Estive noites e dias seguidas à espera que a Distinta acordasse mas não valeu a pena, tive que enfrentar a realidade e tinha de aceitar que a égua da minha vida jamais poderia estar ali ao meu lado na hora de dormir e de acordar. Agora era só eu e o Survive, sozinhos pela serra. Afastei-me daquele grupo porque só dava problemas e eu não queria isso para o Survive! Então eu um dia levei o Survive a um sítio onde me era familiar. Num dos passeios que fiz com a Distinta tinha passado ao lado do lugar onde eu tinha nascido! Levei lá o Survive e ele brincou lá com os outros potros e potras! Eu a ver os cavalos de lá reparo numa égua, velha e fraca, deitada no chão. Era familiar! Eu sabia que a conhecia! Era Sky! Minha mãe! Ela desde que me lembro tinha uma doença que aos poucos estava a conseguir superar! Pedi-lhe para fazer comigo e com Survive uma caminhada à procura de uma nova casa mas ela não aceitou. Ela disse:

–Meu filho, estás tão novo e com um filho lindo! Ele é diferente e senão tiveres cuidado a vida dele será curta, sabes que muita gente gosta de montar aqueles que não são "normais". Mas eu não posso aceitar essa viagem, estou velha,sem forças, o dia está para chegar! Vai-te divertir! Tu és como o teu pai! Agora vou descansar! Espero que a tua viagem corra bem!

No momento em que ela acabou de dizer aquilo as lágrimas caiem sobre o meu rosto. Mas sigo a minha viagem a dois!