Eu Queria Que Não Fosse Assim escrita por A Garota Dos Livros, Mais um romance por favor


Capítulo 23
Kate




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Que minha vida tava uma verdadeira bagunça eu já sabia, mais de bagunça para nada dar certo tem uma grande diferença. Não parava de pensar em Alec quase caindo na minha frente e eu lá discutindo que nem uma tonta, se não fosse Jack ele tinha caído e batido a cabeça. Eu não sei o que ele tem e pelo jeito não é da minha conta, mas eu fiquei preocupada.

...

– E ai qual o destino da noite? – Amy diz ao telefone.

–Casa, Stuart, cobertor.

–Meu Deus, devolve minha amiga animada.

–Não to com animo hoje, desculpa.

–Desculpas não aceita, estou ai em cinco minutos. Vamos a uma festa diferente.

Ela desliga antes que eu pudesse negar. Em menos de cinco ela já está aqui dentro com uma saia jeans curta e uma blusa bem apertada.

–De onde você tirou essa roupa?

–Temos que nos misturar na festa que vamos hoje.

Eu não estava entendendo nada, ela também não me deu tempo pra perguntar foi logo me dando uma saia jeans e um tomara que caia que não combinavam mas eu vesti só pra falar que ela estava errada.

–Perfeito! – ela diz me olhando, viro pro espelho e eu estou horrivelmente vulgar.

–Amiga eu ainda não preciso desse tipo de emprego.

–Não seja boba, vamos a uma festa diferente.

– A fantasia?

–Não, vamos ao um baile funk!

Depois disso eu não consegui mais falar nada, só ria. Acho que ela não tinha se olhado no espelho, a gente ia ser expulsa de lá na mesma hora. Fora as roupas, nossa cara e jeito eram de patricinhas, aquelas que passam o dia todo no shopping. Ela está mexendo no celular e me lembro de uma coisa que talvez faça a desistir.

–O Jack sabe disso?

–Não, ele não tem nada com a minha vida.

–Vocês brigaram?

–Ele é muito ciumento pro meu gosto. – ela apertou um botão e pôs o celular no amplificador que estava ligado em cima da minha penteadeira. Começa uma batida diferente, e eu olho pra ela confusa. – Vamos dança! Tenho que ver o que você sabe.

Entrei no ritmo mesmo rindo daquela loucura, ela da um pause na musica e vai pra cozinha voltando com duas doses de vodka pura na mão.

–Pra você se soltar. – pego o copo e tomo a bebida desce queimando, mas estava me acostumando com isso. – Você leva jeito, só precisa do estimulo certo. Agora vamos que não quero perder um minuto.

Entro no carro e no chão aos meus pés estão duas garrafas de tequila, eu olho pra elas e pra Amy.

–Uma pra mim e outra pra você. Você precisa chegar lá animada.

Sem discussão abro as duas e coloco uma na mão dela. O caminho é longo e ao fim dele minha garrafa já tinha acabado e eu estava mais tonta do que gostaria. Eu tinha acabado de descobrir qual era a pior coisa de se ficar bêbada, você começa a querer fazer coisas que não deveria, eu estava com vontade de ligar pro Alec. Eu tinha ficado preocupada com ele, e agora tava achando que a culpa dele ter desmaiado era minha por isso ninguém quis me contar. Felizmente meu celular tinha ficado dentro do compartimento secreto do carro, por que Amy disse que estávamos vulneráveis a roubo.

– Tem filé na área. – foi a ultima coisa que escutei de garotos na rua, depois entramos em um beco onde o som era alto e todo mundo se mexia no ritmo. Não perdi tempo, entrei na dança e foi assim a noite toda, dançar e dar fora nos esquisitos que vinham pra cima. Por fim, me cansei e chamei a Amy pra ir embora, ela estava com um cara esquisito e me olhou com olhos aliviados.

–Nunca mais Amy! – falei pra ela no dia seguinte quando minha cabeça parecia não ter saído na festa de ontem. – Eu vou voltar a ser aquela garota quieta porque eu não agüento mais essa vida.

–Você está de ressaca, calma! – ela disse com uma voz rouca.

–Minha cabeça ta explodindo e eu não paro de pensar naquele idiota do Alec, se isso é ressaca eu nunca mais vou beber.

–Um dos males do esquecimento, você esquece os problemas ontem e lembra todos eles hoje.

Vou pro banho e fico um bom tempo debaixo do chuveiro, minha cabeça insistia em lembrar a cena de Alec no hospital e de como foi difícil admitir que nem eu confiaria em mim depois de tudo. Mas era verdade, eu não confiaria em mim. Tudo bem que ele tinha feito uma cagada enorme, me traindo e depois agarrando aquela loira, mas eu não deveria ter descido no nível dele e me atracado com aquele medico. Estava na hora de colocar as coisas no lugar!

...

–Kate? – Felipe me recebe com uma cara de espanto.

–Oi, está ocupado? – tento olhar lá dentro pra ver se vejo algo.

–É, hum..não – de repente ouve um barulho forte e um grito depois, ele sai correndo e eu entro logo depois. Uma garota loira com os cabelos amarrados está de avental na cozinha dele, eu me espanto mas dou risada. Os dois me olham vermelhos de vergonha e eu curtiria aquela cena mais um pouco mas queria saber quem era ela, apesar de desconfiar.

–Oi, meu nome é Kate. Eu sou irmã do Felipe.

