar.

Quando chegou, deu de cara simplesmente com a dita cuja noiva de Guilherme.

— Bom dia, Luísa. — cumprimentou Fernanda, com um sorriso falso.

— Bom dia. — respondeu de mal humor.

— Credo! Que mal humor! — disse e, com um sorriso malicioso e convencido, completou: — Você está precisando de um namorado, que nem o meu...

“Claro... Seu namorado que dorme comigo há três meses...” era o que Luísa queria responder, mas se contentou com um sorriso irônico e virou-se em direção à sua sala, onde planejava ficar trancada até o fim do expediente. Fernanda sempre se gabava de seu namorado para todas, mas parecia adorar fazer isso especialmente com Lu.

Ela começou a revisar os artigos da próxima edição da revista. Não sabia quanto tempo havia passado desde que começara quando ouviu baterem na porta.

— Entre. — falou sem olhar para a porta.

A pessoa entrou e fechou a porta. Luísa levantou o rosto e teve uma surpresa ao se deparar com os olhos cor de esmeralda de Guilherme. Sentiu o sangue sair do seu rosto e seus batimentos aumentarem. Não conseguia entender o que ele estava fazendo na sala dela – já que ele não trabalhava na editora, a mesma que a noiva dele trabalhava. Ele se aproximou da mesa dela sem quebrar o contato visual e estendeu uma planilha.

— Fernanda pediu pra te entregar.

— Obrigada. — balbuciou, tentando conter o espanto, mas no fundo não estava tão surpresa assim. Era perceptível que Fernanda estava se gabando mais uma vez. Só não entendia o por quê disso. Segurou a planilha, mas ele não soltou. Puxou-as novamente, mas ele não soltou.

Ela apertou os olhos. Ele estava impassível. Lu suspirou e levantou, contornando a mesa.

— O que você quer?

Guilherme jogou a pasta de papéis na mesa e se aproximou de Luísa, tirando alguma coisa do bolso e mostrou a ela. Era o bilhete que ela deixara pra ele na noite anterior. Estava amassado em uma bola.

— O que é isso? — ele indagou, irritado.

— Não sabe mais ler?

— Você não pode fazer isso. — Ele falou com a voz baixa, aproximando-se dela.

— Não só posso como já fiz. — Luísa respondeu de forma impassível.

— Não. Você não pode.— falou mais firmemente, aproximando-se mais e prendendo-a entre seu corpo e a mesa.

— O que você está fazendo? — perguntou, nervosa.

Ele não respondeu, apenas acariciou o rosto dela. Se ele não fosse noivo, ela até acreditaria que ele realmente gostava dela. Luísa o empurrou e arrumou os amassados de sua roupa, tentando não pensar no corpo morno dele colado ao seu. Muito menos que a noiva dele estava em algum lugar atrás daquela porta.

— Saia. — Luísa tentou se desvencilhar.

— Não. Nós precisamos conversar.

— Nós não temos nada pra conversar. Eu fui bem clara. Não sei nem por que você está aqui na editora.

— Vim visitar a Fernanda. — Guilherme respondeu, fazendo o sangue subir a cabeça de Luísa.

“E ele ainda fala na cara dura.”

— E a sua namorada sabe que você está aqui? — falou com o máximo de veneno na voz, o que o fez abrir um sorrisinho malicioso.

— Na verdade, foi ela que pediu pra eu te entregar aquilo, se você não lembra. — Ele repetiu, apontando para as planilhas esquecidas na mesa. — Bem, eu já vou... — virou-se em direção à porta, mas parou e olhou para ela. — Estarei te esperando às 21 horas no meu apartamento. — E saiu sem esperar resposta.

Luísa ficou encarando a porta e, bufando, voltou ao trabalho.

***

Era tarde da noite. Luísa estava em seu quarto, tinha acabado de banhar e vestia seu pijama. Parou de frente ao espelho do quarto e ficou a se analisar: tinha os cabelos castanhos lisos cortados em V até a cintura, era magra, mas não muito; tinha curvas, mas não como aquelas mulheres com a cintura superfina e seios e quadris enormes. Era proporcional. E seu rosto não era feio, tinha os olhos azuis e lábios meio cheios, nada muito exagerado. “Eu sou apenas... normal.” Não conseguia entender o que fizera um cara como Guilherme olhar para ela.

Suspirou. Não queria mais pensar nele, porém era involuntário. “Por que eu fui me apaixonar logo por ele?”. Era passado, ela tinha que esquecê-lo, mas tudo a lembrava dele.

Foi pra sala a fim de assistir alguma coisa pra distraí-la do relógio. Resolveu assistir The Big Bang Theory. Foi na cozinha preparar pipoca e nem percebeu quando alguém chegou e se encostou à pedra de granito que separava a sala da cozinha, observando-a.

