Revolution escrita por Rafaela


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Eu só tenho que agradecer a todos que estão lendo, comentando -não só aqui nos capítulos mas por MP e pessoalmente- e me incentivando. Obrigada e saibam que podem sempre dar suas opiniões e ideias.
Está cada vez mais complicado escrever a fic e eu espero não estar me afastando muito da ideia inicial dela.



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Era um dos longos das nos Crânios, Thomas e eu havíamos saído da escola e camínhavamos pela rua de pedras um ao lado do outro conversando sobre assuntos aleatórios e até mesmo ficando em silêncio.

Nós nunca fomos de brigar muito, as vezes discutíamos, mas não sempre. Acho que isso se devia ao fato de sermos de uma Província que não gostava de desordem e brigas, crescemos ali onde tudo era neutro.

Thomas sempre foi muito melhor em fazer amigos do que eu.

Eu tive uma amiga, seu nome era Geogia. Nossa amizade durou dos treze anos e meio aos quinze. Nós estudávamos na mesma turma quando nos conhecemos, aos treze anos sentávamos perto uma da outra então sempre fizemos os trabalhos juntas. para isso nós precisávamos sair um pouco juntas e escutarmos insultos das crianças de outras Províncias.

Então aos quatorze anos decidimos que seríamos amigas e começamos a sair mais para conversarmos ou espairecermos da escola do que só para fazermos trabalhos. Meus pais gostavam da ideia de eu ter feito uma amiga, então sempre a convidavam para ir até minha casa fazer os deveres ou brincar de um daqueles jogos de educação que a nossa província dava para as crianças jogarem. Tinha uns legais como aquele que você coloca Nomes de pessoas, animais, frutas e cores com uma letra e depois somava os pontos.

Acontece que eu estava entrando em uma fase da minha vida onde eu estava me rebelando contra nossa Província e Georgia era cada vez mais apaixonada por ela. Enquanto eu mais por diversão, Georgia procurava por educação. Então quando estávamos com quinze anos brigamos e paramos de nos falar. Simples assim.

Comecei a pensar então que nunca tive uma amiga de verdade, pois se fosse então a amizade duraria, certo? Comecei a pensar e a acreditar que nossa amizade era bastante superficial, quer dizer, nunca compartilhávamos segredos ou coisas do tipo, sempre fomos mais de jogar esses jogos educativos e fazer trabalhos da escola do que qualquer outra coisa.

Soube pouco sobre Georgia depois. Seu pai, um dos líderes de nossa Província, e que batia nela e em seu irmão. O caso foi parar no tribunal das Províncias mas abafaram o caso e só quem sabia do resto da história era os líderes da Crânios e o Governo, tanto que até hoje eu não sei quem é o garoto. Ele havia trocado de Província quando tínhamos quatorze anos e ela nunca havia comentado muito sobre ele, apenas que os dois tinham algumas brigas básicas de irmãos e que ela sentia sua falta, mas não podia vistá-lo e que na única vez que tentou, seu pai descobriu e bateu nela. Foi aí que descobriram sobre as agressões.

Agora me pergunto para qual Província o seu irmão teria ido e onde ele estaria agora, se estaria vivo.

Geogia me falou uma vez que sua mãe também sofria com as agressões e muitas vezes eles foram prometidos de morte.

Me senti culpada de ter brigado com Georgia depois que tudo foi provado e seu pai foi preso. Pedi desculpas e ela aceitou, conversamos e concordamos que nossa amizade era superficial demais. Então não voltamos a ser amigas, mas nos falávamos ocasionalmente.

