Revolution escrita por Rafaela


Capítulo 8
Capítulo 8 - Hackers


Notas iniciais do capítulo

Oi mais uma vez (:

estava aqui pensando em quem vocês imaginam como os personagens, podem me mandar nome nos comentários, por mensagem, na ask ask.fm/rafaelaar_ ou no twitter @simonmemories :)



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THIAGO

Eu não estava conseguindo dormir há dias, era como se algo faltasse, então eu passava a maior parte da minha noite perambulando, treinando o que eu não treinava de dia e completando trabalhos inacabados e investigações sobre o Governo da SSUCOR.

Era complicado hackear o sistema deles, mas aqui estou eu. Resolvi dar uma volta para respirar enquanto deixava carregando o sistema e acabei encontrando Lia. Obviamente, quando perguntado, não larguei todos os meus problemas em cima da loura, então depois da breve despedida volto para a sala de Programas e me deparo com uma mensagem escrita em letras grandes e vermelhas: CONCLUÍDO.

Luzes azuis piscam em volta dos monitores e me sento em uma cadeira preta giratória de frente ao computador que tinha sua mensagem piscando. Aquilo poderia responder muitas das nossas perguntas, se eu fosse rápido o suficiente.

Entro no sistema do computador do Governo, era completo de arquivos, inúmeras pastas, inúmeros nomes. Meu coração batia mais forte toda vez que eu passava os olhos por um deles. Seguro a barra da camiseta para limpar o suor da testa.

Tenho que copiar tudo, penso, posso não conseguir entrar uma segunda vez. Aperto várias teclas rapidamente para salvar os arquivos e enquanto uns iam sendo salvos outros sumiam.

Passo os olhos rapidamente por outras pastas e encontro uma que chama minha atenção: SSUCOR.

A adrenalina toma conta do meu corpo e movo meus dedos mais rápidos que meu cérebro enquanto copiava a pasta e o que quer que tivesse dentro dela antes que fosse completamente apagada. Meu estômago se contorcia a cada segundo que passava.

Sem aviso a tela de conversa se fechou no mesmo segundo em que a pasta SSUCOR foi salva. Respiro fundo de alivio, demoro alguns minutos para me recuperar e entender que agora eu tinha que abrir a pasta para ver o que eu encontraria lá dentro.

–Isso pode ser um código.

–Ou uma senha.

–Pode com certeza ser uma senha. –Thomas concordou comigo. O sol já estava no céu deixando-o claro quando os acordei para mostrar o que eu havia conseguido durante a noite.

–Você fica hackeando computadores enquanto todos dormem? –Lia chega atrasada se apoiando em Thomas para conseguir enxergar o monitor.

Não respondo.

–Pode ser qualquer coisa. –Murmurou ela.

–Contém dezesseis dígitos, pode ser uma dessas chaves mestras que abre qualquer arquivo, acho que devíamos tentar. –Thomas expressou-se mais uma vez, ele vem sendo de grande ajuda. Assim como Candy ele era inteligente, talvez até mais que ela.

Eu estava de costas para eles, mas sabiam que todos os três poderiam estar fazendo a mesma expressão que eu fazia no momento, aquela expressão que as pessoas fazem quando estão pensando, buscando do fundo de seus conscientes, tomando decisões.

–E então supondo que nós conseguiremos entrar. E depois, faremos o quê? –O tom de Lia havia se elevado na última palavra, mas sabia que fora a contragosto, pois quando eu a olhei a garota possuía uma expressão contorcida no rosto.

–E se nós invadíssemos o sistema deles e enviássemos uma mensagem enquanto copiamos os arquivos que encontramos? Isso iria mantê-los ocupados por uns minutos. –Manifestou-se Thomas

–Certo, que tipo de mensagem? –Foi a vez de Jefferson falar.

No mesmo instante Thomas se direcionou ao outro computador, aquele que se situava em baixo da grande tela de monitor em LCD.

O garoto colocou uma câmera pequena na parte superior datela e quando demos por conta a imagem dele estava refletida na tela, como um espelho.

–Estamos de olho em vocês. –Ele disse. Observamos enquanto ele movia o mouse e seus dedos apertavam teclas. Então sua imagem apareceu na Grande Tela logo acima enquanto erguíamos nossas cabeças para enxergarmos melhor. A imagem começou distorcida e negra, mudando do preto para o quase branco, algo mais acinzentado, como se o computador estivesse trancando ou falhando e então nós vemos um Thomas meio distorcido e suas palavras com uma nota mais grave dizendo ''Estamos de olho em vocês'' e então, antes de acabar, um olho do tamanho da tela aprece dando uma piscada antes de tudo se apagar.

–Posso melhorar isso, é só uma edição rápida, mas o que acham? –Questionou assim que rodou na cadeira giratória e ficou de frente a nós.

–Se isso é só uma edição rápida eu quero ver as que duram horas. –Lia parecia chocada. Assim como eu estava por dentro.

