Pov Sr. Miller (Pai de Bella)


Flashback On
Minha vida era completamente perfeita, ou mais o menos, acredito que nada seja realmente perfeito.

Sou da casta 7, tenho uma mulher incrível ou pelo menos tinha.

Anna Milton, uma 2. Isso mesmo, por incrível que pareça ela me quis. Ela é tão perfeita... tão linda... tão angelical... Nunca pensei que seria capaz de amar tanto alguém.

―O que você está pensando meu amor? ―perguntou ela alisando a enorme barriga.

―Estava pensando em você―digo, lhe dando um amoroso beijo.

―Você é perfeito. Quero que nosso bebê seja igual ao pai ―disse, com um sorriso bobo.

―Não senhorita, ela vai ser igual a mãe, linda, linda, linda, linda...

―Ei, como você sabe que vai ser um menina? ―disse, me dando serenos beijos.

―Porque eu vejo isso. Vejo uma incrível menininha correndo dentro de casa, ela vai ser igual a mãe, loirinha, com os olhos do céu, sempre ficara rosadinha! Mais ela vai ser calma igual ao pai e esperta também, aliás não adianta ter só beleza―digo rindo e ela me acompanha numa risada calma e terna. Um sorriso que te leva além das montanhas, que desfaz qualquer carranca. Um riso feliz e apaixonado.
Flashback Off

Me levanto com lagrimas nos olhos, relembrando cada momento feliz que tive ao lado dela... ao lado de minha amada...

Saio da poltrona velha e desgastada e me dirijo ao quarto de minha princesinha. Tento fazer o mínimo de barulho possível e caminho para sua cama. Ela dorme como um anjo. Ela é minha filha, uma filha que nunca cuidei, que nunca dei amor...

Oh, como me arrependo, me arrependo de cada momento em que a fiz sofre, cada momento em que a fiz chorar.

―Me perdoa Anjo, me perdoa por tudo. Eu sinto tanto, eu não mereço seu amor, eu não mereço nada, Bella. Era pra mim cuidar de você, era pra mim dar amor a você.... Eu prometi isso a sua mãe, mais eu não cumpri. Eu não te dei amor querida, eu não cuidei de você eu sinto tanto, por favor me perdoa criança, me perdoa―senti lagrimas descerem pelo rosto―Você merece ir para o castelo, lá você será feliz. Eles vão de dar tudo o que um dia eu nunca te dei. Adeus filha. Eu te amo! ―dei um beijo em sua testa, um beijo de Pai-Filha. Ela sorriu como se estivesse sonhando com aquilo. Então com a mesma agilidade que entrei, sai, sem fazer nenhum barulho.

Fui para o banheiro, para o primeiro banho em dias. Me troquei ainda entre lagrimas, dirigi-me para a cozinha e peguei três garrafas de whisky e sai perambulando pelas ruas, deixando para trás minha filha, a única pessoa que ainda me amava.


Pov Austin

Meses atrás...

―Austin, Austin, Austin, Austin... ―Uma voz irritantemente doce me acordava em meio a gritos e chocalhões.

―Hmm, me deixa em paz―disse puxando o cobertor e me virando de barriga pra baixo, fazendo com que ela saia de cima de mim.

―Não senhor. Você me prometeu que a gente iria ver junto as fichas das selecionadas.

―Oh meu Deus, Celeste Singer Schreave, são 5 horas da manhã―disse aparentando estar irritado.

―Vamos, vamos, por favor, por favor... ―disse ela, fazendo aquela carinha que só ela sabia fazer.

Celeste é minha irmãzinha mais nova, ela é a criança mais adorada. Seus cabelos ruivos e seus olhos azuis encantaram não só Illéa, mais todo o mundo. Ela e mamãe são mundialmente as mulheres mais famosas. Mamãe conseguiu tirar as castas sozinha e conseguiu com que a educação de Illéa se transformasse em umas das melhores. Em Illéa são formados uns dos maiores e melhores médicos, professores, advogados... Sua beleza extraordinária que entre nós inveja cada rainha e princesa nesse mundo, tem conquistado cada capa de revistas e jornais.

Já minha irmãzinha não é só famosa por ser a primeira princesa de Illéa em séculos e por ter a beleza de mamãe. Mas porque aos seis anos ela criou um tratado de paz entre Israel e Inglaterra. Isso mesmo. Ela é fantástica, ela consegue convencer a todos sobre os seus desejos.

Já papai é o rei mais bem informado e fortunoso, Illéa se tornou um dos países mais poderosos, tanto em economia, cultura, educação... Só não ultrapassamos a Inglaterra que hoje é a nação do poder... Já Stefan, meu irmão do meio, nos surpreende a cada dia. Ele é astuto e rebelde. Infelizmente eu e ele não tivemos a sorte de puxar a invejável beleza de mamãe e Celeste, nós temos apenas 2 anos de diferença o que fez com que tenhamos passado a adolescência juntos, e para falar a verdade ás vezes tive vontade de socá-lo. Ele sempre se mete em encrencas e é muito famoso por isso, sempre gosta de ser o centro das atenções. Mais Stefan não precisa se preocupar com o futuro da nação, assim como eu, que já tenho esse fardo nas costas. Desde criança sou treinado para ser o futuro rei da promissora Illéa, eu tenho em minhas mãos o comando da nação e isso me dá medo as vezes. Tenho medo de fazer alguma coisa errada. Meus pais conseguiram um acordo de paz com ambos os rebeldes tanto sulistas quanto nortista, também conseguiram que Illéa se aliasse a países fortes. Ele me deixou um país de prosperidade e fartura e tenho medo de acabar com tudo isso.