Mudar de Província foi como mudar de vida, eu fiz amigos, como Lia e Samuel. Fiquei na Força pouco tempo, mas, ao que parece, mudou tudo em minha vida. Lia foi, é, a melhor amiga que eu nunca tive e sei que posso contar com ela para tudo. E tem Thiago, meu primeiro namorado, meu primeiro amor. Ele sempre soube que eu não me importaria se não tivéssemos um romance como nos contos de fadas que contavam para nós quando pequenos, bem, pelo menos na Crânios eles contavam... As vezes. Os meus pais, pois os Crânios não gostam de se iludir, gostam do que é real. Comprovado. E contos de fadas não são isso. Porém não é o que eu planejava para nós dois. Se eu soubesse que seria assim, provavelmente não teria deixado ele me pedir em namoro. Isso só piora as coisas, para os dois lados.

Não, não é que eu não queira estar namorando com Thiago. Só acho que é pior, porque estamos separados. Não sei se ele está vivo, eu espero do fundo do meu coração, da minha alma, que ele esteja. Eu preciso que ele esteja vivo. E se ele estiver e eu acabar morrendo e ele ver que estou morta... Só vai tornar as coisas mais difíceis.

A mesma coisa vale para mim.

Eu nunca desejei tanto estar com alguém, ou saber que alguém está vivo. Talvez porque eu nunca precisei me preocupar.

—Preciso te levar à sala de tortura. —Steven abriu a porta falando e me tirando dos devaneios.

Virei meu rosto para vê-lo preguiçosamente. Eu estava me tornando muito sedentária, precisava caminhar.

—Não vai me dizer que estava pensando na morte de novo, Candy. —Prosseguiu advertindo-me.

—Quase. —Abri um sorriso. —Pensava no passado.

E então eu lembrei que ele disse que tinha que me levar para a sala de tortura e minha cabeça se alarmou imediatamente.

—Você disse sala de tortura? O que vão fazer comigo agora?

Ele hesitou por um momento.

—Parece que acharam algo de diferente comparando seu cérebro com o dos outros dois.

—Legal, o que eu tenho? Algo faltando agora? Se for isso mesmo a culpa é deles!

Bufei e me levantei colocando os pés descalços no chão.

—Não me surpreenderia. —Ele apertou os lábios

—Nem a mim. —Respondi. —Tá, vamos. —Respirei fundo enquanto ele abria a porta e me segurava pelo antebraço como se estivesse me prendendo.

...

—Ótimo, ela já está aqui. Deite-a na mesa. —A mulher ordenou a Steven.

Ele fez o que foi mandado e então se afastou quando a senhora se aproximou. O homem que sempre estava com ela se aproximou do lado oposto e ambos começaram a me trancar na mesa.

—O que vão fazer com ela? —questionou Steven.

Eu odiava ficar daquele jeito, me sentia inútil, eu ão podia fazer nada além do que eles pediam. Isso não era o que um membro da Força faria.

Não era o que eu achava que faria. Ser o fantoche de alguém.

—Só queremos descobrir o que há de errado com o cérebro dela. O motivo de ela ser diferente de todos os outros que já verificamos. —explicou a mulher.

—Você sabe, garota? Você sabe o motivo? —Questionou o homem quase cuspindo na minha cara.

Neguei com a cabeça.

Eu só queria que tudo acabasse.

—Saia da sala, Steven. —Mandou a mulher.

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Hoje conheci o líder do LdR de Porto Alegre. Ele é de uma altura mediana, nem tão alto nem baixo. Pelo menos 1,75m.

Foi legal conosco, ele disse que estava em uma viagem tentando resolver assuntos com os outros LdR espalhados pelo mundo, parece que tem outro aqui no Brasil que está sendo atacado pela SSUCOR. Isso não passou despercebido e já temos um plano pronto, nós iremos até o Rio de Janeiro. Mas eu não sei o que isso significa, só sei que há altas chances de Candy estar com eles, de estar sendo mantida no mesmo país que eu. De estar viva.

E eu preciso fazer parte do time A. Então estou.

O nome do líder deles é Jefferson. Ele tem dezenove anos, um mais velho que eu. E nosso primeiro time já está formado e começaremos a treinar em breve porque a guerra continua e não sabemos quando irá acabar.


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