–Creio que poderíamos gravar vários destes e mandar não só para a SSUCOR, mas para os computadores do Governo. –Jefferson fala em um tom de aprovação e eu sei que se Candy estivesse aqui ela não iria parar de sorrir, orgulhosa de seu irmão.

–R como vamos hackear o sistema deles, assim? –Interrogo. É uma boa ideia, ótima, mas o caso é que demoramos para conseguir entrar no sistema pela primeira vez, como faremos isso mais rápido em uma segunda?

–Thiago, você é o cara. Temos outros dos meus homens que podem ajudar com isso e Nimble em breve irá voltar. Conseguiremos isso. Agora você poderia entrar em algum dos computadores da SSUCOR com essa mistura de número e letras que temos.

Respirei fundo mais uma vez e estendo os braços para dar uma alongada, então começo a teclar novamente.

É trabalhoso e existe tempo. Consegui ultrapassar as primeiras barreiras depois de mais de meia-hora de trabalho, mas ninguém disse que seria fácil.

Thomas, Jefferson e Lia já estavam bolando os próximos ''vídeos-hackers'' como eles estavam chamando. Começaram a bolar frases de efeito e talvez, neste momento, tenha caído a ficha de todos nós que estávamos entrando em uma Guerra de verdade e que não poderia ser desfeita. Não poderíamos voltar atrás. Este momento foi quando as simples frases se tornaram algo mais forte, com um enorme significado.

A tela fica verde, e então preta, e logo começa a aparecer letras e uma caixa de diálogo com espaço para preenchimento.

XY12ZH6SS89MLT5C digito e aperto em ''PRÓXIMO''

A tela se torna verde novamente e então uma lista de programas aparecem enquanto uma nova caixa de diálogo aparece mostrando apenas a palavra ''CONCLUÍDO'' e um botão para apertar o ''OK''

–Consegui. –Aviso apertando duas teclas ao mesmo tempo para que aparecesse nos outros computadores da sala. Todos os três se apressaram para sentarem na frente de um para que pudéssemos salvar a maior quantidade de pastas enquanto Thomas envia o vídeo.

Procuro desesperadamente por uma pasta que chamasse minha atenção até encontrar uma nomeada ELEMENTOS dei dois cliques rapidamente e uma lista com outras pastas começaram a aparecer.

E1

E2

E3...

E224...

E539...

Dei um clique no E29 e uma lista com dados de alguém apareceu na tela do computador. Ao meu lado direito ficava uma foto grande e em baixo continha nome completo, idade, altura, capacidade, peso, tipo sanguíneo, local de nascimento. No lado oposto aparecia mais uma duzia de pastas, curioso apertei em uma delas e a imagem da pessoa trocou por uma imagem do mapa de seu cérebro com informações sobre o mesmo. Um segundo mais tarde, ou menos que isso, uma das janelas apareceu pedindo uma nova senha. Cliquei em ''CANCELAR'' e voltei para copiar todas juntas.

–Consegui. –Thomas repetiu as minhas palavras de outrora assim que algumas das pastas começaram a sumir. Ao que tudo indica o plano deu certo, pois no mesmo segundo as pastas pararam de sumir e algumas até voltaram a aparecer. Entretanto a pasta ELEMENTOS foi a única que eu salvei.

Verificando o que tinha naquela pasta encontrei uma cujo o nome era CÂMERAS DE SEGURANÇA.

Leio o nome da pasta em voz alta para que todos ouçam e então dou dois cliques.

Meu coração parou.

–Venham ver isso aqui. –Falo com falta de ar.

Vários quadrados aparecem na tela, cada um com uma imagem diferente. Eram quartos claros, pareciam ter boa iluminação. Alguns apareciam apenas o corredor, não eram muitas câmeras, talvez houvesse mais em outras pastas.

Não importava.

Um único quadrado foi o que me atingiu em cheio.

Aquele em que aparecia minha namorada.

–Acho que posso hackear essa pasta e fazer com que possamos ter o controle para acessar as câmeras. –Thomas falou me tirando do transe. Ele mal olhou para a tela. Ao contrário dele Lia continuava paralisada, assim como eu.

A imagem da tela do computador que eu estava usando foi parar naquela tela grande e eu consegui notar mais os detalhes. Meu estômago se embrulhou quando reparei nos machucados em seu corpo. Ela tinha hematomas na pele, alguns roxos e outros em tons mais amarelados, esverdeados. Um corte em seu braço estava bem vermelho, poderia ter sido feito a pouco tempo.

E então a tela se apagou e eu só ouvi Thomas soltando um palavrão e saindo da sala sem falar mais nada.

Lia e eu continuamos parados.

–Ela está viva. –Soltei.

Candy estava viva e eu nem sabia mais se isso era bom ou ruim. Ela estava viva, mas até que ponto? Até que ponto ela estaria sendo machucada?

–É, ela está. –A voz de Lia é apenas um vazio. E não falamos mais nada.


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Notas finais do capítulo

Querem narração de quem no próximo capítulo?



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