Amizade... Ou Não? - É só o começo. escrita por Alessa Beckett Castle


Capítulo 21
Bad Day


Notas iniciais do capítulo

Oi meus amores. Não abandonei nada e nem ninguém. Não se assustem com o título do capítulo. Apesar de falar em um "dia ruim", ele vai ser agradável. Eu prometo.

Vejo vocês nas notas finais.



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      Castle acordou na manhã seguinte com o cheiro de sua maior invenção culinária, na opinião dele. Chocoletes. Estranhando, pois ele ainda estava deitado, resolveu investigar quem estava por trás desta artimanha matinal. Ao sair do quarto, se surpreendeu ao ver Johnny em frente ao fogão e Anne segurando as mãos de James conforme ele tentava caminhar.

      - Eu devo me preocupar com o fato de Johnny estar fazendo chocoletes? – Rick inquiriu curioso.

      - Bom dia Rick. – Johnny cumprimentou o escritor. – Eu decidi preparar a sua obra-prima para esta manhã linda.

      - Eu vou pedir a Jamie para jogar a mamadeira em você. – Anne ameaçou, sorrindo de canto. – Muito bem baixinho. Quer tentar ir até o papai? – Ela interrogou, vendo o bebê sorrir abertamente para ela. – Vai lá.

      James se concentrou no que Anne havia lhe ensinado mais cedo, e começou a executar o movimento. Perna por perna, ele foi caminhando, pensando estar sendo segurado pela adolescente, mas sem perceber que ela havia soltado ele há alguns metros. Quando o pequeno reparou, ele já estava nos braços de Castle. O trio mais velho teve sua atenção chamada para a porta quando ouviu um barulho de sacolas caindo. Eles direcionaram o olhar, e viram Kate completamente impressionada e, pela primeira vez, incapaz de concluir uma frase.

      - Ahn... Mas o... O que? – A detetive proferiu, arrancando algumas risadas das testemunhas. – Eu saio por cinco minutos e meu filho já está caminhando?

      - Eu sei, eu sei. – Anne fingiu suspirar, estendendo as mãos. – Coloque as algemas e vamos para a delegacia.

      - Só para avisar que eu tenho provas contra você Anne. – Alexis brincou sorrindo, enquanto gesticulava o celular.

      - Beleza. – Anne concordou. – Sua tarefa é ensiná-lo a falar. – Ela apontou para a ruiva.

      - Aliás, o que está acontecendo? – Kate interveio claramente perdida. – Eu saí para buscar Lex e passar no mercado, e antes de sair, Anne estava servindo uma caneca de café preto. E aquele rapaz nem estava no loft. – Ela indicou Johnny, o fuzilando com os olhos.

      - Eu fiz panquecas também. – Johnny investiu, arrancando mais risadas.

      - Admitam: ele sabe persuadir. – Lex alegou, contendo a risada.

      Jamie começou a gesticular para o chão, ansioso para exercitar o novo aprendizado. Rick o deixou descer de seu colo, e o pequeno começou a caminhar por todo o primeiro andar.

      - Por que o ensinou a andar? – Alexis inquiriu curiosa.

      - Bom... – Anne começou. – Como nossa amada detetive disse, eu estava servindo uma caneca de café preto quando ela saiu. Então, eu decidi preparar algo para comer. Johnny me expulsou da cozinha, dizendo que ia fazer chocoletes e eu vi Jamie me olhando, com uma expressão pensativa. E como temos uma conexão... – Ela fitou o bebê, e mostrou outro ensinamento para o trio que os encarava: fist bump.

      - Claro, dividem o nível de mentalidade... – Johnny murmurou para, si, só percebendo que ela ouviu quando seu rosto encontrou um monte de chantilly. – Viu? Só provou minha tese.

      - Idiota. – Anne resmungou, causando algumas risadas.

      Depois de um café da manhã animado, Rick levou Jamie para trabalhar em mais um capítulo de seu novo livro, enquanto sua família rumou para a delegacia.

      ----- // -----

      - Eu imaginei que você não aguentaria muito tempo. – Yohan declarou em sua cela.

      - Eu mudei. – Anne alegou. – Mas, para garantir, tem três oficiais ali fora para proteger você, embora não vá precisar.

      - O que você quer garota? – Yohan demandou.

      - Um ponto final. – Anne sentou-se no banco do lado de fora da cela. – Por que aqueles policiais? Por que Jack Henson e Derek Jones?

      Yohan ergueu o olhar para a adolescente, percebendo que ela tentava encarar os olhos dele. Entendendo a situação, ele se limitou a suspirar.

      - Ele não deveria ter sido morto. – Yohan confessou. – O seu pai, eu digo. Meu alvo era somente Henson. Eu aproveitei a oportunidade que tive, durante uma patrulha dele. Eu não imaginei que ele estava acompanhado.

      - Espera. – Anne pediu. – Você está me dizendo que o meu pai foi morto por estar no meio do fogo cruzado?

      - Sim. – Yohan afirmou. – Eu recebi um arquivo, encomendando a morte de Jack Henson. E só ele.

      - Está bem. – Anne assentiu, engolindo algumas lágrimas. – Uma última pergunta. O que leva um homem bem estruturado a se tornar chefe de máfia?

      - Ah, muitas coisas. – Yohan alegou. – Sede de riqueza. Desejo de poder. Ou, no meu caso, desespero. O salário de um contador não paga um tratamento para câncer. E minha garotinha precisava disso.

