Eu Queria Que Não Fosse Assim escrita por A Garota Dos Livros, Mais um romance por favor


Capítulo 21
Kate




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As lagrimas escorriam enquanto eu dirigia até a casa do Felipe não sabia se ele estava lá, mas eu não tinha outro lugar pra ir. Minha casa seria a primeira opção de Alec e eu não precisava ouvir mais nada, só queria chorar.

Felipe abre a porta e me olha, eu devia estar horrível mas ele só me abraça.

–O que foi que aconteceu? – ele pergunta quando sentamos no sofá, eu apenas soluço e ele me traz água com açúcar. – Se acalma. – eu deito e sem colo e acabo adormecendo.

No outro dia acordo no quarto de hospedes com um bilhete sobre o criado mudo.

“Você não vai trabalhar hoje, fui substituir você. Quando voltarmos você me conta o que aconteceu e resolvemos. Beijo. Felipe”.

Eu tinha muito carinho pelo Felipe, mas a ultima coisa que eu queria era lembrar o que aconteceu ontem por isso peguei o carro e fui embora pra casa. Vi de longe uma figura sentada na frente do meu portão, no inicio pensei que fosse algum morador de rua mas logo reconheci as roupas era Alec. Dei voltas no quarteirão pra ver se ele estava esperando alguém ou se cansava de ficar lá e ia embora mas nada aconteceu então eu parei o carro. Desci do carro e peguei minhas chaves, abri o portão e ele caiu pra dentro batendo a cabeça no chão. Ele levanta assustado enquanto eu finjo que não o vejo, ele segura meu braço me fazendo o encarar com raiva. Eu estava com raiva mas mais que isso eu estava chateada, por ter acreditado nele, por ter acreditado que ele mudaria e por ter pensado que um dia eu daria certo com alguém como ele.

– Pode me soltar, por favor ?! – peço, minha voz soando mais magoada do que eu pretendia.

– Por favor, você tem que me escutar – ele diz suplicante.

– Não tenho! – quase grito livrando meu braço com força.

Me dirijo para a porta mas ele segura meu braço de novo.

– Fiquei a noite inteira encostado no seu portão!

– Não me interessa!

Solto meu braço de novo e coloco a chave na porta, a abro, mas ele me impede de fechá-la.

– Eu não beijei a Betanny, Kate – sua voz soava cansada. Kate? – Ela me beijou. Aquela puta, me beijou. Você chegou bem na hora. Tenho nojo do que aconteceu...

Abro a porta bruscamente.

– Muito conveniente, não é mesmo, Alec? – grito – Ela te beijar bem na hora. Que tipo de idiota você acha que eu sou?

– Eu não te acho idiota.

– Acha sim! Acha que eu ia cair nos seus braços assim que me dissesse que passou a noite inteira no meu portão! – Alec parecia estar ficando bravo, mas eu não me importei – Você é podre, Alec! Não consegue passar mais de um dia com uma pessoa só, teve que correr pra outr...

– Eu sou podre ? – ele gritou incrédulo – Fiquei a noite inteira encostado na porra do seu portão mesmo sabendo que estava com o filho da puta do seu namorado!

– O que ? – pergunto.

– Vai se fazer de sonsa agora ?

– Quem namorado?

– O FELIPE, PORRA!

Isso não fazia sentido. Alec pensava que Felipe era meu namorado, mas ele era meu irmão. E estava claramente furioso, por que, por pior que seja seu vocabulário, eu nunca tinha ouvido tanto palavrão sair de sua boca de uma vez só.

– ELE É MEU IRMÃO!

– Seu... – parecia sem ar.

– Meu irmão, seu idiota! – continuava gritando.

Alec olhava pra baixo com as mãos na cintura. Quando olhou pra mim, eu tive medo. Não, não achei que ele fosse me bater, mas eu tinha medo do que ele ia dizer.

– Você...me enganou – ele disse baixo, e preferi que ele tivesse gritado – me deixou pensar que você tinha outra pessoa, me fez sentir péssimo por te querer quando tinha outra pessoa. Me deixou pensar isso...

Ele me olhava magoado.

– Alec, eu não...

– Cala a boca, Mindle. Eu não quero mais ouvir.

Ele me deu as costas e saiu.

– Mas, Alec...

Ele não parou, subiu na moto e foi embora.

Alec tinha virado o jogo pra ele me fazendo sentir péssima, mas foi ele quem beijou a outra. Eu nunca enganei ele, eu nunca se quer insinuei estar com o Felipe. Mas isso explica a cara dele no dia que Felipe apareceu comigo e depois no dia que ele me deu o carro, ele é um idiota.