Tenho medo de destruir a mim e ao meu povo, aí que entra a seleção. Mamãe que não concordava com essa ideia acabou a renovando, pois falou que estava focado muito em trabalho e que desse jeito eu nunca iria conseguir arranjar um amor verdadeiro. Então ela simplesmente falou que a seleção iria acontecer e como eu sempre faço, concordei. E agora onde eu estou, com uma criança importuna que consegue tudo o que quer na minha cama as 5 horas da manhã me atormentando para que pudéssemos escolher as tão e esperadas “Selecionadas”. Pra falar a verdade, mamãe já as escolheu, ela pegou as mais de 500 mil fichas e escolheu 100 para que eu pudesse escolher. Ela fez isso ao meu pedido pois como estou cheio de trabalho não teria o prazer de escolhe-las.

―Okay pirralha, você ganhou como sempre. Ande pegue as fichas, elas estão em cima de minha escrivaninha.

E lá se foi uma ruivinha saltitante correndo em direção as ficha.

―Eu já preparei tudo―ela disse, tirando do bolso da camisola dois caderninhos de desenhos infantis e canetas cor de rosas que faziam barulhinho ao escrever. Pronto. O dia poderia ficar melhor? ―tem 100 fichas e só 35 garotas serão aceitas, então vamos dividir. Você fica com 50 e eu com 50, nós teremos que eliminar 25 de cada, assim só sobraram 25 suas e 25 minhas, o que resultara em 50 fichas, essas 50 ficara de responsabilidade sua escolher em qual sairá e qual ficara! ―eu já disse que essa garotinha é surreal? Pois bem digo agora.

―Tudo bem, G-O-V-E-R-N-A-N-T-A―digo sarcasticamente.



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Não tinha ideia que escolher garotas fosse tão difícil e complicado. Todas eram extremamente bonitas e com diversidades diferentes, realmente fiquei perdido e acabei misturando as que tinha eliminado com as que tinha aceitado. Celeste apenas ria e me ajudava.

Já era hora do almoço quando mamãe bateu na porta.

―Queridos, vocês vão descer ou vão querer que traga o lanche aqui―perguntou nos analisando. Ambos estávamos de pijama, esparramados no chão aonde estavam uma pilha de papel.

―Vamos descer―digo.

―Não, vamos ficar, ainda não terminamos. Austin vai escolher as 50 que faltaram―disse Cels, cruzando os braços.

―Ei, eu estou morrendo de fome! E sem comer não consigo pensar direito―disse tentando ser convincente para ela.

―Por favor, por favor, vamos ficar, vamos ficar... ―implorava ela.

―Celeste! ―mamãe a repreendeu.

―Tudo bem! ―disse ela por fim, saindo com o pé direito.

Mamãe me analisou sorrindo.

―Está tudo bem, querido?

―Sim, te vejo no almoço!

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Estava deitado na beira da cama, olhando as fotos das finalista que minha irmã escolheu, já se passaram das 3h da madrugada e eu ainda estava aqui, finalmente faltavam dez.

Peguei a primeira ficha. Era de uma garota muito bonita, com os cabelos negros cacheados, ela tinha um sorriso exuberante. Olhei sua ficha:

Nome: Taynara Milton.
Idade: 16 anos
Natalidade: Dover
Praticante: Aulas de dança e teatro.
Interesses: Moda.

Peguei a sua fixa e coloquei entre as classificadas. Pronto agora as 35 garotas já estavam classificas.

Levantei e coloquei as 35 fichas classificadas em uma pastinha, então voltei para pegar o restantes das desclassificas, foi ai que eu a vi... uma garota extremamente linda, parecia que seu brilho sairá do papel e emundará meus olhos. Fui até o encontro do papel e o catei.

Nome: Anna Bella Miller.
Idade: 16 anos.
Data de nascimento: 27/11/2009
Cidade/Estado: Dover/ Nova Jérsei
Interesses: Música, Leitura, Dança, Jogos, aventura.
Línguas: Espanhol, Inglês, Brasileiro, Italiano e Japonês.

Nem prestei mais atenção na lista, pois fiquei fitando-a ela era tão linda, tão perfeita... Senti alguma coisa estranha dentro de mim... Foi como...como se meu mundo parasse ao vê-la, como se seus olhos transmitissem alegria e amor e sua boca... fiquei imaginando-a na minha...Chicle? Sim, vocês não a viram para estar julgando.

Peguei sua ficha e tirei a da irresistível morena (Taynara) e a troquei pela linda Anna Bella.

