Eu Queria Que Não Fosse Assim escrita por A Garota Dos Livros, Mais um romance por favor
–Alô.
–Bom dia, flor!
–Bom dia, Alec.
–Te acordei? Desculpa.
–Imagina, - sorte dele que eu sou amável pela manhã. - que horas são?
–Sete horas. – Deus! Quem é que acorda essa hora.- um pouco cedo pra mim também, mas é que eu pensei em passar ai pra irmos pra praia?
–Agora?
–Não. Talvez. É que não queria que você tivesse outra coisa pra fazer antes do meu convite. -eu começo a rir, e ele logo ri também. – Ok, acho que pareceu um pouco desesperado.
–Tudo bem. – começo a tentar acordar. – Quer vir tomar café da manhã aqui? Não gosto de comer sozinha.
– Adoraria.
–Te espero aqui então.
–Ok.
Depois de um banho pra acordar, biquíni e vestido. Na cozinha não tinha muita coisa, mas tinha o básico: pão, requeijão, manteiga, suco, café e panquecas.
Alguém bate na porta.
– Oi. – abro a porta, Alec tem um lírio na frente do rosto me deixando ver só seu sorriso.
–A flor é pra me desculpar pelo horário. – ele me entrega. - E eu trouxe cupcakes! – ele mostra uma caixa.
...
A praia estava iluminada o sol brilhava alto, o mar parecia calmo como eu gosto. Deixamos as coisas na praia, e ele me pega no colo e me leva pro mar. A água estava gelada, mas o sol estava quente demais. Sempre me falaram que quando se está apaixonado tudo é mais mágico, é verdade, até brincar de pega-pega a beira do mar é lindo.
–Qual foi sua maior aventura? – ele diz, estou deitada sobre seu ombro, ele está gelado por causa dá água mas ainda é bom.
–Não sei. – eu penso um pouco- Uma vez tentei fazer uma trilha quando fui pra Bonito no Mato Grosso.
–A vista era bonita
–Não sei, não consegui subir metade, parei na cachoeira. – ele começa a rir.
–E você?
– Bom, digamos que eu gosto do perigo.
–Me conta uma aventura, Sr aventureiro?
–Escalei o Monte Fuji, pilotei um caça militar sem autorização e uma vez pulei do avião sem paraquedas.
–Pulou do avião sem paraquedas?- olho o com cara de desconfiada- E como é que você está vivo pra me contar isso?
–O Jack pulou depois e não me deixou morrer. – eu rio mas depois paro e fico o olhando, porque alguém pularia do avião pra morrer, estou quase pra perguntar quando ele se levanta e me estende a mão.
– Tenho uma ideia. – me levanto.
Sigo ele até o carro, chegamos a uma estrada longa com uma bela vista verde.
–Sua primeira aventura de verdade.
–O que? Sem nenhum preparo psicológico?- ele ri
–Eu sou sua maior experiência em campo, me responsabilizo por você. Só tenho uma pergunta, tem medo de altura? – ele pega minha mão e não ouve a resposta. SIM.
Paramos de frente a um avião pequeno e simples, ele fala com o piloto, nunca voei de avião mas Amy diz que é super tranquilo então não vou surtar.
–E ai preparada? – eu assinto e me leva pra dentro. Eu me sento e o avião começa a andar, meu coração dispara. A decolagem é tranquila eu olho pela janela e a vista é linda, vejo a cidade toda e o mar é bem maior daqui de cima. Alec segura minha mão que agora parou de tremer. – Gostando da vista? – eu assinto, e ele se levanta. Após alguns minutos ele volta e fala em meu ouvido. – Vamos quero te mostrar uma coisa. – eu o olho ele está vestido com uma roupa estranha toda preta, tem vários ganchos de metal.
–O que é isso?
–Sua aventura, comigo lógico.
–Ah meu Deus! Não vai me dizer que isso ai é..
–Isso é uma roupa de paraquedista, e não se preocupe dessa vez o paraquedas está aqui comigo. Vamos?
–Você quer que eu vá com você? Você enlouqueceu? – ele ri mais se aproxima, o avião está subindo cada vez mais.
–Está com medo?
–É lógico, você é maluco. Primeiro você me fala que pulou sem paraquedas e depois me chama pra pular com você.
–Já falei estamos seguros, eu já fiz isso milhões de vezes. Vamos, confia em mim.
–Ok, eu vou. – ele sorri. - Mas antes me responde uma pergunta.
–Diga.
–Por que você pulou do avião sem paraquedas? O que você tinha na cabeça? – ele para de sorrir e seus pensamentos voam para longe, quase me arrependo quando ele me responde.
–Descobri que meu pai estava doente.
–Serio? Ele já está bem? – ele não responde apenas me puxa pela mão e começa a me grudar a ele, ficamos presos por um macacão e cordas presas a mochila nas costas dele.
–Está pronta?
–Não. – ele ri. – Estou com medo. Você não sente isso?
–Senti quando te vi, senti quando falei com você, senti quando te beijei e sinto a todo o momento quando estou com você.