      - Sua... Garotinha? – Anne indagou, vendo o criminoso assentir.

      - E eu consegui. Cada centavo ganhado no crime foi para o tratamento dela. – Yohan suspirou. – Mas já era tarde. A doença já estava espalhada. Meses depois, minha esposa adoeceu. Depressão profunda. Eu a assisti definhar até a morte. – Ele relatou, soltando uma risada triste. – O que eu teria a perder, se continuasse na máfia?

      - Eu sinto muito por sua família. – Anne proferiu. – Você ainda pode fazer algo para se redimir e seguir em paz com sua vida.

      - Na cadeia, você diz. – O mafioso desdenhou.

      - Pode encurtar o seu tempo. – Anne propôs. – O que me diz?

      ----- // -----

      Aquele dia pode não ter sido incrível para Anne, mas ela ficou muito feliz ao ver a expressão de paz no rosto dos policiais da 12ª delegacia. Especialmente no semblante de certa detetive.

      - Você não está brincando, não é? – Espo inquiriu alarmado.

      - Não Espo. – Anne atestou. – Ele vai testemunhar. Mas precisamos manter esta informação aqui dentro. Ou perderemos a nossa testemunha.

      - Talvez não. – Ryan refletiu. – Eu tive uma ideia. Eu já volto. – Ele correu com o seu celular em direção às celas.

      - Ele vai...? – Johnny questionou.

      - Sim. Ele vai. – Espo assentiu. – Hey, garota. Você fez algo incrível hoje. Eu acho que você devia falar com Kate.

      O trio olhou em direção a sala de descanso, onde Kate fitava a cafeteira com uma caneca na mão. Anne não hesitou em caminhar até lá e puxar a detetive para um abraço.

      - Pode abaixar esse escudo. – Anne assegurou. – Acabou. Johanna finalmente terá justiça.

      - Derek também. – Kate murmurou, retribuindo o abraço. – Eu ouvi que ele não devia ter sido morto.

      Ao ouvir o argumentou, Anne intensificou o abraço, em uma tentativa de esconder as lágrimas.

      - Você não precisa ser forte o tempo todo. – Kate declarou. – Para isso somos uma família. Podemos nos apoiar em quem amamos quando precisarmos. Desde que estejamos lá quando eles precisarem também. – A detetive suspirou. – E só Deus sabe como não estivemos presentes para ajudar você.

      - Do que está falando? – Anne a encarou nos olhos. – Você e Rick me aceitaram no loft mesmo depois de eu ter roubado os bibelôs de prata dele. Johnny me aceitou de volta depois de pensar que eu escolhi um programa de computador a ele. Alexis me aceitou depois de ter sido acusada de quebrar os itens que eu roubei. Martha me aceitou sem nem ao menos saber de onde eu vinha. Pela minha perspectiva, vocês foram mais do que presentes. Vocês me acolheram, me deram amor, carinho, alguns puxões de orelha... – Ela deu uma risada ao relembrar das repreensões. – Eu só tive um dia ruim. Basta eu cantar uma música triste para mudar isso. Agora vamos. – Ela segurou a mão da detetive, a puxando para junto de todos. – Temos alguém para colocar atrás das grades.

      ----- // -----

      Kate tinha um sentimento diferente dentro dela. Algo incomum, que sentira raras vezes. Essa sensação começou depois que ela colocou as algemas no Senador Bracken e o guiou até a viatura. Ela precisou que Esposito falasse com os repórteres no lugar dela, pois ela estava sem palavras. Ela ainda tentava assimilar toda a situação quando algo diferente chamou a atenção dela. Os teclados do piano estavam sendo tocados. Ela olhou para o instrumento, vendo Anne, Alexis e James sentados e tocando uma música familiar.

      - Você tem talento, baixinho. – Anne elogiou. – Você sabe tocar Lex?

      - Eu estou meio enferrujada. – Alexis confessou. – Você podia tocar.

      - Eu tenho uma música bem antiga na minha mente. Que define o dia de hoje, de certo modo. – Anne declarou, puxando a introdução.

      Anne: Where is the moment we needed the most?; We kick up the leaves and the magic is lost.

       Quando a adolescente começou a cantar, Kate se recordou imediatamente da canção. Não era antiga, como Anne dissera, mas não era nova também. No entanto, realmente se encaixava naquele dia.

      Anne: They tell me your blue skies fade to gray; They tell me your passion’s gone away; And I don’t need no carry on.

      Alexis também se recordou da música, praticamente um hino do final de sua infância.

      Alexis: ‘Cause you’ve had a bad day, you’re taking one down; You sing a sad song just to turn it around.

      Anne: You say you don’t know; You tell me “don’t lie”; You work up a smile and you go for a ride.

      Anne e Lex: You’ve had a bad day, the camera don’t lie; You’re coming back down and you really don’t mind; You’ve have a bad day; You’ve had a bad day.

      Apesar do final do dia ter sido satisfatório, Kate sentia que havia tido um dia ruim. Mas, ao cantar uma música triste, ela foi capaz de mudar isso.


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Notas finais do capítulo

Eu demorei porque havia ficado presa em uma parte, mas refleti, ponderei, analisei e pensei e... Eis o capítulo. Espero que tenham gostado. Comentem o que acharem necessário eu saber. Bjs ;*



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