Dias Atuais...

Eu andava em círculos, como se isso pudesse aliviar a tensão do meu corpo. A seleção parecia emocionante quando estava longe.

Tudo havia mudado, os funcionários do palácio estavam sendo realocados, e os quartos foram renovados em uma ala especifica só para as garotas, também criamos ambientes para que elas pudessem se divertir, sem ser o salão das mulheres que agora só seria permitida a entrada para que elas pudessem se produzir. Tudo estava muito bem organizado e em perfeita sincronia. O castelo estava florescido. Mamãe mandou reformar cada ala do castelo, ela e Celeste dedicaram-se nisso a mais de um mês. O castelo foi ampliado, modificado e renovado. A pressão crescia, empolgante e assustadora ao mesmo tempo.
Parei diante do espelho e conferi a gravata novamente. Naquela tarde haveria mais olhos sobre mim do que o normal; eu precisava parecer o príncipe autoconfiante que todos esperavam. Segui para os aposentos de papai.

No caminho, acenei com a cabeça para os assessores e guardas conhecidos. Mamãe e tia Marlee fizeram questão de que a segurança fosse reforçada, mesmo que os ataques não acontecessem a anos. Fiquei pensando como seria ter 35 garotas por esses corredores. Okay, esse castelo já era meio doido só pelo fato de Mamãe, Celeste e Stefan ficarem juntos, eles eram tão divertidos, já eu não era assim, não sabia “puxar papo com garotas” e saber que teria que ter encontros com todas elas me assustava. Nunca fui de sair do castelo igual Stefan e Cel, fiz questão de ter aulas no castelo, enquanto meus irmãos tinham aulas em escolas normais e se relacionavam com pessoas normais.

Entrei sem nem ao menos bater pois sabia que todos estariam ali, à minha espera.

―Você demorou―indagou minha pequena, que estava linda com um vestido preto brilhante, com um grade laço na cintura que marcava um saia rodada vermelha. roupa.

―Hmm, você está gatão mano! ―disse Stefan me dando um soco no ombro. Apenas fiz uma carreta pra ele e voltei a abraçar minha pequena ruivinha.

―Filho? ―Mamãe me chamou.

Me afastei de Cel, e fui ao encontro de mamãe que tinha lagrimas nos olhos, ela também estava linda!

―Não chore mamãe! ―pedi, a puxando para um abraço.

―Oh, como não chorar. Olhe pra você! Até ontem você era meu menininho, o menino que corria por esse castelo todo, tentando explorar cada lugarzinho para marcar território. Aquele que me chamava todas as noites, pois não conseguia dormir. Meu menininho que a primeira palavra dita foi “Eu te amo”, olhe pra você Austin, agora está preste a ser rei e arranjar alguém que o ame e que cuide de você... eu te amo tanto meu filho―com essas palavras tive que me segurar para não chorar na frente de todos, mamãe como sempre me compreendia tão bem.

―Eu também te amo mamãe! ―sussurro pra ela.

Me afasto delicadamente e enxugo suas lagrimas com a palma da mão, dou-lhe um beijo na testa e caminhou na direção de meu pai. Caminhei para seus braços que estavam abertos. Ficamos assim por não sei quanto tempo, mas ali era só ele e eu. Papai sempre me entendia, ele deixou caber a mim escolher se queria ou não a seleção. Ele nunca me pressionou sobre ser rei, aliás ele fez de tudo para que tivesse uma vida normal. Eu o amo muito e tenho muito orgulho de quem ele é.

―Ei, eu tenho orgulho de você, meu campeão! ―Suas palavras me trouxeram conforto, ele confiava novamente em mim, ele acreditava em mim, ele tinha orgulho de mim, ele me amava e eu também o amava.

―Obrigado pai, por tudo!

Fomos interrompidos por um guarda que abriu a porta, e logo se apressou para se desculpar por ter interrompido aquele momento.

―Majestade―disse fazendo uma reverencia―peço perdão por tê-los interrompido, mas venho informar que as selecionadas chegaram!

Olhei para minha família, Celeste dava pulinhos de alegria. Stefan reprimia um sorriso, ultimamente ele ficara muito feliz em saber que 35 jovens ficariam aqui em casa. Mamãe acompanhava Cel, tanto no sorriso e quanto no entusiasmo. E papai apertou meu ombro:

―Vamos? ―perguntou ele.

―Vamos.

Juntos fomos para o grande salão, Papai e Mamãe sorriam um para o outro, suspeito que estivessem lembrando de suas seleção. Stefan flutuava em sua própria imaginação, e bem, eu fui andando, brincando com Cel que estava muito, muito, muito empolgada com as garotas. Ela fez questão de decorar o histórico das 35 garotas, e bem eu só conseguir decorar a de uma, uma especial. Anna Bella Miller.
Assim que chegamos, corri os olhos pelo salão, por uma rápida espiada pude analisar todas as belas damas que ali estavam.

Foi então que nossos olhares se encontraram.

Ela estava com a cabeça inclinada e com aqueles olhos azuis penetrantes que me fitavam.

―É você―disse sem voz.