Entro e me jogo na cama, choro a tarde toda e Stuart não sai no meu colo. Eu não sabia como definir o que eu sentia, se era nojo, raiva, mágoa ou simplesmente repulsa dele.

Amy apareceu por lá me disse que não podia ficar assim por causa de um idiota feito ele, merecia muita mais do que um cara que me trai com a primeira vagabunda no estoque do bar.

–Se ele pensa que eu vou ficar chorando por ele o resto dos meus dias ele esta muito enganado. – falo olhando no espelho, Stuart mia parecendo me incentivar. – A fila andou e a noite é uma criança.

–Amy? – falo atendendo o telefone.

–Amiga, to saindo do apartamento do Felipe e ele ta furioso com você. Eu disse que você está bem então ele me disse pra cuidar de você.

–Ele vai ficar bem. Nós vamos sair hoje.

–O que? Kate Mindle já superou?

– Ele é um idiota, um buraco onde eu nunca deveria ter me metido. Vamos sair, porque a noite é uma criança.

–Não vou nem discutir, passo ai em uma hora.

–Ok.

Tomo banho e coloco minha melhor roupa. Se tem uma coisa que Amy sempre me ensinou é que depois de uma decepção o melhor remédio é uma noite inesquecível, e ficar em casa com Stuart não era desse tipo.

–Ponha teu melhor vestido, brilha teu melhor vestido... – Amy entra no quarto cantando. Ela me olha correndo os olhos da cabeça aos pés. – Homens cuidado! Kate está vestida pra matar. – nós caímos na risada.

–Aonde vamos?

–Pensei que você soubesse.

–Não pensei nisso, mas vamos dar uma volta pela orla da praia e achamos um barzinho legal.

Fecho a casa e ela já está em uma Mercedes conversível preta.

–O que é isso Amy?

–Presentinho do papai.

–Mas você não estava tentando ser independente?

–É um presente, e não tinha como recusar. Olha como ela é linda!

–Perfeita.

Abro a porta e saímos, a noite parece agitada, as luzes agitadas. É feriado e todos estão curtindo. Passamos na frente do bar e eu vejo Alec no meio de uma roda de garotas, elas passam a mão nele e ele sorri que nem um idiota.

–Para!- eu grito. Amy pisa no freio e me olha assustada.

–O que foi? Atropelei alguém?- a cena faz barulho e Alec me olha e começa a passar a mão no traseiro de uma loira do lado dele.

– Não, vamos ficar.

–Aqui? – ela olha pro bar e vê Alec. - Tem certeza?

– Tenho.

Ela estaciona e eu entro no bar atraindo todos os olhares inclusive o das meninas ao redor de Alec. Sento na cadeira com Amy e peço uma bebida quente. Alec não para de se beijar uma garota morena ao seu lado a loira está atrás beijando seu pescoço, uma cena nojenta eu desvio o olhar. A mesa ao lado tinha vários garotos que me olhavam incessantemente dei um sorriso e eles logo se animaram.

–Amiga está arrasado os corações da mesa ao lado.

–Pois é. Eu não sei fazer isso, não sei por que ainda finjo.

–Nunca é tarde para aprender. Sua amiga fiel aqui te dá umas dicas pra você esquecer o idiota em dois tempos. Primeiro, perca sua vergonha.

–Não tem como.

– Você me conhece sabe que eu não teria vergonha, vá lá e faça o que eu faria. Segunda dica seja simples.

–Como assim?

–Sem suas coisas nerds, sem seriados científicos ou Comic com em San Diego. Fale de roupas e shopping. Terceira e ultima dica, lembra que você é ruiva e gostosa.

–Você está louca que eu vou conseguir fazer isso.

–Então o Alec vai continuar te arrasando enquanto finge gostar de agarrar aquela loira e você aqui quase se arrependendo da traição dele que os fez brigar. – olho pra ele, que está afogado no pescoço da loira. Ele me olha e logo desvia o olhar, eu não podia deixar isso barato.

–Como você sabe que ele está fingindo?

–Por que é de você que ele gosta, mas isso não muda o que ele fez. E ai, vai lá atrapalhar o casal ou vai à mesa ao lado consolar sua perda?

–Foi ele quem quis assim!- falo pra minha consciência que gritava pra eu não fazer isso.

–E que comecem os jogos! – Amy diz com um tom ardiloso, depois que me levanto da mesa.

Saio em direção a mesa mas tenho uma idéia melhor passo do lado e tropeço ao lado de uma dos garotos que estende os braços me envolve em um abraço inesperado.

–Te peguei. – ele diz me levantando.

–Ai!- grito quando encosto o calcanhar no chão.

–Que foi princesa machucou? – ele me coloca sentada na cadeira onde ele estava.