–Essa é Fiorella, é uma.. amiga.

–Aham, sei. – tava na cara que não era. – de qualquer jeito não queria atrapalhar, queria ver se não estava bravo comigo.

– Bravo não. Só tem que me colocar a par dos acontecimentos depois, odeio ser o ultimo a saber.

–Aham, claro. – olho pra menina, ela é tem a pele muito clara, e seus olhos também tem um tom muito mais claro que já tenha visto. – Me acompanha até a porta?

–Ottiene qui, Torno. – ele diz, ela assentiu e ele sai comigo até a porta.

–Essa é a tal menina da Itália que me falou, não é?

–Sim. Ela chegou de surpresa ontem.

–E ai? Ela veio pra ficar?

–Ainda não sei.

–Ok, vou indo. Se cuida e lembre se do que mamãe sempre dizia ao sairmos: Não se esqueça de ser feliz!

Com isso abro a porta e saio, tinha ficado feliz com aquela cena apesar de matar ele de vergonha, ela tinha deixado as coisas diferentes por ali. Uma parte estava resolvida, faltava a outra, a mais difícil.

...

Eram seis da tarde, o sol começava já estava baixo. As portas do bar tinham acabado de abrir.

–O Alec ta ai?

– Não, mas ele está chegando. – me diz o garçom.

–Ok, eu espero.

Uma meia hora depois, eu estou sentada de frente pra porta quando vejo a moto dele chegar e parar bem em frente. Ele entra no bar me olhando desconfiado, eu me levanto assim que ele se aproxima.

–Oi Alec.

–Oi, o que faz aqui? Aconteceu alguma coisa?

–Não, quer dizer aconteceu. Podemos conversar em outro lugar?- ele me olha desconfiado, mas assenti e me leva a uma pequena sala com uma mesa e papeis por todo lado.

–Pronto, pode falar.

– Eu queria pedir desculpas. – falo de cabeça baixa, eu estava passando por cima de todo meu orgulho.

–Desculpas pelo que?

–Por tudo, acho que apesar de tudo que eu vi,– respiro tomando fôlego ao lembrar aquela noite- eu não tinha o direito de fazer aquela cena no seu bar. Acho que estamos agindo feito crianças, estamos provocando uma situação estranha à toa. Vim aqui te pedir que pelo menos publicamente tenhamos um convívio passivo pro bem de todos.

Ele ficou um bom tempo me encarando, acho que estava pensando em uma resposta. Eu não estava muito certa do que tinha acabado de fazer, mas diante do que tinha acontecido antes dele desmaiar não vi outra solução para aquilo terminar.

–Você está dizendo para sermos amigos? – ele dizia de uma forma incrédula, como se não acreditasse que eu estava ali muito menos dizendo isso.

–É, acho que sim. – ele me analisou mais uma vez.

–Kate, se você está fazendo isso pra eu te contar por que eu desmaiei naquele dia, não perca seu tempo.

–Não seja bobo Alec. Já aceitei que não tenho sua confiança, nunca tive, mas não estou aqui por isso.

–Não é isso Kate. Não é confiança..

–Ok, e ai vai aceitar ou vai continuar fazendo esse joguinho?

– Eu aceito, apesar de estranhar essa sua atitude repentina.

– Apenas quero acertar a minha vida, de repente tudo virou uma bagunça estou apenas colocando no lugar.

...

Agora que as coisas estavam acertadas minha vida tinha voltado ao normal, mais um dia na faculdade. Estava no banco pra pagar a mensalidade, quando alguém bate no vidro fazendo um estrondo grande, me viro e vejo Alec. Ele esta com os olhos quase fechados e a cabeça encostada no vidro, percebo que sou a única no banco.

–O que foi Alec? Não parece bem. – falo, já fora, preocupada.

–Dá pra você ligar pro Jack, por favor? – agora ele estava sentado encostado no vidro segurando a cabeça com uma cara de dor.

– O que foi Alec? Você está me preocupando.

–Só liga pro Jack, rápido Kate.

Pego o telefone e disco o numero dele. Chama duas vezes e logo ele atende.

– Alô?

–Oi Jack, é a Mindle. Alec esta aqui na minha frente com uma cara de dor, o que eu faço.

–Caramba, logo agora. – ele xinga mais um pouco e respira fundo. – Kate você vai ter que me ouvir atentamente agora.

–Vou te passar um numero por mensagem logo depois que desligar, é do medico de Alec - porque ele tinha um medico particular?- Você vai ligar e falar que Alec Jones está indo pro hospital. Depois você vai chamar uma ambulância e vai com ele até lá.

–Tá mais porque tudo isso? Eu posso leva-lo no meu carro.

– Mindle, não discute e nem faça perguntas só faz o que eu te pedi. Estou preso no transito do outro lado da cidade, chego assim que der.

Ele desliga e logo recebo a mensagem, cinco minutos depois estávamos dentro da ambulância. O paramédico fala pra ele dar uma nota pra dor e ele diz nove, isso me preocupa muito. Eu não digo nada, não quero que ele fique mais estressado.

Ele finalmente abre os olhos, vejo a dor neles isso me angustia por não poder fazer nada. Alec levanta a mão e coloca por cima da minha que está encostada no colchão. Eu não sabia o que aquilo significava mas eu dei a minha mão pra ele, entrelaçamos os dedos até arrancarem ele da ambulância em cima da maca.


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