–Por quê?
–Por que você não é só uma aventura. Você tem que ser permanente. – antes que eu pudesse pensar ele empurra e grita, fecho os olhos e sinto o vento bater forte contra mim e caímos devagar. – Abro os olhos, é lindo aqui. – Devagar abro um olho, é impressionante o quão perfeito é a vista. Me sinto como uma pássaro, livre voando pelo céu e contemplando a beleza que é isso aqui
Algo nos puxa pra cima e vejo que Alec abriu o páraquedas o que me faz ficar mais tranquila, ele direciona e voamos pela cidade, as pessoas parecem formigas, os grandes edifícios não parecem tão grandes. Ele vai em direção a praia, começamos a descer e ganhamos velocidade.
–AAAAAAH! Vamos morrer! – ele ri alto, e de repente eu sinto a areia nos meus pés, tínhamos pousados. Eles nos solta e tira seu macacão deixando o paraquedas esticado enquanto todos nos olham. Ele ri entusiasmadamente, me abraça e depois me beija.
–Ainda bem que não morremos, não é?! – ele ainda está rindo.
–Besta. – dou um tapa no seu braço de brincadeira. – Você quase me matou, eu quase tive um troço no coração.
–Relaxa minha aventureira, você esta sã e salva. – respiro aliviada, ele me beija e depois vai recolher o paraquedas e as coisas.
–Vamos?
–Mas o seu carro ficou lá.
–Sim, mas eu não moro longe daqui e o Jack foi buscar pra mim com a Amy que adorou a idéia de dirigir a Shadow dele na volta.
Caminhamos alguns quarteirões e me lembro do prédio, é alto e largo. Ele acena para o porteiro e logo entramos no elevador. Ele aperta o ultimo botão e começamos a subir. Paramos de frente a porta, toda feita de espelho com moldura preta, ele abre e lá dentro é impressionante. A sala parece ser outro ambiente apesar de estar na minha frente ela é mais baixa que o resto da casa.
–Estou com uma fome, vamos pedir uma pizza? – ele pergunta voltando lá de dentro.
Eu não respondo, fico olhando os detalhes. Tudo parece preto e branco, na sala o sofá e preto e os moveis brancos sem TV. A cozinha é preto, branco e vermelho, e me lembro que eu também estou com fome não almoçamos e já é quase de noite.
–Tenho uma idéia. Agora é hora da sua aventura.
–Então você gostou dessa historia?
–Você vai cozinhar. – ele começa rir imediatamente e vem me abraçar.
–Tá vendo esse apartamento aqui? – eu concordo. - Eu gosto muito dele pra vê-lo em chamas.
–Bobo. - me viro e o encaro. – Eu confiei em você, agora você confia em mim. Eu estarei aqui com você.
–Ok, mas mesmo que quiséssemos não tem nada pra cozinhar.
Vou até a cozinha e começo a abrir os armários, e está tudo cheio dos mais variados tipo.
–Acho que você não vem muito a esse cômodo da casa. Vem logo e para de desculpas. – entrego um avental pra ele, e coloco um também.
–O que você quer comer?- pergunto.
–O que for mais fácil de fazer. - eu rio mais assinto.
–Vamos fazer macarronada. Você gosta?- ele assentiu. Pego a tabua e coloco em cima da pia, coloco cebola, tomate, salsinha e pimentão. –Você é bom de socos, mas vamos ver se também é com as facas.- ele ri e começa a picar, procuro as panelas, macarrão, queijo, e carne moída.
Ele corta tudo e deixa a cebola por ultimo.
–Isso é tortura! – ele diz com lagrimas escorrendo e eu rindo sem parar. Me aproximo pego a cebola, coloco debaixo d’água e enxugo suas lagrimas, depois peço pra ele colocar o macarrão na panela e pico o resto da cebola. – Porque você não chora? To me sentindo um idiota chorão.
–O truque é lavar a cebola antes.
Após alguns minutos está tudo pronto e o cheiro está maravilhoso. Ele vai pro banho e eu arrumo a mesa com os pratos e o vinho.
Ele chega de short e chinelo sem camisa, eu paro meu olha no seu abdômen definido, seu peitoral forte e ele começa a rir.
–Gosta do que vê?- eu fico vermelha e saio pra cozinha. Ele se senta e sirvo os pratos e me sento.
–O meu Deus! Está uma delicia. Eu sei cozinhar, mais uma habilidade pro meu longo currículo.
Eu fico quieta rindo, ele adora se gabar. Garotos são tão previsíveis.
–Quem te ensinou a cozinhar assim?
–Minha mãe. – lembro de quando cozinhávamos os três eu, mamãe e Felipe. Riamos e uma vez fizemos até guerra de comida, era perfeito.
–Aquele seu amigo Felipe cozinha bem também?
–Sim ele é chefe profissional, na verdade ele acabou de voltar da Itália.
Acho que ele não ia muito com a cara do Felipe, mas se isso fosse continuar eles ia ter que se dar bem. Felipe é meu irmão e Alec meu futuro namorado.
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