Alguma Coisa Aconteceu escrita por Fernanda French


Capítulo 1
Capítulo único: Alguma Coisa Aconteceu


Notas iniciais do capítulo

Olá, Rumbelle shippers! Amo A Bela e a Fera e pensei que a música "Alguma Coisa Aconteceu" combina com o Rumple e a Belle. É a minha primeira songfic.



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O inverno havia acabado de chegar. Eu observava a paisagem fria e branca das janelas do castelo de Rumplestiltskin. Diversas vezes, na minha antiga vida como princesa, eu desejara mais que aquela vida nobre. Uma aventura, um ato de heroísmo. Eu deveria tomar cuidado com os meus desejos. O sonho havia se realizado, mas não da maneira que esperava. Sacrifiquei tudo para estar aqui. Toda magia tem um preço, como o meu senhor vive dizendo. Lembrei-me das minhas folgas e do prazer que eu tinha ao fingir ser uma simples camponesa, sem afazeres, simplesmente construindo um boneco de neve...

Foi quando uma ideia me ocorreu. Parecia absurda, tratando-se da condição em que eu estava. Eu não tinha muito a perder, de qualquer forma.

Avistei-o no lugar de sempre, transformando palha em ouro.

– Rumplestiltskin - comecei, formal. Não dava para prever as reações do Senhor das Trevas. Ele havia perdoado pequenas falhas minhas, como a xícara lascada. Mas, quando eu pensava que tinha algo de humano no seu coração duro e inflexível, ele voltava a ser aquele ser que todos temiam.-Eu gostaria de sair.

– Querida, fizemos um trato. Receio de que não esteja lembrada que é minha empregada. - Rumplestiltskin riu, aquele som que eu já havia me acostumado a ouvir.

– Não foi isso que eu quis dizer. Só quero tocar na neve. Por favor! - Olhei para ele, suplicante. - Você pode me supervisionar. Não irei tentar fugir.

– O castelo não te agrada? - ele perguntou, parecendo desinteressado.

– Preciso de ar livre. Farei um trabalho muito mais eficiente se me permitir sair, só por hoje! E imagino que você também gostaria de se divertir.

Rumplestiltskin riu de novo.

–Eu não me divirto, querida.

– Por favor.

Ele pareceu um pouco pensativo, mas por fim se rendeu.

– Só por hoje! Não se acostume com atitudes assim.

– Muito obrigada!

Eu mal contive meu sorriso. Abracei-o e rodopiei pelo local, observando o movimento da saia do vestido. Percebi o olhar do meu senhor e fiquei um pouco constrangida pela minha animação. Antes que ele mudasse de ideia e voltasse ao habitual comportamento rude, decidi dizer:

– Vamos?

(...)

– Você quer brincar na neve, Rumplestiltskin?

Eu havia me lançado contra a neve fofinha, agitado os braços e, com isso, feito o desenho de um anjo. Era tudo tão divertido! Já tinha terminado de construir um boneco. Ele havia feito um chapéu e uma cenoura aparecerem com a sua magia, mas se recusava a me acompanhar.

Ele não poderia ser tão mal como queria que eu pensasse, afinal de contas. Até providenciou roupas de frio para mim.

– Passarinhos! - apontei para o céu, os seres que coloriam aquele local cercado de branco. - Podemos alimentá-los!

Rumplestiltskin me olhou de um jeito impaciente. Acho que ele pensava que já tinha feito o suficiente por mim hoje. Não deixei aquilo me abalar.

– Faça isso por mim. Só por hoje. Amanhã as coisas voltam a ser como eram.

Ele revirou os olhos e os grãos apareceram na mão dele. Ele os deu para mim, que imediatamente corri para os passarinhos, assustando alguns. Depositei alguns grãos na neve, atraindo a atenção dos bichinhos. Um deles até teve coragem de comer na minha mão.

– Sua vez - me levantei, meio desajeitada.

– Eu não gosto de passarinhos. Não comece a abusar, querida.

– O Senhor das Trevas, vencido por pássaros - provoquei.

Rumplestiltskin revirou os olhos.

– Se eu fizer isso, prometa que não vai mais me aborrecer.

– Prometido!

– É um acordo. Sabe o que acontece com quem quebra acordos comigo. Vamos acabar com isso.

Coloquei cuidadosamente os grãos na mão dele. Ele se enrijeceu com o toque. Eu o conhecia bem o suficiente para saber que Rumplestiltskin não gostava de demonstrações de afeto. Sempre ficava daquele jeito quando tínhamos um mero contato físico.

Rumplestiltskin se abaixou, afugentando alguns passarinhos.

– Eu tentei, agora...

– Não - o interrompi.

Peguei alguns grãos e joguei-os na neve. Um passarinho tímido aproximou-se devagar, checando se era seguro. Enfrentou o medo e começou a comer na mãe dele, como tinha acontecido comigo. Ri de alegria. O Senhor das Trevas alimentando criaturas tão adoráveis era uma imagem incomum. Alguns passarinhos perderam o medo e se juntaram ao companheiro. Rumplestiltskin parecia fascinado, não sei se de uma forma boa ou ruim. Poderia ter quase certeza de que um sorriso queria escapar da boca dele.

– Eles gostaram de você! - eu disse, vitoriosa.-Eu sabia! Ser gentil não custa nada, sabe.

Ele ignorou a indireta e ficou ali até os pássaros se cansarem.

Ele foi bom e delicado

Mas era mau e era tão mal-educado

Foi tão gentil e tão cortês

Por que será que não notei nenhuma vez?

– Admita, foi divertido!

– Não foi entediante. Acho que foi suficiente. Vamos entrar.

– Tudo bem - ajeitei o capuz e toquei no ombro dele.-Mas sei que você gostou.

Eu reparei no seu olhar

E não tremeu quando chegou a me tocar

Não pode ser, que insensatez

Jamais alguém me olhou assim alguma vez

– Poderíamos fazer isso de novo algum dia...

– Não me enrole. Isso nunca vai se repetir.

Como ele está mudado

Claro que ele está longe de ser o príncipe encantado

Mas algum encanto ele tem, eu posso ver

– Obrigada, de qualquer forma.

– Você já me agradeceu. Agora me siga.

Mas vejam só

Não posso crer

Nem eu também

Não pode ser

Como é que podem se entender assim tão bem?

Que coisa estranha

O que será que pode haver?

Estamos vendo alguma coisa acontecer

– Você jogou uma bola de neve em mim? Ah, querida, agora você vai ver.

Não! Sem magia! Assim, o nível fica desigual!

– Você pediu por isso!

– Então podemos ficar mais um tempo aqui fora? Por favor?

– Podemos. Agora prepare-se para a bola de nev... ei!

É, acho que estamos vendo alguma coisa acontecer

Estamos vendo alguma coisa acontecer


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Me contem! :)



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