Levou um susto tremendo quando se virou, e a pipoca foi toda parar no chão.

— O que está fazendo aqui? Como entrou na minha casa? — ela quase berrou.

— Eu disse que nós precisávamos conversar.

“Eu sei bem de que conversa você está falando.”

— E eu tenho a chave, não lembra? — A cada palavra ele se aproximava dela.

“Droga! Como eu pude me esquecer disso?” pensou, dando um tapa em sua testa mentalmente.

— Bem, você vai ter que me devolver essa chave. E eu já disse, nós não temos nada o que conversar.

— Você é teimosa! — riu e se aproximou mais.

Luísa não se mexeu, não queria demonstrar que tinha medo que ele chegasse mais perto. Ele se aproximou mais e pegou o queixo dela, fazendo-a encará-lo.

— Por que você está fazendo isso? — Sussurrou.

— Porque eu quero. Eu cansei de você.

— Você está mentindo. — Guilherme sorriu e aproximou seus lábios do dela, desviando no último segundo, acabando por dar um beijo na bochecha dela. Foi roçando os lábios pelo rosto dela até chegar à orelha e sussurrou. — Fala a verdade.

O coração de Luísa estava a mil. “A quem eu estou enganando? Eu sou capaz de tudo por esse homem.”. Mas se ela continuasse com isso ia sair muito mais machucada no futuro, então resolveu falar a verdade. “Será minha última tentativa. Se não der certo...”.

— Eu não posso continuar com isso. — Murmurou em resposta.

— Eu não entendo. — Ele a encarou.

— Eu não consigo mais ficar com você desse jeito. Eu devia saber que isso aconteceria... — Luísa sentiu as lágrimas descerem pelo seu rosto e sussurrou. — Eu não quero mais me machucar.

Ele limpou as lágrimas dela e se aproximou beijando-a.

"E lá vou eu cometer o mesmo erro de ontem...” Ela pensou enquanto suas mãos foram para os cabelos dele puxando-o para mais perto. Guilherme migrou os beijos para o pescoço dela e a empurrou em direção à pedra de granito, prensando-a.

Ela puxou o rosto dele e voltou a beijá-lo, passando as mãos por seu abdômen e por seus braços. Ele desceu suas mãos para as pernas dela e levantou-a, fazendo-a sentar-se na pedra e ela circulou a cintura dele com as pernas. Mas respirar ainda era preciso e eles tiveram que se separar, ambos estavam ofegantes.

Luísa pareceu recuperar a razão e separou-se do rapaz, tirando as pernas da cintura dele e empurrando-o para trás.

— Não — ele protestou, sem sair do lugar.

— Eu não devia ter cedido. — Ela disse e Guilherme sorriu — aquele tipo de sorriso proibido pra menores de 80 anos – e avançou pra cima dela, para sussurrar em seu ouvido.

— Sua mente diz isso... — mordeu o lóbulo da orelha dela, fazendo-a estremecer — mas seu corpo diz o contrário. — As mãos dele foram para as coxas dela.

— Você não entende...

— Eu não entendo por que você quer acabar com algo tão bom!

— Você está noivo!

Nisso ele a encarou. Ficou pensando um tempo e, sério, perguntou:

— O problema é só esse?

Lu fechou a cara.

—Acha pouco? — Em seguida, molhou os lábios e disse: — Eu não quero mais ter que te dividir com alguém. E se você for continuar com ela, eu não quero mais nada com você.

Guilherme sorriu gentilmente.

— Se é isso que você quer... Eu termino com ela.

— O quê? — Luísa arregalou os olhos, surpresa. Não esperava por essa.

— Eu gosto de você de um modo que eu nunca gostei dela. — Sussurrou e isso a fez corar. Ela não esperava uma declaração, pra falar a verdade, ela não esperava nem que ele fosse aparecer.

Gui aproximou o rosto com o objetivo de voltar a beijá-la, mas foi parado no meio do caminho.

— Qual é o problema agora? — falou, formando um bico.

Luísa riu.

— Eu só vou ficar com você depois que terminar com ela.

— O quê? — ele a olhou como se ela fosse louca.

— O que você ouviu.

— Ah, não! Poxa, qual o problema? Só hoje... A partir de amanhã eu sou todo seu.

— Não.

— Sim. — Ele começou a mover as mãos perigosamente pelas coxas delas, pra cima.

— Não.

— Sim — mais e mais pra cima, passando pela cintura, e começou a beijar-lhe o pescoço.

— Não... — ela já não estava tão convicta.

— Sim. — Guilherme sussurrou, sorrindo.

— Sim... — Luísa desistiu com um suspiro. Oh, lá vamos nós de novo.

The end...?


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Notas finais do capítulo

E então? Estou aprovada? OU devo desistir do meu sonho de escrever?Por favor, comentem!