–Acho que torci o tornozelo. – ele se abaixa e pega no meu pé. Olha pra mim e eu assinto dizendo que pode desamarrar a sandália, ele parece concentrado no que olha.

–Dói? –ele aperta meu tornozelo.

–Não muito.

Olho pro outros caras que desde que tropecei me encaram com sorrisos.

–Fica tranqüila, somos estudantes de medicina você vai ser bem cuidada. – um deles diz levantando, conversa algo com o que olha meu pé e sai.

–Como é o nome da nossa mais nova paciente? – o cara que estava olhando o meu pé levanta, me fazendo olhar o seu corpo super definido.

–Kate. E o dos meus salvadores de plantão?

–Eu sou Gabriel, mas pra você anjo Gabriel. – diz o cara que me salvou. – Aquele quase albino ali é o Bernardo – ele era tinha com cabelo loiro quase branco alem de sua pele ser muito clara. – O moreno ali é Caio. – moreno da cor do pecado, dos olhos verdes. – E o que foi buscar o gelo pra colocar no seu pé é o Luan.

–Opa, falando de mim? – ele chegou com um saco de gelo na mão. Ele era o mais forte de todos e tinha um olhar sedutor. – Trouxe gelo.

A conversa parece não acabar, eles são muito engraçados alem de gatos. Gargalhamos muito enquanto o Luan finge que um caipira, eu já tinha me esquecido de Alec quando ele sai do estoque com a loira a tira colo.

–Uma rodada de tequila, com limão e sal! – eu grito pro garçom ao lado e todos da mesa fazem comemoram.

–Eita garota animada! – diz Gabriel.

–Vocês não viram nada.

O garçom trás as bebidas e deixa sobre a mesa, e eu já peço outra.

Espremo o limão e coloco sal nos lábios e depois viro de uma vez a dose de tequila que desce quente. Eles me encaram de boca aberta quase babando, pelo menos de uma coisa eu sabia, esse negocio de seduzir funcionava. Eles bebem logo em seguida, e o garçom chega com a outra rodada. E daí em diante vão varias até que todos já estamos meio embriagados, as provocações e insinuações começam a tomar força. Levanto e vou em direção ao Gabriel, pego o sal e passo em seus lábios e pego o limão e espremo sobre seu pescoço e começo a lamber devagar as gotas que escorrem chego até a boca e o beijo devagar e quente. Sinto seus músculos relaxarem, sento deixando-nos de frente, ele passa suas mãos pelas minhas costas me puxando pra perto e eu ouço os meninos dizerem algo “já era” “ele ganhou” mas continuo concentrada. Abro os olhos ainda o beijando e Alec está a me olhar, seus olhos estão arregalados, seus punhos cerrados e eu podia jurar ver fumaça saindo do seu nariz, tinha funcionado ele estava mais que com raiva estava querendo me matar. Ele se levanta e vem em direção à mesa, eu fecho os olhos e finjo não perceber sua presença chegar.

– Com licença – Alec diz. Continuo beijando Gabriel que não se importa. Alec pigarreia e repete. – Com licença!– me separo de Gabriel e olho pra Alec que me encara.

– Vocês estão escandalizando os clientes do bar. – olho pros lados e ninguém parece notar sua presença.

–Não sabia que no seu bar era proibido se divertir? – falo ironicamente o que o faz ficar vermelho de raiva, ele não responde apenas me encara, todos da mesa percebem a tensão.

–Tudo bem. – me levanto do colo do Gabriel. – Já estávamos de saída, Gabriel estava me dizendo como é lindo o apartamento dele mais aprece o paraíso e eu fiquei muito interessada. – olho pro Gabriel que logo se levanta me pegando pela cintura. – Acredita se eu dissesse que esse garoto caiu do seu hoje? Ou melhor, eu cai nos seus braços de anjo. - falo olhando diretamente pra Alec que me olha a ultima vez e sai pisando duro.

– Vocês pagam a conta, por que eu ganhei a garota. – Gabriel diz pros garotos e sai comigo.

–Nossa eu era uma aposta? – digo me fingindo ofendida. Ele ri.

–Não princesa, é apenas uma brincadeira da turma. Mas pelo jeito você também adora brincar com outros.

–Como assim?

–Eu percebi o que você fez. Você estava provocando o dono do bar, não que eu tenha me importado de ser usado foi uma delicia, só fiquei pensando por que alguém como você se interessaria por alguém como ele.

–Também não sei. – digo sem sorrir. – Essa é a minha deixa, adeus meu anjo da guarda.

–Não vai deixar me levá-la em casa?

–Não é necessário já estamos bem perto. Boa noite, e até qualquer dia.

–Boa noite. – ele beija meu rosto e eu saio o deixando parado.


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